EU E A HISTÓRIA ELEITORAL V
O Presidente José Sarney com o apoio fisiológico de metade do Congresso Constituinte, conseguiu emendar o texto da Constituição, garantindo com distribuição de favores, cinco anos para seu desastroso mandato. Assim a primeira Eleição livre e direta para Presidente da República, após o regime militar, não ocorreria em 1988, mas um ano depois.
Iniciávamos 1989, com uma agenda repleta de lutas, principalmente para o Movimento Sindical, que preparava para o primeiro semestre, uma greve geral contra mais um Plano Econômico do Governo Sarney, o Verão, que arrochava ainda mais os salários dos trabalhadores e apontava para uma enorme recessão. Alem da inflação estar naquele momento batendo recordes mensais, em média 30 a 40%.
Em Limeira nosso empenho era em preparar esta greve, que de razões imediatas, tinha cunho político de enfrentamento ao governo Sarney. Entre nós, a esta altura não havia motivações para a candidatura de Luís Inácio, para a disputa Presidencial. Nos concentrávamos, na agenda da CUT e na doméstica. Realizou-se neste período, o 1º Congresso dos Metalúrgicos de Limeira, que reafirmou princípios como Sindicalismo autônomo, independente, classista e socialista. Já havia neste momento definições da maioria da diretoria dos Metalúrgicos, pelo campo de esquerda da CUT, o CUT pela BASE. A greve geral foi analisada e o processo eleitoral recebeu a analise de que era uma momento de discutirmos e marcarmos posições Socialistas e de Lutas de Classes. Ninguém imaginava que podíamos quase chegar lá.
O País parou no mês de março. Limeira nem tanto. Não foi uma paralisação total como a de Dezembro de 1986, logo após a posse da diretoria Cutista no Sindicato dos Metalúrgicos. Porém foi importante para reafirmar o caráter de luta da esquerda na cidade, pelo menos do pólo que gravitava no CPB. No País, a greve foi vitoriosa, com paralisações em vários cantos e recantos, demonstrando o descontentamento dos Trabalhadores, com as políticas de Sarney e da Burguesia que o apoiava.
As vésperas do Congresso Metalúrgico, recebemos pela primeira vez na cidade o então Deputado Federal José Genoino Neto, que a convite da Secretária de Formação do Sindicato, nos brindou com uma analise de Conjuntura. Genoino, ainda falava como uma liderança á esquerda do campo majoritário do PT, embora já notávamos traços de abandono em posições como luta de classes, socialismo de classe e assim por diante.
No entanto, José Genoino era nosso ídolo, pela conotação firme de seu discurso e sua História de luta contra a ditadura. Na exposição o deputado afirmava que acreditava em na candidatura Lula, em virtude da divisão da direita, que estaria no processo, representada por vários pedaços, além do acumulo de lutas do PT, da CUT e dos movimentos sociais na década que então terminava.
Saímos da atividade, em sintonia com o discurso. Lula figurava com 4 ou 5% nas pesquisas naquele primeiro semestre. O líder das pesquisas de opinião era o ex governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que reivindicava o espólio da esquerda populista dos anos 60. A Burguesia não se entendia. A ausência de uma definição quanto a uma candidatura era clara. Falava-se na imprensa e nos bastidores, em uma solução que não dividi-se a direita. O então governador de São Paulo Orestes Quércia, crescia em popularidade junto a setores das elites Brasileiras. Porém Quércia não carecia de credibilidade junto a Burguesia como um todo. Fama de corrupto e centralizador, o governador não era unanimidade.
Outros nomes como o de Mario Covas, candidato do recém racha do PMDB, o PSDB, era muito a esquerda para as elites. O Sr. Constituinte Ulisses Guimarães atraia para si setores progressistas e sua referencia eleitoral, não era suficiente para disputar e ganhar. A direita no espectro da Burguesia, estavam Maluf e o ex Vice Presidente da República da Ditadura Militar Aureliano Chaves. Nenhum destes era capaz, de derrotar a ameaça a democracia, que aquele momento não era Lula e o PT e sim Brizola.
