FESTAFRO: COMO UM QUILOMBO
No post abaixo, disse do prazer de fazer a letra de “Quilombo, Quilombola”, e de te-la inscrito no 2º FESTAFRO. Pude sentir com maior intensidade nos três dias de Festival. Foi sem dúvida alguma uma de minhas maiores emoções. E olha que vive muitas. Em minha trajetória como ativista político, pude sentir enormes sensações, alegrias e tristezas. Muitas delas com tensão e até estresse. Mas a música e a poesia sempre foram um campo de divertimento e paz. Sofro pra escrever, mas supero os momentos de busca desenfreada pela frase certa, a rima adequada e o conto com novidade. Isto me dá tesão. Foi com este espírito que me preparei para o Festival. Sabia das feras musicais que lá estariam e ao ouvi-las e vê-las tive a certeza de que a canção da Brasileira é especialíssima e de boa qualidade. Sem medo de errar: A MPB é a melhor do mundo.
Adentrei no Teatro Vitória na primeira Semi-Final, não apenas como espectador, mas como um concorrente. Tremi e transpirei desde o primeiro momento. Vi subir ao palco, nomes do cenário musical, que não tocam nas rádios, nem se apresentam no Faustão. Artistas como Beto Santos vencedor do Festival, estão há trinta anos na estrada. Alias Beto esta lançando seu primeiro CD solo este ano. E como alternativo, como todos os participantes, lá estavam a Banda Som da Terra, que defenderia “O Quilombo”.
Na sexta, presenciei, o nervosismo, bem como o virtuosismo da maioria dos artistas. Esperava mais da música de Tom Zé, defendida por Tiago Augusto, mas não gostei da interpretação. Fiquei literalmente emocionado, com a apresentação de José Carlos Company, para a canção de Tavinho Lima, uma verdadeira oração a mãe África. Saí do primeiro dia com a certeza de que o nível do evento era alto, mas quem entra na chuva é pra se molhar, como diz o ditado popular.
O sábado chegou. As pessoas que convidamos lá estavam. O show apesar do pé d’agua, que caiu minutos antes do horário, começou. Fomos os últimos a se apresentar. Antes um desfile de talentos. A canção caipira falando do Samba Paulistano Teleu e Sanvita, dois reggaes de primeira qualidade e...Beto Santos. O cara cantou antes de nós. Sua entrada no palco, é coisa de cinema, maravilha das maravilhas. Sua performance, é um misto de Ney Mato-Grosso com o também alternativo Serguei. Fiquei boquiaberto com ele, disparado o melhor do Festival, por isso venceu. Mas o Som da Terra, entra e acontece o que não prevíamos e não queríamos. Problemas técnicos na mesa de som deixaram por vários momentos alguns instrumentos sem som e a voz da Raquel saiu baixinho e distorcida. Estes problemas tinham acontecido com maior freqüência na noite anterior, onde a dupla, Claudia Romano e Leila Dias, tiveram que esperar dez minutos para começar a cantar. Esta situação deixou o grupo apreensivo e chateado, pois nesta eliminatória só conosco tinha ocorrido estes problemas. Mas classificamos entramos de vez no reino da magia da Música Brasileira.
No domingo nos enchemos novamente de energia positiva. Fizemos um ultimo ensaio e decidimos que o importante era a diversão e o carpem die, viver intensamente aquele momento, único na vida da maioria dos integrantes da Banda.
Foi a noite das noites. Ninguém das bandas que iam se apresentando ousava errar. Era um Show atrás do outro. O público que na noite anterior enfrentou a chuva, agora teve que passar por um verdadeiro vendaval, para chegar ao Teatro. Nossa hora estava para chegar. Eu como sempre uma pilha. Nadir tentou me segurar, acalmar e nada. Mas a banda parecia que tinha tomado um balde de erva cidreira. Calminhos. Com muito cuidado e sem pressa, o Wilson Cerqueira comandou no centro do Palco, a passagem do som de cada instrumento e de cada microfone. Enquanto não teve certeza, de que tudo estivesse nos conforme, não teve inicio a apresentação. Ela foi maravilhosa. Só tem um jeito de descreve-la: O Baião transformou o Teatro Vitória, em uma grande dança do Quilombo. Gente cantando, pessoas dançando ao som da música. Tive uma sensação de missão cumprida, nos divertimos e proporcionamos a outros que o fizessem.
Fechamos a finalissima e abrimos para o sertanejo das minas de Guimarães Rosa, Pena Branca, desfilar os maiores clássicos da música caipira e regional do Brasil. Um garoto, o Pedrinho neto do Ex Deputado Heitor de Oliveira, de 16 anos, cantou todas as musicas do começo ao fim do negro Pena. Só para se ter uma idéia do que estava sendo aquela noite, o corredor do meio do Teatro foi tomado por Jovens, Crianças e Adultos, que cantaram e dançaram, as perolas: Cuitelinho, Moreninha Linda, Cio da Terra e outras. O Show especial de Pena Branca durou 1hora. Foi um elixir para nós e uma forma de relaxamento e preparação para o momento do anuncio dos Vencedores.
E o momento chegou. Levei uns cinco minutos para levantar da poltrona onde estava sentado, porque as pessoas não paravam de me cumprimentar. Foram dezenas de beijos, abraços e choros. Só fui ter a dimensão da importância do premio de Consagração Popular, uns quinze minutos depois que o Secretário de Cultura Farid Zaine anunciou a premiação. E aí o ritual da dança quilombola começou. As pessoas não se continham de felicidade. Eu parecia um menino de dezoito anos que tentava ganhar a vida com musica. Saí do Teatro sonhando e estou até agora em um sono profundo. Sei que ao acordar concluirei que não é sonho, é real e a diversão foi atingida.
