EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XIX
Eram meados de junho ou julho de 2002, não me lembro, datas não são meu forte. Pedro Collor já tinha botado a boca no trombone. Suplicy, o PT e vários outros Partidários, articulam a CPI, Collor-PC. Brasília começa a fervilhar, o Presidente Collorido, negando as acusações do irmão rebelde, dizendo que era despeito, e aí comete uma vingança destas. Quanto a Paulo César Faria, nosso então chefe do Executivo, disse que não conhecia seu Tesoureiro de campanha, que esteve com ele duas ou três vezes, que há anos não o via. Contradições em pencas. Até que...um certo motorista, de origem simples, com um dos menores salários da Capital Federal.
Eriberto, o homem que falou para o País inteiro, que o Príncipe das Alagoas, mentia, ao dizer que nada tinha a ver com esquemas de corrupção, muito menos com um sujeito careca, de bigodões, responsável por caixa de campanha e por negociatas de contratos e facilidades governamentais. Eriberto rasgou o verbo, falou do milionário Jardim da Casa da Dinda, onde milhões foram investidos, para o deleite da então primeira dama. Começa a cair a mascara do caçador de marajás, que se apresentava agora em público, como um perfeito pacha e rei das mordomias.
O humilde motorista desencadeava, uma verdadeira febre de mobilização popular, que não se via desde as diretas já em 1984. Alguns meses antes, pequenas manifestações vinham sendo organizadas e realizadas. Mas apenas pequenos grupos do PT e da CUT é que acreditavam nisto. Aliás foi a CUT Regional da Grande São Paulo, que em 2001, em seu Congresso deliberou uma Campanha pelo Fora Collor. Portanto foi a primeira instituição, que antes mesmo de toda a esquerda, definia sua agenda de luta. Fora estas iniciativas isoladas, ninguém mais poderia imaginar, que um movimento de proporções de massa, poderia repetir-se em menos de dez anos.
Lembro que assim, que Eriberto, falou na CPI, um comício foi marcado na Histórica Praça da Sé de inúmeras batalhas cívicas e democráticas. Chamada pela Central Única dos Trabalhadores, reuniu um pouco mais de quatro centenas de pessoas. Mas ali já se via, alguns rostos colloridos de verde amarelo, com bandeiras com a inscrição de Fora Collor. Estes rostos, eram de meninos e meninas de no máximo 20 anos. A maioria estudantes secundaristas, organizados pela UBES-União Brasileira de Estudantes Secundaristas- braço da UNE no ensino médio e profissionalizante. Dias depois tomo conhecimento, de que o movimento secundarista, começa a crescer em varias partes do País. Passeatas com milhares, vão tomando ruas, avenidas e praças das principais capitais.
Começo a comparar estes moços e moças, com os de 1968, que com faixas, cartazes, exigiam o fim da ditadura militar. Vestidos com roupas de diversas cores, e com rostos pintados, estes novos manifestantes de inicio dos anos 90, carregavam palavras de ordem sobre ética na política, moralidade com a maquina pública. Mas o som mais ouvido era do Fora Presidente Collor. As multidões vão ganhando, espaço na mídia. Neste momento a toda poderosa Rede Globo, que mantem-se governista até o pescoço, ao contrario da maioria da imprensa falada, televisiva e escrita, coloca no ar a míni série Anos Rebeldes. A novela exibida ás 22hs, conta em capítulos de pouco mais de uma hora diária, os anos de chumbo da ditadura. É a globo tentando resgatar prestigio junto á população, pois até então uma das responsáveis, pela eleição de Fernando Collor, e sustentáculo de seu governo.
Se a série influenciou ou não, aqueles jovens, não sei dizer. Mas que a mesma aguçou as manifestações, há isto sim aconteceu. Ao som de Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, a Juventude organizada pelas entidades estudantis, assume que não é rebelde, talvez nem revolucionária, pois ao invés da musica de protesto Daniela Mercury e o recém Axé Music, davam o tom dos comícios, passeatas e carretas.
Um jovem, Presidente da União Nacional dos Estudantes, surgi como uma nova liderança, da juventude no fim de século. Pelo menos é o que prometia. Lindeberg Faria, militante do PCdoB, era uma rapaz de uns 21 anos na época. Boa oratória, presença física, de impressionar as garotas, comandou os jovens naqueles dias. Era mais um personagem na caminhada do Movimento do Fora Collor. Os políticos ainda resumiam sua atuação á CPI, mas já davam alguns passos, rumo às ruas. A bancada de Collor, desmoronava. Mas o pouco que sobrava, organizava-se. O Deputado Roberto Jefferson, figura que hoje, desencadeou denuncias contra o Governo Lula, era o chefe da tropa de choque do Presidente, que tentava agir para segura-lo no poder. No meio disto tudo estavam às eleições municipais.