Neste quadro de indefinições, surge pelas mãos de Roberto Marinho e de sua Rede Globo, o caçador de marajás de Alagoas. Mas isto a gente conta no próximo texto.
CONTINUA...........
Iniciávamos 1989, com uma agenda repleta de lutas, principalmente para o Movimento Sindical, que preparava para o primeiro semestre, uma greve geral contra mais um Plano Econômico do Governo Sarney, o Verão, que arrochava ainda mais os salários dos trabalhadores e apontava para uma enorme recessão. Alem da inflação estar naquele momento batendo recordes mensais, em média 30 a 40%.
Em Limeira nosso empenho era em preparar esta greve, que de razões imediatas, tinha cunho político de enfrentamento ao governo Sarney. Entre nós, a esta altura não havia motivações para a candidatura de Luís Inácio, para a disputa Presidencial. Nos concentrávamos, na agenda da CUT e na doméstica. Realizou-se neste período, o 1º Congresso dos Metalúrgicos de Limeira, que reafirmou princípios como Sindicalismo autônomo, independente, classista e socialista. Já havia neste momento definições da maioria da diretoria dos Metalúrgicos, pelo campo de esquerda da CUT, o CUT pela BASE. A greve geral foi analisada e o processo eleitoral recebeu a analise de que era uma momento de discutirmos e marcarmos posições Socialistas e de Lutas de Classes. Ninguém imaginava que podíamos quase chegar lá.
O País parou no mês de março. Limeira nem tanto. Não foi uma paralisação total como a de Dezembro de 1986, logo após a posse da diretoria Cutista no Sindicato dos Metalúrgicos. Porém foi importante para reafirmar o caráter de luta da esquerda na cidade, pelo menos do pólo que gravitava no CPB. No País, a greve foi vitoriosa, com paralisações em vários cantos e recantos, demonstrando o descontentamento dos Trabalhadores, com as políticas de Sarney e da Burguesia que o apoiava.
As vésperas do Congresso Metalúrgico, recebemos pela primeira vez na cidade o então Deputado Federal José Genoino Neto, que a convite da Secretária de Formação do Sindicato, nos brindou com uma analise de Conjuntura. Genoino, ainda falava como uma liderança á esquerda do campo majoritário do PT, embora já notávamos traços de abandono em posições como luta de classes, socialismo de classe e assim por diante.
No entanto, José Genoino era nosso ídolo, pela conotação firme de seu discurso e sua História de luta contra a ditadura. Na exposição o deputado afirmava que acreditava em na candidatura Lula, em virtude da divisão da direita, que estaria no processo, representada por vários pedaços, além do acumulo de lutas do PT, da CUT e dos movimentos sociais na década que então terminava.
Saímos da atividade, em sintonia com o discurso. Lula figurava com 4 ou 5% nas pesquisas naquele primeiro semestre. O líder das pesquisas de opinião era o ex governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que reivindicava o espólio da esquerda populista dos anos 60. A Burguesia não se entendia. A ausência de uma definição quanto a uma candidatura era clara. Falava-se na imprensa e nos bastidores, em uma solução que não dividi-se a direita. O então governador de São Paulo Orestes Quércia, crescia em popularidade junto a setores das elites Brasileiras. Porém Quércia não carecia de credibilidade junto a Burguesia como um todo. Fama de corrupto e centralizador, o governador não era unanimidade.
Outros nomes como o de Mario Covas, candidato do recém racha do PMDB, o PSDB, era muito a esquerda para as elites. O Sr. Constituinte Ulisses Guimarães atraia para si setores progressistas e sua referencia eleitoral, não era suficiente para disputar e ganhar. A direita no espectro da Burguesia, estavam Maluf e o ex Vice Presidente da República da Ditadura Militar Aureliano Chaves. Nenhum destes era capaz, de derrotar a ameaça a democracia, que aquele momento não era Lula e o PT e sim Brizola.
Neste quadro de indefinições, surge pelas mãos de Roberto Marinho e de sua Rede Globo, o caçador de marajás de Alagoas. Mas isto a gente conta no próximo texto.
CONTINUA...........
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home