segunda-feira, julho 31, 2006

INTOLERÂNCIA, A SÉRIE


VOAR

Elza caminhava pelos escombros deixados pelas bombas, sinal de destruição de décadas, oriundo do conflito entre Israel e Palestina. Naquele local, antes da guerra, funcionava uma escola, freqüentada por crianças e jovens palestinos. O cheiro de morte pairava no ar. Elza em seus 15 aninhos de idade, já viu muita tragédia em sua vida.
Mas naquela tarde, seus pensamentos caminhavam em outra direção, que nada ou quase nada tinha a ver com os problemas causados pelo adultos. Desde pequenina, acompanhava nos jardins da loja de ferragens do pai, o movimentar das borboletas, vivas a sacolejar as asinhas, bicando as flores e plantas, da vegetação.
A menina cresceu admirando, aquele bater de asas, de borboletas, pássaros. Sua ansiedade e alegria, saltavam aos olhos de qualquer adulto que a via naquele estado de magia pura, ao imitar os gestos de bater asas dos pássaros.
Com o passar do tempo, Elza foi compreendendo muita coisa que ocorria ao seu redor, mas seu eterno sonho de voar tal qual as aves, não diminuiu, cresceu, criou motivações. Naquele dia, nossa menina, estava naquele lugar, pois soube por uma coleguinha de que mais alguém tinha o mesmo sonho que ela. Elza aguçada pela curiosidade, lá estava, ela não conhecia a pessoa. Após meia hora no local foi perceber a presença, de uma garota que usava um véu cobrindo rosto e cabeça.
Pensou, deve ser esta, a pessoa. Caminhou até o local onde encontrava-se a garota. Chorava copiosamente. Elza assustou-se com a cena. Mas mesmo sem saber a reação abordou-a: - Porque choras?. A garota não se moveu. Permaneceu em lagrimas. Elza voltou a carga: Que tristeza ocupa seu coração?.
A garota, mulçumana, (esta foi a conclusão de Elza), movimentou o rosto, em direção a menina Judia, mas o choro permanecia. Elza estava incomodada com aquela situação. Passou-lhe pela mente varias situações que levariam a menina mulçumana, aquele choro convulsivo.
Talvez a mãe tivesse lhe aplicado um castigo por não fazer as tarefas de casa ou da escola com perfeição, ou mesmo as notas do colégio fossem baixas. Ou mesmo o Amor tivesse sido despertado e não correspondido por um garoto? Talvez o líder espiritual lhe impusse-se punições por não ler o Alcorão? Vai ver, refletia Elza, ela não agüentava mais usar o Véu?
Tantas indagações e ao mesmo tempo um sentimento de impotência por não fazer nada para conter as lagrimas. A situação a fez lembrar de uma discussão entre seu Pai e o Pai de um garoto palestino, por causa da religião.
Certo dia os dois adultos se pegaram em uma discussão que só não foi as vias de fato com uso da violência física, por um fio e a intervenção de Elza. A briga étnico religiosa, foi por conta de quem ficaria por direito com a cidade sagrada de Jerusalém. Ocorre que os argumentos, não eram para convencer um ao outro e sim para ofender, xingar e destilar ódio. A pequena Elza acompanhou aquele triste episódio que levou seu Pai a apontar uma faca ao Palestino.
Outro exemplo de impotência a jovem Elza, sentiu quando a família de seus primos, foi morta por uma bomba detonada em um restaurante. Igualmente ficou com a situação de crianças, jovens e velhos na faixa de gaza, após ataques constantes do exército de Israel, vários deles mortos e feridos.
A garota continua seu martírio. Elza ainda sem saber o que fazer, continua a pensar. Será que ela descobriu que é Mulher? - Comigo, fala com os botões do casaco, aconteceu a mesma coisa. Lembra Elza, que descobriu sua primeira menstruação aos 10 anos. Brincava na rua, de esconde-esconde com os amigos do bairro, quando olhou para o vestidinho e o viu todo manchado de vermelho. Pensou: - Estou machucada. Será que vou morrer?. Entrou em casa aos prantos e dizendo que ia morrer. A mãe disse que não era nada de mal. Sorrindo, beijou a filha e lhe disse:- Bem vinda, tu és mulher.
Elza já não estava suportando mais aquela inusitada situação. Foi até aquele local proibido para os Judeus, perigoso para todos, pois o conflito proporciona derramento de sangue a toda hora, para conhecer uma criatura que partilhava do mesmo sonho: O de ter Asas para voar.
Como Icaro, na mitologia fez, o desejava Elza, voar rumo as estrelas.
Pensava que voar é ir em busca do paraíso, de lugares repletos de doces, balas, chocolates e claro: garotos bonitos. Voar para libertar os que escravos estão. Voar para sentir a brisa do vento no rosto e com seu frescor admirar as belezas da natureza.
Voar para atingir o infinito, cruzar fronteiras sem passaportes ou autorizações.
Voar para conhecer os anjos, que apenas em sonhos os viu. Exceto uma vez quando pequena viu uma mão branca como a neve lhe ser estendida, salvando-a de um caminhão que em alta velocidade rompia as ruas de seu bairro.
Voar para satisfazer os desejos mais alucinantes que sua imaginação possa criar. Voar para buscar conhecimentos, estender as mãos e os braços para quem clama por amizade e ternura.
Elza decidiu, abordar a estranha mais uma vez: Garota, heim ta me ouvindo? A menina continua a chorar. O que te incomoda? Porque choras?
Tantas perguntas e nenhuma resposta. Desanimada Elza se prepara para ir embora, quando a garota, levantando a cabeça e o véu:- Garota Judia espere. Elza para e indaga: Porque devo esperar, já que estou a tanto tempo aqui e você só faz chorar?
O que queres de mim? Pergunta a garota a Elza. Queres voar? Responde Elza. A garota não responde com palavras. Levanta-se e mostra-lhe marca de um sonho desfeito pela guerra: as mãos decepadas por rajadas de metralhadoras.
Após o gesto, a garota recoloca o véu e sai.

