quarta-feira, maio 23, 2007

CRÔNICAS DA CIDADE

LIMEIRA CINCO

As elites são iguais em todas as partes do planeta. Os objetivos são comuns, principalmente a acumulação de riquezas. Destaco um em particular ou dois: o abuso de poder seja econômico, político, social e cultural, bem como o costume de ostentar suas posses e possibilidades de te-las. Historicamente podemos constatar, estas duas pragas.

No Egito antigo, os faraós construíam os templos, mais conhecidos por nós de pirâmides, para seu lar após a morte terrena, acreditando que eram deuses e mereciam palácios rodeados de ouros e peças valiosas, para ali governarem em um outro mundo ou ao voltar (afinal acreditavam ser Deuses), seu reinado e opulência, estariam garantidos. A custa desta barbaridade, escravos, morriam, eram sacrificados na construção desta vontade imperial. Alem disto, a maioria do povo livre ou não morria de fome, pois os recursos do Estado eram todos aplicados nos interesses do Faraó.

Os imperadores Romanos e os senhores feudais, não ficavam atrás, idealizando e construindo monumentos em sua honra, ou tomando atitudes ridículas, com o dinheiro do povo. Conta a História que Calígula, faliu Roma, em suas excentricidades, crueldades, nas orgias sexuais.

No primeiro Império no Brasil, Dom João VI, sua mulher Carlota Joaquim e sua corte com mais de dez mil pessoas, fugidas de Portugal, aportando aqui, abusaram e desabusaram de nossa terra e gente. A rainha Carlota, com suas extravagâncias, fazia verdadeiros rombos no tesouro Brasileiro, alem de destilar crueldades pela então Capital federal, o Rio de Janeiro. Dom João VI, de quebra fez duas atrocidades: a primeira, invadiu casas e casarões dos Brasileiros para abrigar sua corte de súditos. A segunda, criou o Banco do Brasil, para lá guardar os resultados dos roubos que fez na coroa e na colônia.

Poderia ficar o texto todo, desfilando inúmeros exemplos do Brasil e do mundo. Mas prefiro ficar nestes que considero amenos.

Agora para não ser processado, por não ter provas, não direi quem é e de que político, a pessoa a qual relatarei um episodio recente é conjugue.

Em minha cidade as elites adoram ser autoritárias e truculentas. Ostentam pacas. Os Homens usam suas mulheres e as mesmas acabam conscientizando disto, para transformar ruas, avenidas, festas e solenidades, em vitrines para o abuso não só de autoridade, como de suas posses, que de partida, a origem é suspeita, na maioria dos casos.

A esposa de renomado político, em atividade e ocupando alto cargo publico, costuma freqüentar uma vez por semana um estúdio de cabeleireiros, para tratar da aparência do couro cabeludo. Ocorre que no dia reservado, em sua agenda concorridíssima, acontece há 300 anos, uma das feiras livres de maior popularidade na cidade, a qual esta localizada na rua do salão de cabelos. A madama muito preocupado com a vida e futuro do povo, que financia suas idas a salões de beleza, tem protagonizado uma das coisas mais engraçadas que vi ou ouvi em meus quase 45 anos de vida. A mesma esta organizando um abaixo assinado, entre suas pares da difícil arte de tratar cabelos, pés e unhas, para que a Feira Livre sustento de centenas de pessoas, seja transferida, para outro local, pois á ficar assim, seu automóvel, fica muito distante do estúdio e sujeito a roubos, vandalismos e outros babados.

O referido Abaixo será enviado ao Prefeito e caso seja aceito, providencias sejam tomadas.

CAZUZA, sempre certo: A BURGUESIA FEDE.