MINHA MÙSICA PREFERIDA- CONSTRUÇÃO
Demorei para compreender esta canção e sua linguagem, cheia de metáforas e simbolismos. Por ser de Chico Buarque de Holanda e o período em que foi escrita, concluía ser de esquerda e de critica social. Chico para mim é o compositor de seu tempo e do cotidiano. Sua capacidade de compor letras com sentido dialético é de uma genialidade a toda prova. Com esta, Chico encerra de vez uma fase de sua carreira, envolta entre canções líricas e com apelo simples, como A Banda, Carolina, Quem Te viu Quem Te Vê, Sabía, com obras de conteúdo social e político, á destacar: Pedro Pedreiro (Anti Tese de Construção) e Roda Viva.
Com Construção ele inicia a fase com letras engajadas na realidade Brasileira, de um Regime de Repressão e medo. Chico deixa de ser o menino bonito de olhos azuis e passa a ser o Chico Político, contestador, amado pela esquerda e odiado pela direita. Tentando driblar a censura implacável da Ditadura Militar, Francisco Buarque de Holanda, chegou utilizar pseudônimo (Julinho da Adelaide), para ter suas obras veiculadas na mídia. Em uma delas, Jorge Maravilha (1974), Chico provoca um general cuja filha era sua fã.
Construção, traz a História de um operário da industria da Construção Civil, seu dia a dia, ilusões, desilusões, sonhos e sua morte no canteiro de obras. Mas o que mais surpreende na letra, é o jogo de palavras que o compositor utiliza. Escreve como um Fernando Pessoa ou um Camões, tendo a presteza de brincar a sério com a língua Portuguesa. Chico usa e abusa das proparoxítonas, encaixa o Operário nesta forma de criação e discuti a situação do País, neste espetáculo de uso da língua.
Construção ainda é premiada no arranjo. O samba com cara de obra erudita, tem a assinatura do então na época maestro Tropicalista, Rogério Duprat. O bruxo do movimento que lançou Gil, Caetano, Gal, Mutantes e Tom Zé, só para ficar em alguns. O compasso rítmico dado por Duprat, nos faz entrar na canção como em uma ópera ou parte da tragédia cantada por Chico.
A canção é de 1971, há um ano da volta de Chico Buarque de seu exílio “voluntário”, na Itália. È lançada em um disco fantástico, com grandes músicas, quase todas de teor militante e de enfrentamento aos militares e seu regime. Entre as obras primas, há de se destacar: Deus lhe pague, uma espécie de segunda parte de Construção, Samba de Orly, em parceria com Vinicius e Toquinho, canção dos que partiam para o exílio forçado, cotidiano, música que pode ser considerada de teor machista ou de discussão de gênero, e outras como a versão Italiana Minha História, a bela e única lírica Valsinha. Sem medo de errar, Construção pode seguramente figurar entre as 10 ou 20 melhores canções Brasileiras de todos os tempos.
Com Construção ele inicia a fase com letras engajadas na realidade Brasileira, de um Regime de Repressão e medo. Chico deixa de ser o menino bonito de olhos azuis e passa a ser o Chico Político, contestador, amado pela esquerda e odiado pela direita. Tentando driblar a censura implacável da Ditadura Militar, Francisco Buarque de Holanda, chegou utilizar pseudônimo (Julinho da Adelaide), para ter suas obras veiculadas na mídia. Em uma delas, Jorge Maravilha (1974), Chico provoca um general cuja filha era sua fã.
Construção, traz a História de um operário da industria da Construção Civil, seu dia a dia, ilusões, desilusões, sonhos e sua morte no canteiro de obras. Mas o que mais surpreende na letra, é o jogo de palavras que o compositor utiliza. Escreve como um Fernando Pessoa ou um Camões, tendo a presteza de brincar a sério com a língua Portuguesa. Chico usa e abusa das proparoxítonas, encaixa o Operário nesta forma de criação e discuti a situação do País, neste espetáculo de uso da língua.
Construção ainda é premiada no arranjo. O samba com cara de obra erudita, tem a assinatura do então na época maestro Tropicalista, Rogério Duprat. O bruxo do movimento que lançou Gil, Caetano, Gal, Mutantes e Tom Zé, só para ficar em alguns. O compasso rítmico dado por Duprat, nos faz entrar na canção como em uma ópera ou parte da tragédia cantada por Chico.
A canção é de 1971, há um ano da volta de Chico Buarque de seu exílio “voluntário”, na Itália. È lançada em um disco fantástico, com grandes músicas, quase todas de teor militante e de enfrentamento aos militares e seu regime. Entre as obras primas, há de se destacar: Deus lhe pague, uma espécie de segunda parte de Construção, Samba de Orly, em parceria com Vinicius e Toquinho, canção dos que partiam para o exílio forçado, cotidiano, música que pode ser considerada de teor machista ou de discussão de gênero, e outras como a versão Italiana Minha História, a bela e única lírica Valsinha. Sem medo de errar, Construção pode seguramente figurar entre as 10 ou 20 melhores canções Brasileiras de todos os tempos.
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