CONTINUA.................
Eriberto, o homem que falou para o País inteiro, que o Príncipe das Alagoas, mentia, ao dizer que nada tinha a ver com esquemas de corrupção, muito menos com um sujeito careca, de bigodões, responsável por caixa de campanha e por negociatas de contratos e facilidades governamentais. Eriberto rasgou o verbo, falou do milionário Jardim da Casa da Dinda, onde milhões foram investidos, para o deleite da então primeira dama. Começa a cair a mascara do caçador de marajás, que se apresentava agora em público, como um perfeito pacha e rei das mordomias.
O humilde motorista desencadeava, uma verdadeira febre de mobilização popular, que não se via desde as diretas já em 1984. Alguns meses antes, pequenas manifestações vinham sendo organizadas e realizadas. Mas apenas pequenos grupos do PT e da CUT é que acreditavam nisto. Aliás foi a CUT Regional da Grande São Paulo, que em 2001, em seu Congresso deliberou uma Campanha pelo Fora Collor. Portanto foi a primeira instituição, que antes mesmo de toda a esquerda, definia sua agenda de luta. Fora estas iniciativas isoladas, ninguém mais poderia imaginar, que um movimento de proporções de massa, poderia repetir-se em menos de dez anos.
Lembro que assim, que Eriberto, falou na CPI, um comício foi marcado na Histórica Praça da Sé de inúmeras batalhas cívicas e democráticas. Chamada pela Central Única dos Trabalhadores, reuniu um pouco mais de quatro centenas de pessoas. Mas ali já se via, alguns rostos colloridos de verde amarelo, com bandeiras com a inscrição de Fora Collor. Estes rostos, eram de meninos e meninas de no máximo 20 anos. A maioria estudantes secundaristas, organizados pela UBES-União Brasileira de Estudantes Secundaristas- braço da UNE no ensino médio e profissionalizante. Dias depois tomo conhecimento, de que o movimento secundarista, começa a crescer em varias partes do País. Passeatas com milhares, vão tomando ruas, avenidas e praças das principais capitais.
Começo a comparar estes moços e moças, com os de 1968, que com faixas, cartazes, exigiam o fim da ditadura militar. Vestidos com roupas de diversas cores, e com rostos pintados, estes novos manifestantes de inicio dos anos 90, carregavam palavras de ordem sobre ética na política, moralidade com a maquina pública. Mas o som mais ouvido era do Fora Presidente Collor. As multidões vão ganhando, espaço na mídia. Neste momento a toda poderosa Rede Globo, que mantem-se governista até o pescoço, ao contrario da maioria da imprensa falada, televisiva e escrita, coloca no ar a míni série Anos Rebeldes. A novela exibida ás 22hs, conta em capítulos de pouco mais de uma hora diária, os anos de chumbo da ditadura. É a globo tentando resgatar prestigio junto á população, pois até então uma das responsáveis, pela eleição de Fernando Collor, e sustentáculo de seu governo.
Se a série influenciou ou não, aqueles jovens, não sei dizer. Mas que a mesma aguçou as manifestações, há isto sim aconteceu. Ao som de Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, a Juventude organizada pelas entidades estudantis, assume que não é rebelde, talvez nem revolucionária, pois ao invés da musica de protesto Daniela Mercury e o recém Axé Music, davam o tom dos comícios, passeatas e carretas.
Um jovem, Presidente da União Nacional dos Estudantes, surgi como uma nova liderança, da juventude no fim de século. Pelo menos é o que prometia. Lindeberg Faria, militante do PCdoB, era uma rapaz de uns 21 anos na época. Boa oratória, presença física, de impressionar as garotas, comandou os jovens naqueles dias. Era mais um personagem na caminhada do Movimento do Fora Collor. Os políticos ainda resumiam sua atuação á CPI, mas já davam alguns passos, rumo às ruas. A bancada de Collor, desmoronava. Mas o pouco que sobrava, organizava-se. O Deputado Roberto Jefferson, figura que hoje, desencadeou denuncias contra o Governo Lula, era o chefe da tropa de choque do Presidente, que tentava agir para segura-lo no poder. No meio disto tudo estavam às eleições municipais.
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