O FESTAFRO, brilhante projeto do Farid, proporcionou uma emoção que há muito não sentia. E como em um Quilombo, negros, brancos, indígenas e até japoneses (ali havia alguns), juntaram seu canto contra o preconceito de raças e pela LIBERDADE E PAZ. Só a musica e as artes são capazes destes milagres, nem que seja por alguns minutos.
Adentrei no Teatro Vitória na primeira Semi-Final, não apenas como espectador, mas como um concorrente. Tremi e transpirei desde o primeiro momento. Vi subir ao palco, nomes do cenário musical, que não tocam nas rádios, nem se apresentam no Faustão. Artistas como Beto Santos vencedor do Festival, estão há trinta anos na estrada. Alias Beto esta lançando seu primeiro CD solo este ano. E como alternativo, como todos os participantes, lá estavam a Banda Som da Terra, que defenderia “O Quilombo”.
Na sexta, presenciei, o nervosismo, bem como o virtuosismo da maioria dos artistas. Esperava mais da música de Tom Zé, defendida por Tiago Augusto, mas não gostei da interpretação. Fiquei literalmente emocionado, com a apresentação de José Carlos Company, para a canção de Tavinho Lima, uma verdadeira oração a mãe África. Saí do primeiro dia com a certeza de que o nível do evento era alto, mas quem entra na chuva é pra se molhar, como diz o ditado popular.
O sábado chegou. As pessoas que convidamos lá estavam. O show apesar do pé d’agua, que caiu minutos antes do horário, começou. Fomos os últimos a se apresentar. Antes um desfile de talentos. A canção caipira falando do Samba Paulistano Teleu e Sanvita, dois reggaes de primeira qualidade e...Beto Santos. O cara cantou antes de nós. Sua entrada no palco, é coisa de cinema, maravilha das maravilhas. Sua performance, é um misto de Ney Mato-Grosso com o também alternativo Serguei. Fiquei boquiaberto com ele, disparado o melhor do Festival, por isso venceu. Mas o Som da Terra, entra e acontece o que não prevíamos e não queríamos. Problemas técnicos na mesa de som deixaram por vários momentos alguns instrumentos sem som e a voz da Raquel saiu baixinho e distorcida. Estes problemas tinham acontecido com maior freqüência na noite anterior, onde a dupla, Claudia Romano e Leila Dias, tiveram que esperar dez minutos para começar a cantar. Esta situação deixou o grupo apreensivo e chateado, pois nesta eliminatória só conosco tinha ocorrido estes problemas. Mas classificamos entramos de vez no reino da magia da Música Brasileira.
No domingo nos enchemos novamente de energia positiva. Fizemos um ultimo ensaio e decidimos que o importante era a diversão e o carpem die, viver intensamente aquele momento, único na vida da maioria dos integrantes da Banda.
Foi a noite das noites. Ninguém das bandas que iam se apresentando ousava errar. Era um Show atrás do outro. O público que na noite anterior enfrentou a chuva, agora teve que passar por um verdadeiro vendaval, para chegar ao Teatro. Nossa hora estava para chegar. Eu como sempre uma pilha. Nadir tentou me segurar, acalmar e nada. Mas a banda parecia que tinha tomado um balde de erva cidreira. Calminhos. Com muito cuidado e sem pressa, o Wilson Cerqueira comandou no centro do Palco, a passagem do som de cada instrumento e de cada microfone. Enquanto não teve certeza, de que tudo estivesse nos conforme, não teve inicio a apresentação. Ela foi maravilhosa. Só tem um jeito de descreve-la: O Baião transformou o Teatro Vitória, em uma grande dança do Quilombo. Gente cantando, pessoas dançando ao som da música. Tive uma sensação de missão cumprida, nos divertimos e proporcionamos a outros que o fizessem.
Fechamos a finalissima e abrimos para o sertanejo das minas de Guimarães Rosa, Pena Branca, desfilar os maiores clássicos da música caipira e regional do Brasil. Um garoto, o Pedrinho neto do Ex Deputado Heitor de Oliveira, de 16 anos, cantou todas as musicas do começo ao fim do negro Pena. Só para se ter uma idéia do que estava sendo aquela noite, o corredor do meio do Teatro foi tomado por Jovens, Crianças e Adultos, que cantaram e dançaram, as perolas: Cuitelinho, Moreninha Linda, Cio da Terra e outras. O Show especial de Pena Branca durou 1hora. Foi um elixir para nós e uma forma de relaxamento e preparação para o momento do anuncio dos Vencedores.
E o momento chegou. Levei uns cinco minutos para levantar da poltrona onde estava sentado, porque as pessoas não paravam de me cumprimentar. Foram dezenas de beijos, abraços e choros. Só fui ter a dimensão da importância do premio de Consagração Popular, uns quinze minutos depois que o Secretário de Cultura Farid Zaine anunciou a premiação. E aí o ritual da dança quilombola começou. As pessoas não se continham de felicidade. Eu parecia um menino de dezoito anos que tentava ganhar a vida com musica. Saí do Teatro sonhando e estou até agora em um sono profundo. Sei que ao acordar concluirei que não é sonho, é real e a diversão foi atingida.
O FESTAFRO, brilhante projeto do Farid, proporcionou uma emoção que há muito não sentia. E como em um Quilombo, negros, brancos, indígenas e até japoneses (ali havia alguns), juntaram seu canto contra o preconceito de raças e pela LIBERDADE E PAZ. Só a musica e as artes são capazes destes milagres, nem que seja por alguns minutos.
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