quarta-feira, setembro 26, 2007

ELEIÇÕES 2008


Continuando o quadro eleitoral Limeirense neste momento de fechamento do prazo para novas filiações, o relato deste post, é sobre dois Partidos, o PMDB e o PR, antigo Partido Liberal. Estes dois partidos, diferem em muito na disputa pelo poder. O primeiro sempre foi decisivo nos processos eleitorais, o segundo, com uma postura modesta, mas assediado pelos grandes agrupamentos. Hoje os dois estão na base de apoio do Prefeito Silvio.

Historicamente o PMDB, já foi muito mais influente e poderoso que hoje. Em seus quadros, teve durante varias décadas, desde o antigo MDB, oposição consentida da ditadura, o caudilho populista Jurandir Paixão de Campos Freire. Durante muito tempo o Partido polarizou, com a Maçonaria e seus braços políticos. Mas as diferenças ideológicas não eram tantas, as vezes se confundia com a chamada direita da cidade. Os Peemedebistas sempre se intitularam de centro, mas sua pratica, era de um populismo típico de Juan Perón. A marca registrada sempre foi a truculência política. Paixão e seus asseclas, tudo faziam para tirar do caminho os adversários. Episódios de perseguição, espionagem, difamação moral, eram cotidianos deste grupo. Na cidade que não se lembra, do dia em que o então Prefeito Jurandir, adentrou o Plenário da câmara, carregando um chicote e dizendo que daria uma surra em Vereadores da Oposição.

Discurso desenvolvimentista, mas atuação duvidosa com o erário publico, o PMDB de Paixão e Elza Tank, sofre um abalo, quando o primeiro, sofre desgastes políticos, vindo em sua ultima eleição, em 1998, a obter para a cadeira de Deputado Estadual, os irrisórios 3mil votos. Vexame e sinal, de que o Partido de Paixão, entrava em decadência. Com isto o Partido em Limeira, perdia seu cacique maior e no estado sua maior referencia Orestes Quércia, estava em declínio político há muito tempo.

Amarga portanto quase dez anos de resultados pífios e de ausência no poder. Em 2003, o então Vereador e ex Presidente da Câmara Municipal, José Henrique Pilon, dono de um estilo próximo ao de Paixão e oriundo de sua escola na política, resolve com vários nomes do “histórico”, PMDB, reorganizar o Partido. Apesar de não ter naquele momento nenhum destaque no poder, (o PMDB era oposição em 2003), a reestruturação ganha força, pois traz para linha de frente Partidária, nomes com o peso de Walter Piccinin, Frederico Ivens e talvez a maior estrela pós Pilon, o empresário de Comunicações Orlando José Zovico. Assim capitaneados por este time, o Partido inicia uma serie de conversas com Partidos de Oposição aos Tucanos, até então no Poder. Até o PT foi procurado. Mas os interesses e objetivos, eram de acender ao Poder e ocupar cargos. O grupo sabia que não teria forças para uma candidatura própria. Emplacou Zovico, como vice de Silvio e ganhou varias secretarias, com a vitória da chapa em 2004.

Ao longo destes três anos e meio de mandato do Prefeito Silvio, o PMDB apesar da titularidade em secretarias, como Segurança Publica, Planejamento e a do Vice Desenvolvimento Social, enquanto Partido, não teve nenhuma influencia sobre o governo. Pelo contrario a derrota de Pilon a câmara, estabeleceu um atrito, entre o ex Vereador e o Prefeito, que fez de tudo para não te-lo na Prefeitura. Mas recentemente como em um passe de mágica, Pilon ele controla os destinos do PMDB e negociou a Secretaria da Habitação para seu grupo. Pilon teve um comportamento de tecer criticas ao Prefeito e nos bastidores jurar que era Oposição. Porem hoje, parece mais uma vez coisa de mágico, Pilon é só elogios a Silvio Félix, mesmo afirmando que o Partido não aceita ser vice de ninguém. Na chapa de Silvio o PMDB só tem espaço para ser vice. Jogo de cena ou não, o quadro hoje aponta que o PMDB, estará com Silvio. Mas Pilon é destes políticos imprevisíveis, cujo o pragmatismo é muito maior que qualquer concepção ideológica.

O Partido da Republica, ex Liberal, pode ser considerado um filho rejeitado ou pródigo. Uma de suas principais figuras, o engenheiro Paulo Brasil Batistella, foi vice no primeiro mandato de Pedro Kulh e Presidente da EMDEL. Na metade da gestão, Paulo Brasil, rompe com Pedrinho e é demitido da empresa mista.

