quinta-feira, setembro 22, 2005

ENSINAR A PESCAR: PERIGO PARA A BURGUESIA

A uma diferença de entendimento sobre solidariedade, entre a esquerda e a direita.

Primeiro para a esquerda e os libertários, solidariedade é estender a mão ao mais fraco e estar ao seu lado. Solidariedade é enxergar as raízes do problema e ajudar a combate-lo. Solidariedade é evitar que o outro seja explorado e por conseguinte você mesmo. Solidariedade se pratica no cotidiano e não se espera recompensa pessoal em troca.

A direita e os conservadores, divagam e vociferam esta palavra sem dela nada entender ou se a entendem não a aceitam. Para promoções pessoais e propagação de uma concepção de dominação, a Burguesia gosta de fazer caridade, distribuindo pão de vez em quando, sem ao menos ensinar a ganhar e a fazer este pão.

A hipocrisia é tanta, que regozijam-se de distribuir migalhas, que não matam a fome, nem acabam com a miséria.

Lembro de Herbert de Souza, o Betinho, quando lançou as campanhas de combate a fome. Sua intenção não era a de realizar promoções assintencias que distribuíssem cestas básicas e sim no primeiro momento dar conta da necessidade de ter o que comer, para depois cobrar das autoridades e da própria Bu8rguesia suas responsabilidades, pela multidão de famélicos.

A segunda parte de seu projeto não foi encampado pelas elites e pelos governantes, justamente porque pressupunha questionar as estruturas de dominação que geram a pobreza.

O governo Lula, tinha também boas intenções, como o fome zero, mas perderam-se em uma política de subordinação aos bancos internacionais que não permitem, que aja investimentos na área social. Enquanto isto a legião de miseráveis, aumenta a cada dia e a confraria dos que tem muito, vai aumentando lucros e fortuna.

A Solidariedade é um principio ético muito caro, para ficar sendo utilizado por políticos que não tem nenhum objetivo em promover o fim da miséria, pois dela vivem.

Saudades de Dom Helder Câmara que dedicou toda sua vida, procurando ensinar a pescar e denunciando os propagadores da miséria e seus produtores. Uma frase de Dom Helder ilustra bem esta questão " Quando dou pão aos pobres me chamam de cristão. Mas quando denunciam a pobreza, me chamam de COMUNISTA".