quinta-feira, junho 08, 2006

LUTA E LUTA PELA TERRA II


Tenho que redimir-me, em relação á alguns comentários do post de ontem. A impressão que ficou é que acusei o MLST e o BS, de irresponsáveis, insensatos e parceiros do quanto pior melhor. Em determinado momento do texto fiz coro com a mídia babona e setores políticos que insistem em criminalizar os movimentos sociais.

Não refleti o suficiente para omitir um posicionamento mais adequado e correto. Tentarei neste post, fazer a auto critica expressando, com tranqüilidade minhas opiniões.

Há tempos tentam descaracterizar e criminalizar os movimentos populares e sociais, associando suas ações ao crime organizado, com alusões a formação de quadrilha, depredação de patrimônio público e outras acusações, das mais ferinas e truculentas.

O MST, a CUT e outros movimentos foram inúmeras vezes vitimas desta campanha de jogar na marginalidade e na criminalidade, por conta de ações que só ocorreram, por que nossas elites, tratam o povo, ainda no esquema “Casa Grande e Senzala”.

Assisti ao vídeo, que mostra a reunião do MLST, que organizou a ação. Não vi a priori nada de condenável, que incita-se a atitudes violentas ou que arquiteta-se o quebra-quebra. Não considero que o ocorrido, foi pré agendado e premeditado.

É claro que há uma orientação de forçar a barra, caso os manifestantes fossem impedidos de entrar no Congresso Nacional, até uns tapinhas se ouve de lideres. Mas afirmar que toda quebradeira, foi pensada com antecedência, é loucura, devaneios.

Sou militante político de esquerda há mais de 26 anos. Participei de inúmeras ações, entre elas greves, passeatas, comícios e outras. É normal que as lideranças preparem o espírito da massa para o que pode e o que não ocorrer em uma manifestação. Quando você esta em uma greve, o normal é que aja os piquetes, ações para convencer trabalhadores a não furarem o movimento. As vezes as coisas ficam tensas com a entrada da policia e seguranças da empresa. É normal ocorrer um empurra empurra, e até enfrentamentos físicos.

Isto acontece por conta do entendimento do Capital, de que os conflitos devem ser tratados a ferro e fogo.

Outra possibilidade muito freqüente em ações deste nível, é infiltrações de pessoas que fazem o jogo do inimigo, para exatamente provocar tumultos, com o objetivo de desmoralizar e desmobilizar o movimento.

Mas também admito, que há um ou outro manifestante exaltado, que aceita provocações ou até toma iniciativa das provocações. Nem sempre as lideranças conseguem conter e manter o controle.
Tenho a convicção de que, no caso de terça-feira, o MLST perdeu o controle da situação, não foi nada premeditado. Não interessaria a um militante com um Histórico de lutas pela Democracia, como Bruno Maranhão tramar contra esta mesma Democracia e que ele tanto clamou.

Por último não da para admitir que algumas autoridades, com a Presidente da Câmara Municipal, diga que a Democracia esteve em risco no episódio. A democracia esta em risco, quando as elites tentam derrubar leis importantes como o código do consumidor, tentam fazer discursos da pena de morte e ajudam a aumentar a contradição de classes.

Alem do mais, tenho visto nos poderes executivo, legislativo e judiciário, atitudes que colocam em risco e em perigo o Estado Democrático de Direito, com maior ênfase.