quinta-feira, janeiro 31, 2008

OUTRO POEMA INÉDITO


GUERRA X PAZ CAP.II

Menino chora

Mulher Olha

Desolada, Largada

Em uma cadeira


A dispensa

Nem farinha

Tem. Mais

SóBaratas e os Farelos


Os únicos

Barulhos, vem

Do choro,

E da Barriga


Forças, não

Tem mais

As pernasBambeiam, de fracas


Vai ter

Morte, nesta

Casa, antes

Abençoada, agora Amaldiçoada


O Choro

Cessa, nem

Um pio, mas

Ironicamente/A PAZ Chegou

quarta-feira, janeiro 30, 2008

POEMA INÉDITO


GUERRA X PAZ- CAP. I

Ponto. Fim
Tudo acabou
Grand finale
The End

Não há luz
No fundo do túnel
As trevas e a escuridão
Aplicam o tom

Dialogo, nem pensar
Flexibilidade, jamais
O primeiro, sempre
Tem a única palavra

Arrogância é
Prima/irmã
Do autoritarismo
E da crueldade

Fim de papo
Sem espaço
Todos mudo/calados
Só um decide/outros executam

Censura, repressão
Corrupção, tortura
Isto junto
Inicia guerras

terça-feira, janeiro 29, 2008

INICIATIVA CIDADÃ

1) REUNIAO DE FORMAÇAO DE PROFESSORES:
13/02/2008, QUARTA-FEIRA, DAS19:30 ÀS 21:30HS.
2) AULAS DE 2008:
INSCRIÇÕES ABERTAS PARA ALUNOS, PROFESSORESVOLUNTÁRIOS E ESTAGIÁRIOSPRÉ-UNIVERSITÁRIO - 2008
Objetivos:
1) Preparar jovens e adultos para o exercício da cidadania, de talforma que contribuam para a construção de uma sociedade pluralista,solidária, democrática e respeitadora da diversidade cultural do povobrasileiro;
2) Preparar jovens e adultos para Exames de Suplência de Ensino Médio epara os exames de admissão no Ensino Superior (ENEM, Vestibulares).
O IEG oferece: um curso de qualidade, com metodologia diversificada,com professores que estão em permanente atualização; biblioteca;aparelho de TV para filmes didáticos.Dias e horários: Durante a semana, das 19h30min às 21h30min.
Certificados: Será expedido Certificado para cada módulo para o aluno que freqüentar pelo menos 15 horas.
DATA CURSO DURAÇÃO15/01 A 01/02
Módulo I: Redação 20h18/02 A 04/03
Módulo II: Biologia I 20h (Alterado)11/03 A 31/03
Módulo III: Física I 20h07/04 A 30/04
Módulo IV: Geografia 20h05/05 a 30/05
Módulo V: Biologia II 20h10/06 a 30/06
Módulo VI: Matemática I 20h07/07 a 25/07
Módulo VII: Inglês 20h04/08 a 29/08
Módulo VIII: Química 20h08/09 a 26/09
Módulo IX: Literatura 20h07/10 a 31/10
Módulo X: Física II 20h04/11 a 21/11
Módulo XI: História 20h02/12 a 19/12
Módulo XII: Matemática II 20h
IEG: Instituto Educacional Ginga (Limeira-SP): F. 19 3497-0755José Benedito de Barros e Márcia Aparecida Schuveter(Coordenação/Assessoria Pedagógica)

segunda-feira, janeiro 28, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXVII


O bichinho da Privatização do Patrimônio Público, atingiu Limeira, bem antes de FHC, o PSDB e o PFL, venderem sem dó, nem piedade nossas empresas e equipamentos para o Capital Internacional. O Sistema de Abastecimento, Distribuição de Água e de Tratamento de Esgoto, da ex Terra da Laranja, foi o primeiro do País a ser privatizado.

No dia primeiro de Maio de 1994, Dia do Trabalhador, o maior piloto de Formula I deste País Airton Senna da Silva, morria na curva Tamburello no autódromo de Imola na Itália. Comoção Nacional, falecia de forma estúpida, um dos maiores ídolos do esporte nacional. Enquanto a nação chorava a morte de seu maior astro, a Câmara Municipal de Limeira, Presidida pela Vereadora Elza Tank, lugar tenente do Prefeito Jurandir Paixão, dava inicio a sessão que entregaria o sistema de água e esgoto, para a iniciativa privada.

