quarta-feira, outubro 11, 2006

ACERTEI


Assisti do inicio ao fim o debate entre os candidatos a Presidência da Republica, na TV Bandeirantes no último domingo. Não vi nenhuma surpresa. Tudo aconteceu como as assessorias das duas campanhas, planejaram ao longo da semana. Alckmin, adotou o estilo boxear para matar. Utilizou de discursos, que já o vinha fazendo no primeiro turno, principalmente depois do escândalo do Dossiê Serra/Sanguessugas. Falou muito pouco de programa de governo. Mesmo do seu em São Paulo não deu muito destaque. Elegeu a discussão da Ética, para atacar o governo Lula e o PT. Alias só atacou, pois em nenhum momento politizou o debate, sobre a profundidade da concepção sobre ética na política. Penso que o picolé de chuchu, presta um desserviço a nação Brasileira, com esta Tonica moralista e conservadora, sobre decência e honestidade com a coisa pública. Alem do que suas gestões no Palácio dos Bandeirantes e a conduta do PSDB no Brasil durante o mandato de FHC, não são exemplos de lisura, transparência e ética, na administração pública. Como um patrão que comunga aos domingos, reza o padre nosso de mãos dadas com o trabalhador da favela e na segunda-feira, explora este mesmo trabalhador, em Geraldo Alckmin, transborda hipocrisia.

Lula me pareceu nos primeiros dois blocos, nervoso e despreparado. Mas foi só uma impressão. A postura do Presidente no inicio do debate, foi estratégico. Como em uma partida de futebol, Lula esperou o adversário tomar a iniciativa e a partir daí contra atacou. Buscou primeiro fazer a discussão de Programa, que para o PT são os quatro anos de gestão. Não tocou nas crises e nos escândalos do governo. Declinou-se sobre este assunto e só respondeu com maior firmeza e autoridade, quando o tucano começou a disparar seus torpedos. Lula desta vez não resumiu a dizer que nada sabia. Foi contundente ou ensaiar que exercer a ética é punir os que a desrespeitam. Foi pro contra ataque varias vezes, ligando o ex governador Paulista a FHC e as políticas neo liberais de seu antecessor. O populismo exarcebado de Lula, e seu despejar de números não agradou. Porem vi um candidato, longe do Luís Inácio dos anos 80, classista e fazendo o divisor de águas. O pragmatismo esta impregnado no Presidente, ganhar a todo custo é mudar de estratégias conforme o vento sopra.

No geral houve, digamos um empate técnico. Nem Lula perdeu os votos que já tinha, nem o Picolé os seus. O debate também não serviu para esclarecer ou contribuir para a consciência política da população. Conceitos, Concepção e Programa, pouco se discutiu. Mas disse antes da primeira pesquisa após o debate, que o evento poderia ajudar os indecisos, a optarem. Penso que o eleitor nesta condição, tinha duas formas de enxergar o debate: 1- Se esperava firmeza no denuncismo, mesmo com arrogância e falta de respeito, então Alckmin seria o escolhido; 2- Mas se o que esta esperando o eleitor indeciso era um mínimo de discussão de Programa de Governo, Lula absorveu este voto.

O anuncio da pesquisa eleitoral do instituto Data Folha, dando ao Presidente Lula uma vantagem de 11% sobre o seu adversário e o fato dos outros institutos estarem sinalizando resultados semelhantes, constata minhas observações e analises. Os eleitores de Lula e do Picolé do primeiro turno, mantiveram-se fies. Porem indecisos e o eleitorado de Heloisa Helena, migram para a candidatura Petista. Minha tese estava correta e acertada também o fato de escrever sobre o debate após a primeira pesquisa ser anunciada.