segunda-feira, setembro 04, 2006

COMPROMISSO DE QUE? COM QUEM?

Nos dias de hoje é difícil encontrarmos seres humanos que dedicam suas vidas inteiras aos outros e a causa destes. Tem sido quase raro, escasso até, ver, presenciar, pessoas compromissadas com a luta por mudanças na sociedade. O que mais enxergamos, a olho nu mesmo, é o discurso do “pagando bem, que mal tem?”. O vale tudo, por um cargo, um dinheirinho a mais, uma vantagem a mais que os outros. Miséria? Isto não é problema meu, porque não estudou?.

A indiferença e o descaso é total na sociedade, cada vez mais Capitalista e egoísta. Olha se tiver vaga na minha agenda, vou lá n reunião discutir Direitos Humanos, ou isto agora não tem importância, importante é a Revolução, e eu tenho que tomar a minha cerveja, depois a gente fala disto.

Cada vez mais as pessoas se afastam de assumir compromissos, com as mudanças, com a transformação. Conheço casos engraçadissímos e ao mesmo tempo que me irritam. Tem sujeito que se faz de bobo, de ignorante, para não realizar tarefas e ações que lhe são atribuídas. Como o passar do tempo o coletivo acaba achando que ele é bobo mesmo, e esquece dele, não lhe cobra mais nada. Porem o cara continua, usufruindo das benesses do movimento ou da instituição á qual pertence. Outro caso de faz me rir, é o: hoje não posso to com a mãe do doente, o filho com prisão de ventre e a mulher com dor de dente. Amanhã também não posso, velório de papai que morrerá de desgosto, pela doença de mamãe, pela falta de gases do netinho, e pelo dente careado de esposa.

Desculpas para não assumir compromissos são muitas. Na luta interna dentro das esquerdas, já se acostumou, a vivenciar, agendamento de tarefas prioritárias, quando um grupo é majoritário em uma posição. O perdedor nunca assume as responsabilidades, enquanto o “vencedor”, se acha no direito de fazer, refazer e desfazer. Interesses particulares e de grupos, são comuns para que não se assuma compromissos de coletivo.

Agora quem não gosta de assumir compromissos, não gosta de ser cobrado. A cobrança quando fraterna e construtiva, só faz avançar um coletivo, uma organização. Não ser cobrado é negar a avaliação e a prestação de contas é fazer o que bem entende a da na telha. Descortina e desmobiliza, quando não há compromisso com a critica e com a analise.

Bem todo este discurso conceitual do que penso a respeito do assunto, é para dizer o quanto estou preocupado com a crise das esquerdas. Parece que não tem fim, como este texto, que começou descompromissado e que agora pede para ter uma conclusão. Mas como sei que não serei cobrado, farei o que quiser.