quinta-feira, dezembro 08, 2005

GIVE PEACE A CHANCE

Só fui entender John Lennon após sua morte. Compreendi que sua opção por um mundo mais limpo e humano, não era uma jogada de marketing, pois com o fim dos Beatlhes, a necessidade de promoção era enorme. Não Lennon não precisava disto, seu talento musical o manteve no topo.

Sempre gostei mais dele do que dos demais for fabulous. Vibrava torcendo para ele, nas brigas com Paul McMacartney na disputa pela liderança da banda mais famosa do mundo. Sempre o considerei o mais criativo de todos de sua geração.

Quando adolescente fiz uma lista com os compositores favoritos, Lennon era o único não brasileiro da relação. Também chiei quando disse que o sonho tinha acabado, ao anunciar sua saída dos Beatlhes. Mas delirei quando ouvi Imagine pela primeira vez.

O primeiro disco solo de John Lennon que ouvi foi a coletânea de Rock In Rool JOHN LENNON - ROCK'N'ROLL, uma homenagem a ídolos e influências do Rock e do Blues dos anos 50, entre eles Jerry Lee Lewis e Litle Richard. Gastei tanto o bolachão carregando-o de um lado para o outro, mostrando aos amigos esta obra prima do Beatlhe de Liverpool, que perdi o LP e hoje tento conseguir uma cópia da obra, que não sei se saiu em CD.

Mas como dizia no inicio do post, compreendo Lennon e sua dedicação a luta pela Paz e contra as Guerras. A vida de John Lennon foi uma barra. Na infância foi abandonado pelo Pai e criado mais pela avó que pela mãe. Vivia em uma cidade operária e pobre, recheada com todos os problemas que a miserabilidade traz. Sua trajetória não foi a toa, ela teve influencias e motivos.

Lennon viveu em uma época privilegiada, rodeado por personalidades de mais alta categoria, de Sartre a Pablo Neruda, de John Ford a Fellini. Uma época de revoluções e mudanças. Revolução cultural e de costumes. Revolução política e econômica. Mitos e tabus caindo um atrás do outro, desafios sendo apresentados, ordens sendo desrespeitadas, conceitos sendo substituídos por novos e assim sucessivamente.

John Lennon fez o que quis, porque tinha prerrogativa para isto, era um cavaleiro andante com poderes para falar da vida e como levará. Poeta do meu tempo, John não devia ter morrido daquele jeito no 08 de dezembro de 1980.

Sua morte ou viagem não deveria ter sido cruel e violenta. Lennon deveria ter uma morte sem dor e exalando perfumes suaves e doces.

O ser humano da contra violência, do dialogo e do Amor, morreu na ponta de uma bala, sem sentido e sem nome, como é a Guerra e o Ódio. Mas a vida é dialética, como afirmou um outro cavaleiro andante e por ser dialética, ela reproduziu milhões de Lennons pelo planeta afora.

Apesar do 11 de setembro, o 08 de Dezembro prevalecerá com o dia em que o poeta da Paz venceu a morte, pois ele vive nas ações pela Paz.