Nas eleições de 2000, lança-se candidato em uma aliança com o PSB, que tinha como principal figura o então vereador e ex Petista Luis Carlos Pierre. Era tido como forte candidato a sucessão de Pedro. Traído por seu vice, que quinze dias antes anunciou publicamente seu apoio ao candidato tucano, Paulo Brasil derrapou nas urnas e o então PL, sai chamuscado e destruído daquele processo. Porem durante o mandato tucano, a postura de seu único Vereador Miguel Lombardi foi o de apoiar o governo. Nas eleições de 2004, o PL surpreende mais uma vez. Abandona o barco Tucano e fecha apoio a candidatura Silvio. No pacote parece que estavam a manutenção da EMDEL, a secretaria de obras. Durante o processo de transição, um fato mudaria a decisão do PL em apoio a Silvio. O então Prefeito eleito Silvio Felix, toma duas atitudes.

A primeira convida para seu Secretario de Obras o engenheiro René Soares, filiado ao PL, mas sem discutir com o Partido e sem o consentimento Partidário. A segunda decisão, foi a de indicar o nome do Vereador Miguel como seu candidato a Presidência da Câmara. Condições de subordinação ao chamado grupo de ferro do governo Elza Tank, Pilon e Vereador César Cortez, fez com que Miguel Lombardi, desistisse da empreitada. Tal fato norteou quase todo o mandato. O tratamento dado ao PL, por Silvio, foi de praticamente ignorar a sigla. Com uma tática quase subterrânea o Vereador Miguel Lombardi foi um dos responsáveis pela Vitória de Eliseu Daniel a Presidência da casa de Leis em 2006.

O hoje PR, tenta se afastar de Silvio. Não se coloca na Oposição de forma aberta, mas procura não submeter-se as vontades do Prefeito. O Partido tendo como principal figura neste momento o Vereador Lombardi, esta com uma tática de independência. Procura valorizar seu passe. Tem um perspectiva de ter uns 06% de votos para chapa de proporcionais, um bom tempo de TV. As pretensões, são de eleger no mínimo 02 Parlamentares e apoiar o candidato Tucano. Mas o pragmatismo sempre vem em primeiro lugar neste Partido, onde seu Vereador tem uma aproximidade com os Vereadores do PT. O PR é sinônimo de surpresas. Vejamos o que poderá vir por aí.




terça-feira, setembro 25, 2007

ELEIÇÕES 2008


Daqui a exatos cinco dias, encerrasse o prazo para novas filiações partidárias, com intenções de disputa eleitoral em 2008. È costume entre os Partidos, estender a data limite de entrega de listas de filiados atualizado, no ultimo dia estipulado pela legislação eleitoral. Portanto até o dia 05 de outubro, muitas cabeças trocaram de sigla ou informarão a opinião publica onde estarão alojados para o pleito eleitoral. Mesmo sem terminar o primeiro prazo da justiça eleitoral, já é possível, traçar um quadro do que veremos na disputa pelo trono Maximo do Prada e pelas cadeiras da câmara municipal.

O Prefeito Silvio Félix, vem tendo um mandato calcado no Populismo, na política do dando que se recebe. Teve inúmeras e ainda as tem dificuldades para cumprir as varias promessas de campanha. Seu mandato é recheado de denuncias de corrupção, envolvendo quase todo seu staf de secretários e funcionários de primeiro escalão. Silvio tem se dividido, em fazer publicidade das promessas e responder os vários processos judiciais contra seu governo. Por outro lado mantem total controle, sobre a Câmara de Vereadores, pelo menos evitando que a casa de leis, abra investigações para apuração da dezenas de denuncias. Prepara para o fim deste ano e começo do outro, um rol de inaugurações, as quais ele mesmo se auto intitula, como “Furacão”, capaz de como o governo lula, se aclamar como o Prefeito que faz limeira crescer e mudar. Desde o primeiro dia de mandato, faz campanha para a reeleição. Procurou reestruturar sua legenda o PDT, levando para ela velhos caciques da Política e promessas como o Presidente da câmara Eliseu Daniel, que embora negue, tudo indica estará no PDT. Silvio terá dificuldades, quanto ao vice de sua chapa. O PMDB, diz que não, mas o mais provável é que queira continuar neste posto. Mas outras lideranças clamam por este posto, entre elas o Vereador César Cortez do PV e o agora membro do PP, o ex Prefeito e ex Tucano José Carlos Pejon. O Prefeito esta se especializando em deter siglas: Tem a posse do PP e tudo indica o PRP, de seu ex (será), fiel escudeiro Rico, como possível sigla de apoio. Silvio é conhecido nas rodas políticas, como aquele que tudo promete e nada cumpre. A população tem presenciado um pouco este estilo. Esta é outra dificuldade. Porem com um canteiro de obras prometido é possível que o Prefeito mantenha seu percentual de todas as eleições, entre 40 a 45%. Começa a disputa na frente. No entanto, tem obstáculos a derrubar, as já citadas ações judiciais (destaque para a Merenda Escolar) e o movimento social, em particular os de esquerda e talvez uma pequena porem importante rebelião na câmara de Vereadores.