O sistema de água no município, viveu duas fases distintas: do sacrifício e da falta deste bem para o auge do abastecimento. O Ex Prefeito Paulo D’Andréia três vezes Prefeito da cidade, orgulhava-se em dizer, que foi em seu primeiro mandato nos anos sessenta que o problema da falta de água foi solucionado. Antes, a ausência do liquido sagrado, era constante, bem como sem um mínimo de tratamento. Costuma-se chamar este período, como a época do lodo.

Porem naquele ano de 1994, esta História era outra. O SAAE-Serviço de Água e Esgoto- autarquia de administrava o sistema, tinha um patrimônio avaliado em mais de 200 milhões de reais, quase 70% do orçamento do município. No entanto não era isto, que o governo municipal, passava para a população. Quando o Projeto de Lei, foi protocolado na casa de leis, o argumento era de que o sistema era precário, com maquinários ultrapassados e gerava déficit orçamentário. Provou-se anos depois que, o próprio governo tratou de sucatear o patrimônio, e o uso dos recursos do SAAE para incumbências que não tinha nada haver com saneamento básico, realmente criaram um estado de prejuízos a autarquia. Prejuízo e não caos ou falência.

Sem discussão alguma, sem cumprir os tramites normais do processo legislativo, o Projeto de Lei, foi posto em discussão e votação naquele, primeiro dia de Maio, um domingo ensolarado e ao mesmo tempo, triste, pois morria o piloto de automobilismo. Ao contrario de outras cidades como Jacareí, Guarulhos e leme, onde o assunto da privatização de seus sistemas, foi discutido com a sociedade civil, aqui o Prefeito chamou de caduco o Vereador Luis Carlos Pierre do PT, por propor um plebiscito para decidir o assunto. E mais Jurandir Paixão, recusou proposta da Sabesp, de uma parceria publica, para administrar o sistema. O PL foi votado. A Oposição restou votar contra e lamentar o método anti democrático da votação.

Porem foram sucessivos golpes que sacramentaram a venda do sistema. Primeiro como já dissemos, o Prefeito deixou de fazer investimentos em saneamento, depois liderou o processo escuso de aprovação do projeto. Para dizer que era democrático, Paixão marcou uma audiência publica, que foi realizada, 12 dias após a aprovação da Lei. Serviu apenas para homologar a decisão governamental. Os golpes seguintes, foram as atitudes do Prefeito antes de realizar a privatização. Estourou o valor das tarifas, fez empréstimos bancários, iniciou obras no sistema, equipando aquilo que ele mesmo deteriorou. Só depois disto é que iniciou a entrega do Patrimônio.

O sistema foi vendido para o Consorcio na época, formado pela francesa Lyonnaise Des Eaux, e o grupo baiano Odebrecht. Um contrato de concessão de 30 anos, com todas as vantagens do mundo para a empresa, inclusive omitindo a clausula de reversabilidade dos bens.

A suspeitas inclusive de superfaturamento na venda e da distribuição de presentinhos ao governo. Diz a lenda que uma grande fazenda na região de São José do Rio Preto, foi presenteada ao chefe do executivo. A oposição buscou o poder Judiciário, para contestar o contrato. Em vão, não conseguiu seu intento.

O Prefeito Jurandir Paixão, conhecido por sua personalidade autoritária, centralizadora e populistas, passava naquele ano, com aquela privatização, para a História. Seria a primeira no sistema de Água. Mas como vamos relatar, ainda nesta serie, muita água rolou por debaixo desta privatização.

