EM TEMPOS DE ARAPONGAS: QUE TAL LEMBRAR DO BANESER?
Em tempos de aparelhos de escuta em carro oficial da câmara municipal, de supostos informantes de um grupo político ou outro, de sumiço de documentos, lembro de um passado não tão distante.
Em 1992, coordenei pela primeira vez uma campanha eleitoral. O candidato do Partido dos Trabalhadores, foi o companheiro Wilson Cerqueira, que disputava pela primeira vez a Prefeitura da cidade. Ao todo foram seis os concorrentes ao edifício Ouro Verde, então sede do Governo Municipal.
O então deputado federal Jurandir Paixão, era o favorito, em uma eleição em que Paulo D`Andréia, então Prefeito Municipal, era o alvo das criticas e bombardeios dos demais candidatos. Para registro de quem não conhece nossa História recente ou não se recorda, foi a primeira disputa do Ex Prefeito Pedro Kulh, que terminou a disputa em um surpreendente segundo lugar, a frente de José Carlos Pejon, então candidato da situação. Os outros candidatos, eram Silvio Félix, nosso atual Prefeito e Ademar Teztner.
O PT já na época tinha a fama do Partido da denúncia e de não ter nenhum receio em denunciar, quem quer que seja. O governo do Estado era comandado pelo PMDB há 10 anos, e este era seu último mandato. O atual deputado Federal, Luís Antonio Fleury, dirigia São Paulo, com os mesmos métodos de Orestes Quércia, seu até então protetor. Fleury ainda não tinha dado as ordens para a chacina do Carandiru, mas atolava a administração estadual, em escândalos de corrupção e cabide de empregos. Um destes famosos cabides, foi o BANESER.
Criado para contratar vigilantes para o banco BANESPA, o BANESER transformou-se em um dos maiores instrumentos de empreguismo político do País. Em 1994, quando Mario Covas, venceu as eleições para o governo do Estado, a estatal tinha mais de 20mil funcionários, a maioria fantasmas ou desenvolvendo funções das quais não tinha sido contratada. Boa parte destes "Trabalhadores", eram cabos eleitorais do governador e do PMDB em São Paulo.
Em Limeira uma vasta lista chegou até as mãos dos Petistas, trazendo nomes de figuras conhecidíssimas na cidade, entre estas ex Vereadores, Ex secretários municipais, e dezenas de outros. Além desta lista, outros documentos foram entregues ao PT, por ex aliados dos Peemedebistas.
Os documentos davam conta de um esquema de arapongagem, pago com nomeações do BANESER. Vários militantes foram vitimas deste esquema de espionagem e perseguição capitaneada pelo grupo de Paixão. No calhamaço entregue ao comando Petista, constatamos relatórios dando conta das vidas pessoais de muitos de nós, registrada em fotos e relato dos arapongas. O PT ao longo da campanha eleitoral, denunciou este esquema, bem como o BANESER.
O hoje tenho plena certeza o quanto estes esquemas de fustigar a vida política e privada, com métodos rasteiros e clandestinos, destroem com as pessoas, as colocando em situações de humilhações e embaraços.
Infelizmente parece que este passado, esta insistindo em retornar.
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