Pedro Kulh, candidatisimo, embora negue isto oficialmente, é hoje o mais forte candidato de Oposição. Traz junto a si, todo um grupo identificado com a Maçonaria e com o chamado atraso desenvolvimentista na cidade. Faz um populismo típico de festa junina ou festa de batizado, onde o patrão é o padrinho e paga todas as despesas. O PSDB, ao longo do mandato Silvio Felix, teve uma atuação pífia, escondendo-se da opinião publica e nos bastidores uma luta fratricida entre os adeptos de Kulh contra o grupo de José Carlos Pejon. O segundo muito magoado por ter sido abandonado por Pedrinho, anunciou semana passada sua saída do ninho Tucano e sua ida para o PP, citado acima. Fala em ser candidato, mas aponta-se como uma estratégia do PDT, para dividir votos dos Tucanos. Pedro Kulh, venceu a queda de braços, com Pejon, mas ainda tem muitas pedras no caminho, entre elas processos judiciais, que o colocam em inelegibilidade. A outra dificuldade, é sua identificação com a loja maçônica, nem um pouco popular. A loja atrapalha também nos acordos políticos e na obtenção de alianças. Outro problema são as lideranças que o PSDB traria para o apoio a Kulh. O empresário Lusenrique Quintal tem sido assediado, pelos Tucanos, para que abdique de sua candidatura e apóie Kulh. Porem a impopularidade de Quintal e o fraco desempenho deste nas urnas, são entraves, tanto para atrair alianças, quanto votos. Outro entrave é a chapa de Vereadores, basicamente hoje com apenas o Vereador Almir Pedro dos Santos, com capacidade eleitoral. Os dois mandatos de Pedro Kulh, oscilaram entre algumas obras e ações que agradaram o munícipe, com atitudes polemicas, como a municipalização da educação e o contrato com a FIA/USP, para o Plano de Carreira do Funcionalismo publico. O candidato Tucano carregara consigo o Governador Serra. Isto afasta automaticamente a esquerda e alguns setores progressistas de um apoio a Kulh. Hoje o ex Prefeito teria entre 25 a 30% dos votos, insuficiente para derrotar Silvio. Precisa de alianças.

O PT foi o Partido que mais cresceu de 2000 até agora. Saltou de 9 a 10%, de 1996, para os mais de 15% de 2004, alem de nas eleições para o Congresso Nacional ter atingido marcas Históricas para o Partido na cidade, algo em torno de 25% dos votos validos. Na contramão do crescimento eleitoral, a crise política em que mergulhou e mergulha as esquerdas, tem trazido dilemas ao Partido na cidade. Aliado ao conservadorismo típico da casa grande, o distanciamento partidário das lutas populares, bem como das instituições da sociedade civil organizada, tem esvaziado o Partido, que de orgulho como agremiação de vida orgânica e útil, passa a ser meramente uma legenda eleitoral. É claro e evidente, que a crise é nacional e que afeta a militância na cidade. Mas é preciso aprender com a crise e se reestruturar. Do ponto de vista de referencia de esquerda, o PT ainda é respeitado, mas para ter viabilidade eleitoral, precisa ampliar para alem de sua base habitual e fortalecer os movimentos sociais. O Partido tem hoje, apenas um nome capaz de suplantar o patamar de 15%, o Presidente Wilson Cerqueira. É capaz o Partido de criar uma frente de esquerda genuína, com PSB, PCdoB, PSOL, podendo com grandes chances puxar o PSC. Porem alem destes problemas, a principal referencia passa por problemas de saúde que podem comprometer uma candidatura a Prefeito. Os demais Partidos desta possível frente não teriam nomes com viabilidade eleitoral para sustentar uma empreitada destas. O PSB esta lançando o nome do Delegado da Policia Civil, Dr. Paulo Haddichi, mas tudo indica que será para valorizar o Partido, nas negociações.

Em outro post, um relato do que farão ou pretendem fazer PMDB e PR.

segunda-feira, setembro 24, 2007

METALÚRGICOS NOVE

As Elites Limeirenses, são um particular no universo da Burguesia Brasileira. È Historicamente provado que parte dos ricos deste País são desenvolvimentistas, pensam até em humanidade, são um pouquinho sensíveis, preocupam-se, com a pobreza e a miséria. São destes que organizam ou financiam ONGs sérias e até respeitadas pelos movimentos sociais. Cito exemplo: A ABRINQ e seu belo trabalho em prol da defesa dos direitos da criança e do adolescente. O fazem sem piegas ou assistencialistas. Cobram das autoridades. Recentemente o Presidente do Conselho de Desenvolvimento Social e ex Presidente da ABRINQ, o empresário Oded Grajew, fez em reunião do Conselho criticas severas a atitude do Senado Federal em absolver Renan Calheiros, das acusações de corrupção. Há vários outros exemplos do presente e do passado, que dão conta desta participação liberal da Burguesia em nossa História.

Mas uma outra parcela e esta se encaixa a elite de Limeira, não tem nada de trabalhar pelo desenvolvimento sócio e econômico de nosso povo. Sua única preocupação é o lucro e com isto o sentimento predador é enorme.

