quarta-feira, dezembro 13, 2006

JUVENTUDE E CULTURA

Meu amigo, companheiro e irmão de Fé no Socialismo, Rodrigo Paixão, me ligou na ultima sexta-feira, informando que a Gessy Lever de Vinhedo, estava em Greve e pediu um favor. No sábado dia 09 de novembro, teria inicio na Casa de Retiros Santa Terezinha, em Limeira, um encontro da Pastoral da Juventude, da região de Sumaré. Ele tinha sido convidado, para ministrar uma palestra. Mas cansado em função do movimento na Gessy, solicitou se eu não pudesse, ir em seu lugar. Por ser meu amigo de longa data, aceitei substituí-lo.

O encontro tinha como tema central, a questão da Cultura e da Juventude. A organização, cabia a “Forania Cristo Rei”, forma organizacional da PJ, que reunia, jovens de Sumaré, Hortolândia e Paulínia. Meu tema, seria o de focalizar a questão cultural ao longo da História e na Conjuntura atual. Confesso que não sabia por onde começar. Passei toda tarde de sexta-feira, buscando uma forma de em quatro horas, tempo disponível para desenvolver o tema. Falar de Cultura, é deveras complexo, pois o assunto aponta para varias direções e suscita diversas interpretações.

Alem do mais, o publico era formado por jovens de diversas idades e experiências de vida. Conheço o universo das Pastorais de Juventude. Em sua maioria, são locais de encontro e passatempo. O aspecto evangelizador e no caso da Forania de formação, não atinge objetivos, já que a rotatividade é enorme. Então a minha responsabilidade, era enorme. Precisava criar uma metodologia que prendesse a atenção da garotada.

O eixo escolhido era o da História dos últimos 70 anos no Brasil e no mundo, focalizando a questão da Cultura. Iniciei com uma pergunta básica: “Gosto se discute?”. Estavam presentes por volta de 130 pessoas, não havia condições de ouvir a todos, mas busquei em todas as dinâmicas escolhidas, interagir o máximo que pude. A enquête foi discutida em grupos de dois ou três pessoas. As respostas escolhi e apurei por amostragem. O resultado era o esperado- Gosto não se discute-. A partir daí tentei a luz da História construir uma tese de que gosto se discute e é fundamental, para formação de consciências e identidades. Parti da formulação do extraordinário sociólogo Sergio Buarque de Holanda, em sua obra prima “Raízes do Brasil”, onde o Brasileiro tem uma definição de sempre ser cordial, nunca discordar ou demonstrar descontentamento.

Intercalei as falas com musica, poesia e até dançamos uma ciranda, ao som de Baiões, forrós e cantos folclóricos.

As conclusões do debate, foram de que é preciso construir uma identidade cultural, que resgate valores solidários, coletivos e fraternos. As expressões e manifestações culturais, são instrumentos, para esta construção, que deve sempre caminhar rumo a transformação social.

Foi muito bom, passar algumas horas naquele ambiente, decorado por bandeiras da PJ, de movimentos sociais, de instrumentos de percussão, livros de cordel. Poder conviver com meninos e meninas que não conhecia e perceber que tem muita gente boa fazendo, militância política, com o intuito de conquistar mudanças.

A coordenação da Forania esta de parabéns, por desenvolver este trabalho que presta um grande serviço a luta dos pobres e excluídos, rumo a um mundo melhor