EU E A HISTÓRIA ELEITORAL IX
Esperamos mais de uma semana, para confirmar a ida de LULA para o segundo turno, com o almofadinha de Alagoas, Fernando Collor de Mello. A esta altura do campeonato, a direita toda se unifica, em torno da trupe collorida. ACM o sempre coronel da Bahia, puxa a tropa, que inicia sua estratégia de destroçar a campanha da Frente Brasil Popular, que já nos primeiros dias, recebe apoios de Brizola, de Covas, do quase ex Comunista Roberto Freire, de Fernando Gabeira. A Esquerda e Centro Esquerda, juntos para derrotar, a aventura, o apadrinhado de Maluf, mais novo Amor, de caciques do PFL e companhia.
Enquanto isto, a campanha do LULA LÀ, decantava e encantava. Dezenas de artistas e intelectuais, juntavam-se a operários, donas de casa, estudantes, que não se cansavam de cantarolar, “Lula lá, brilha uma estrela, Lula Lá, nasce esperança, Lula Lá, de um Brasil criança, na alegria de se abraçar. Lula com sinceridade, lula lá, com toda a certeza, pra você meu primeiro voto, pra fazer brilhar nossa estrela”. Acho que foi o Jingle de maior sucesso na História de campanhas eleitorais no Brasil. Pelo menos, para mim o mais bonito e correto, em termos de música eleitoral.
Mas do outro lado imperava, o ganhar a todo custo, na marra, fazendo terror, mentindo e por aí vai. A primeira lascada na campanha da FBP, agora ampliadissima, foi a declaração do a época Presidente da FIESP, Mario Amato. Disse o empresário, entusiasta da campanha Collorida: “Se Lula vencer, 300mil empresários, deixarão o País”. Terror que foi estampado nas manchetes de jornal e revistas de todo o País. O mesmo Mario Amato, quando o aí Presidente Collor confiscou as poupanças da classe média e dos pobres não utilizou, a mesma disposição de franco atirador, como fez naquele final de novembro de 1989.
A campanha de Collor, não parou por aí. Desde declarações de que o PT no poder, até o apartamento de sala e banheiro, seria dividido, com os sem terra e os sem nada, até o golpe de misericórdia do candidato de ACM: Mirian Cordeiro, ex namorada de Lula, lá nos anos 70, entra em cena e em prantos no horário eleitoral, despeja o veneno. Luís Inácio me engravidou, e pediu para que eu aborta-se a criança, alem é claro de me abandonar. O filho do nordeste já tinha sido acusado de tudo um pouco. Estava sofrendo humilhações de todo o tipo, de analfabeto e agitador irresponsável. Agora esta do Aborto, foi na jugular. Um País católico e cristão, com um forte e cristalino conservadorismo, não perdoaria o Torneiro mecânico, que veio do Nordeste, passou tudo na vida, fome, demissões, prisões.
Errado. Quando achávamos que a campanha de Collor, tinha encontrado o tiro certo, o povo nas ruas demonstrava que não, que não colava aquela baixaria. E a campanha da esperança, continuava, como continuava a baixaria do outro lado. E aí, caia o muro de Berlim. Caia um sistema que embora condenássemos, foi referencia para muitos. Embora já dizíamos que éramos contra aquele regime, autocrático e autoritário, a direita, rolou, rolou, usou e abusou. Collor já não sabia o que fazer, as baixezas não estavam funcionando. Dez dias antes da eleição, Lula estava na frente, embora as pesquisas não revelavam. Aí veio o muro, e eles usaram e abusaram e nós ficamos como na música do Chico vendo a banda passar.
O primeiro round da grande decisão foi o debate numero um do pool de televisões, cara a cara o operário e o mauricinho. Collor não titubeou, soltou o verbo: Este homem minha gente, vai fazer deste País, o que os comunistas fizeram no leste Europeu, lá ninguém tinha casa, carro, tudo era do estado. Ninguém podia tomar coca cola, comprar tênis da Nike e por aí afora. E Lula, tentava responder, o inexplicável para aquela massa, que atrás de milhares de televisores acompanhava o duelo: O PT nunca concordou com o muro. Justificativas e não ataques ao Capitalismo e suas mazelas. Nenhuma defesa concreta do Socialismo, de um sistema sem explorados e exploradores, nada nadinha. A militância Petista esperava um ataque a Burguesia e sua política de destruição do pobres, jogando-os na completa miséria e exclusão. Mas o que vimos, um Lula abatido, cabisbaixo, na defensiva.