GUERRA ESTÚPIDA



O conflito Israel, Palestina e Líbano, não passa de uma estupidez, financiada pelo terrorista George Busch. Posto acima conto, sobre Liberdade o qual concorri ao concurso do Mapa Cultural no ano passado. È minha visão sobre este massacre medíocre e intolerante.

quarta-feira, julho 26, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL IV



Carlos Gilberto Roldão, o garoto de São Simão, sua cidade natal, não era o nome com maiores possibilidades de eleição. No conjunto do grupo que gravitava entorno do Sindicato dos Metalúrgicos, haviam outros nomes, com maior projeção e referencia, junto a massa de eleitores. Ocorre que estas lideranças alegavam estar comprometidas com outras tarefas, as quais de igual importância, assim dirigentes como Wilson Cerqueira, citado pela militância, não aceitou a indicação, alem é claro de não ter filiação partidária.

Corria o ano de 1988. No PT Limeira, o nome da Sindicalista Bancaria Neide Mansur, surgia como o principal nome para o cargo de candidata a Prefeito. Situação que consolidou-se, tendo Carlos Gou Nacaguma, advogado e irmão de George, completando a chapa de Majoritários. A escolha dos candidatos e da chapa de Vereadores, foi tensa e polemica. A convenção municipal, realizada no anfiteatro da Escola Trajano Camargo, foi marcada pela primeira vez pela disputa interna. Dois grupos que vão passar até os dias atuais como adversários no interior do Partido, se apresentam, com posições distintas e divergentes.

O grupo então majoritário, tendo a frente o Presidente e Professor Universitário José Claudinei Lombardi, o Zezo, o futuro Vereador Luís Carlos Pierri, o advogado George Nacaguma, entre outros, tinha um comportamento centralizador e pensava a campanha eleitoral como espaço para divulgar propostas reformistas. Do outro lado do cabo de guerra, o grupo intitulado Rumo ao Socialismo, capitaneado pelos Metalúrgicos, lideranças de pastorais e movimentos populares, tinham serias criticas a instituição, levantavam bandeiras como a das ações diretas e de organização de base. Pensavam que as eleições eram apenas um momento de reflexão e acumulo de forças para lutas por condições melhores de vida, trabalho e salário. Os dois grupos intitulavam-se Socialistas, no entanto o grupo de Roldão, era mais incisivo nesta defesa.

Rolou de tudo na convenção, desde xingamentos como o de Stalinistas, atribuídos a corrente majoritária, até vanguardistas e radicais, atribuídos aos Metalúrgicos e aliados, bem como cadeiradas e empurrões entre os grupos. Apesar disto tudo, o PT estava pronto para disputar aquele pleito. E nós depositávamos na candidatura Roldão, as esperanças de que era possível fazer o debate classista naquele processo. A articulação lança o nome do também metalúrgico Marcel Serpellone, em uma clara tentativa de disputar os votos dos trabalhadores Metalúrgicos.

A campanha Roldão, foi nosso primeiro texte. Simples e com muita dificuldade, fomos trabalhando a candidatura, que assume uma feição de grupo. Era raro, Roldão falar na primeira pessoa, suas falas refletiam sempre o pensamento de um coletivo, que ainda priorizava a luta sindical e que em vários momentos, ausentou-se da campanha. Não me lembro, mas acho que produzimos dois materiais, em uma época em que não havia computador ainda, fazíamos os materiais na maquina de escrever IBM, e a composição na régua e estilete.

A direita divide-se em candidaturas que vão caracterizar-se no rodízio do poder durante 20 anos. De um lado a dupla legal, Richard Drago, então Presidente da Internacional, tendo como vice o Presidente do Independente, Julio Maçorano, do império Graal de Restaurantes e postos de Gasolina. A dupla tinha a benção do então Prefeito Jurandir Paixão, caudilho e populista, perseguidor dos movimentos populares. Na outra ponta, o grupo que sustentava a candidatura do ex Prefeito Paulo D’Andréia, que viria a vencer aquelas eleições, confirmando o rodízio de poder destes grupos. No apoio a D’Andréia e eleito Vereador, estava o hoje Prefeito Silvio Félix.

