UM CICLO FECHOU. OUTRO DEVE SER ABERTO
Conversando com meu amigo Jonas Beltrão, ao qual não o via há 11 anos,afirmei que cada vez mais me convenço de que o ciclo para as esquerdas Brasileiras aberto em meados dos anos 70, esta esgotado, desde as eleições de 1989.
Este esgotamento, arrastou-se por toda a década seguinte, sendo reconhecido por alguns, aproveitado por outros e desconhecido pela imensa maioria da militância Brasileira. Vejo que é preciso repensar nossa pratica, nossas ações.
Não é possível continuar em um continuo processo de burocratização, de constante afastamento e institucionalização dos movimentos populares e sociais. A neoliberalização do Governo Lula é fruto de uma crise de projetos que assola as esquerdas desde a derrubada do muro de Berlim e do fim das referencias. A partir daí um pouco ou quase nada elaborou-se.
Alias as esquerdas não elaboram, há muito tempo. A crise de perspectivas parece que congelaram as mentes e os corações da militância combativa. Os que abandonaram a luta socialista, sem duvida elaboram para manter o sistema de dominação e seus privilégios.
Mas os que ainda intitulam-se socialistas, não conseguem apresentar alternativas ao pragmatismo e ao entreguismo. A crescente institucionalização de nossas lideranças, faz com que o interesse pelo estudo, pelo debate franco, aberto, torna-se peça de museu. A elaboração com ações que levem a volta a lutas populares e ao meio popular, é descartada e considerada segundo plano. O eleitorismo, passa a ser prioridade, tudo gira em torno do sufrágio eleitoral.
O olhar na História comprova que as esquerdas só resolveram suas crises, fechando ciclos e apresentando novidades para um novo ciclo. Para isto sempre foi necessário reconhecer a existência de crises, avalia-la, sugar os acertos, enterrar os erros e fechar o ciclo.
A dificuldade de fechamento desta etapa de nossa História, esta exatamente, em localizar e aceitar a crise e mais para poder elaborar políticas táticas e estratégicas que levem ao novo.
Esta é uma das maiores crises dos últimos 50 anos. Maior que a deflagrada com o massacre da ditadura após o AI5 (Ato Institucional) em 1968 as organizaões de esquerda.
Não reconhecer este momento é estar indo para o campo e braços do inimigo ou total ausência de instrumentos do materialismo Histórico Dialético, para compreender o que estamos passando. Vou daqui para frente postar textos sobre esta crise.
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