EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XI
O ano de 1990, começa agitadíssimo. No campo pessoal, iniciou minha trajetória profissional e política, que vai durar, 12 anos sem trabalhar em Limeira. Começo uma carreira á qual exerço até hoje. Á assessoria política, tive como primeira experiência ainda no Sindicato dos Metalúrgicos, embora por falta de compreensão no mínimo, nunca tive o tratamento de assessor, no Maximo um secretário executivo. Mas valeu, pois tive a oportunidade de aprender muito, sobre o movimento sindical Brasileiro, daquela maravilhosa década, que foi a dos anos 80 do século passado, alem é claro, de amadurecer minha consciência de classe e de ter contato com o mundo. Devo muito aos companheiros de Limeira, e em particular aos Metalúrgicos, daquele tempo, por me proporcionar um vasto e possibilidades de conhecimento.
Porem um novo ciclo pessoal iniciava-se e eu me encontrava em uma cidade á qual conhecia pouco, tinha poucos amigos e iria trabalhar com um universo de pessoas das quais conhecia muito pouco, sua realidade. Sempre gostei de Campinas. Tinha naqueles tempos, idéia de viver toda a minha vida naquele município. Pretendia aproveitar o vôo profissional, e estudar, questão que infelizmente não consegui, por erros e relaxos próprios. Fui assessorar a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, que um ano antes tinha vencido por um voto, a chapa bancada pela Articulação Sindical, majoritária na CUT, até hoje. Contribuí com a vitória, preparando os mesários e fiscais daquele pleito. De cara pude constatar que tinha pela frente enormes desafios em todos os sentidos.
Outro fato que agitava, os primeiros meses do ano, eram as avaliações internas do Partido dos Trabalhadores, após a derrota de LULA para Collor no segundo turno. As esquerdas Petistas, defendiam que o quase lá, foi a vitória das classes populares e democráticas, que com os quase 35milhões de votos, dividia o País ao meio. Para isto era preciso capitalizar este resultado, para o enfrentamento ao Governo Collor e ao Projeto Neo Liberal, ainda incompreensível para a maioria das lideranças. A esquerda do PT, defendia o terceiro turno, a extensão das vitoriosas lutas dos anos 80, colocando a massa na rua, exigindo mudanças significativas no País. Luís Inácio cumpriria o papel de comandar estes movimentos de mobilização, por terra, emprego, salário. Era pregar na pratica o Programa do PT de 89, mais ousado e socialista. Naquele momento, meados de janeiro, não se pensava no processo eleitoral, de outubro, para os Parlamentos e Governos do Estado. A expectativa era se organizar e fortalecer as lutas contra o governo da Burguesia que tomaria posse em 1º de Março.
Mas as esquerdas começam a sentir a mão dos reformistas, do PT. Primeiro havia a proposta, de realiza-se naquele ano o 1º Congresso do Partido, que teria a missão de pensar um projeto de País e de Revolução. Um Congresso que pude-se estruturar o PT, rumo a sua tarefa de conduzir a classe a lutas contra o Capital. Derrotada, a esquerda ainda muito forte no Partido, representava, entre 45 a 48% da agremiação, viu a direita partidária, aprovar a realização do fórum congressual só em 1991. Á alegação é de que não havia elementos conjunturais e estruturais para analisar o novo governo, ainda era prematuro, alem é claro de ser um ano eleitoral. No fundo as forças majoritárias, não queriam que o debate da queda do Socialismo do Leste, suas influencias e conseqüências no PT, fossem colocadas no debate. Segundo, uma nova concepção de fazer política partidária estava em gestação, no interior da direita do PT. O Congresso poderia interromper a conclusão deste processo ou até implodir o Partido em uma luta interna que faria as esquerdas faturarem em cima.
Esta gestação de uma política reformista, burocrática e institucional, começamos sentir alguns anos antes, que falaremos em outro texto e oportunidade. Mas naquele 1990, presenciamos ex lideranças de esquerda, como José Genoino Neto, Tarso Genro e outros, publicarem textos e artigos, onde abandonam francamente e descaradamente o discurso de lutas de classe e de visão da divisão de classes. Genoino protagonizou naqueles dias do primeiro semestre do ano, dois episódios importantes. O primeiro em declarações e artigos na grande imprensa, onde ele abandona o tom “radical”, de um ex Guerrilheiro e integrante de organizações clandestinas (mesmo nos da redemocratização Genoino, era líder do PRC- Partido da Revolução Comunista- um minúsculo Partido, que organizava-se no PT, convencionou-se chama-los de Partido dentro do Partido) e afirma que a Democracia é um valor universal e que o convívio entre os diferentes se faz necessário. Em uma das matérias sobre o assunto, o então deputado federal, aparece abraçado com o então deputado Jarbas Passarinho, militar e ex ministro dos governos da ditadura e algoz de muitos militantes do período. A foto com Passarinho, simbolizava o discurso de que não há motivos para luta de classes, pois a sociedade estava apenas com algumas divergências e que a democracia (Burguesa), seria capaz de buscar o consenso.