Obs.: Este texto só foi possível ser escrito, pois a maior parte das informações aqui contidas, foram retiradas do Livro reportagem do Jornalista Paulo Corrêa: “"Caso SAAE: Bastidores da primeira concessão dos serviços de água e esgoto do Brasil". O texto pode ser baixado no blog do Jornalista, http://www.pautalivri.blogspot.com/ .

quinta-feira, janeiro 24, 2008

METALÚRGICOS X


A tradição de luta dos trabalhadores brasileiros, sempre foi baseada em reivindicações imediatas e que batem diretamente no estomago e no bolso de suas famílias. Na verdade uma mobilização, seja ela, uma greve, uma passeata, sempre teve no topo da motivação aumento de salário, como meta prioritária. Bandeiras como estabilidade no emprego, redução de jornada de trabalho e segurança no chão de fabrica, que constantemente o movimento sindical, trabalha nas campanhas salariais, são jogadas para segundo plano, por mais prioridade que as lideranças possam dar aos temas.

Agora imagina uma luta para garantir que um instrumento de representação como o Sindicato, permaneça sob a condução de uma diretoria combativa e totalmente desatrelada dos patrões. Dificilmente, isto ocorre. Eu mesmo conheço pouquíssimos casos de categorias que se organizaram para defender seu Sindicato, de tentativas de divisão da base territorial, ou outros ataques da direita e dos patrões.

Depois da Constituição de 1988, com a garantia de Liberdade e Autonomia Sindical, cabe aos trabalhadores, decidirem como será sua organização e quem o represente. Embora a Consolidação da Leis Trabalhistas, ainda mantenha, uma Estrutura Sindical, dividida por ramo de atividade. No entanto a liberdade de constituição de entidades sindicais, ficou muito mais flexível. Varias categorias, que anteriormente a 88, não tinham representação sindical, constituíram após a promulgação da Constituição, suas instituições. É caso, dos trabalhadores e trabalhadoras domésticos, funcionários públicos, trabalhadores da economia informal e outros. Por outro lado, a Constituição, garantiu também, que uma base territorial de um Sindicato, pode ser desmembrada e outro, ou até mais que um. Bem como, Sindicato cujo ramo de atividade, há mais de um segmento profissional, possa ocorrer a fundação de outra entidade. Só como exemplo: No ano passado, depois de muitas lutas, a categoria de motoristas do transporte coletivo de Limeira, resolveram fundar um outro Sindicato, por conta do comprometimento do Sindicato tradicional com as empresas de ônibus. Como o Sindicato “oficial”, representa os segmentos do ramo, como trabalhadores de carga, fretamento e outros, os agora Sindicato Cutista, utilizou para desmembrar, o setor motoristas e cobradores de Limeira.

Esta flexibilidade, também é usada pelos patrões e seus aliados no Movimento Sindical. No dia de ontem os trabalhadores Metalúrgicos de Rio Claro, base territorial de Limeira, deram uma demonstração de organização e consciência política.

A Força Sindical, com o apoio explicito dos empresários da cidade Azul, em particular, da MultiBras e Brascabos, ambas do grupo Brastemp, tentaram fundar um novo Sindicato de Metalúrgicos e assim na linguagem sindical, rachar a base de Limeira. A direção do Sindicato, quando soube destas pretensões, imediatamente, iniciou um processo de mobilização para garantir que a base não fosse cair nas mãos patronais.

Em uma greve Histórica, os Trabalhadores da Torque, maior empresa metalúrgica de Rio Claro, cruzaram os braços, para defender que seu Sindicato, continuasse sendo dirigido por lideranças comprometidas, com garantias de manutenção, ampliação de direitos.

A assembléia marcada em um local, onde funciona atividades de lazer e entretenimentos, com uma festa regada a Churrasco e bebidas, os pelegos Sindicais, acreditavam que podiam, atingir seus objetivos. Mas os trabalhadores, não só da Torque, mas de varias outras, inclusive do grupo Brastemp, compareceram a Assembléia, e votaram contra a fundação de um novo Sindicato, pois compreenderam, que o mesmo seria um instrumento dos patrões, para cortar direitos e aumentar a exploração.

