sexta-feira, setembro 23, 2005

DO LUTO À LUTA: ESPETÀCULO DE LIBERDADE

Ontem assisti em companhia do Vereador José Carlos Pinto, o filme "Do Luto á Luta", no CESET/UNICAMP. O filme documentário de Evaldo Mocarzel retrata o universo das pessoas atingidas pela Síndrome de Down, um problema genético que só no Brasil, atinge no nascimento, cerca de 8mil bebês.

O Filme fez parte de uma programação, organizada pelo Professor Joaquim Lazari, portador de deficiência física e presidente da AINDA- Associação Integrada dos deficientes e amigos- para refletir sobre a questão da deficiência na sociedade brasileira.

Confesso que chorei, grande parte do filme. Ele é emocionante, vibrante e faz com que não retiremos os olhos da tela nem por um minuto. Não é piegas e muito menos apela para caridade ou sentimento de piedade.

Penetrando de cabeça, no mundo dos homens e mulheres de Down, Mocarzel, ele pai de uma menina (linda) que possuí a síndrome, desnudou este universo, ao qual a sociedade que estimula a competição e o consumo, procura excluir, por intermédio da discriminação,preconceito e da ausência de políticas públicas, inerente a toda pessoa que sofre com alguma forma de deficiência.

Na película de 75 minutos de duração, quem protagoniza a História que é contada, são os próprios portadores, suas famílias e pessoas que com eles convivem ao longo do cotidiano.

As primeiras cenas mostram o nascimento e as dificuldades dos pais em aceitar a realidade de conviver com filhos com cuidados e necessidade especiais. Há relatos chocantes e hilários. Depois caminha para infância, adolescência e juventude. Depois a fase adulta com sonhos e aspirações sendo realizadas ou não.

O filme é belo e bom, suscita o diabo do preconceito, matando-o com esperança e muita luta.

Filme propicio não só para sensibilizar os que ficam em casa a espera de milagres, mas para animar a todos a organizarem para cobrar políticas públicas para o acesso das pessoas, não só os de Down e não só os que possuem deficiência mas o negro, a mulher, o homossexual, enfim os excluídos da sociedade de barbies de fancaria, como afirma Rita Lee.

O filme dividiu o premio especial do Júri no Festival de Gramado, como outro filme do "Bem", como se convencionou chamar: "Doutores da Alegria". Recomendo porque este é MASSA, como diz o surfista de Down no documentário.

2 Comments:

Blogger alexmrosa said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

setembro 25, 2005 9:58 PM  
Blogger alexmrosa said...

Caro Janjão,

não assisti esse filme, vi somente um trailer. assistirei assim que possível.

ainda sobre filmes, recomendo outro: Os Educadores.

Para pensar na questão da ética, desigualdade social, socialismo e revolução.

abraço,
Alex.

setembro 25, 2005 9:59 PM  

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