Roldão não foi eleito, faltou muito pouco, uns 35 votos. A articulação alem de Pierri, elegia o Metalúrgico Marcel. A disputa de rumos no PT e na CUT, acirrava-se, cada vez mais. Neste ano o III Congresso da CUT, iniciava uma guinada a direita, elevando aos céus o discurso corporativista e negociador com a Burguesia. No PT, a bandeira do Socialismo ainda tremulava e um ano antes aprovava-se no 5º Encontro do Partido, a candidatura LULA a Presidente da República.

No campo institucional, 1988 termina com o PT vencendo Prefeituras em varias cidades importantes: Erundina em São Paulo, Jacó Bittar em Campinas, Olívio Dutra em Porto Alegre e outros. A constituição é promulgada e com ela apesar de seu caráter conservador, algumas conquistas dos movimentos populares são contemplados.

A luta sindical ainda é a praia do Grupo de Metalúrgicos. Mas apesar disto, o ano de 1989, começa a mudar nossas vidas. Vem aí o LULA LÁ.

CONTINUA.........

terça-feira, julho 25, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL III


Carlos Gilberto Roldão, tinha uma moto, nos idos de 1986. Metalúrgico da Newton, era um dos maias novos daquele grupo de Oposição Sindical, que após dois anos de Intervenção no Sindicato da Categoria, vencia o pleito eleitoral, e comanda a entidade até os dias de hoje.

Não o conhecia, fui ter contato com ele durante o mandato sindical, onde ele diretor e eu como funcionário. Nos tornamos amigos, companheiros de varias jornadas políticas, tanto na cidade, como no Estado. Roldão ou tripa para os íntimos, logo foi se destacando na diretoria sindical.

Logo pode-se notar, sua seriedade e disciplina. Muito observador, em pouco tempo, já utilizava o microfone para bons discursos na porta da fabrica e nas atividades do Sindicato. Foi um dos primeiros a compreender a importância de uma militância Partidária, filiando-se no PT, já em 1987, antes até de vários companheiros que há mais tempo atuavam no movimento.

Nesta época acirrava-se no País todo, os debates internos no Partido, sobre o projeto estratégico de sociedade, as alternativas ao Capitalismo. Em Limeira o grupo de Sindicalistas filiados ao Partido em conjunto com varias lideranças de pastorais e movimentos populares, fazem um movimento de questionamentos a concepção, prática de construção partidária, até então hegemônica no PT.

Os campos e tendências ainda não estavam claros no interior da agremiação, mas a dicotomia partido voltado para as lutas diretas versus partido da luta institucional, começa a se desenhar. Lembro que o primeiro documento que o futuro grupo de esquerda no Partido apresentou, foi escrito por mim e pelo Roldão, e tinha a singela denominação de Rumo ao Socialismo. Apresentamos este texto, no encontro municipal do PT, que renovaria seu diretório naquele ano de 1987.

No movimento sindical, o quadro não era diferente. As correntes sindicais, surgiam e se organizavam. Nós fomos integrar uma das maiores experiências de organização sindical, o CUT PELA BASE. Gilberto Roldão, foi um dos dirigentes desta corrente, bem como da Central Única dos Trabalhadores. Este forte clima de debates internos, também contaminavam o Sindicato dos Metalúrgicos, formando já no primeiro ano dois grupos: CUT PELA BASE, Hegemônico e a Articulação Sindical, cujo o principal expoente, era o hoje advogado Marcel Serpelone. Aproximava-se as eleições municipais de 1988.

No País, o sentimento é de que este processo poderia ser uma prévia das eleições Presidenciais, a primeira livre após o regime militar. O Presidente Sarney com o auxilio do grupo denominado Centrão, no Congresso Nacional, consegue 5 anos para seu mandato, adiando por mais um ano as Eleições diretas para Presidente da República.

No PT, crescia a expectativa de obter varias vitórias em todo o território nacional, conquistando varias Prefeituras Municipais. Em Limeira, o então do grupo da tese Rumo ao Socialismo, discutia que deveria avançar em sua representatividade na cidade, bem como de quebra evitar que uma candidatura da Articulação, no caso de Marcel, obtivesse sucesso, pois isto poderia custar o comando da principal organização de esquerda e popular no momento.

Conclusão, tínhamos que lançar e eleger um Vereador. Escolhido: Gilberto Roldão e eu fui ajudar na coordenação de sua campanha. Mas isto é assunto para o próximo texto.

CONTINUA......

segunda-feira, julho 24, 2006

UMA GRIPE E OS ACONTECIMENTOS DA SEMANA

Amigos, fiquei duas semanas sem postar. Uma baita de uma virose me atacou, deu febre, tosse, diarréia, falta de ar e até uma caída de pressão, originando um pequeno desmaio. Mas tudo bem, com uma tática bem definida, com muito chás, analségicos, besetasil e muita cama, consegui superar, a virose picolé de Chuchu. Estou de volta ao batente. E para iniciar, este reinicio, escrevo um pouco sobre tudo.