E assim, a consciência de classe dos trabalhadores, vai se construindo rumo a transformação da sociedade.

terça-feira, janeiro 22, 2008

CURTA&GROSSAS


O Vereador Carlos Ferraresi(PDT) de Limeira, Lider do Prefeito Municipal na Câmara, fez em seu discurso na casa de leis, no dia de ontem, uma declaração ao mesmo tempo perigosa e comprometedora;

O que motivou a declaração, foi um requerimento do Vereador Nelson Caldeiras(PT), que perguntava ao executivo, onde será gasto recurso proveniente do Programa de Aceleramento do Crescimento, para a área da Habitação. Em sua justificativa, o Vereador Petista, afirma que fez um levantamento, onde constatou-se que muitas famílias passam fome na cidade e que muitas ainda não tem onde morar. Informou os Vereadores, que caso o Prefeito Silvio Felix, não busque soluções para estes gravíssimos problemas sociais, a população que já se organiza, tomará outras medidas;

Nisto o Vereador e Líder do Prefeito, pediu um aparte na fala do Petista e manifestou-se de forma torta e tentando desviar o assunto, do conteúdo do requerimento. Disse o médico Ferraresi, que caso haja uma “invasão”, de terra como a do Horto Florestal, ele apoiará medidas como as tomadas, na desocupação do HF, pela Policia Militar;

Infeliz declaração. Primeiro porque o tema nada tinha a ver, com ocupação de área, por movimentos de moradia e sim uma preocupação de se há projeto habitacional, para assim, dar conta, do enorme déficit com moradia existente no município. Recurso para isto, o PAC, já enviou. Segundo em momento algum o Vereador Nelson Caldeiras, falou em ocupação de área ou coisa parecida. Denunciou sim, não só o problema da habitação, bem como as milhares de pessoas que não tem nada para comer. Terceiro, que como líder do Prefeito na Câmara, deveria se conter a ouvir as reivindicações e colocar-se a disposição para encaminha-las ao executivo, com o objetivo de tentar resolve-las;

Mas parece que o perfil autoritário e irresponsável do Governo Félix, tem feito escola;

E falando em fazer escola, na mesma sessão no dia de ontem, foram recompostas as bancadas de blocos Partidários. A questão teve que ser realizada, em função do pedido do PDT, que contem quatro Parlamentares na casa, numero suficiente para organizar um Bloco;

Os blocos Partidários, tem como função, a importância, de através do Líder, compor comissões permanentes, de inquérito, processante e outros trabalhos na câmara municipal. Para formação destes blocos é necessário no mínimo quatro Vereadores. Menos que isto, o Vereador é alijado de caso todo o processo legislativo, limitando-se ao Plenário;

Nesta a Vereadora Nilce Segalla, ficou de fora dos blocos. De acordo com os bastidores, os Vereadores governistas, optaram em não aceita-la, pois com a volta da atual Secretaria de Saúde a Vereadora Elza Tank, ambos temiam, por sua presença;

Cheiro de conspiração contra Elza, no ar;

segunda-feira, janeiro 21, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXVI


O Plano Real, foi sem duvida nenhuma a saída encontrada pela Direita, para derrotar Lula, no pleito de outubro de 1994. A ausência de nomes capazes de dar seqüência, ao Projeto da Burguesia, era a grande preocupação. Depois do naufrágio da tripulação Collorida, e um mandato tampão água com açúcar de Itamar Franco, a direita precisava não só de um candidato confiável, mas de uma solução pratica, que os mantive-se no poder. A cultura inflacionária no Brasil, incomodava a Classe média e o pobres. Apenas os bancos e a Burguesia lucrava com a inflação. Assim o lançamento do pacote econômico, que reduziria o índice, para abaixo de 5% ao ano, era a tabua de salvação. Pelo menos, por um tempo. A candidatura de Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, foi o obvio, já que a propaganda governista o vendeu com o Pai da Estabilização econômica.

Ao contrario da comoção nacional e do ufanismo, do Plano Cruzado de Sarney, o Real surge discretamente, mas com resultados praticados. É igualado ao dólar, sem precisar congelar preços e salários. Urge então a destruição do maior monstro dos Brasileiros durante décadas.

As esquerdas já de cara, combateram o Pacote, o acusando de engodo. Primo irmão dos anteriores. Porem não conseguiu reunir argumentos que fizessem frente, ao discurso “salvacionista”, do governo e seus aliados. A estabilização era sem duvida o que mais a população desejava. Não era possível conviver, com aumentos sucessivos nos produtos, nos aluguéis, nos financiamentos, quando o salário não acompanhava há inflação. Mesmo na dianteira das pesquisas de opinião, Lula e o PT, limitavam-se ou a criticar de mais uma mentira, para vencer as eleições, ou há omitir-se sobre o assunto. O erro de analise, custou a Luis Inácio sua segunda derrota eleitoral.

