UM PERSONAGEM I
Estávamos em 1980. Borbulhava por todo o País, os movimentos de protesto e de reivindicação, contra a ditadura Militar. O PT já era uma realidade, em nossa cidade também.
A Igreja tomava a frente das manifestações e seu papel ia além do aspecto de despertar de consciências ou pregação do Evangelho em um prisma libertador e de opção aos pobres. Muitos Padres assumiam para si a liderança de manifestos, por condições de vida e moradia.
Em Limeira, criou-se o projeto de Periferia, que tinha a frente Presbíteros recém formados, entre eles: Padre Luís Carlos do Nascimento, então da Comunidade de Santa Luzia na Vista Alegre; o Padre Antonio Vasquez, então pároco da Igreja de Nossa Senhora Aparecida e; Padre Wilson Zanetti, então da Comunidade do Menino Jesus do Bairro Cecap. Com eles juntaram o Padre Sebastião de Vasconcellos da Igreja de São Cristóvão e inúmeros Seminaristas, entre eles o então hoje monsenhor Celso.
Este movimento Pastoral, baseado na Teologia de Libertação e nas Resoluções da 2ª Conferencia dos Bispos Latino Americanos de Puebla no México em 1979, influenciou uma geração de garotos e garotas, que curtiam MPB, Rock in Rool e Padre Zezinho, o cantor de música religiosa, mais famoso do período. O senso critico e a necessidade de engajamento social, foram os primeiros sintomas deste agrupamento que nasci na cidade.
A partir deste projeto, a Igreja passa a ser um instrumento de reflexão sobre a realidade dos pobres, a luz do método Ver, Julgar e Agir. Lembro que passei a ter uma leitura diferente do Evangelho e o Antigo Testamento.
Pois bem foi através de uma manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus, que tive o prazer de conhecer uma figura que ficaria marcada em minha História de vida. Jurandir Paixão de Campos Freire. Continua amanhã....
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