quinta-feira, julho 06, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL


Incrível, em 26 anos de militância política, este ano fico pela primeira vez sem participar de campanhas eleitorais. Após anunciar minha saída do Partido dos Trabalhadores, tomei varias decisões, entre elas não pedir voto para ninguém. Entendo ser coerente, com a posição de repensar a pratica política. Não seria nada bom, criticar a opção pela institucionalidade e ao mesmo tempo trabalhar candidaturas que disputam esta mesma institucionalidade.

Meu voto, será para candidatos de esquerda, que assim que iniciar o pleito, anunciarei os nomes. Não vou votar branco ou nulo, porque acho que não estamos entre a cruz e a caldeirinha, ou que a um passo da insurreição ou estado totalitário, temos que rejeitar a via eleitoral ou rechaçar todos os concorrentes. Penso que o processo eleitoral, ainda é o espaço para alternativas á esquerda, embora ache que ta na hora da reflexão sobre os caminhos a adotar.

Meu voto não será anti-Petista. Porem algumas escolhas não serão do PT. Não posso admitir, aqueles que falam em depositar o voto na opção Tucana. Vejo como uma tremenda irresponsabilidade. Os do pássaro amarelo e azul, em oito anos desenvolveram um projeto de exclusão social, que somou mais de 50milhões de miseráveis. A dicotomia de tudo privatizar, flexibilizar para pagar a divida externa, por tudo o que lula não fez, ainda é um grande mal para a nação. Não voto no picolé de chuchu, nem que ele seja o único.

Sei que será penoso, não envolver-me com campanhas, pois desde o primeiro voto em 1982, estive buscando voto em todos os processos. Transcrevo abaixo esta trajetória, a qual tive poucas vitórias, mas aprendi muito, nestas duas décadas e meia.

1982- Fiz campanha para o PT. Este ano a ditadura para não perder maioria em Estados e Municípios, bem como nos Parlamentos, inventou regras para dificultar a eleição dos Opositores ao regime que voltavam do exílio, das cadeias e da clandestinidade. Foram eleições quase 100%, menos para Presidente da República, que tivemos que esperar mais 7 anos. O voto vinculado foi uma das enormes armações dos militares, que tentavam vender a imagem de Democratas ao promover a volta das eleições para governos do estado e o fim do senador biônico. Em Limeira fiz campanha para a seguinte chapa:

Vereador: Sr. Roque, não me lembro o sobrenome, pessoa da comunidade de Santa Luzia. Teve acho uns 200 votos;

Prefeito:
Luís Carlos Pierre, que terminou a eleição com 4mil votos. Resultado considerado importante acha vista que o PT ainda era uma criança.

Deputado Estadual: O futuro hoje Ex Prefeito de Piracicaba, José Machado.

Deputado Federal: Primeira eleição do ex Partidão, o advogado George Nacaguma.

Senadores: Jacó Bitar, Presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas, mais tarde Prefeito de Campinas e Helio Bicudo, Jurista que descobriu e denunciou o esquadrão da morte no inicio dos anos 70.

Governador: Luís Inácio Lula da Silva, então Presidente do PT, nosso ídolo máximo, maior na época que Marx.

Não participei de coordenações, ralei muito pedindo voto. O entusiasmo naquela campanha foi fantástica. O PT de Limeira, da chapa que apoiamos, não elegeu ninguém. O dentista Paulo Chaves é Eleito o primeiro Vereador Petista. Traí o Partido dois anos depois.

1984- A campanha pelas Eleições Diretas, acompanhei de longe e participei de algumas reuniões e atividades realizadas pela Igreja e pelo PT. Chorei quando a emenda foi derrotada.

1985- Eleições para Prefeito em Capitais e cidades consideradas de segurança máxima. O regime recém terminado, e a nação ainda chorava pela morte de Tancredo Neves, peemedebista eleito por eleições indiretas. Assume o ex Arenista, e vice de Tancredo José Sarney. Os diretórios municipais são convocados a fazerem campanhas nas cidades em disputa. O então deputado Federal Eduardo Suplicy, é o candidato petista, na capital São Paulo. Não estive lá, mas muitos militantes de Limeira estiveram. Deu Jânio Quadros, depois que Fernando Henrique Cardoso em uma de suas demonstrações de arrogância, sentou na cadeira de Prefeito, sentindo-se o tal. O PT vence em uma Capital importante: Fortaleza.

CONTINUA