sexta-feira, setembro 01, 2006

MINHA MÙSICA PREFERIDA- SECOS&MOLHADOS


Um sucesso meteórico. Como meteórico foi a existência da banda, menos de quatro anos. Secos&Molhados eram João Ricardo, Gerson Conrad e claro ele Ney Mato-Grosso. O Brasil não demorou para assimilar, aquele som psicodélico, com ritmos que iam do Rock In Rool, passando pelo bolero e deslizando pelo samba. Um som que tinha o poder de letras de poetas como Vinicius de Moraes, Solano Trindade, Cassiano Ricardo e Manuel Bandeira, só para citar os do primeiro disco de 1973. João Ricardo era o autor da maioria das melodias, bem como dos arranjos.

Mas estávamos na era de aquários, de soltar o ar reprimido, apesar da Ditadura Militar, sapecar o proibido, cantar a todos os pulmões que é Proibido Proibir, que dizemos Não ao Não. Aqueles três Homens, vestidos com roupas, coloridas, com rostos pintados, mais pareciam, seres que desciam de naves espaciais, vindos de outros mundos. Não se sabia se eram Feminino ou Masculino ou talvez os dois. As posturas no palco, desnudavam preconceitos e tabus. Nei abria a voz, a qual saltava uma Carmem Miranda em mistura com Mick Jagger, no andar, no rebolado. A magia estava solta, comandada por este ex Hippie, morador em comunidades, viajante no mundo dos lisérgicos. Explodiram nas paradas de sucesso das rádios e dos programas de TV, os populares e os elitizados.

A androginia muito típica naquela época, lançada por David Bowie, fez uma polemica entre Ney Mato Grosso e Gene Simons do Kiss. Os Americanos juram que são os pioneiros em pintar mascaras nos rostos e vestir-se com roupas colantes. Ney dispara dizendo, que os roqueiros não poderiam ser donos deste feito, pois surgiram depois dos Secos.

A canção que considero uma de minhas favoritas, é do primeiro disco e traz características de quase toda a obra do grupo. Letras fortes de temas polêmicos ou líricos, de duração curta, como as musicas dos Ramones, que surgiram depois. Outro aspecto é que as histórias fazem referencias a Histórias em quadrinhos, desenhos animados e filmes. Quase acústico típico da época em Sangue Latino, o violão e a viola de 12 cordas só perdem espaço para a flauta. Estilo bem latino, Sangue mantem uma letra de apelo comum na época, a contestação, que neste caso mistura a política com a revolução dos costumes.

Esta musica é das minhas preferidas, que alem de saber toda letra, em tempos de banda da Igreja lá no final dos anos 70, inicio dos 80, garantia em nosso repertório.