terça-feira, agosto 07, 2007

METALURGICOS 1

O sindicato dos metalúrgicos, são para as classes operarias e populares da cidade de Limeira, uma referencia de luta por direitos e de defesa deles, desde que em 1986, o peleguismo sindical foi derrotado, após mais de vinte anos encastelados naquela entidade. Os serviços prestados pelo grupo de esquerda aos pobres e excluídos do município, são enormes e relevantes. Foi a partir daquela entidade, que sem casa, sem terra, outras categorias e outros segmentos, como negros, mulheres e criança e adolescente, se organizaram para buscar condições melhores de vida. Não há como negar esta bonita e extraordinária História, de apresentar para a população, que é possível conquistar, a partir da consciência de classe dos trabalhadores.

Porem erros foram cometidos, nos últimos anos, decorrentes em partes de uma crise das esquerdas mundiais na sua perda de identidade e perspectiva, bem como no esgotamento de instrumentos da classe, como a CUT e o PT, que deixam de ser elementos essenciais de mudanças estruturais e radicais na sociedade Brasileira. A outra parte, deriva da burocracia e do acomodamento de maioria dos dirigentes sindicais, as estruturas físicas e materiais, bem como uma rápida institucionalização da pratica, embora o discurso continue combativo e “revolucionário”. Alem disto, a ausência de um repensar o País, consiste em algo grave e que empurra a direção a um abismo de elaboração e ao gueto. Comportamentos sectários entre companheiros e o pecado da anti ética, são outros predicados deste sindicalismo, de novo, atuante nos anos 80 até meados dos 90, torna-se ineficiente e paralisado no século XXI.

Os companheiros de Limeira, não ficaram imunes aos reflexos desta crise. Trancaram-se em seu mundo corporativo, embora em alguns momentos empurrados pelas ondas que vão e voltam, estavam na linha de frente de um ou outro movimento da classe. Mergulhados em um sectarismo que as vezes beira a exclusão, afastaram muitos militantes de suas hostes e liderança.

Mas esta entidade ainda é de muita valia para a luta de classes.

Em Setembro, ocorrerá eleições, que mudaram sua direção. Uma chapa montada e financiada por pelegos sindicais, empresas metalúrgicas e de outras categorias, procura com ações terroristas, como invasão da casa do Administrador do Sindicato, aterrorizando sua família, e depredando e colocando em risco o patrimônio e a integridade física, desestabilizar a esquerda e tentar criar condições judiciais para travar o processo. Atitude irresponsável de nossas elites, questão que não surpreende, aja vista o perfil de nossas classes dominantes: violentas, golpistas e outras qualificações que não cabe neste texto.

Apesar das criticas, as quais faço, penso que a direção deva aproveitar este momento suigeneris, e que não ocorria, desde 1989, para fazer uma autocrítica de sua pratica, as mulheres e os homens de bem devem apoiar a Chapa de Esquerda e não medir esforços para garantir que esta entidade permaneça nas mãos da classe, mesmo que após o processo, façamos um necessário balanço não só sobre o Sindicato dos Metalúrgicos, mas da esquerda como um todo.

Que há interesses das elites em tomar de assalto este instrumento de classe, isto esta bem nítido. Cabe aos que querem dias melhores evitar esta catástrofe.

Prossigo este assunto em outro post.