Tal postura lembra o refrão de Carcará de João do Valle e José Candido:
Carcará pega, mata e comecarcará não vai morrer de fome.Carcará, mais coragem do que homem.Carcará pega, mata e come!
Feito carcará, os Burgueses Limeirenses, não estão preocupados com o progresso e bem estar de nossa cidade e povo. Estão ainda impregnados da concepção da Casa & Senzala. O objetivo principal é acumulação de riquezas. O resto não tem importância.
Este tema já foi tratado por aqui. Ocorre que chamou atenção, comunicado das empresas concessionárias do transporte coletivo, publicado na ultima sexta-feira, nos jornais do município.
No comunicado, as empresas acusam o Sindicato dos Metalúrgicos de estarem tramando mais uma greve do setor na cidade. Seria a quarta só este ano. E mais afirmam que o interesse daquela entidade é a baderna, haja visto o clima de transtorno a população na semana retrasada, por conta do processo de eleições.
É mais uma vez, os patrões desta cidade, demonstram sua vocação coronelista e tendenciosa.
Duas questões são esquecidas e encobertas pelo comunicado empresarial. A primeira de que não foi cumprido até o momento a sentença do Tribunal Regional do Trabalho, razão esta que esta motivando motoristas e cobradores, a cruzarem os braços. Segunda questão, é o fato destas mesmas empresas, estarem dificultando através de adoções de medidas judiciais a realização de processo de licitação para o sistema de transportes.
E uma terceira questão: O referido Comunicado, faz menção as eleições dos Metalúrgicos. A pergunta é: As empresas de ônibus do município, tem algo a ver com a bagunça, promovida pela Chapa Dois de Oposição, que inundou nossas ruas e avenidas com “supostos Seguranças”.
A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, esta correta, em sua política de solidariedade de classe e não esconde este sentimento.
Já as elites que apostam em ações predadoras e violentas, se escondem por detrás de subterfúgios, com o do bem estar da cidade.

quinta-feira, setembro 13, 2007

METALÚRGICOS OITO

Parece que as coisas estão complicadas, no pleito eleitoral. Um dos problemas é que o Quorum até o presente momento não foi atingido. Faltam mais ou menos 400 votos. O segundo problema é que a Chapa de Oposição parece que resolveu radicalizar. Uma Urna com 400 votos foi roubada das mãos dos Mesários. O assalto foi feito a mão armada.

Tentarei ao longo do dia maiores informações.

CASO RENAM: DIFÍCIL DE ENGOLIR


Renan Calheiros não teve sua cabeça decepada, pelos 81 Senadores. Foi absolvido com folga, 05 votos de vantagem e 06 abstenções. É provável que os Senadores que não quiseram escolher entre o sim e o não, tendiam a votar pela não a cassação do mandato. Mas interesses políticos e até pressão das bases, apontou o caminho de Pilatos.

É claro que esta decisão, contraria a imensa população Brasileira e só aumenta nesta mesma população o descrédito nas instituições e em particular nos políticos. É claro também, que Renan sai mais que fortalecido deste episódio, até porque o Presidente do Senado, manipulou e comandou pessoalmente as operações visando tirar sua cabeça da guilhotina. Utilizou de todos os recursos. Desde chantagem emocional, passando por colocar nas instancias de investigação aliados e amigos. Mas o mais deplorável disto tudo, é lançar mão do expediente das trevas. A sessão secreta, é um resquício dos tempos de ditadura, que a Constituição Federal, ratificou. Equivoco, pois vai na contra mão da transparência do cargo publico. O sujeito ocupa um cargo eletivo, este mesmo cargo tem que estar visível aos olhos do povo. Renan Calheiros deveria ser cassado. Não só por práticas ilícitas, feitas com o poder do cargo, mas porque manobra o parlamento, de forma autoritária e com atos usuais típicos do coronoelismo dos rincões brasileiro.

Mas apesar deste desastre, que mancha mais uma vez o processo democrático e passa a impressão de que o crime compensa, penso que este e outros episódios da vida política do País, foi positivo para o fortalecimento da Democracia.

Explico.

Em toda a História do Brasil, o período em que estamos vivendo, que vem de 1984 até o presente é o mais longo de nossos 507 anos de existência como nação, em que a Democracia vigora. Quando os Portugueses, aqui aportaram, vivemos por dois séculos de terra devastada para colônia. Depois enfrentamos dois impérios, onde igualmente a fase colonial, a chibata, a censura e a repressão eram a Tonica destes regimes. Com o advento da Republica, a primeira chamada de velha, não diferia dos outros modelos de governo. Era um regime comandado por militares e o Ex Senhores de Escravos, e naquele momento capitães do café. Findada esta fase, Getulio assumi, mais uma vez através de um golpe. Alias este é um País com tradição golpista. As elites são mestres nesta arte da sacanagem. Com Getulio vem o Estado Novo e a ditadura. Quinze anos de pau, humilhações e assassinatos. De 1950 a 1964, respirou-se um pouco de Democracia. Mesmo assim o fantasma de golpes e de clima de repressão rondou durante aqueles anos. Aí o golpe militar de março de 64, e 21 anos de porrada.