È começávamos a perder a primeira eleição para Presidente após o regime militar. Mas ainda vai ter mais.
CONTINUA.......
Enquanto isto, a campanha do LULA LÀ, decantava e encantava. Dezenas de artistas e intelectuais, juntavam-se a operários, donas de casa, estudantes, que não se cansavam de cantarolar, “Lula lá, brilha uma estrela, Lula Lá, nasce esperança, Lula Lá, de um Brasil criança, na alegria de se abraçar. Lula com sinceridade, lula lá, com toda a certeza, pra você meu primeiro voto, pra fazer brilhar nossa estrela”. Acho que foi o Jingle de maior sucesso na História de campanhas eleitorais no Brasil. Pelo menos, para mim o mais bonito e correto, em termos de música eleitoral.
Mas do outro lado imperava, o ganhar a todo custo, na marra, fazendo terror, mentindo e por aí vai. A primeira lascada na campanha da FBP, agora ampliadissima, foi a declaração do a época Presidente da FIESP, Mario Amato. Disse o empresário, entusiasta da campanha Collorida: “Se Lula vencer, 300mil empresários, deixarão o País”. Terror que foi estampado nas manchetes de jornal e revistas de todo o País. O mesmo Mario Amato, quando o aí Presidente Collor confiscou as poupanças da classe média e dos pobres não utilizou, a mesma disposição de franco atirador, como fez naquele final de novembro de 1989.
A campanha de Collor, não parou por aí. Desde declarações de que o PT no poder, até o apartamento de sala e banheiro, seria dividido, com os sem terra e os sem nada, até o golpe de misericórdia do candidato de ACM: Mirian Cordeiro, ex namorada de Lula, lá nos anos 70, entra em cena e em prantos no horário eleitoral, despeja o veneno. Luís Inácio me engravidou, e pediu para que eu aborta-se a criança, alem é claro de me abandonar. O filho do nordeste já tinha sido acusado de tudo um pouco. Estava sofrendo humilhações de todo o tipo, de analfabeto e agitador irresponsável. Agora esta do Aborto, foi na jugular. Um País católico e cristão, com um forte e cristalino conservadorismo, não perdoaria o Torneiro mecânico, que veio do Nordeste, passou tudo na vida, fome, demissões, prisões.
Errado. Quando achávamos que a campanha de Collor, tinha encontrado o tiro certo, o povo nas ruas demonstrava que não, que não colava aquela baixaria. E a campanha da esperança, continuava, como continuava a baixaria do outro lado. E aí, caia o muro de Berlim. Caia um sistema que embora condenássemos, foi referencia para muitos. Embora já dizíamos que éramos contra aquele regime, autocrático e autoritário, a direita, rolou, rolou, usou e abusou. Collor já não sabia o que fazer, as baixezas não estavam funcionando. Dez dias antes da eleição, Lula estava na frente, embora as pesquisas não revelavam. Aí veio o muro, e eles usaram e abusaram e nós ficamos como na música do Chico vendo a banda passar.
O primeiro round da grande decisão foi o debate numero um do pool de televisões, cara a cara o operário e o mauricinho. Collor não titubeou, soltou o verbo: Este homem minha gente, vai fazer deste País, o que os comunistas fizeram no leste Europeu, lá ninguém tinha casa, carro, tudo era do estado. Ninguém podia tomar coca cola, comprar tênis da Nike e por aí afora. E Lula, tentava responder, o inexplicável para aquela massa, que atrás de milhares de televisores acompanhava o duelo: O PT nunca concordou com o muro. Justificativas e não ataques ao Capitalismo e suas mazelas. Nenhuma defesa concreta do Socialismo, de um sistema sem explorados e exploradores, nada nadinha. A militância Petista esperava um ataque a Burguesia e sua política de destruição do pobres, jogando-os na completa miséria e exclusão. Mas o que vimos, um Lula abatido, cabisbaixo, na defensiva.
È começávamos a perder a primeira eleição para Presidente após o regime militar. Mas ainda vai ter mais.
CONTINUA.......
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