Tempos depois, pode se constatar que o Real, era falho e que em 1994, consistia um engodo. Se o Plano tinha eficiência na Estabilização, o mesmo não distribuía renda, nem gerava empregos. Alem do mais, a Estabilização, veio acompanhada, no primeiro mandato de FHC, da entrega do Patrimônio Público a iniciativa privada, através das privatizações, sucateamento da saúde, da educação, atrelamento total ao FMI e ao Banco Mundial, fazendo empréstimos e pagando juros exorbitantes da Divida Externa.

Mas este diagnostico, a esquerda não foi capaz de fazer no decorrer da campanha eleitoral. FHC, não tinha plataforma eleitoral. Apenas discorria sobre a estabilização da economia. Não foi capaz de dizer, que as Privatizações e o pagamento de juros aos banqueiros Internacionais, seriam pontos chaves de seu mandato.

No entanto, alem de vencer as eleições, tendo como única bandeira a Estabilização, Fernando Henrique vence no Primeiro Turno. Com sua eleição, sobe com ele a rampa o PFL, antes odiado por setores do PSDB, entre eles o Governador eleito neste processo Mario Covas. Uma resistência sem eco no conjunto do Partido. Com os representantes legítimos das oligarquias conservadoras e truculentas, com um Partido que mostrava-se legitimo representante da Social Democracia e do Capitalismo “Humano”. Peça de retórica, que será desnuda nos dois mandatos do Sociólogo da Souborne.


quinta-feira, janeiro 17, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXV


A corrente de esquerda do PT, Fórum do Interior, da qual a maioria do Partido local fazia parte, definiu sua estratégia eleitoral para aquele processo eleitoral de 1994. O FI priorizaria uma candidatura para a Assembléia Legislativa, e lançaria candidatos a câmara federal, para alavancar a prioridade eleitoral. Definiu-se na tática, aliança com candidatos de outras correntes de esquerda ou de campos considerados éticos, como o do então Deputado Federal Hélio Bicudo. O assessor sindical e filosofo Renato Simões, foi a escolha, para a candidatura a Deputado Estadual, prioritária. Um dos nomes escolhidos para Deputado Federal foi o de Wilson Cerqueira, sindicalista Metalúrgico e candidato a Prefeito, em 1992, pelo PT em Limeira.

Disse escolha, pois foram realizados debates e uma prévia definiu as candidaturas. Infelizmente o processo esteve cheio de equívocos e pecados. A Ética tão propalada internamente, não foi muito respeitada. Algumas puxadas de tapete, e pequenas intrigas, prejudicaram um pouco, o que deveria ser a celebração da Democracia Interna, reinvidicada a exaustão pelo FI e pelas esquerdas no interior do PT. A explicação para isto, eram os sinais de sintomas, hoje claros e institucionalizados no campo da esquerda. A burocratização e o eleitorismo, bem como a necessidade de obter aparelhos a todo custo, já estava impregnado nas mentes de algumas lideranças e de alguns militantes.

Mas apesar disto, a campanha eleitoral foi estruturada para eleger Renato Deputado e os demais tinham a tarefa de escada para esta pretensão. Havia uma necessidade, deste campo organizado no FI, ter uma representatividade no Parlamento Brasileiro, ser uma voz para os movimentos de defesa dos trabalhadores, dos direitos humanos, bem como fortalecer a corrente internamente no Partido. O sonho de ser uma tendência Nacional passava pelo fato desta estratégia, obter sucesso.

Em Limeira, a escolha de Wilson Cerqueira, para disputar uma vaga, tinha objetivos muito claros. Cerqueira, nas eleições municipais, se apresentou para cidade, como uma alternativa, de poder. Continuar este projeto pressupunha debater com a sociedade idéias e proposituras, desta nova forma de se fazer política. O FI, no município, apostava na construção do nome de Cerqueira, como uma liderança, que se aponta um programa popular e democrático. Para a direção do Fórum, não havia nenhuma ilusão, de eleição e sim de marcar posição. Não via naquele momento uma intenção mais objetiva de ampliar alianças e contatos. A campanha ainda foi muito limitada, com um discurso de porta de fábrica e atraiu poucos outros setores que não fosse do arco de influencias da esquerda na cidade.