Somos ainda um povo, que não tem em suas origens tradições democráticas. O sentimento autoritário, prevalece desde a família, passando pela escola, atingindo as instituições.

Porem as lutas populares das ultimas décadas, tem feito avançar conceitos, que antes estavam distantes da grande massa. O jeitinho brasileiro, aos poucos vem sendo rechaçado. O povo tem exigido maior transparência com a coisa pública. Manifestado de varias maneiras seu descontentamento, com praticas políticas, que inundam nossas consciências. È por isto que a imprensa tem prestado um serviço de grande monta ao País, investigando, informando, denunciando. As vezes esta mesma imprensa exagera, na tinta, toma partido, ou vira sensacionalista. O Ministério Público, é outra ponta desta luta pela democratização.

Porem a um incipiente, ar de democracia, em virtude de nossas raízes no obscurantismo. Mas não há duvida de que poderemos caminhar rumo a uma cultura de democracia plena.

quarta-feira, setembro 12, 2007

CRÔNICAS DA CIDADE

LIMEIRA NOVE

Chega a dar urticária, certos episódios da cena política. A ultima perola, foi a do Prefeito Municipal, Silvio Félix. “Sou o Furacao”, da política Limeirense. Tal afirmação, faz referencia ao tal canteiro de obras, que o alcaide, espalhou na cidade, com vistas de inauguração as portas das eleições do ano que vem.

Nos últimos tempos, furacao, não é nem de longe, algo que se possa admirar ou vangloriar-se. Muito menos utilizar com sinônimo de algo positivo para a humanidade. A única, questão que o “furacao”, Felix, tem de semelhança, com o furacao, fenômeno de destruição e morte é a velocidade dos atos.

Com uma agilidade e rapidez, típica dos mais famosos furacões da História do mundo, nosso brilhante furacãozinho, Feliz, como gosta de chama-lo o Jornalista Pinheiro Alves, se transforma de Prefeito á mestre de obras.

O que é a tradição de um político conservador, que pousa de moderno. Um centralizador, que usa e abusa do populismo.

Tudo isto por mais quatro anos de poder.



METALÚRGICOS SETE

O primeiro dia de batalha, nas Eleições dos Metalúrgicos, terminou por volta das 3h da manhã. A chapa da direita, mesmo tentando obstruir a saída das urnas, não conseguiu impedir que mais de 50% dos votos fossem coletados, chegando com isto muito próximo do quorum do processo, algo em torno de 4.500. De acordo com o Vereador José Carlos Pinto de Oliveira, o dia de ontem foi muito tenso, do lado de fora das fabricas e do Sindicato. Nunca vi tanto “Bate Pau”, junto, afirma o Vereador que na tarde de ontem, sofreu ameaças de violência física na porta da empresa Meritor do Brasil.

Hoje segundo dia do pleito, a Chapa Dois, utilizou a mesma tática do primeiro dia. Mas não surtiu tanto efeito, a obstrução. No momento da escrita deste texto, as vinte e quatro urnas já devem estar nas fabricas. É quase certo, que o dia deve fechar com o quorum já atingido. Embora o próprio Zé Carlos, afirma, que há algumas dificuldades, pelo fato dos três mil sócios que faltam para ir as urnas, metade ser de trabalhadores Aposentados. Geralmente se encontra muitas entraves para convencer este segmento a votar. Por outro lado, algumas fabricas pequenas e medias, tem impedido a entrada das urnas para a coleta de votos. Mas apesar disto tudo, o processo esta transcorrendo dentro do que podemos chamar de normalidade em se tratando do atual movimento sindical.

E falando disto, parece que a ética, ta indo embora de vez no campo sindical de esquerda. Sempre nos pautamos, pela coerência e o bom senso em nossa pratica política. Fiz centenas de eleições sindicais em minha vida. Nunca abri ou permiti que se abri mão de princípios que contribuem para a construção da consciência de classes dos Trabalhadores. Hoje é comum, encontrar nestes processos, corpos estranhos ao mundo sindical e político. Expedientes antes rechaçados, são aceitos como argumento de preservar a integridade física das pessoas e o andamento do pleito. E não se mede esforços e recursos para lotar o processo de “seguranças”, robustos e fortemente armados, com Históricos duvidosos. Antes isto era um “privilégio”, dos pelegos e na metade da década de noventa, a direita da CUT começou a utilizar deste apoio logístico. Agora convivemos com a esquerda, até com um certo entusiasmo, patrocinando este produto.

