domingo, fevereiro 15, 2009

REFLEXÕES DE UM VELHO MILITANTE VIII

AO CONHECIMENTO DA CIDADE

No dia 1º de Maio de 2006, um deficiente auditivo Alexander Felisberto, foi violentamente agredido e humilhado pelo apresentador Geraldo Luís, que na oportunidade era ancora do programa “A Hora da Verdade”, da TV Jornal de Limeira, emissora cuja concessão é de caráter educativa. Neste dia Alexander, que tinha sido preso por ter cometido infrações, foi indagado, com palavrões do tipo “mudinho sem vergonha”, “um ser daqueles” e outros impropérios. Mostrando desconhecer a língua Brasileira de Sinais- LIBRAS- o referido apresentador gesticulava utilizando as mãos, proferindo gestos obscenos. Como o jovem não era alfabetizado, e estava sendo xingado, o mesmo produzia um som que mais se parecia com gritos, que na verdade, vinha a ser o desespero de tentar ser entendido pelo agressor.

Este fato lamentável, de profundo desrespeito á um ser humano deficiente, levou o então Vereador e na época Presidente da Comissão de defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal, José Carlos Pinto de Oliveira, oferecer denuncia ao Promotor de Justiça Dr. Cleber Masson. O promotor entendendo que a matéria não era de sua competência, por se tratar de assunto federal (concessão de veiculo de comunicação), encaminhou a representação, a vara da Justiça Federal de Piracicaba.

A Justiça Federal, no primeiro momento utilizou do expediente usado também pelo Vereador de solicitar cópia do programa em discussão. Como é de praxe da emissora do Vice Prefeito, a mesma foi negada, dizendo que cumpria o disposto na lei de imprensa, de disponibilizar, o material durante 60 dias, e que não contava mais com seu conteúdo. O gozado, é que o gabinete do Presidente da comissão de Direitos Humanos, pediu cópia em DVD do programa quinze dias após o ocorrido e não obteve resposta. Alias obteve sim através de insultos no ar do então apresentador, que dizia que não concederia nada a comissão e que os Direitos Humanos só defendiam bandidos e barbaridades deste tipo.

Mas apesar disto, o Ministério Público Federal, ajuizou ação contra a emissora, pedindo a cassação de sua concessão, caso ela não se adequasse a lei Federal que rege sobre concessão pública de veículos de comunicação. Na ação o Procurador da República Fabio Kozo Kozaka, pede o fim imediato do Programa “ A Hora da Verdade”, pelo simples fato de não preencher requisito básico de uma emissora educativa. Alem disto outros pedidos foram feitos: a) readequação de toda a grade ao formato educativo; b) não veicular imagens de apelo sexual (exemplo concurso das poposudas), imagens de presos e em especial de crianças e adolescentes; c) fim da exibição da publicidade com fins lucrativos; d) informar que promoveu as mudanças por determinação judicial; .A ação do MPF foi em maio de 2008. Mas é importante frisar que desde 2007, o mesmo procurador, fez recomendações a emissora local, para que ela corrigi-se estes erros. Nada foi feito.

Este relato tem dois objetivos. O primeiro é divulgar os fatos, já que com exceção dos Blogs dos Jornalistas Paulo Corrêa e Rafael Sereno e o Jornal de Piracicaba, noticiaram o fato na época, alem da Ilustrada da Folha de São Paulo e o Globo On Line, as emissoras e os jornais impressos locais n deram uma linha sequer sobre o assunto. Corporativismo? Cumplicidade?. Não sei dizer o porque deste silêncio.

Mas apesar de tudo, mesmo sem apoio midiatico, fundamental para buscar moralizar os meios de comunicação, traze-lo para uma de suas funções de maior importância, que é informar com isenção, com o intuito de educar a população e ao mesmo tempo propiciar uma programação que não agrida direitos sagrados dos seres humanos, a ação começou a surtir efeito.

Este é o segundo motivo deste texto, pois ao visitar o canal da TV Jornal, no dial pude constatar varias das medidas sendo cumpridas pela emissora. O A Hora da Verdade ainda esta lá, porem mais brando, menos violento, mesmo assim esta longe de ser o ideal. A publicidade ainda é maciça. Para uma TV Educativa, comercial que incentive o consumo em um País de pobres e miseráveis não contribui em nada com a construção da cidadania, mas pelo menos esta lá a tarja de apoio cultural. A cada anuncio de uma atração há um comunicado de que as mudanças são em função de ordem judicial. È pouco, ainda é, mas pode no futuro significar muito para termos uma TV Aberta, com compromissos mais com as pessoas do que com os lucros.








quinta-feira, fevereiro 05, 2009

REFLEXÕES DE UM VELHO MILITANTE VII

CRISE ECONÔMICA: QUE TAL O NEW DEAL?