Por outro lado, a luta interna, produzia acirramentos desnecessários e que pouco contribuía com a unidade e no avanço do Programa Petista. A Articulação, na época já intitulada Unidade na Luta, lança o advogado Trabalhista George Nacaguma como candidato a câmara federal. Um lance claro de disputa de votos dos Petistas e simpatizantes.

O FI, ainda carecia de um maior amadurecimento. As resistências de alguns setores organizados em dialogar com o PT e em especial, com a esquerda Petista, chegavam ao cumulo do preconceito de classe. Cerqueira era um Torneiro Mecânico, com escolaridade mínima, e isto era naquele tempo motivo para estas resistências. Mas o Fórum por sua vez, se encastelava no principismo exagerado, criando dificuldades até para combater a exclusão.

Mas apesar disto tudo, as eleições terminaram bem para o FI. Renato Simões foi eleito para Deputado Estadual e Wilson Cerqueira, bem votado, iniciava uma trajetória importante e lhe daria um referencia eleitoral fantástico.

A direita, elegia seus candidatos na cidade. Jurandir Paixão então Prefeito do Município, emplacava a Presidente da Câmara de Vereadores, Elza Tank para Deputada Estadual e seu filho o Jurinha para a câmara federal. Era o segundo mandato Parlamentar de Jurinha e o primeiro no Congresso.

Alias Jurinha, tanto no primeiro, como no segundo mandato desapareceu da cidade, foi envolvido em escândalos de corrupção (até hoje não pode, é dado como foragido pela justiça) e teve fama de Playboy.

Mas isto comento em outro capitulo.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

TEXTO DE AMIGOS


Da série: vale a pena postar de novo


Zuzi, Nina e o Mar


Nina e Zuzi se entregaram lentamente à conversa. Diziam "hum-hum" para perguntas inocentes como "Vocês gostaram de ver pela primeira vez o mar?". Depois, soltavam uns risinhos e contorciam as mãos pequenas com unhas roídas num sinal claro de vergonha mesmo diante de perguntas tolas como "O que vocês mais gostaram lá?".


De quando em quando, elas se olhavam com aquele olhar cúmplice como quem diz "vai, fala você". Nina seria a primeira a quebrar o gelo por ser a mais velha - tem 10 anos - e ficou surpresa ao saber que a água do mar é salgada. Mas foi justamente Zuzi, 8, que falou: "a gente brincou de pique-esconde". A voz saiu miúda enquanto ela se contorcia sentada em um sofá branco na recepção da Casa da Criança Santa Teresinha, em Limeira.


Antes, durante e depois da resposta, ambas continuavam rindo de tudo o que era perguntado. Aos poucos, foram contando as aventuras de oito dias em que estiveram em Caiçara, na Praia Grande, com outras 33 coleguinhas e as "tias" - monitoras da casa. E quais eram as outras brincadeiras? Aí foi a vez de Nina responder: "pezinho" (as crianças ficam de braços esticados uma para outra e ganha quem conseguir pisar no pé da adversária). A campeã dessa brincadeira, continuou ela, foi Angélica. "Ela tem o pé rápido", justificou.


Agora sentadas em um dos lances da escada da Casa da Criança, elas disseram que gostaram também de conhecer Júnior. Acharam ele engraçado. Júnior era o guarda-vidas da praia. "Ele deu uma pulserinha azul para a gente. Tinha o nosso nome, o endereço daqui e o telefone", contaram. E o que ele disse para vocês? Nina falou num tom sapeca: "Não lembro, mas ele não conseguia falar o nome da Lali (outra interna da Casa que esteve na viagem). Ele fala Eulali", disse, rindo. Além de Júnior, a duplinha conheceu Amali e Amélia, vizinhas da casa mantida pelo padre Arlindo Degaspari em Caiçara.