E com isto fecho este boletim sobre as eleições dos Metalúrgicos de Limeira e Região.

terça-feira, setembro 11, 2007

METALÙRGICOS SEIS

Começou hoje pela manhã, as eleições do Sindicato dos Metalúrgicos. Como já era de esperar, uma multidão de apoiadores das duas chapas, concentraram-se as portas da sede, tomando toda a Rua Tiradentes. O transito teve que ser desviado. Teve motorista, que confidenciou a este blog, que levou quinze minutos para atravessar a rua. A Chapa da Direita sindical, a de numero dois, foi e esta disposta, a melar o processo. Sabe que no voto, não leva e tenta de todas as formas, trabalhar para encrencar o pleito. A tática agora, é atrasar a coleta do voto, com a intenção clara de prejudicar o quorum das eleições. Para que as 24 urnas, sejam abertas e apuradas na quinta-feira, é preciso que um pouco mais de 70% dos sindicalizados, compareçam aos locais de votação.

Com isto, os arqui-pelegos, encheram a porta do Sindicato, com os famigerados, Bate Paus e no recinto do pleito, causaram os maiores problemas. O primeiro deles, faz me rir, foi invocar com a qualidade do colante do lacre das urnas. A organização do pleito, colocou nas pastas dos mesários, a cola bastão print. Os entendidos em cola, exigiram a liquida, tipo tenax. Só neste maravilhoso impasse demorou duas horas. Após este incidente, outro foi causado: a chapa dois, não aceitou o tipo de lacre das urnas, que pasmem, estavam vazias, não havia necessidade, de lacrar na sede e o correto, é no local da coleta. Com esta e mais aquela, a ultima urna, saiu do sindicato rumo as fabricas ao meio dia e meio.

Só teremos certeza, se a tática pelega, deu resultado, daqui algumas horas, mesmo porque é preciso, avaliar o comportamento das empresas. Se elas contribuírem para o bom funcionamento das eleições, a categoria votará em peso e será possível alcançar um bom numero de votos.

Estou acompanhando o que é possível. A chapa um não disponibilizou, pelo menos até agora, uma central de informações. Ta difícil, conseguir saber o que realmente esta ocorrendo.

Mas darei ao longo dos três dias boletins sobre o que esta acontecendo.

segunda-feira, setembro 10, 2007

METALÚRGICOS CINCO

Amanhã terá inicio as eleições para a renovação da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região. Sete mil metalúrgicos sócios da entidade, terão três dias para escolher sua nova direção. Tudo indica, que no voto a Chapa Um da esquerda da CUT e do PT, vença com tranqüilidade e muita facilidade no voto. A categoria já deu mostras de que não quer em hipótese alguma uma volta ao passado, mais precisamente, período anterior a 1986, quando o peleguismo reinou, desde o golpe de 1964. Á única preocupação, tem sido a violência praticada pela chapa de oposição e a tentativa de interromper o processo via judicial. Do resto, os trabalhadores optaram em permanecer no caminho da construção de um Sindicato de luta e de organização. A categoria aprendeu que o sindicalismo tem que ser de classe, independente de patrões e de governos. A aventura capitaneada por meia dúzia de patrões, outra meia de sindicalistas de direita e com um apoio covarde de alguns políticos, foi no decorrer de uma campanha longa e estafante, rejeitada pela categoria. Manifestações de repudio, foi o que a direita sindical encontrou nas fabricas de Limeira e região.

A lógica é a vitória da esquerda. Rumores nos meios políticos e até na imprensa dão conta, de que o melhor será que as coisas permaneçam com estão, mesmo que isto não agrade a Burguesia. Não há condições objetivas para derrotar os vinte e um anos de sindicalismo combativo e classista.

Mas é preciso tirar lições destas eleições. Ninguém enfrenta uma muralha se ela não estiver ao menos apresentando rasuras e rachaduras. A um outro ditado popular ilustrativo: ninguém bate em cachorro morto ou magro. A direita se animou, para aventurar-se em criar uma oposição no maior Sindicato da cidade. Não se trata de uma revanche, dos Sindicato dos Motoristas, por recentemente terem sua base dividida, pela esquerda, com o apoio irrestrito e transparente, do Sindicato dos Metalúrgicos. É mais do que isto. Nenhum patrão investe dinheiro e influencia, sabendo que ira perder até de forma acachapante.

Temos procurado desenvolver ao relatar a História recente dos Metalúrgicos de Limeira, teses que possam explicar os Ascensos e descensos da esquerda a frente daquela entidade. Os anos noventa, iniciados no capitulo anterior, foram muito caros para a classe trabalhadora. A recessão trouxe o desemprego estrutural, cíclico e não conjuntural. Tal sintoma aliado com o avanço do projeto Neo Liberal, de automatização do chão de fabrica, causou ao sindicalismo combativo um estrago enorme em sua forma e pratica sindical. Para quem estava acostumado, a política da porta da fabrica e não se preparou para ter sustentação alem do portão e de preferência no interior do local de trabalho, sentiu o peso de não conseguir mais ouvir as vozes das fabricas ou elas ouvirem a fala dos dirigentes.