A Crise Econômica que assusta o mundo do Capital, tem sido apontada quase que por unanimidade pelos especialistas, semelhante a grande depressão, iniciada em 1929, terminando apenas com o fim da segunda guerra mundial em 1945. As razões da maior crise do século passado, também se assemelham as de agora. A relação produção – consumo- crédito, levando a bancarrota diversas instituições financeiras no primeiro momento e no segundo empresas e trabalhadores. Em outras palavras, a concentração de renda e uma política monetária de juros altos e poucos investimentos na produção geraram a famosa crise de 29 e provavelmente a primeira grande crise do século XXI.

Na oportunidade, Franklin Delano Roosevelt, passara para a História , como o Presidente Americano que tirou seu País e mais de 40 do chamado mundo ocidental e capitalista do fundo do poço. O Desemprego e a miséria eram um cenário comum em todo os Estados Unidos. Há obras literárias como Vinhas da Ira, que retratam este periodo, ou fotografias famosas, como Migrant Mother, que mostra uma Americana com seus sete filhos a procura de emprego, aja vista que seu marido perdeu o emprego em 1933 e morreu um ano depois.

Qual foi a solução então, para tão desesperadora situação? Desemprego, empresas quiebrando, produção quase a zero, como reagir a tal situação? Antes de Roosevelt, o governo Americano, tentou medidas de cortes de gastos, principalmente na area social, aumentou-se impostos. No que resultou estas medidas austeras? Aceleração da recessão.

E aí, surge o New Deal (novo acordo). Consistia basicamente em um conjunto de leis de proteção social, as pessoas em situação de pobreza e miséria. Convenios do governo com empresários, foi um dos caminhos escolhidos para geração de empregos, onde obras públicas, de interesse nacional, foram realizadas. Roosevelt, estabeleceu um pacto com a sociedade, unindo o Congresso, empresários e Sociedade Civil Organizada, com um único objetivo, combater a crise geradora de miséria e fome. Na economia a teoria de John Maynard Keynes, economista Inglês que acreditava ter o Estado o papel regulador e em tempos de crise de intervenção. Foi sua teoria que fez os Estados atingidos pela grande depressão, tomarem o leme da economia. A super produção de mercadorias, sem a devida distribuição de renda gera crises de tamanho descomunal como a que estamos vivendo e que Keynes ajudou a combater na década de 30 e 40 do século XX.

Agora não entendo a politica de alguns governantes, de alguns politicos, que insistem no Estado Minimo, no corte de direitos sociais e trabalhistas, sendo que a maior nação do mundo Capitalista, venceu sua crise, tendo o Estado como intervencionista e não como mero capacho do universo corporativo.



REFLEXÕES DE UM VELHO MILITANTE

CRISE ECONÔMICA: QUE TAL DIVIDIR OS LUCROS?

“Estamos satisfeitos de termos condições de melhorar nossa previsão para o ano fiscal de 2008, apesar das condições mais fracas de mercado na América do Norte e na Europa”, estas afirmações são do Presidente da Arvin Meritor o Sr. Chip McClure, no dia 23 de Setembro do ano passado. Como o ano fiscal ainda n fechou, não é possível saber se a empresa obteve estes lucros, mas com certeza prejuízos não terá. È perfeitamente possível que grande parte destes dividendos, vem da unidade Brasileira da Multinacional, em nossa cidade.

Outro dado importante, e que quase ninguém se atentou para isto, principalmente a grande imprensa é que as montadoras Brasileiras ao contrario de algumas de suas matrizes, tiveram lucro no ano de 2008, enviando para suas sedes, a importância de 5,6 bilhões de lucros. Isto significa, que a Arvin Meritor, que produz rodas para as industrias de automóveis, não deve ter tido um balanço no vermelho aqui na terra brasilis.

Estes números são verídicos. Caso haja dúvidas quanto a procedência basta uma pesquisa no google digitando, lucros das montadoras Brasileiras e lucros da Arvin Meritor, que o que estou divulgando é a pura verdade.

Assim não posso acreditar que a empresa insista em dizer que a solução para sua vermelhidão econômica, é mais uma vez sacrificar os que fazem os lucros da fábrica. Os trabalhadores, reduzindo jornada com redução de salários.

Vejo ausência de coerência da Multinacional. Se ela cobra do Sindicato maior dialogo, o mesmo só é possível com a verdade dos fatos. Os Sindicalistas demonstram serem o discurso coerente com a pratica. Realmente é contraditório aos Sindicatos de Operários aprovarem acordos de corte de salários, quando eles existem para a defesa de maiores remunerações. E neste caso os números traem o discurso empresarial, de que esta em dificuldades. Ao meu ver cabe a empresa provar em que pé esta sua situação.

Por outro se cobra que todos façam sacrifícios, principalmente quem não é culpado por esta crise econômica, os trabalhadores. Agora quem deveria em momentos dificieis distribuir o que acumulou durante décadas, joga a responsabilidade nas costas do povo e do Estado.