Aliado a esta formulação política, as alternativas de priorizar a luta eleitoral e institucional, tomavam corpo no interior do Partido. Outra indefinição dizia respeito ao futuro de LULA. Após a derrota, nossa principal liderança, parece que caiu em um depressão. Falou-se até que LULA, estaria disposto a abandonar a vida pública. Desgastes pessoais e políticos, teriam derrubado Luís Inácio.
Mas a expectativa do País, estava voltada para a posse de Fernando Collor. Mas isto no próximo texto.
CONTINUA.....
Porem um novo ciclo pessoal iniciava-se e eu me encontrava em uma cidade á qual conhecia pouco, tinha poucos amigos e iria trabalhar com um universo de pessoas das quais conhecia muito pouco, sua realidade. Sempre gostei de Campinas. Tinha naqueles tempos, idéia de viver toda a minha vida naquele município. Pretendia aproveitar o vôo profissional, e estudar, questão que infelizmente não consegui, por erros e relaxos próprios. Fui assessorar a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, que um ano antes tinha vencido por um voto, a chapa bancada pela Articulação Sindical, majoritária na CUT, até hoje. Contribuí com a vitória, preparando os mesários e fiscais daquele pleito. De cara pude constatar que tinha pela frente enormes desafios em todos os sentidos.
Outro fato que agitava, os primeiros meses do ano, eram as avaliações internas do Partido dos Trabalhadores, após a derrota de LULA para Collor no segundo turno. As esquerdas Petistas, defendiam que o quase lá, foi a vitória das classes populares e democráticas, que com os quase 35milhões de votos, dividia o País ao meio. Para isto era preciso capitalizar este resultado, para o enfrentamento ao Governo Collor e ao Projeto Neo Liberal, ainda incompreensível para a maioria das lideranças. A esquerda do PT, defendia o terceiro turno, a extensão das vitoriosas lutas dos anos 80, colocando a massa na rua, exigindo mudanças significativas no País. Luís Inácio cumpriria o papel de comandar estes movimentos de mobilização, por terra, emprego, salário. Era pregar na pratica o Programa do PT de 89, mais ousado e socialista. Naquele momento, meados de janeiro, não se pensava no processo eleitoral, de outubro, para os Parlamentos e Governos do Estado. A expectativa era se organizar e fortalecer as lutas contra o governo da Burguesia que tomaria posse em 1º de Março.
Mas as esquerdas começam a sentir a mão dos reformistas, do PT. Primeiro havia a proposta, de realiza-se naquele ano o 1º Congresso do Partido, que teria a missão de pensar um projeto de País e de Revolução. Um Congresso que pude-se estruturar o PT, rumo a sua tarefa de conduzir a classe a lutas contra o Capital. Derrotada, a esquerda ainda muito forte no Partido, representava, entre 45 a 48% da agremiação, viu a direita partidária, aprovar a realização do fórum congressual só em 1991. Á alegação é de que não havia elementos conjunturais e estruturais para analisar o novo governo, ainda era prematuro, alem é claro de ser um ano eleitoral. No fundo as forças majoritárias, não queriam que o debate da queda do Socialismo do Leste, suas influencias e conseqüências no PT, fossem colocadas no debate. Segundo, uma nova concepção de fazer política partidária estava em gestação, no interior da direita do PT. O Congresso poderia interromper a conclusão deste processo ou até implodir o Partido em uma luta interna que faria as esquerdas faturarem em cima.
Esta gestação de uma política reformista, burocrática e institucional, começamos sentir alguns anos antes, que falaremos em outro texto e oportunidade. Mas naquele 1990, presenciamos ex lideranças de esquerda, como José Genoino Neto, Tarso Genro e outros, publicarem textos e artigos, onde abandonam francamente e descaradamente o discurso de lutas de classe e de visão da divisão de classes. Genoino protagonizou naqueles dias do primeiro semestre do ano, dois episódios importantes. O primeiro em declarações e artigos na grande imprensa, onde ele abandona o tom “radical”, de um ex Guerrilheiro e integrante de organizações clandestinas (mesmo nos da redemocratização Genoino, era líder do PRC- Partido da Revolução Comunista- um minúsculo Partido, que organizava-se no PT, convencionou-se chama-los de Partido dentro do Partido) e afirma que a Democracia é um valor universal e que o convívio entre os diferentes se faz necessário. Em uma das matérias sobre o assunto, o então deputado federal, aparece abraçado com o então deputado Jarbas Passarinho, militar e ex ministro dos governos da ditadura e algoz de muitos militantes do período. A foto com Passarinho, simbolizava o discurso de que não há motivos para luta de classes, pois a sociedade estava apenas com algumas divergências e que a democracia (Burguesa), seria capaz de buscar o consenso.
Aliado a esta formulação política, as alternativas de priorizar a luta eleitoral e institucional, tomavam corpo no interior do Partido. Outra indefinição dizia respeito ao futuro de LULA. Após a derrota, nossa principal liderança, parece que caiu em um depressão. Falou-se até que LULA, estaria disposto a abandonar a vida pública. Desgastes pessoais e políticos, teriam derrubado Luís Inácio.
Mas a expectativa do País, estava voltada para a posse de Fernando Collor. Mas isto no próximo texto.
CONTINUA.....
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