Tal quadro colocou, a imensa maioria dos Sindicatos, de volta para seus aparelhos e maquinas e lá ressuscitarem as lutas internas e intestinas, que constantemente eram abafadas pelas lutas contra a burguesia. Nos noventa do século passado, os sindicalistas de esquerda, diminuíram as idas as portas de fabricas, quase não tinham programas de formação e nem pensavam em programas de organização no chão de fabrica. Aumentou-se e proliferou-se os sindicalistas de gabinete, com hora marcada para entrar e sair da entidade. Os dirigentes que dão maior valor a pasta nova que comprou e os passeios com o novo carro do sindicato. O discurso continua revolucionário, mas a pratica, esqueceu da solidariedade, da humildade de classe. Ética, apenas como retórica e assunto para congressos.

Talvez a Burguesia tenha percebido este refluxo e se motivado. Mas errou na analise completa.

Continuo no próximo Capitulo..............................

quarta-feira, setembro 05, 2007

O DESMORONAMENTO DO SONHO AMERICANO


Dos espetáculos que programei para assistir do III Festival Nacional de Teatro, este estava na lista e é era o um dos que mais ansiava em ver. Tomei conhecimento, do texto encenado, em um livro escrito pelo ultra jornalista Luis Carlos Maciel, que imortalizou-se como um dos fundadores do Pasquim. A obra chamava-se Anos 60, e se propõe a analisar os acontecimentos revolucionários e transformadores daquela década de ouro. No inicio do livro, Maciel, dedica um capitulo todo a obra do dramaturgo Edward Albee. Para Maciel, A Historia do Jardim Zoológico, foi um divisor de águas, para a Juventude Americana, do final dos anos 50, do século XX. O modo Americano de viver no pós guerra, é desnudado, pelo roteiro de Albee. Um País de resolveu sua crise, com a segunda guerra mundial, transformando-se na primeira potencia econômica e bélica do mundo, apresenta naquele período uma classe média envolta na prosperidade financeira e preocupada apenas com seu universo. Não importava aquela gente, a guerra fria, o subdesenvolvimento da América Latina e África, os conflitos na Ásia, bem como não enxergavam ali mesmo a segregação racial e social, que excluía negros e brancos pobres.

A soberba e a arrogância, crescia nos corações e mentes do Americano médio. Seu apoio as eternas ingerências do governo Norte Americano, na vida alheia e principalmente o ódio as populações negras, era uma realidade. O Jardim Zoológico, põe tudo isto por terra. Albee que teve seu auge como autor teatral, com Quem tem medo de Virginia Woolf, esmaga a hipocrisia, da Classe média. Maciel aponta que, as esquerdas Americanas, sufocadas pelo Estado Americano, que durante, os anos cinqüenta, cassou militantes comunistas ou não através do que se convencionou chamar de Macartismo, reacendem no inicio dos sessenta e admitem que foram influenciados pela obra de Albee.

Fiquei intrigado desde o inicio do espetáculo, montado pelo grupo de Brasília A Muleta. Durante todo o Festival, as filas para a entrada no Teatro Vitória era enormes, tamanho foi o sucesso da empreitada. Ao adentrar ao saguão, avistamos um violonista, que tocava o instrumento, a qual musica nos era inaudível, em função do barulho das pessoas, em seu encalço, um rapaz, idade abaixo do trinta, trajava roupas sujas e simples, bem como um mochilão, nas costas. Comia um sanduíche, acho que de mortadela, com uma aparência, velha. Os dois percorreram as instalações por vários minutos, até o publico acomodar-se no teatro. Lá dentro no palco, um cenário retratando, um parque, feito todo ele de papelão. No centro, um rapaz igualmente jovem ao primeiro, lia um livro, sentado em um banco de madeira. Ao contrario do moço da mortadela, este estava todo alinhado, tinha estatura enorme, barba feita e semblante aparentemente calmo. Parecia que este levava uma vida tranqüila e feliz.

Após minutos intermináveis de silencio, o espetáculo avança para um ritmo, que vai da voz macia e leve, para um final trágico e intolerante. Peter o homem grande, apostava que sua vida era boa e defendia o Status Quo, do milagre Americano, dos anos cinqüenta. Afinal, ele tinha esposa, duas filhas, era funcionário publico estável, com um salário de cinco mil por mês, e de quebra tinha dois periquitos como animais domésticos. Parece que não queria outra vida, apenas aquela que lhe dava o luxo de todas as tardes de domingo, ir ao parque e ler James Joyce e Dostoievski. A fome no mundo, o racismo, isto não lhe interessava. Já Jerry, baixinho e comedor de mortadela, era o oposto ao Americano típico. A antítese, do comodismo, próprio das classes médias. Não por que queria, ser um sobrevivente, em um universo, de desprovidos da terra, mas porque aprendeu a lutar. Sua fala é firme não há duvidas do quer. Assume seus atos, não tem vergonha disto. Solta suas angustias, em atos e gestos. Uma cena hilariante é do momento da disputa pelo banco da praça: Jerry, determinado, se apossa do objeto e nele defeca, urina e faz sexo, com o pedaço de madeira. Peter, oras Peter, é covarde, não tem certeza de nada, é intolerante e segregador.