A aventura já começou no primeiro dia, quinta-feira (3). Descer a Serra do Mar e passar pelos túneis da rodovia eram adrenalina pura. "Quando a gente passava no túnel dava um medo", confessou Zuzi. Nina teve medo da altura da serra, mas achou muito bonita aquela imensidão verde. Nem bem chegaram à praia, estavam eufóricas para ver o mar. E o que era para ser apenas um primeiro passeio para molhar os pés na água do mar virou um banho com roupa e tudo. "É, no primeiro dia a gente entrou de roupa e tudo", contou Nina, rindo. E elas não paravam mais de contar histórias.


Como a das meninas grandes que sempre se atrasavam para ir à praia e deixavam chateadas as menores. Nina e Zuzi desembestaram a falar - ao mesmo tempo e desorganizadamente - o que faziam das 8h até o final da tarde nas férias. Disseram até da saudade que sentiam da tia Benê, que dá aula de reforço; saudade da cama na Casa das Crianças; e também da experiência de tomar água de coco. "Eu não gostei não", falou Zuzi, retornando com a vergonha inicial da conversa. Já Nina confessou sem pudor: "Gostei tanto que nem queria voltar. Achei o mar muito bonito". Nina e Zuzi são nomes fictícios, mas o fascínio delas é real e mágico.


EXTRAÍDO: http://www.pautalivri.blogspot.com/ do Jornalista Paulo Corrêa

segunda-feira, janeiro 14, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXIV


Luis Inácio Lula da Silva, agendou um comício em Limeira, naquele ano de 1994, já como candidato a Presidente da República e ainda como líder absoluto das pesquisas de opinião pública. Era o inicio de agosto e os efeitos do Plano Real ainda não se faziam notar. Porem o PSDB, seu aliado o PFL, propagandeavam, Fernando Henrique Cardoso, como o Pai do Plano Econômico, que prometia acabar com a inflação e estabilizar a economia. A visita de Lula, foi uma surpresa para toda a militância de esquerda da cidade, afinal de contas, a ultima vez tinha sido em 1985, em um comício, intitulado como o dia em que a Praça Toledo de Barros teve um apagão elétrico.

Lembro como se fosse hoje. No governo Municipal, o mesmo Jurandir Paixão, de 94. Aqueles eram tempos duros na cidade, principalmente para os movimentos populares. As perseguições e a repressão do Prefeito Paixão, remontava aos tempos da ditadura, ainda bem frescos, na memória de todos nós. O mesmo coreto da praça, onde receberíamos Lula, naquela metade dos anos 90, foi palco daquele comício, que não tinha interesses eleitorais e sim de desagravo, aos ataques deferidos por Jurandir, seus aliados na imprensa.

Desde que tomou posse em seu segundo mandato, Jurandir Paixão de Campos Freire, adotou uma postura, de populista a autoritário. Sua relação com a oposição era na base do chicote e de praticas, de espionagem, arapongagem e perseguição política e pessoal. Em 1984, durante o primeiro de Maio, Paixão fazia na praça central da cidade, a entrega de troféus ao vencedores do Torneio das Industrias, promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos, até então controlado por uma diretoria de direita. No outro extremo do município, a Igreja Progressista e os movimentos populares, faziam o primeiro de maio reflexivo e de luta, na paróquia de São Cristóvão. No final da celebração eucarística, os trabalhadores, decidiram fazer uma passeata até a Toledo de Barros e lá protestar, contra a ditadura no País e na cidade. De forma histérica e truculenta, o Prefeito Paixão agrediu verbalmente, com insultos, palavras de baixo calão e outros adjetivos imorais. Inicia ali tentativas de denegrir, a imagem de padres, freiras, lideranças sindicais e populares.

Os meios de comunicação, eram ferramentas úteis para os propósitos do Prefeito do Chicote. Dois programas em especial, serviam como diários oficiais de Paixão. O a Hora do Povo, da Radio Educadora, comandado pelo seu proprietário, Vitório Bortolan, varias vezes Vereador no Município. O Programa sensacionalista do então Vereador, na época o mais votado da cidade, Pinheiro Alves, na Radio Jornal do Povo. Foi neste dos programas diários, que o PT, a Igreja, os Movimentos Populares e Lula, sofreram os maiores ataques, preconceito e mentiras, eram prato cheio nestas emissoras. O PT de Limeira, no período presidido pelo ex Vereador Luis Carlos Pierre, solicitou até se cansar, do espaço radiofônico, para responder os ataques, nunca foi atendido. Aí a saída foi trazer, para Limeira, a liderança máxima da Classe Trabalhadora. Lula aceitou e o comício de desagravo foi marcado.

