quarta-feira, maio 17, 2006

PEQUENA RADIOGRAFIA DO CRIME


Tenho nestes dias de apreensão e de medo, refletido o ensaio de Barbárie no Estado de São Paulo. Pude constatar que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital, demonstrou que a instituição Estado e suas ramificações, são incapazes de apresentar soluções a problemas sociais, construídos e criados pelos próprios governantes. O PCC, mostrou que é uma entidade do crime, pronta para atacar e contra atacar quando bem entender.

Alem do mais Marcola e CIA, tem em mãos uma organização, disciplina e altamente preparada para qualquer incursão que espalhe pânico na sociedade. Pude constar em uma comparação rápida e nada cientifica, apenas por acumulo de informação as diferenças entre o PCC e o Comando Vermelho do Rio de Janeiro.

Enquanto o CV teve influência da esquerda armada que dividia com os fundadores da futura organização as celas das cadeias, o segundo aprendeu táticas e estratégias com grupos de repressão da PM, como a ROTA e outros. Resumindo as origens trazem no bojo informações de esquerda e direita política, apontando para posturas comportamentais diferentes.

Os lideres também diferem no comportamento: quando o Marcola é um cidadão sisudo, com feição de criminoso mesmo, Fernandinho Beira Mar, posa de playboy, escritor e intelectual.

As relações também demonstram estas nuances comportamentais. O CV, mantinha (mantem), relações com facções políticas de esquerda, como as FARCs na Colômbia, porem há comprovações de que o Comando tem ramificações com a direita, alem de estreitas conexões com o mundo artístico. O PCC, por outro lado, aponta que sua base de sustentação e resguardo, são originários nas forças militares, em advogados de presídios e políticos conservadores e empresários obscuros.

As duas organizações tem em comum a crueldade das ações e a sede de poder. Sim poder de controle sobre as instituições democráticas, procurando estabelecer na sociedade um clima de liberação do crime.

O PCC e seu irmão mais próximo o CV, são frutos de uma elite governante que nunca quis o desenvolvimento com distribuição de renda, promoção da cidadania e com qualidade de vida.

Elites governantes que trazem em seu bojo uma cultura atrasada e corrupta. As vezes penso que nossas elites estão no século XVI, ou em plena idade média. Rejeitar o desenvolvimento econômico injetando no social é construir a Barbárie.

Amanhã vou postar texto falando da segunda cidade do Estado onde ocorreram os maiores ataques. Adivinhe que cidade estou falando?