sexta-feira, junho 19, 2009

UM POEMA SOBRE (DES)EMPREGO


LEGIÃO

Um oco no coco, lhe deixa borococho
Uma carteira, sem eira nem beira
A idade, não atesta competitividade
Um ato continuo quase sem tato
No banco da praça manco
Não tem ira, ao ver a despensa vazia
O choro do menino, e o seu se esvaindo

Entrava na legião dos SEM
Casa, emprego e dos com
Fome, dividas, miséria.

Até o lock seu cão deu pinote
Não sobrou nem pó de café no pote
A mulher não agüentou a puxada
Fez as malas e levou a filharada
A casa tinha que deixar
Pois não conseguia mais pagar
Os amigos não contava
Sumiram como a poeira da estrada

Entrava na Legião dos
Desiludidos, fudidos,
Humilhados e arrasado

Um vazio
Batia no
estomago
não era
só fome
era dor
uma coisa
o dominava
era escravo
da impotência
nada o
consolava

Entrava na Legião
Dos perdidos, dos
Solitários e mal amados

O que fazer? Como se mover? Porque esta vergonha? Culpa? De que? És velho? Só tem 40? E já não serve? E antes? Ninguém reconhece? Deixou sangue e suor? Também um pedaço do Corpo? Lazer? Não sabe o que é isto? Não tinha tempo pra Sexo? A maquina era sua parceira? E o produto seu orgasmo? Mas valeu a pena? Não pode nem entrar lá para matar saudades? Ganhava pouco? Nunca quis lutar para melhorar de Vida? Estudar? Não pode?.