Hoje tem inicio o 5º Curso de Férias para a Juventude. Organizado pelos Jovens do PT, o evento tem como tema “A Crise das Esquerdas” e vai trabalhar este tema ao longo da História. Nesta noite, a partir das 19hs no Sindicato dos Metalúrgicos, quem faz o lançamento do Curso é o Jornalista Alípio Freire, Editor do Jornal dos Sem Terra e outras publicações. O Alípio ex Preso Político, ficou vários anos no presídio Tiradentes, sofreu toda a sorte de torturas e humilhações. Militante da organização Ala Vermelha de atuação durante o regime militar, escreveu em conjunto com outros companheiros, pela editora Expressão Popular, o livro depoimento TIRADENTES, UM PRESÍDIO DA DITADURA – memórias de presos políticos. Esta concluindo pela mesma editora uma obra sobre o Golpe de 64. Alípio Freire, foi também consultor do filme “Cabra Cega”, sobre o período. O tema do Jornalista é exatamente o a ditadura militar, e as esquerdas neste contexto.

Estava curtindo a gripe no inicio da semana passada e fiquei um pouco por fora do que acontecia no mundo. Ative-me a noticias da rede. Pude constatar que a coqueluche, era o Julgamento de Suzane Von Richthofen e os irmãos Cravinhos. Condenação mais que justa e que suscita no mínimo, dois grandes debates. O primeiro a necessidade de mudanças no código penal, que abrandam penas para infratores que roubam pote de manteiga e sejam mais duros, com casos de extrema crueldade como esse e outros mais. O segundo ponto, diz respeito á jovens de classe média, que nos últimos anos, tem cometido crimes motivados por dinheiro e poder. Esta situação nos faz pensar, que uma geração de jovens desta faixa da população não carrega em suas mentes o que gerações com a dos anos 60 e 70 ao invés de armas e sangue, preferiu a flor.

Uma discussão que sempre assolou as esquerdas, é aquela que tenta justificar todo o comportamento e caráter dos pobres, é resultado da própria condição destes pobres. A setores que chegam a afirmar que um infrator não pode ser condenado pelos movimentos, pois ele trafica, rouba e comete outros delitos, porque é fruto do capitalismo, sistema de exclusão e concentração de renda. O cerne é exatamente este, no entanto, em uma sociedade responsável e que se propõe, ser democrática, precisa ser vigilante com quem comete crimes, bem como estabelecer punições e programas de ressocialização destes infratores. Não pode as esquerdas se esconderem deste debate e adiar para o dia da tomada do poder, a busca de soluções para problemas como este.

quinta-feira, julho 13, 2006

HOJE E SEMPRE È DIA DE ROCK


Hoje é dia de Rock. Coloque ao menos um CD, do maior ritmo e movimento do Mundo.

Hoje é dia de Rock. Se vc não tem um disco de Rock In Rool, nem em vil, ouça na rede, rádios e sites especializados ou empreste de uma amiga ou amigo.

Hoje é dia de Rock, faça um esforço se vc não conhece, o ritmo mais Revolucionário do Século XX, ouça pelo menos Bill Haley e Seus Comets. Ou não faça de rogado, ouça Elvis Presley, o Branco Americano, construído pela industria do Capital, para domesticar o Blues Negro.
Hoje é dia de Rock. Se vc não aprecia e gosta de Axé music, lembre-se, se não fosse o Rock In Rool, não haveria as Ivetes e Danielas.

Hoje é dia de Rock. Quem gosta de Rock, ama a longevidade e bebe da fonte da juventude, vejam o vovô Serguei e os Vovós Stones.

Hoje é dia de Rock. Se vc quer conhecer a fundo, sugiro livros e filmes sobre o assunto, tem até ópera, como Jesus Christi Super Star.

Hoje é dia de Rock. No Brasil teatrólogos e compositores, conhecidos e desconhecidos, já utilizaram o tema, em suas obras.

Hoje é dia de Rock. Se vc tem no estilo total desconhecimento, ou é do tanto faz, todas as cores e todas as danças, ouça os Quatro de Liverpool.

Hoje é dia de Rock. Se quiser iniciar-se no vicio por ser Nacionalista, que tal Rita Lee, Raul Seixas, a Jovem Guarda?.
Hoje é dia de Rock. Minha filha, tem uma Guitarra e já ouviu Jimi Hendrix e quer ouvir Eric God Clapton.
Hoje é dia de Rock e da 16º velinha da lei que protege Crianças e Adolescentes, que alias Rock e Criança tem tudo a ver.

sexta-feira, julho 07, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL II


Em 1986, estava a beira de acontecimentos que mudariam minha vida. Desempregado, vivia momentos terríveis, sem grana e com necessidade de buscar alternativas. Militava na igreja, mas via que um ciclo estava se fechando, pedindo para entornar o caldo em outras freguesias. Descobria os limites da santa madre, bem como lia Marx e Guevara. O Sindicalismo cutista encantava a mim e a minha geração. Engajei-me de corpo e a alma na luta do movimento de Oposição Metalúrgica, que revelou para a cidade nomes que hoje representam as esquerdas: Wilson Cerqueira, Zé Carlos Pinto, Osmar Lopes, Roldão e outros.

