quarta-feira, junho 14, 2006

ESQUERDA FORA DA CUT


Soube e lí que a esquerda da CUT, esta fora das instancias de direção da Central. Falo da parte que representou ao longo dos anos 80 e 90, setores ligados e originados das pastorais populares da igreja católica e dos movimentos sociais e sindicais. Menos de 7%, foi a votação da chapa da ASS- Alternativa Sindical Socialista- e outros agrupamentos, ao final do 9º Congresso Nacional da CUT.

Fiquei chateado com o resultado, mesmo esperando que isto poderia ocorrer. Sei que as esquerdas atravessam a maior crise desde o golpe de 64. Uma crise de identidade ideológica e de caminhos a seguir. Esta crise apresentou a esquerda dois caminhos: abandonar a luta de classes enveredando pelo discurso da conciliação e do reformismo. Ou fechar-se no mundo da burocracia e do corporativismo das instituições sindicais.

A esquerda que ta fora da CUT, infelizmente tem escolhido o segundo caminho, perigoso e fadado ao gueto. O isolamento deste segmento, tem gerado o aumento do sectarismo e de um discurso recheado de palavras de ordem e vazio de conteúdo programático e estratégico. Divida em grupos e em sub grupos o antigo CUT PELA BASE, não consegue unificar-se nem ao menos para ações concretas de luta.

Para quem já venceu um CONCUT, o de 1991, ter abaixo de 10%, é motivo e obrigação refletir sobre esta derrota, sobre as raízes deste declínio. No IV CONCUT em 91, o CUT PELA BASE, era a segunda maior corrente interna da Central e a primeira entre as esquerdas. A somatória das forças do CPB, chegou aquele congresso a obter em uma votação Histórica a marca de 51% dos votos.

O tema em votação era o da proporcionalidade qualificada para os cargos da executiva nacional. A proporcionalidade proposta é a que rege a distribuição de cargos, ela promove maior justiça na divisão, até então e ainda vigora, de quem é maioria fica com todos os principais cargos, restando os de menor importância para as minorias.

A vitória deste ponto, seria em minha opinião uma reviravolta na política da Central, mas que foi impedida pela forma fraudulenta em que a corrente majoritária agiu, pedindo recontagem e constituindo um dos maiores escândalos dos Congressos da CUT.

De lá para cá uma curva descendente tem acompanhado, os Sindicatos e militantes deste agrupamento, que em sua maioria adentrou no Sindicalismo fora das estruturas getulistas, organizando Oposições Sindicais ao Peleguismo da década de 70.

Agora o que fazer?

Qual a referencia dos blocos populares no Sindicalismo?

O que ou quais as razões para esta derrota?

Burocratizou-se a ASS e aliados?

O estreitismo político foi fatal?

A ausência de um debate ideológico foi o motivo?

Refletir, estudar. Parar para balanço, este é o caminho?