sexta-feira, julho 31, 2009

O ENSAIO DO DESVIO DE FOCO


O mês de Julho, o noticiário Nacional, não foi a crise econômica mundial, nem tão pouco o golpe de estado em Honduras, ou a crise do Senado Brasileiro. O campeão das manchetes, reportagens, artigos, foi a Gripe A ou Gripe Suína, para nós pobres mortais, longe das definições cientificas. Alem das informações a cada minuto, de que pessoas eram suspeitas (na grande maioria dos casos), quando ocorria um obtido, era como se estivéssemos em plena epidemia da febre amarela ou da lepra. Gerou-se (e ainda continua), um terror, um pânico, que esta fazendo a industria farmacêutica, a adquirir lucros bem maiores, que nos anos anteriores neste período, em que a gripe comum, requer medicamentos e cuidados. Só para se ter uma idéia, disto, muitas pessoas, andam nas ruas de mascaras, e estão se banhando com Álcool Gel, que diga-se de passagem esta esgotado nas farmácias e super mercados. Agora são as repartições públicas, que adiam a volta as aulas, cancelam espetáculos culturais. Daqui a pouco vão propor toque de recolher, e o isolamento dos suspeitos da infecção, tal qual na obra de Saramago Ensaio da Cegueira.

Vejo exagero e exploração econômica e política, desta epidemia, a qual não nego ser grave. Como é grave a gripe comum, que mata na mesma proporção, coisa do tipo 0.34%, dos contaminados, dados estes do Ministério da Saúde. Enquanto isto, epidemias as quais tínhamos como erradicadas ou controladas no País, continuam com índices alarmantes, como a Tuberculose e a Dengue. Vejo que recursos financeiros estão sendo remetidos, para o combate da Gripe A, que como já disse precisa de cuidados especiais, mas não pode prejudicar o atendimento da Saúde como um todo ou paralizar atividades importantes como a Educação e a Cultura.

Enquanto se faz tempestades e trovoadas, com a nova gripe na mídia e nas ruas, um fato do qual considerado ser gravíssimo para nossa sociedade passou desapercebido, com repercussões apenas no meio de lideranças de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Me refiro aos resultados de uma pesquisa feita pela Secretária Especial de Direitos Humanos do Governo Federal, que projeta um risco de mortes, por homicídio á adolescentes e jovens, na faixa etária de 12 a 18 anos, em 20% desta população, até 2012. Foram 267 municípios pesquisados pelo IHA- Índice de Homicídios na Adolescência- cuja população é acima de 100mil habitantes. Um trabalho sério e confiável, que teve a parceria de instituições entre elas UNICEF. O motivo geral é a violência que cerca nossas cidades, e que tem a juventude como seu principal alvo. Um dado que me espantou é que o garoto ou garota, que se envolve em um universo de marginalidade aos 12 anos, dificilmente chegará a completar 19.

O crime organizado e sua total impunidade é sem dúvida, um dos principais motivos, das mortes precoces. Mas a ausência de políticas públicas, como Educação de qualidade, processos de ressocialização de infratores de forma humana, geração de emprego e renda, constituem outro fator determinante. Enquanto isto políticos e parte do Judiciário tratam a questão propondo Toque de Recolher, diminuição da maioridade penal, medidas como internação nas Febens da vida e por aí afora. Recentemente um debate se instalou em Limeira, que foi o da falta de entretenimento e lazer no município. Boa parte das queixas, são pelo fato do Judiciário estabelecer a lei do silêncio, a clubes e boates, que se localizam em áreas residenciais, hospitalares e outras. E aí a Câmara Municipal, que não deixa de cumprir o seu papel, criou uma comissão para discussão da ausência de espaços de convivência a nossa Juventude. Qual é meu temor, que a conclusão seja combater as decisões judiciais e não discutir políticas públicas de inclusão de nossas crianças, adolescentes e Jovens com cultura, lazer e esportes, sem precisar pagar fortunas, para se divertir. Se isto não bastasse, há duas semanas aconteceu a Conferencia Municipal da Criança e do Adolescente. O Prefeito Silvio Félix, trocou o evento pela inauguração do Museu da Jóia, que longe de mim dizer que não é importante, mas tecer e elaborar políticas de proteção e garantias de direitos a nossas crianças e jovens, é sem dúvida prioridade.

Bom mas, parece que fazer celeuma e terrorismo com a Gripe Suína, é um prato cheio para esconder debaixo do tapete, realidades que ao contrario do vírus A, não são passageiros, são estruturais e se combatem com vontade política. O contrario disto é voltar aos tempos de Ditadura, onde o ufanismo era a bola da vez, ou perseguir os tempos de George W Busch, e fazer terrorismo onde não há necessidade, com intenções claras de um predador do período da Globalização.

