segunda-feira, novembro 27, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XXIV

Seu estilo sempre foi pomposo. Tudo fazia para ser notada, roubava a festa dos outros. Odiada pela maioria dos políticos, exercia com seu populismo, uma influencia sobre os mais pobres, certeza de suas eleições. Elza Sofhia Tank Moya, entrou no largo da Catedral rodeada de auxiliares, que como súditos a agradavam. O público presente no ato do Impchement de Collor era majoritariamente, levado pelos Petistas e militantes dos movimentos sociais. A então Presidente da câmara dos Vereadores, sabia que ali não era sua praia, nem era apreciada. Ela empunhava a bandeira do Brasil e fazia questão de fazer barulho.

Confesso que não a conhecia bem. Passei todo os anos 80, ouvindo falar dela e poucas vezes conversei ou tive contato mais direto com ela. O primeiro em que pude observar seu comportamento, foi naquele 30 de setembro de 1992. Já naquele instante, soube que se tratava de um ser político, que tinha no populismo sua principal arma de convencimento e no autoritarismo seu estado de espírito. Ela chegou para usar o microfone, e desenvolver seu discurso com tons teatrais. Elza lembra muito Evita Perón, em especial na capacidade de chocar ou emocionar o ouvinte. Não age conforme a platéia. Não fala o que a pessoa quer ouvir, embora o populista sabe ser dissimulado. Elza consegue ser transparente, cria personagens sim, mas não consegue esconder seus defeitos e personalidade.

Ela falou na Kombi de som do Sindicato dos Metalúrgicos. Elogiou mais o Dr. Jurandir Paixão, do que fez discurso pela cassação de Fernando Collor. Falou mais de si, até porque era candidata a reeleição no legislativo, do que da situação de corrupção em que se encontrava o País. Ela roubou a cena, como um Macunaíma de Mario de Andrade, Elza aparece como o Anti Herói, que a Burguesia tolera mas odeia, as esquerdas a desprezam, mas o lupezinato a adora.

O ato terminou minutos depois da saída da Presidente da câmara municipal. Em Brasília a sessão do Congresso Nacional, já atingia seu objetivo. Assim os manifestantes, começam a enrolar suas bandeiras e faixas, para dirigir-se as suas casas. O comando do Ato fazia um balanço positivo, desde a paralisação de algumas fabricas e do comercio, até a realização da manifestação. O que precisava colocar em avaliação era a repercussão na campanha a Prefeito do Wilson Cerqueira. Mas isto é assunto para o próximo capitulo.

CONTINUA..............................