A luta sindical nos tomava tempo, pois apontava a necessidade de ganhar sindicatos para mudar o Sindicalismo, volta-lo para objetivos de lutas imediatas e estratégicas. A Oposição era prioridade e mais que isto, havia no conjunto dos sindicalistas uma resistência enorme ao PT. Muitos chegavam a acreditar que o Partido não tinha a mesma combatividade com o Capitalismo, que a recém fundada Central Única dos Trabalhadores, que sua ação resumia-se ao institucional, embora o PT dos anos 80, pregava o Socialismo e o fim da propriedade privada abertamente e sem meias palavras. Acredito que os Sindicalistas, principalmente os que vinham de organizações que fizeram a luta direta com o regime militar, faziam com este discurso luta interna. O fato é que futuras lideranças políticas, entre as quais alguns ao qual citei, filiaram-se ao PT, só no final da década.

Lula era o ícone principal dos Sindicalistas. O mestre. A luta fratricida no interior Partidário ainda engatinhava e o futuro Presidente da República, era considerado acima das correntes de opinião, a personalidade máxima, patrimônio Histórico da Classe Trabalhadora. A maioria das Lideranças Sindicais, encampou a candidatura de Luis Inácio para Deputado Federal. Estávamos próximos do Congresso Constituinte e o Partido analisou que seria importante lançar candidatos capazes de fazer a disputa, com qualidade e liderança popular. Nomes como o de Plínio Arruda Sampaio, Florestan Fernandes, Luís Eduardo Greenhalg e outros, disputaram aquele pleito, por serem em suas áreas necessários naquele momento. Lula representava não só o Sindicalismo Combativo e Classista, como um Partido que pretendia-se ser Socialista.

Como ainda estava na Igreja no primeiro momento, fui fazer campanha para duas candidaturas de indicação das pastorais e movimentos populares, entre eles o ainda nascente MST. Irma Passoni, com profundas raízes nas pastorais católicas, foi nossa candidata a Deputada Federal. Com vinculo com Lideranças em Limeira, como Ex Padre Wilson Zanetti e o Ex Seminarista Jonas Beltrão, a então Deputada Estadual, teve sua campanha aqui, em dobrada com o futuro Prefeito de Hortolândia, Ângelo Perugini, que meses antes liderou em nossa cidade uma greve de canavieiros, das Usinas Iracema e Ester. Foi a primeira campanha da qual coordenei e fui renumerado.

Mas o engajamento junto ao Sindicalismo, me fez ainda sem muita maturidade política, abandonar a campanha de Irma e Ângelo e enveredar na maciça campanha do ex Metalúrgico Lula. Aqui em Limeira o comitê Lula, dobrava para Deputado Estadual, para um outro Metalúrgico: Alcides Bianchi de Campinas. Meu voto foi para os dois, no Senado o Petista Jacó Bittar e para o Governo do Estado Eduardo Suplicy.

Esta eleição o PMDB, emplacou em todo o território nacional. Na rabeira do engodo do Plano Cruzado (seja um fiscal do Sarney), o Partido elegeu não só a maior bancada do Congresso, como de 24 estados da Federação, 22 Governadores eram Peemedebistas. Em Limeira não foi diferente o então Prefeito Municipal Jurandir Paixão de Campos Freire, elegeu seu filho Jurinha, com uma votação extraordinária para a Assembléia Legislativa. Jurinha teve um mandato pífio e suspeito de corrupção.

Os grupos petistas com campanha na cidade alem dos já citados, soma-se o da candidatura do Advogado George Nacaguma, apoiado pela então força majoritária no PT.

Lula elegeu-se com a maior votação da História, só superado em 2002, pelo falastrão Enéas Carneiro. Irma Passoni também foi Deputada Constituinte. Perugini e Nacaguma tiveram votação expressivas. Bianchi elege-se 2º Suplente, e iria assumir alguns anos depois.

Quanto a mim, fui definindo novos ciclos e me especializando em campanhas eleitorais.

CONTINUA

quinta-feira, julho 06, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL


Incrível, em 26 anos de militância política, este ano fico pela primeira vez sem participar de campanhas eleitorais. Após anunciar minha saída do Partido dos Trabalhadores, tomei varias decisões, entre elas não pedir voto para ninguém. Entendo ser coerente, com a posição de repensar a pratica política. Não seria nada bom, criticar a opção pela institucionalidade e ao mesmo tempo trabalhar candidaturas que disputam esta mesma institucionalidade.

Meu voto, será para candidatos de esquerda, que assim que iniciar o pleito, anunciarei os nomes. Não vou votar branco ou nulo, porque acho que não estamos entre a cruz e a caldeirinha, ou que a um passo da insurreição ou estado totalitário, temos que rejeitar a via eleitoral ou rechaçar todos os concorrentes. Penso que o processo eleitoral, ainda é o espaço para alternativas á esquerda, embora ache que ta na hora da reflexão sobre os caminhos a adotar.

Meu voto não será anti-Petista. Porem algumas escolhas não serão do PT. Não posso admitir, aqueles que falam em depositar o voto na opção Tucana. Vejo como uma tremenda irresponsabilidade. Os do pássaro amarelo e azul, em oito anos desenvolveram um projeto de exclusão social, que somou mais de 50milhões de miseráveis. A dicotomia de tudo privatizar, flexibilizar para pagar a divida externa, por tudo o que lula não fez, ainda é um grande mal para a nação. Não voto no picolé de chuchu, nem que ele seja o único.

