LINGUAGEM E ORGANIZAÇÃO II
Dando seqüência ao tema postado no dia de ontem, penso que o pragmatismo político eleitoral leva ao esquecimento de uma linguagem voltada ao trabalho de base, junto as massas trabalhadoras e pobres.
A imagem passa a ser mais importante que o intitulado por nós militantes como o trabalho de formiguinha, que consiste em através de debates, informações, trocas de experiências com e em pequenos grupos, formar consciências de classe e de transformação da sociedade. A mídia passa a ser mais interessante do que a reunião no bairro, a visita a um militante ou morador.
Aparecer diante milhares de tele, leitores, ouvintes, é muito mais vantajoso, do que conversar sobre como organizar uma associação de moradores, uma oposição sindical ou um grêmio estudantil. E olha que não é preciso ter trabalho organizado, basta dizer que tem intenções de fazer ou que em um passado (não precisa revelar distante) o fez, para dialogar com a mídia.
A propaganda é a arma da imagem, que pode na cabeça de alguns, trazer votos e influências para a candidatura X ou Y. A forma de linguagem na mídia é outro, mais refinado, cheio de metáforas e palavras de ordem, sem conteúdo de mobilização ou formativo. Nossos fóruns de relação com a massa, a cada ano que passa, tem ficado esvaziados e sem representatividade. Exemplos são inúmeros.
Mas fico apenas com um: As assembléias sindicais, são um horror. E mesmo nestes espaços a linguagem do dirigente é elitizada e cheia de chavões. Acho que devamos repensar nosso convívio com a população.
Tratarei em outro texto sobre a necessidade e importância de uma nova forma de linguagem para a esquerda brasileira.
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