sexta-feira, janeiro 05, 2007

UM CONTO QUASE ERÓTICO I



PUDICA

Seus seios maduros, rijos, como estivessem cheios de leite, porem brancos como o liquido. Descobriu o corpo e os dois mamãozinhos, em sua juventude. Tinha medo de olhar em espelhos, o corpo despido. No limite o rosto, para escovar os dentes e pentear os longos cabelos louros. As amigas, quando em sua casa dormiam, tiravam a roupa sem nenhum pudor, uma na frente das outras. Ela tremia quando este momento acontecia. Inventava vontade de urinar e a troca fazia no banheiro.

Ao dormir, nunca deixava as pernas a mostra, cumprias com o lençol ou até com o cobertor, principalmente quando visitas estavam em casa. Dificilmente raspava ou aparava os pelos pubianos, tinha medo de machucar seus órgãos genitais. Conhecia pouco externamente. Nunca foi ao ginecologista, pois na cidade, médico era do sexo masculino. As pessoas diziam que era largada e relaxada. Com um bom banho de loja, virava miss.

Um dia ao sair pelas ruas do bairro, deu de frente com um garoto, recém chegado no local. Ele a cumprimentou, com um olá, meu nome é Luís, moro logo ali. Ela não conseguiu guardar a temidez e o pânico. Quase nenhum rapaz a abordava daquele jeito, gentil e meigo. Era tida e tratada como a esquisita, mulher macaco e outros pejorativos. Abaixou a cabeça e nada respondeu, continuou a caminhada. Mas Luis não lhe saiu da mente. A voz macia a fez viajar em pensamentos antes proibidos, por dogmas e restrições religiosas e familiares.

Chegou em casa e correu para o quarto. Abriu o guarda roupa, com o espelho enorme. Despiu-se com volúpia. Percebeu os lábios carnudos e sedentos, imaginou a boca masculina a invadir a sua. Com a mão direita, tocou o bico de um dos seios, eram grandes, sentiu que podia ser mordida e assim calafrios a invadiram. Foi descendo as duas mãos, que tocavam o umbigo e a barriga, sentiu uma quentura, próxima de uma febre, mas boa, sem dor. Seus olhos fechados não viam o quanto seu corpo era bonito e atraente. Agia assim ainda por vergonha de si mesma.

Percebeu que seu ventre estava escorrendo um liquido. Nunca tinha visto ou sentido. Sua língua estava seca, mas não sentia sede de água, mas de outra coisa a qual não conseguia admitir para ela mesma.

Esta epopéia sexual, ainda esta na metade, quando ouviu-se palmas no portão. Dirigiu-se até a janela trancada, e por sua fresta, viu Luis. Não acreditou. Quase desmaiou. O motivo de sua nudez e cometimento de um pecado, prostrado estava em frente de sua casa. O que fazer?. Vontade era deixa-lo ou convida-lo a entrar. Dizer a ele: Me possuía, me chupe, penetre minhas vulvas até as entranhas. Me faça gritar, chorar e arrebente meus cabaços.

Não o fez. Fechou a fresta, agarrou-se aos óculos, apanhou as roupas e com uma toalhinha, limpou seu sexo.

No dia seguinte procurou Padre Ademar e no confessionário, disse de sua falta grave e ela mesma solicitou a punição: “Vou para o Convento”.