PS: Para ler a pesquisa completa da Secretaria Nacional de DH, clique aqui: http://www.mj.gov.br/sedh/documentos/idha.html .

quinta-feira, julho 30, 2009

CONVOCAÇÃO DO GRITO DOS EXCLUÍDOS/2009

A crise mundial é uma realidade dura para a classe trabalhadora. Esta crise econômica, ecológica, política, social e humana implica emdesemprego, achatamento dos salários, redução de direitos trabalhistase degradação do meio ambiente. Longe de ser apenas mais uma crisepassageira, esta revela o esgotamento do modelo capitalista queprivilegia a busca desenfreada do lu cro à custa da miséria da maioriada população. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1bilhão de pessoas passam fome no mundo.
Não dá mais para reduzir as pessoas, de sujeitos de sua própriahistória, a meras marionetes conduzidas pelos interesses do Capital.Não dá mais para transformar direito social em mercadoria,privatizando a saúde, a educação, a habitação e o transporte. Nãopodemos aceitar que somente aqueles que têm dinheiro possam vergarantidas as mínimas condições para se viver com dignidade. A vida do ser humano e do planeta é colocada em último lugar, comorevelam as graves conseqüências ambientais, como a devastação, oaquecimento global e as catástrofes ambientais, que colocam em risco acontinuidade da vida no planeta.
Quais seriam, então, as possíveis soluções para a crise mundial?
Os Estados, comprometidos com os interesses dos ricos, preocupam-seapenas em socorrer as grandes empresas e os banqueiros das falências.O Governo Federal chega até a emprestar ao FMI verbas que deveriam ser aplicadas nas políticas públicas. Ao invés de garantir os direitossociais ao trabalho, moradia, saúde, educação e transporte, o GovernoFederal repassa apenas algumas migalhas para o povo, a partir deprogramas sociais populistas de transferência de renda. Além disso,entrega de bandeja a Amazônia, legitimando a grilagem ilegal, e colocao Exército para garantir as obras de transposição do Rio São Francisco, que prejudicará o meio ambiente e as comunidades ribeirinhas,quilombolas e indígenas.
Com sua política pública a golpe de cassetetes, o Governo Estadual agede maneira violenta contra os movimentos grevistas, tal como no INSS,à exemplo da violência da PM na ocupação da USP de junho deste ano. Damesma forma, a Prefeitura Municipal expulsa pessoas em situação de ruado centro da cidade e agride trabalhadores ambulantes e catadores demateriais recicláveis. Não aceitamos tratar como criminosos aqueles que lu tam a favor dosinteresses da classe trabalhadora!
Qual a situação dos instrumentos de luta da classe trabalhadora?
Enquanto alguns movimentos sociais seguem combativos, fiéis a seupapel histórico na construção de uma nova sociedade, vários outrosforam cooptados para atender aos interesses dos governos eempresários. Ao lado do movimento sindical comprometido com a classe trabalhadora,diversas outras Centrais Sindicais negociam direitos historicamenteconquistados, engrossando o coro de ajuda aos empresários e pendurandona conta dos trabalhadores os efeitos da crise econômica.
Poucos partidos políticos continuam aliados à classe trabalhadora, aopasso que muitos outros que se diziam a favor dos trabalhadores estãovendidos a um sistema político corrupto, além de serem financiadospelo Grande Capital para defender seus interesses.
Qual seria, portanto, a alternativa popular à crise mundial?
A força da transformação está na organização popular! Está na ordem do dia a reorganização das forças de esquerda para ofortalecimento de um projeto popular brasileiro. Neste processo histórico de reorganização é fundamental a participação de movimentossociais ,estudantis, sindicatos, pastorais sociais e partidospolíticos rumo à transformação das estruturas políticas, econômicas esociais.
A transformação está na força de organização da classe trabalhadora emtorno de um sindicalismo independente, combativo e classista; na lutapela estabilidade no emprego e pela redução da jornada de trabalho semredução de salário, na luta pela reestatização da Vale e da Embraer.Homens e mulheres organizados em movimentos sociais que lutem pelaReforma Urbana e Agrária.
Em suma, protagonismo popular na construção de um novo modelo,ecossustentável, com respeito à diversidade cultural, étnica e degênero.. Uma sociedade solidária, democrática e plu ral. Enfim, aúnica forma de organização social justa e igualitária: a sociedadesocial ista.
Vamos todas e todos dar um grande grito contra a exclusão social!
Grito dos Excluídos, participe!!!
7 de Setembro de 2009
8h Missa na Catedral da Sé
9h Concentração na Praça da Sé
10h Saída da Caminhada até o Ipiranga
12h Ato público no Monumento da Independência no Ipiranga
Vida em primeiro lugar, A força da transformação está na organização popular !
José Lucas dos Santos – Secretario. Pastoral Operária Metropolitana de SãoPaulo
Telefone da Sede: 11 3106 5531 11 3106 5531 Telefones: 8790 6149 ou 7392 8164 E-mail: jlucasjr59@yahoo.com.br
COORDENAÇÃO DO GRITO DOS EXCLUÌDOS