Sei que será penoso, não envolver-me com campanhas, pois desde o primeiro voto em 1982, estive buscando voto em todos os processos. Transcrevo abaixo esta trajetória, a qual tive poucas vitórias, mas aprendi muito, nestas duas décadas e meia.

1982- Fiz campanha para o PT. Este ano a ditadura para não perder maioria em Estados e Municípios, bem como nos Parlamentos, inventou regras para dificultar a eleição dos Opositores ao regime que voltavam do exílio, das cadeias e da clandestinidade. Foram eleições quase 100%, menos para Presidente da República, que tivemos que esperar mais 7 anos. O voto vinculado foi uma das enormes armações dos militares, que tentavam vender a imagem de Democratas ao promover a volta das eleições para governos do estado e o fim do senador biônico. Em Limeira fiz campanha para a seguinte chapa:

Vereador: Sr. Roque, não me lembro o sobrenome, pessoa da comunidade de Santa Luzia. Teve acho uns 200 votos;

Prefeito:
Luís Carlos Pierre, que terminou a eleição com 4mil votos. Resultado considerado importante acha vista que o PT ainda era uma criança.

Deputado Estadual: O futuro hoje Ex Prefeito de Piracicaba, José Machado.

Deputado Federal: Primeira eleição do ex Partidão, o advogado George Nacaguma.

Senadores: Jacó Bitar, Presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas, mais tarde Prefeito de Campinas e Helio Bicudo, Jurista que descobriu e denunciou o esquadrão da morte no inicio dos anos 70.

Governador: Luís Inácio Lula da Silva, então Presidente do PT, nosso ídolo máximo, maior na época que Marx.

Não participei de coordenações, ralei muito pedindo voto. O entusiasmo naquela campanha foi fantástica. O PT de Limeira, da chapa que apoiamos, não elegeu ninguém. O dentista Paulo Chaves é Eleito o primeiro Vereador Petista. Traí o Partido dois anos depois.

1984- A campanha pelas Eleições Diretas, acompanhei de longe e participei de algumas reuniões e atividades realizadas pela Igreja e pelo PT. Chorei quando a emenda foi derrotada.

1985- Eleições para Prefeito em Capitais e cidades consideradas de segurança máxima. O regime recém terminado, e a nação ainda chorava pela morte de Tancredo Neves, peemedebista eleito por eleições indiretas. Assume o ex Arenista, e vice de Tancredo José Sarney. Os diretórios municipais são convocados a fazerem campanhas nas cidades em disputa. O então deputado Federal Eduardo Suplicy, é o candidato petista, na capital São Paulo. Não estive lá, mas muitos militantes de Limeira estiveram. Deu Jânio Quadros, depois que Fernando Henrique Cardoso em uma de suas demonstrações de arrogância, sentou na cadeira de Prefeito, sentindo-se o tal. O PT vence em uma Capital importante: Fortaleza.

CONTINUA







quarta-feira, julho 05, 2006

EXPLICAÇÃO

O post abaixo é assinado por um tal de JB MONROE, não por mim.

A CARTA

Caros vereadores, venho por meio desta, relatar aqui, minha enorme indignação, com referência a esta administração.

É do conhecimento dos senhores, que o Tiro de Guerra se transformou num enorme cabide de empregos de funcionários da prefeitura, que por coincidência, são amigos dos militares que neste exercem a função de sargentos e comandantes?

Como exemplo, Dílson, ex funcionário da DIG, exerce não se sabe qual a real função, mas deve ser de manejador de rampa, pois o mesmo passa o tempo todo, naquela rampa, fumando, lendo jornal e observando o céu.


Outro exemplo, um amontoado de assistente social, pedagoga, estagiárias, professoras, merendeira, todas para atenderem a um grupo de meninos carentes, que fazem parte de um programa chamado CRIANÇA CIDADÃ DO FUTURO. Programa este, que certamente deve formar adultos, promotores de Festas, pois isto acontece com muita freqüência. Outra função que as mesmas desenvolvem, é a de cozinheiras dos Sargentos, pois com muita freqüência, as mesmas se dirigem para a casa deles e providenciam aquele saboroso almoço, com direito à SOBREMESA, e é claro, que tudo isto, é gentilmente patrocinado pela nossa prefeitura.

Um outro exemplo é a Advogada da GUARDA MUNICIPAL, Sra. Liliane Elias. Esta exerce com muita propriedade, a função de amante do Comandante do Tiro de Guerra, Sargento Borck. Ela passa horas e horas dentro do estabelecimento, fazendo o que os senhores forem capaz de imaginar. Dizem que ela dá aulas aos alunos do curso de formação para guardas municipais, curso este, que ela sempre abre inscrições, pois quanto mais alunos, mais motivos ela tem para freqüentar o estabelecimento. Mas agora eu pergunto: Se o curso acabou, até a formatura já aconteceu, (com festa e tudo), qual o motivo continuar passando o dia todo, dentro do Tiro de Guerra? Me parece, que ela tem de namorar todos os dias, pois do contrário, ela cai em depressão e não mais garante parte do sustento de seu amante, O COMANDANTE! Tudo isto, senhores, acontece em pleno horário de expediente, quando a mesma deveria estar em seu posto, afinal, Ela recebe para tal!!!

