terça-feira, abril 17, 2007

UM CONTO QUASE ERÓTICO

MENINA DA CACHOEIRA- PARTE II OU QUANDO CARLÃO SEGUE L

Carlão era um homem de uns 32 anos ou até um pouco menos. Aparentava mais, pois a vida de sacrifícios e privações, não lhe dava tempo para cuidar do corpo, muito menos da mente. Naqueles anos de mil novecentos e sessenta, a vida era muito dura. A vila Alegre, localizava-se muito distante do centro de Limeira. Não havia transporte coletivo. Para ir até a cidade, como os peões, definiam o centro comercial, ou a cavalo ou a pé. Com exceção dos donos da Fazenda Aliança, ninguém mais possuía automóvel. Alem do mais, outra dificuldade era o trabalho. Quase todos da vila, dependiam das roças, dos pomares e dos cavalos e bois da Fazenda. Poucas pessoas, conheciam alem dos limites da vila, que ficava entre a novíssima Rodovia Anhanguera e a Avenida Campinas. Mesmo assim estrada para se chegar até a avenida Campinas, só de terra e um pedaço de paralelepípedo, a rua Pedro Elias.

Carlão era um dos residentes em Alegre que não conhecia o restante da cidade. Assim não foi a escola. Aprendeu a ler seu nome apenas, bem como a escreve-lo. Ao contrario, L era filha de um capataz da Fazenda, seu Totonho, que tinha um bom salário e com isto fez com as filhas(ele só tinha mulheres), freqüentassem a escola na cidade. L ia de charrete até o Grupo Prada, há mais de 6kilometros de casa e depois do primário, cursou o ginasial no Castelo Branco. Era bilíngüe e conhecia toda a moda francesa e européia, claro pelas revistas Cruzeiro e Manchete. Nosso mestiço, male má conhecia o pomar dos Loilolas, no lado esquerdo da Anhanguera. As moda, só de viola, quando havia rodada na Fazenda. Gostava muito, pois era uma forma de beliscar uma filha de peão ou as empregadas da casa dos patrões.

L era uma garota cheia de energia. Fazia tipo de beata de altar, mas adorava azarar a vida dos meninos que só de verem seus joelhinhos, já se molhavam todos. Seu poder de sedução era enorme. Mas apesar de letrada, de ter acesso a informações, desconhecia a vida, seus percalços, surpresas e armadilhas. Era até um pouco ingênua. Embora as vezes mostrava sua versão mulher má e fatal, porta de cadeia, como se diz hoje em dia.

Carlão não esquecia aquele pequena. Estava injuriado só de vê-la passar pelo bar das Piranhas, toda tarde. Precisava fazer algo. Tinha que conhecer aquele pedaço de carne humana branca. Dizer que tava com tesão, nunca sentido antes. Tinha certeza de que não era uma vontade de sexo. Não tinha nada haver com resolver uma necessidade orgânica para ele. Era mais que isto. Não conseguia parar de imaginar o cuzinho cor de rosa, apertadinho e fechado.

Era uma terça-feira. L chegou em casa disse para sua mãe, que ia a igreja, lavar o santuário junto com as filhas de Maria. A mãe mais uma vez inocente consentiu o passeio religioso. A menina, saiu do quarto com a sacolinha de missa de todos os dias. Tinha de tudo lá, menos é claro, apetrechos eclesiásticos, como pensava sua mamãe. Maio, estilo Marilyn Monroe, xampu em pasta e uma novidade daqueles tempos: Baton para os lábios ficarem vermelhos e em demasiado carnudos. Escondeu tudo na sacola, colocou o vestidinho preto e o véu branco sobre a cabeça. Para o disfarce colar, não se esqueceu do terçinho e do livro dos mistérios. Os carregava na mão direita. Andou alguns quarteirões no sentido do Santuário de Santa Luzia, até uma distancia que sua mãe já não podia mais alcança-la com os olhos. Tomou então outro rumo, o da Cachoeiras passando pelo Bar das Piranhas.

Lá estava Carlão, que a enxergou há uns 500 metros da porta do bar. Seu coração disparou e o pênis duro, queria saltar das calças, rumo a bundinha arredondada e rebitada de L.

L passou. Carlão, posicionou-se na calçada de terra do bar, como fazia sempre para admirar a garota. Mas este dia era diferente dos outros. Algo era diferente, uma sensação de caminhar rumo ao local onde ia a menina dos cabelos loiros, era muito forte. Não demorou. Disse para os amigos que talvez volta-se.

Seguiu L.................Continua.