segunda-feira, setembro 10, 2007

METALÚRGICOS CINCO

Amanhã terá inicio as eleições para a renovação da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região. Sete mil metalúrgicos sócios da entidade, terão três dias para escolher sua nova direção. Tudo indica, que no voto a Chapa Um da esquerda da CUT e do PT, vença com tranqüilidade e muita facilidade no voto. A categoria já deu mostras de que não quer em hipótese alguma uma volta ao passado, mais precisamente, período anterior a 1986, quando o peleguismo reinou, desde o golpe de 1964. Á única preocupação, tem sido a violência praticada pela chapa de oposição e a tentativa de interromper o processo via judicial. Do resto, os trabalhadores optaram em permanecer no caminho da construção de um Sindicato de luta e de organização. A categoria aprendeu que o sindicalismo tem que ser de classe, independente de patrões e de governos. A aventura capitaneada por meia dúzia de patrões, outra meia de sindicalistas de direita e com um apoio covarde de alguns políticos, foi no decorrer de uma campanha longa e estafante, rejeitada pela categoria. Manifestações de repudio, foi o que a direita sindical encontrou nas fabricas de Limeira e região.

A lógica é a vitória da esquerda. Rumores nos meios políticos e até na imprensa dão conta, de que o melhor será que as coisas permaneçam com estão, mesmo que isto não agrade a Burguesia. Não há condições objetivas para derrotar os vinte e um anos de sindicalismo combativo e classista.

Mas é preciso tirar lições destas eleições. Ninguém enfrenta uma muralha se ela não estiver ao menos apresentando rasuras e rachaduras. A um outro ditado popular ilustrativo: ninguém bate em cachorro morto ou magro. A direita se animou, para aventurar-se em criar uma oposição no maior Sindicato da cidade. Não se trata de uma revanche, dos Sindicato dos Motoristas, por recentemente terem sua base dividida, pela esquerda, com o apoio irrestrito e transparente, do Sindicato dos Metalúrgicos. É mais do que isto. Nenhum patrão investe dinheiro e influencia, sabendo que ira perder até de forma acachapante.

Temos procurado desenvolver ao relatar a História recente dos Metalúrgicos de Limeira, teses que possam explicar os Ascensos e descensos da esquerda a frente daquela entidade. Os anos noventa, iniciados no capitulo anterior, foram muito caros para a classe trabalhadora. A recessão trouxe o desemprego estrutural, cíclico e não conjuntural. Tal sintoma aliado com o avanço do projeto Neo Liberal, de automatização do chão de fabrica, causou ao sindicalismo combativo um estrago enorme em sua forma e pratica sindical. Para quem estava acostumado, a política da porta da fabrica e não se preparou para ter sustentação alem do portão e de preferência no interior do local de trabalho, sentiu o peso de não conseguir mais ouvir as vozes das fabricas ou elas ouvirem a fala dos dirigentes.

Tal quadro colocou, a imensa maioria dos Sindicatos, de volta para seus aparelhos e maquinas e lá ressuscitarem as lutas internas e intestinas, que constantemente eram abafadas pelas lutas contra a burguesia. Nos noventa do século passado, os sindicalistas de esquerda, diminuíram as idas as portas de fabricas, quase não tinham programas de formação e nem pensavam em programas de organização no chão de fabrica. Aumentou-se e proliferou-se os sindicalistas de gabinete, com hora marcada para entrar e sair da entidade. Os dirigentes que dão maior valor a pasta nova que comprou e os passeios com o novo carro do sindicato. O discurso continua revolucionário, mas a pratica, esqueceu da solidariedade, da humildade de classe. Ética, apenas como retórica e assunto para congressos.

Talvez a Burguesia tenha percebido este refluxo e se motivado. Mas errou na analise completa.

Continuo no próximo Capitulo..............................