Senhores vereadores, isto tudo é normal dentro de uma administração???????? Por favor, me respondam

E esta reforma do Tiro de Guerra, que o Sr. Comandante exigiu da prefeitura, com direito à área de lazer, com churrasqueira e tudo mais. Mas é claro, o COMANDANTE é Gaúcho. como ele poderia viver longe dos Pampas e sem churrasqueira? Os senhores já imaginaram, que se o próximo Comandante do Tiro de Guerra for de Origem Carioca? Certamente vamos ter de construir um Sambódromo, ou mesmo, uma praia artificial.

E este Sargento, vindo não se sabe de onde, pai de quatro filhos, espalhados por este Brasil, apenas de um ele tem a guarda, um menino de 14 anos, que vive só, pois se quiserem conhecê-lo, é só sair pelas madrugadas de limeira, que os senhores poderão ver a cena. Um menino de preferência sexual duvidosa, usuário de drogas e outros. É este o Homem que comanda este estabelecimento, a quem a prefeitura paga aluguel água, telefone, clube, escolas, e outros?

Eu pergunto novamente aos senhores, Até quando vamos nos curvar, a estas pessoas, que chegam em nossa cidade, se apoderam de tudo, acontecem, exigem e recebem ata homenagens, pois são HERÓIS??????????

Senhores, esta cidade não tem dono!!!!!!!!
Esta cidade não tem administração!!!!!!!!!!

Tudo isto é normal dentro de uma administração, ou só acontece na TERRA DE NINGÙEM???????????

INTOLERÂNCIA, A SÉRIE

Abro a caixa de e-mails do Gabinete do Vereador José Carlos Pinto de Oliveira, e deparo-me com uma mensagem, a principio estranha e após lê-la, concluí que não passa de mais uma demonstração de homofobia, xenofobia, preconceito de gênero e com o servidor público, bem como de um desfile de agressões verbais, as quais não apresenta provas, apenas sugere fatos que supostamente provariam as acusações.

A mensagem não tem assinatura. No entanto foi enviada no endereço: jb-monroe@bol.com.br .

Praticas de cartas, e-mails e até telefones anônimos, são comuns em regimes autoritários, ditaduras e períodos de exceção. Não é possível permitir que na Democracia, posturas como essa de formular denuncias e acusações sejam feitas sem identificação dos autores.

Ao invés de limitar-se a denuncias políticas a administração municipal ou quem quer que seja, o autor da mensagem, despeja ódios e preconceitos. As irregularidades de desvio de função e recursos, apontadas por ele na missiva, devem ser apuradas. Porem não interessa a ninguém a vida pessoal dos envolvidos.

Infelizmente nossa cidade vive, há alguns anos com atitudes desta monta, não só em períodos eleitorais. O subterrâneo parece que tem mais valor, que a transparência e honestidade.

Posto acima, a carta na integra, grifada com os pontos que considero uma afronta aos direitos humanos e mais uma demonstração de intolerância.

terça-feira, julho 04, 2006

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, FELIPÃO E CHICO BUARQUE


Levantei pela manhã, cantarolando uma canção de Chico Buarque de Holanda. Ontem no sebo da rua Santa Cruz, comprei uma das obras primas do Chico, o CD de 1978, homônimo.

A obra traz Tanto Mar, a música que assobiei e estava cantarolando, nas primeiras horas do dia. Lembrei de TM, porque pensava no técnico da seleção Portuguesa de Futebol, Luis Felipe Scolari, o Felipão. Imagino que o gaúcho, ex treinador do Grêmio e do Palmeiras, campeão da libertadores da América, pelos dois clubes, esta fazendo uma verdadeira Revolução nesta Copa do Mundo.

Tal qual os militares republicanos, ao derrubar a ditadura de Salazar, scolari, esta colocando a terrinha entre os melhores do esporte da bota. Portugal de Felipão, deixa para trás, verdadeiros Dream Team, como Brasil e Argentina, alem de Holanda e Inglaterra, derrotados pelo Brasileiro.

Se a Seleção Brasileira, tinha um celeiro de craques, a nós faltava a vibração, a emoção e a seriedade, que sobrava no banco Português. Luís Felipe, tal qual os Revolucionários de 1974, não dispara balas ou derrama sangue, muito menos soberba e arrogância, que sobravam no ditador Salazar e no Técnico Carlos Alberto Parreira.

O time de Felipão é limitado, como o era os movimentos populares da Revolução dos Cravos, mas valente como os personagens que deram basta a um regime totalitário que durou 48 anos.

Estou a torcer para que os patrícios derrotem os Blues e sua Revolução da Bastilha superada e atrasada. Torço por Portugal, por Felipão e torço para que cantemos no final da disputa amanhã o inicio da música de Chico: “ Foi Bonita a festa Pá”.