O leitor pode estar pensando, é a luta de Classes. Talvez sim, embora Albee não era marxista, mas os elementos e o clima da época em que Jardim Zoológico foi escrito, propicia esta leitura. Alias a linguagem metafórica é o ápice do espetáculo. Ela esta em todos os cantos, do palco. Até no momento da cena de sexo, quando no canto do tablado, um coelho passa e espia o ato, sinal de fertilidade.

A História do Jardim Zoológico ou a História de Jerry e o Cachorro, merecia uma premiação melhor do Festival. Abocanhou os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante para o Ator de Jerry e Revelação para o Diretor Diego Bressani. Foi ao lado de Primus, que já comentei aqui, para mim o melhor espetáculo da mostra teatral.

Lembrei do movimento Cansei e sua arrogância e cretinice, ao assistir o espetáculo. Como pensei na imensa maioria dos pobres, que vivem sem expectativas e perspectivas, mas continuam lutam com a vida e pela vida.

terça-feira, setembro 04, 2007

METALÚRGICOS 4

Os anos noventa do século passado, foram de desafios e mutações para o movimento sindical brasileiro, os quais os Metalúrgicos de Limeira, não ficaram impunes. Dois fatores externos, contribuíram para mergulhar as esquerdas e seu campo sindical em uma das maiores crises políticas de toda a História. A queda do muro de Berlin em 1989, produziu milhares de homens e mulheres, sem rumo e referencial ideológico. Por maiores que fossem as criticas, ao chamado Socialismo Real, os Países do Leste Europeu, a União Soviética, Cuba e China, eram os espelhos, tanto para o bem, como para o mal. Só o fato, das experiências rejeitarem o Capitalismo, o Socialismo Real, era este espelho, de uma sociedade diferente. Vários dirigentes sindicais, passaram toda a década de 80, em viagens de intercambio e conhecimento, com diversos Paises Socialistas. Passavam temporadas, estudando as economias, a sociologia, o modo sindical dos socialistas, enfim, estes Países, passam a ser laboratórios para os sindicalistas Brasileiros.

Alem do que, os Países principalmente do Leste Europeu, eram fonte de recursos, para o Terceiro Mundo e em especial para as esquerdas, que investiam o dinheiro, em programas de formação política, criando instituições especificas. As mais famosas eram: Treze de Maio, com uma linha marxista leninista. A entidade tinha como publico as esquerdas Trotskistas e oriundas dos movimentos populares. Outra instituição de peso, foi o Instituto Cajamar. Bancado com recursos da Europa do Leste e por Centrais Sindicais Italianas, entre elas uma Social Democrata, Cajamar, localizado na cidade de mesmo nome, próxima de Jundiaí, foi o centro formativo do PT e da CUT, com orientação revisionista e ao mesmo tempo Stalinista. Servia as tendências mais a direita do movimento, em especial ao Campo Majoritário. Os Metalúrgicos, preferiam o 13 de Maio, mas através de programas da CUT, freqüentavam Cajamar. Vários dirigentes Limeirenses, participaram destes programas.

No inicio da década de noventa, o campo de esquerda o qual os Metalúrgicos de Limeira se articulavam, criou um outro centro de formação: O Nativo da Natividade. O nome em homenagem ao Sindicalista, Presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Goiás, que foi assassinado nos anos 80, por matadores de aluguel, a mando de fazendeiros grileiros de terra. O Nativo, tinha uma orientação Marxista, mas trabalhava conceitos e concepções de forma básica, pois seu publico, nunca tinha ouvido falar do Velho Alemão. A diferença do NN, em relação ao Cajamar e ao Treze de Maio, consistia, em uma visão preparatória para o dia a dia sindical, ainda com praticas anárquicas e uma novidade, a discussão da Ética Revolucionária, confundida as vezes com a Ética Cristã. O Nativo, teve em seu inicio recursos externos, mas foi durante quase dez anos, financiados por Sindicatos da Esquerda Cristã, entre eles os Metalúrgicos de Limeira, que fizeram parte de sua direção.

Um velho companheiro nosso e dos Metalúrgicos dos tempos de Nativo, o hoje Prefeito de Várzea Paulista, o Professor Eduardo Tadeu Pereira, o Edu, escreveu em sua dissertação de mestrado, sobre a experiência de formação Política no Brasil, com base em sua vivencia no NN. O trabalho, intitulado "Educação e Formação Política: um estudo histórico-analítico e institucional da Fundação Nativo da Natividade", procura apresentar aos movimentos sociais uma experiência de Formação de abrir consciências para a luta de classes e seus meandros.

A derrubada do Muro, interrompeu até os dias de hoje, os intercâmbios e os programas formativos com as esquerdas Socialistas. Tal situação, empurrou parte deste contingente, a outras concepções e experiências. Em particular com a Social Democracia Européia. Conceitos como pragmatismo, reformas e fazer o que é possível. O outro fator e externo, comento no próximo capitulo.

CONTINUA...........................