quarta-feira, outubro 05, 2005

A BALA E A VIDA I- VOTE 2 NO REFERENDO

Preguinho herdou este apelido de seu Pai, o Pregão. Desde menino era afeito a estripulias, brigas na rua, pequenos furtos, na vizinhança.

Família pobre desestrutura rápido e aliado às péssimas condições sócio econômicas do País, é difícil segurar um garoto, que fica encantado com as coisas do mundo. Já cedo, aos 12 ou 13 anos, Preguinho , fumava maconha o dia inteiro. Enchia a cara de cachaça. Para drogas pesadas foi um pulo. Trabalho, só de vender erva e pó.

A primeira arma foi comprada com dois cigarrinhos de maconha e com ela fez o primeiro grande assalto: uma loja de sapatos queria um tênis de marca. A primeira prisão teve como responsável meio saco de pó, umas 30 gramas. Viu o céu nascer quadrado, apanhou feito gente grande e só tinha 14 anos.

A segunda arma já era mais sofisticada e custou mais, teve que pagar carregando 2kilos de pó até o litoral. Com ela assaltou dois bancos e feriu sua primeira vitima. Estava com 14 anos e meio. Teve que ficar escondido por uns 3meses em Santa Catarina. Lá fez sexo pela primeira vez, com uma garota de 16 anos, linda, branca como leite, mas que quase foi à overdose, ingerindo na veia.

Voltou do sul e virou chefe do pedaço. Não era mais mula, nem recebia merreca, ou era escalado para ações pequenas. Conheceu o chefe do PCC, da cidade. Começou a esquematizar esquemas, mais pesados e com a alta sociedade.

Ganhou de presente uma automática, sua terceira e última arma. Foi no dia do 15º aniversário. Preguinho não via o pai à quase hum ano, desde que resolveu dedicar-se a profissão de traficante. Antes da tragédia, parece que ele estava prevendo tal coisa, quis ver Pai e Mãe.

Mas não pode, eles não estavam mais lá. Pregão tinha subido aos céus, após um derrame, precedido de um enfarto, dias depois que serrotinho escapoliu com o crime.

A Mãe, desgostosa, vendeu a casa e foi viver em um asilo, já que os outros filhos não mais a queriam. Parece que o destino estava para acertar as contas com o neguinho do barulho. O lance era mais que um assalto. O pacote todo era matar um figurão, que chefiada a venda de armas na cidade e surrupiar milhões em metrancas e notas. Mas deu tudo errado. Era uma cilada.
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O tal chefão armou pro Prego. Ao chegar ao local, não deu tempo pra nada. Os "soldados" que o acompanhavam disseram: Vá chupar prego no inferno. Preguinho morreu grudado com sua automática e assim foi enterrado. Ele tinha 15 anos e algumas horas.