segunda-feira, janeiro 21, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXVI


O Plano Real, foi sem duvida nenhuma a saída encontrada pela Direita, para derrotar Lula, no pleito de outubro de 1994. A ausência de nomes capazes de dar seqüência, ao Projeto da Burguesia, era a grande preocupação. Depois do naufrágio da tripulação Collorida, e um mandato tampão água com açúcar de Itamar Franco, a direita precisava não só de um candidato confiável, mas de uma solução pratica, que os mantive-se no poder. A cultura inflacionária no Brasil, incomodava a Classe média e o pobres. Apenas os bancos e a Burguesia lucrava com a inflação. Assim o lançamento do pacote econômico, que reduziria o índice, para abaixo de 5% ao ano, era a tabua de salvação. Pelo menos, por um tempo. A candidatura de Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, foi o obvio, já que a propaganda governista o vendeu com o Pai da Estabilização econômica.

Ao contrario da comoção nacional e do ufanismo, do Plano Cruzado de Sarney, o Real surge discretamente, mas com resultados praticados. É igualado ao dólar, sem precisar congelar preços e salários. Urge então a destruição do maior monstro dos Brasileiros durante décadas.

As esquerdas já de cara, combateram o Pacote, o acusando de engodo. Primo irmão dos anteriores. Porem não conseguiu reunir argumentos que fizessem frente, ao discurso “salvacionista”, do governo e seus aliados. A estabilização era sem duvida o que mais a população desejava. Não era possível conviver, com aumentos sucessivos nos produtos, nos aluguéis, nos financiamentos, quando o salário não acompanhava há inflação. Mesmo na dianteira das pesquisas de opinião, Lula e o PT, limitavam-se ou a criticar de mais uma mentira, para vencer as eleições, ou há omitir-se sobre o assunto. O erro de analise, custou a Luis Inácio sua segunda derrota eleitoral.

Tempos depois, pode se constatar que o Real, era falho e que em 1994, consistia um engodo. Se o Plano tinha eficiência na Estabilização, o mesmo não distribuía renda, nem gerava empregos. Alem do mais, a Estabilização, veio acompanhada, no primeiro mandato de FHC, da entrega do Patrimônio Público a iniciativa privada, através das privatizações, sucateamento da saúde, da educação, atrelamento total ao FMI e ao Banco Mundial, fazendo empréstimos e pagando juros exorbitantes da Divida Externa.

Mas este diagnostico, a esquerda não foi capaz de fazer no decorrer da campanha eleitoral. FHC, não tinha plataforma eleitoral. Apenas discorria sobre a estabilização da economia. Não foi capaz de dizer, que as Privatizações e o pagamento de juros aos banqueiros Internacionais, seriam pontos chaves de seu mandato.

No entanto, alem de vencer as eleições, tendo como única bandeira a Estabilização, Fernando Henrique vence no Primeiro Turno. Com sua eleição, sobe com ele a rampa o PFL, antes odiado por setores do PSDB, entre eles o Governador eleito neste processo Mario Covas. Uma resistência sem eco no conjunto do Partido. Com os representantes legítimos das oligarquias conservadoras e truculentas, com um Partido que mostrava-se legitimo representante da Social Democracia e do Capitalismo “Humano”. Peça de retórica, que será desnuda nos dois mandatos do Sociólogo da Souborne.


1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Continuo aqui, ansioso por 1996.

Grande abraço, camarada.

janeiro 22, 2008 10:01 AM  

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