quarta-feira, agosto 23, 2006

INTOLERÂNCIA, A SÉRIE

Os últimos dias tem sido de um festival de xenofobia, de dar inveja, á Nazistas, Fascistas, ao Presidente George Busch e é claro aos governantes de Israel. Não sei o que é pior, o tal racismo e separatismo, descarado dos Israelitas, ou a famigerada “Democracia Racial”, Brasileira.

Na semana passada, recebemos no gabinete do Vereador José Carlos Pinto, uma carta, com remetente, assinando Z.A.C, talvez iniciais do nome, e com endereço R: Santa Cruz nº.134- Centro Limeira. A missiva tinha como saudação inicial a frase: Prezados Amigos Limeirenses e Irmandade. Ao ler esta frase, concluí que o mesmo se dirigia a quem nasceu em Limeira e a irmãos. Resta saber se são manos de sangue, de credo religioso, de seitas ou grupos políticos, que se tratam com esta expressão. A referida é um amontoado de bobagens e um desfilar de ódio e preconceito, aos que na ex Terra da Laranja, não nasceram, a escolheram para viver.

O sujeito, o tal Z.A.C. afirma que por um descuido dos “Limeirenses Natos” e das “Irmandades” da cidade, Limeira começou a viver um pesadelo a partir de 1983, quando pessoas inadequadas começaram a dirigir o município e aí responsabiliza os novos governantes e os forasteiros, pelos enormes problemas sociais que foram surgindo. Os de fora, citados pelo sujeito, são Brasileiros, que vieram do Paraná, de Minas Geraes, Pernambuco, Ceará, Bahia e outros. Após tecer criticas ao ex Prefeito Jurandir Paixão (o qual ele não cita o nome da carta), o culpando pelo que ele chama de causador da vinda dos Forasteiros, o Z.A.C, começa a atacar o Ex. Vereador Francisco Maurino dos Santos, o Ceará, Nordestino. Os ataques são ferozes e nojentos. O golpe de misericórdia esta no final da carta, quando o nosso Z.A.C, pede a todos os Limeirenses e a Irmandade, para levantar uma bandeira, contra o forasteiro e se possível faze-lo voltar da terra onde veio.

Nasci nesta cidade, amo esta terra, onde conheci a mulher que amo (que é Paranaense) e onde minha filha nasceu e esta crescendo. Em meus 44 anos de vida, devo muito aos Brasileiros, de todos os cantos que aqui vieram, para trabalhar e sustentar suas famílias. Muitos foram e são explorados por empresários, que visam apenas o lucro. A maioria dos Homens e Mulheres, que aqui vieram para construir suas famílias, são responsáveis pelo acumulo de riquezas de pouquíssimas famílias, que nos últimos 30 anos só fizeram crescer seu patrimônio. Tenho orgulho desta gente, que trabalha de sol a sol, para buscar a sobrevivência, que andam em ônibus lotado e de péssima qualidade. Se sujeitam a trabalhar por baixos salários e condições horríveis de trabalho.

Sr. Z.A.C, somos uma nação que formou-se com a mistura de varias raças e culturas. Somos o que somos, por conta desta miscelânea, da qual acredito que vossa senhoria tenha nascido. Se temos fome, miséria, pobreza, é por conta de pouquíssimos quererem ter muito e espertamente, concentrar renda, morar em palácios e oferecer não as casas de pombos, como o senhor afirma na carta, mas as pontes e a morte.

Não professo a mesma fé política do Ex Vereador Ceará, nem tão pouco, fui partidário das praticas e concepções políticas do Dr. Jurandir Paixão e em relação este ultimo até concordo que tenha responsabilidades, sobre o aprofundamento da miserabilidade no município. Porem entendo que não me dá o direito, de disparar ofensas e agressões a condição de raça, gênero, local de origem, como Z.A.C, desferiu em sua carta.

Pensei que apenas José Serra, ao justificar sua incompetência em administrar a cidade de São Paulo, culpou os migrantes, tivesse o senso de ressucitar sentimentos tão perigosos e repugnantes como a da xenofobia.

Há situações que não há tolerância. O desrespeito as diversas culturas e experiências, leva ao atraso e a violência. Portanto não quero que sujeitos como esse, me chamam de irmão, porque aqui nasci. As vezes me envergonho de ouvir ou ler declarações tão espúrias como essa.