quinta-feira, agosto 31, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XV


O Deputado Alcides Bianchi, foi eleito 3º suplente em 1986. Com a vitória do PT em varias Prefeituras em 1988, varias vagas foram abertas na Assembléia Legislativa e o metalúrgico Bianchi assume uma cadeira. Nós aqui em Limeira, apoiamos Alcides, na dobrada com Lula. Os dois anos como Deputado Estadual, Bianchi fez um mandato de presença constante nas lutas dos movimentos populares e sindical. Era nosso candidato natural naquele ano de 1990, em uma dobrada com o igualmente Metalúrgico, Durval de Carvalho, Presidente do Sindicato da Categoria em Campinas. Os dois remanescentes da oposição sindical metalúrgica, que derrubou o peleguismo de Cid Ferreira, encastelado no prédio da Dr. Quirino, há mais de 20 anos.

Era para todos nós a dupla perfeita, para representar naquele momento a tendência recém formada “O Fórum do Interior”, que congregava, militantes de vários movimentos, popular, pastorais, sindical e de diversas cidades do Estado de São Paulo. Nascia ali a tese de que este grupo, de pessoas, necessitava ter vozes no legislativo, com o intuito de defesa de uma concepção partidária baseada na ética na política, na construção do socialismo na luta e na organização da classe trabalhadora. Fiz parte da primeira coordenação do FI, representando Limeira. Oficialmente a corrente foi apresentada ao conjunto do Partidário, no 1º Encontro do Interior realizado, naquele principio de segundo semestre de 90, se não me engano, mês de Julho.

O momento de definição de candidaturas, estava aberta. Para o Senado, Eduardo Suplicy, então Vereador da Capital, foi o escolhido. Para o governo do Estado, Plínio de Arruda Sampaio, hoje no PSOL e a época Deputado Federal Constituinte. Faltava para nós do Fórum do Interior, fechar a dobrada, que disputaria, aquelas eleições. Reuniões nas cidades, foram feitas, para as definições. A decisão final se daria em uma Plenária geral na cidade de Campinas. Nossa surpresa é que ao chegarmos á Plenária, soubemos que Alcides Bianchi, teria desistido da candidatura. Situação que não foi devidamente esclarecida até hoje. O núcleo da tendência campineira, indicou o nome do então assessor do Sindicato dos Metalúrgicos, o Filosofo Renato Simões. Houve no interior da nova tendência do PT, um certo desconforto, não com a substituição, mas com a renuncia de Bianchi, nunca esclarecida. Mas a vida continua e tínhamos uma eleição para disputar.

A Conjuntura nacional se desenhava, de tempos dificieis. Após os primeiros meses de convivência com o Plano de Estabilização de Collor, que confiscou as poupanças da classe média e do Trabalhador Brasileiro, o País vivia, naquele segundo semestre do ano, em compasso de expectativa, quanto aos desdobramentos das medidas tomadas pelo príncipe de Alagoas. Já anunciava-se ainda timidamente, esquemas de favorecimento a políticos da já denominada República de Maceió ou de Alagoas. Alem disto alguns escândalos da Republica, no campo das relações amorosas, chamavam mais a atenção dos noticiários, que os rumores, de que PC Farias agia no sub mundo, do Planalto Central. Ou as trapalhadas, do Ministro do Trabalho de Collor, o arqui Pelego do Sindicalismo de Resultados, Rogério Magri, que cunhou expressões inimagináveis, como o imexivel. Para terminar as banalidades, de um governo medíocre, o assessor de imprensa do governo, Cláudio Humberto, mostrava ao País que uma cavalo bravo era mais educado e fino que ele no trato com as pessoas.

A campanha eleitoral de 1990, foi morna, chata e sem vida. O PT ainda vivia a ressaca de 89, e os desdobramentos daquela derrota. A decisão de Lula de não concorrer a nenhum cargo eletivo, foi um balde de água fria, para a militância, que acreditava, que podíamos iniciar com aquele processo o terceiro turno, fortalecer o Partido com a Eleição de Deputados, Senadores e Governadores e acumular para 1994.

A esquerda e o PT em especial, foram mal naquele processo. Não elegemos nenhum governador, embora nossas bancadas no Congresso e nas Assembléias Legislativas, cresceram. Suplicy venceu para o Senado em uma disputa acirrada com o apresentador de TV Collorido e Malufista, Antonio Ferreira Neto (PDS). A diferença foi de míseros 400mil votos. Plínio Arruda ficou em 4º lugar no primeiro turno, em uma eleição em que a surpresa foi o secretário de segurança pública do então governador Orestes Quércia, Antonio Fleury Filho, que desbancou o Senador Mario Covas(PSDB), no posto de desafiante de Paulo Salim Maluf no 2º Turno. Não só passou para a reta final, como todo mundo, inclusive setores do PT, que com o discurso de que para vencer Maluf vale tudo, pois ele é o mal maior, como venceu o processo eleitoral, consistindo em uma das maiores zebras eleitorais dos últimos anos.

Collor não se empenhou muito neste processo. Acreditava que a força do governo era capaz de fazer maioria no Congresso.

Já os candidatos do Fórum do Interior, fizeram uma campanha razoável, errada na tática que fechou para alianças eleitorais para ampliação de votos.

1990, fecha com as eleições. Eu estava em Campinas, fiz campanha para Renato e Durval, sem muito empenho, pois priorizava o Sindicato. Fechei o ano com muita saudade de minha terra Limeira e de meu Amor, Nadir.

CONTINUA...............