quinta-feira, janeiro 11, 2007

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XXVIII

Impedido pelo Congresso Nacional, Collor abandonou o Palácio da Alvorada, refugiou-se por um tempo na casa da Dinda e aguardou os inúmeros processos judiciais, entre eles o do Supremo Tribunal Federal e da Justiça comum. Ambos tratando de seus crimes eleitorais e por corrupção. O Ex Presidente Fernando Collor de Mello, era agora página virada da História, pelo menos por uma década. Enquanto isto a esquerda do PT, perdia mais uma batalha interna. Quando se discutia o “Fora Collor”, as tendências de esquerda Petista, apontavam para Eleições Gerais Já, alternativa que o campo Majoritário, discretamente descartava, adotando a tática da lei do silencio, mas nos bastidores, orientava sua base a condenar esta tese, tudo em nome da Governabilidade e manutenção das instituições. Enquanto as esquerdas diziam que ao derribar o Presidente, deveríamos derrotar a política até então implantada no País, o Projeto Néo Liberal, pouco questionado no movimento do Impechement. Para a corrente Articulação, novas eleições não fariam mudanças tranqüilas e atrapalhariam o processo de transição, após a saída da Corte Collorida. E assim passam a defender que o Vice Presidente Itamar Franco assumisse o restante do Mandato e promove-se a tal transição. Mais que isto vários setores, cogitaram participar do mandato tampão, assumindo cargos de governo.

A coisa esquentava no quartel general Petista. O Senador mineiro Itamar Franco, que em poucos meses de governo Collor, já manifestava descontentamento, enchia os olhos da direita Pefelista, Tucana, Peemedebista e até Petista. Era um moderado que falava em governo de coalizão nacional. Governo de salvação, ética e moral. No PT, perdida a batalha das eleições gerais, abria-se uma outra: A do Participa ou não da gestão tampão.

Todos os Partidos iniciavam a adesão rapidamente e com muito entusiasmo. No PSDB, Mario Covas, então Senador, era o único que resistia á Participação. No Pefele que nunca teve pudor de apoderar-se do poder, a integração foi imediata. No PT o pau comia, em alguns casos literalmente. Mas as bases Petistas, cientes de que o projeto de exclusão social não seria alterado, pressiona as direções, para não embarcar na NAU de Itamar. Até porque os mais pragmáticos diziam que tal posição atrapalharia a eleição de LULA em 2004. Naquela altura do campeonato, Luís Inácio, liderava todas as pesquisas de opinião.

O Partido dos Trabalhadores, decide não participar, mas fazer uma Oposição construtiva, contribuindo com o governo com ações afirmativas e propositivas. Nasce a tese da Política Propositiva, chega do Partido do contra e do não. A imagem do PT radical, tinha que desaparecer das mentes e corações dos Brasileiros. Mas Itamar convida Luiza Erundina no inicio de 1993, para assumir o Ministério de Assistência Social. Erundina tinha acabado de deixar a Prefeitura da cidade de São Paulo, assumida por Paulo Maluf. Nos bastidores comentava-se o fritura que a direção nacional do Partido impôs a ela durante toda a sua gestão. Esta pratica teria ofendido a Ex Prefeita, que nunca rezou a cartilha da maioria Partidária, inclusive montando um Governo com Lideranças oriundas dos Movimentos Populares e da Esquerda Partidária. Luíza aceitou o convite de Itamar e isto gerou uma crise interna, que ocasionou o afastamento da mesma das funções e atividades Partidárias. Não foi expulsa, apenas suspensa.

A tática dúbia da Articulação Partidária prosseguiu no decorrer do mandato, gerando descontentamentos e cisões internas no campo majoritário. È aí que acontece o 8º Encontro Nacional do Partido e pela primeira vez o campo de Esquerda assume a tarefa de dirigir o PT. Mas isto é assunto para o próximo Capitulo................