terça-feira, setembro 13, 2005

SAÌ DO PT. NÃO DO INFERNO

Ontem recebi de um Vereador, parabéns por ter saído do Partido dos Trabalhadores. Seus parabéns foram dados com um entusiasmo, o qual só vi ultimamente quando o time da gente vence uma partida de futebol.

Fiquei prostrado e surpreso com tamanha demonstração de antipatia de um político pelo PT. È claro que não agradeci seu gesto, até porque não encaro minha saída como alivio ou decisão a ser comemorada.

Pelo contrario, quando decidi, chorei e triste fiquei (e ainda estou), por vários dias. Não se fica feliz, ao ver o instrumento que ajudou a construir, afundar-se de forma trágica e melancólica.

Não se fica feliz, quando se acreditou que este instrumento pudesse conduzir a classe trabalhadora a Revolução Socialista. Não fiquei e não estou feliz, estou consciente de que fui coerente em minha decisão.

No PT fiz amigos, não por relações de interesses escusos, mas verdadeiros companheiros de batalhas contra o capital e suas mazelas. Foi e é no PT, que encontramos os melhores militantes de esquerda de todo o País. Éticos e compromissados com as lutas dos pobres e oprimidos.

Acabou-se um instrumento, mas não a luta de classes. Ela persiste enquanto perdurar este sistema que proporciona a miséria de muitos e a riqueza de poucos. Enquanto esta selvageria excludente permanecer, haverá homens e mulheres que lutaram contra as injustiças sociais, culturais e econômicas.

Agora feliz estou por saber que a Burguesia e os que a apóiam odeiam o PT, não o PT de Delubio, Silvinho e Zé Dirceu. Odeiam o PT do Zé, da Maria, do Nelson, da Nadir e de muitos brasileiros que estando ou não no PT, acreditam no sonho de uma sociedade de iguais, que respeitam o diferente e a ele oferecem oportunidades de vida.