Chico traduziu a Revolução Portuguesa com Tanto Mar. Felipão traduz amor ao Esporte com muita raça e emoção. Abaixo transcrevo as duas versões de Tanto Mar. A primeira foi censurada pela ditadura Brasileira é de 1975.
1975(primeira versão)*
Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, páNavegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim
* Letra original,vetada pela censura; gravação editada apenas em Portugal, em 1975.
1978(segunda versão)
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, páNavegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

UMA CENA


Estávamos em um determinado Posto de Gasolina, na manhã de hoje. Aproxima-se um frentista, para nos atender.

- Coloque 10 reais. Pede minha esposa, piloto do meninão, meu Fiat Uno.

Estamos em silêncio, vendo a movimentação das pessoas e carros no anel viário. Nisto aproxima-se do Frentista, que enchia o tanque do Meninão, outro que lhe diz:

- Com o dinheiro da venda do CD, passei no mercado e comprei umas caixas de leite para as crianças dele.

O outro responde:

- Saindo a cesta básica, vou dividi-la com ele.

Ouvimos esta parte do dialogo. Não deu para saber de quem falavam, pois o combustível solicitado já tinha sido posto em nosso carro.

Saímos e cunhei uma frase: “Ainda dizem que os pobres não são solidários entre si”.

Minha esposa emendou: “ E como são solidários, prontos para dividir o pouco que tem”.

Penso agora: “ Solidariedade é tudo, o resto não tem importância”.

segunda-feira, julho 03, 2006

E CAIU POR TERRA A ARROGÂNCIA


A CENA: A seleção Brasileira começa a dominar o jogo contra a França, pelas quartas de final da 18ª Copa do Mundo de Futebol. Todos na sala, diziam, estamos bem, daqui a pouco o gol saí e depois caixão e vela para os merci bocu. De repente a câmera da TV, focaliza o treinador brasileiro na área técnica, fazendo gestos com mãos para que o time recua-se. E foi o que vimos ao longo de toda a partida, um time retrancado, marcando em nosso campo, apático, sem atitude, tocando bola, de forma lenta, insonsa e o que é pior errando barbaramente passes, algo que sempre foi nossa especialidade.

VENDERAM O JOGO?: Não acredito na conspiração Européia, de tudo fazer para que nenhum Sul Americano, fica-se com o titulo, em especial o Brasil. Acho que não ganhamos o Hexa, por varias razões. Primeira delas é que o titulo não era prioridade. Prioridade eram os comerciais de Televisão a serem gravados, as fotos em Jornais e Revistas, os contratos de merchandise a assinar e assim por diante. Segundo a maioria dos Jogadores vivem a realidade da Europa, não sabem que 180milhões de pessoas, deixam suas vidas e seu cotidiano para torcer pela equipe nacional de futebol, não sabem a importância simbólica deste titulo. Terceiro, time que não treina, não se conhece dentro do campo, no mínimo olha-se, mas não sabe o que faz com a bola. Apesar de não acreditar no clássico venderam o jogo, Ricardo Teixeira e CIA, já tem enormes serviços prestados a este tipo de pratica.

PARREIRA È BURRO: Não diria isto, e sim superado em relação ao futebol. Sua visão de que vencer tem que ser a todo custo, me deixa com raiva. Como pode um treinador que teve em mãos a melhor geração de boleiros que este País pode formar após 1986, fazer com que jogássemos como time pequeno, recuados com medo. Nossos principais jogadores, sendo orientados a marcar e a posicionar-se de forma errada, equivocada. Parreira passa para a História, como o matador de craques, técnico que não gosta do jogo bem jogado, que nos enche os olhos. Ao contrario de sua pregação, a França venceu o Brasil, jogando bonito, dando show, de habilidade e tática. Inicio hoje uma campanha: FORA PARREIRA; ZAGALLO; AMÈRICO FARIA E claro RICARDO TEIXEIRA.

PÁTRIA DE CHUTEIRAS?: Expressão Nelson Rodriguiana, que embora tenha um certo sentido, expele um nacionalismo ufanico de doer as viceras. O futebol é nossa cultura, por isto gera paixão a milhões de Brasileiros, que choram, brigam e sorriem com o esporte das quatro linhas. Por ser esta emoção que vai do iapoque ao chuí, é explorado por políticos, pela mídia e até pelas religiões. Não suporto, o discurso de que a Pátria foi ferida, machucada, por que perdemos uma partida de futebol. Temos outras prioridades, outras necessidades, e futebol é apenas um jogo, entretenimento. Parar um País para assistir a paixão nacional, vá lá, mas transformar o esporte da bola, em uma arma contra equipes estrangeiras, como-se a autonomia de nosso território estive-se em perigo, é lamentável.

O QUE FAZER?: A vida da imensa maioria dos Brasileiros deve continuar. Nossa luta por uma vida mais digna, sem fome e sem miséria, precisa ser feita. Quanto ao Futebol, talvez a luta por sua moralização, prendendo cartolas corruptos, humanizando as relações de trabalho, combatendo a precarização do trabalho da bola, diminuindo o ingresso e respeitando o torcedor. Perdemos porque a arrogância e a falta de respeito ao povo Brasileiro foram superiores a vontade de ganhar. Termino o Post, com uma Frase de Einstein publicada no Blog do jornalista Juca Kfoury.

A FRASE: "Insanidade é fazer sempre a mesma coisa várias e várias vezes esperando obter um resultado diferente."