O dia amanheceu chuvoso. O evento estava marcado para ter inicio, as 20h. O palanque seria o coreto da praça. Esperávamos mais de cinco mil pessoas. Toda a vez que Lula vinha para a cidade, tínhamos casa cheia e sem show de artistas. Mas a noite reservava, muitas surpresas. A primeira delas, foi a total ausência de energia na praça. O Prefeito ordenara o corte da energia, somente no horário do comício. Mesmo assim, não impediu que a multidão que tomou a Toledo de Barros, debaixo de uma forte chuva, fosse embora. Pelo contrario, permaneceu, até o final. A segunda surpresa, foi a cara de pau, do radialista Pinheiro Alves e da na época Presidente da Câmara Municipal, Elza Tank, em comparecer no evento e reinvidicar a palavra. A multidão indigna com aquele sinismo, não só proibiu que os dois chegassem ao Palanque, como se não fosse a direção do PT, os dois seriam agredidos. Se isto não bastasse, a praça estava repleta de policiais disfarçados e de assessores do Prefeito.

Relembrava deste episódio, naquele agosto de 1994, enquanto esperava pelo Operário Luis Inácio, que tentava pela segunda vez, tornar-se Presidente do País. Desta vez, Lula vinha em um clima de Paz, mas de muita expectativa, pois acreditávamos que desta vez, chegaríamos lá. Paixão não desligou as luzes, até porque o comício era as duas da tarde, nem tão pouco, enviou arapongas. Os tempos eram outros. Mas a imprensa, ou melhor parte dela, ainda fazia lambança. O neto de Vitório Bortolan, ancorava um programa naquele horário e o mesmo cobria a visita de Lula. Comentários preconceituosos e caluniosos saíram da boca, do então estudante de Jornalismo. Mas esperar o que de representantes tão nobres da Burguesia local.

Mas apesar do entusiasmo e da esperança de que Lula, pudesse naquele ano, tornar-se Presidente da República, não demoraria muito, para o Operário e fundador do PT, perder a liderança nas pesquisas de opinião. Mas isto é História para outro dia.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXIII


Após o plebiscito, do sistema e regime de governo, a agenda política para o ano de 1994, prometia ser cheia e emocionante. Já no primeiro semestre o Presidente da Republica, Itamar Franco, surpreende os analistas de plantão e nomeia para Ministro da Fazenda, o Senador Fernando Henrique Cardoso, do então racha do PMDB, o PSDB. Esperava-se, um especialista na matéria, um economista, uma personalidade com transito no FMI e nas instituições financeiras internacionais. No entanto, o Professor de Sociologia, era o escolhido. O desenho da sucessão Presidencial e o candidato das elites, poderia estar surgindo. Embora publicamente e em confidencias aos amigos, Itamar não confirmaria FHC, como seu escolhido. Porem o governo tampão do ex Vice de Collor de Mello, acolhia alhos e bugalhos. Só o PT não participava de sua gestão. Itamar não tinha controle sobre assuntos de política eleitoral, mas lhe interessava, terminar o governo, deixando algumas marcas positivas.

A escolha de Fernando Henrique para a pasta mais importante da união, não foi um capricho do topetudo de Juiz de Fora, nem tão pouco uma queda de braço dos Partidos da base aliada, onde os Tucanos, sairiam vitoriosos. A Burguesia planeja seus passos imediatos, pensando no futuro. O PSDB, embora saia do PMDB, com um discurso a esquerda do primeiro, até aquele momento não mostrou nenhuma resistência, á não ser em casos isolados, como o de Mario Covas, ao projeto Neo Liberal em curso no Brasil. Se não fosse a resistência de Covas e as trapalhadas de Collor e sua quadrilha, os tucanos teriam participado daquele mandato, como no caso do Fora Collor, demoraram para engrossar as fileiras do movimento. Assim, encastelados na fama de estarem sempre em cima do muro, com esta escolha, o jogo mudaria e a Burguesia poderia ter um candidato, com condições de derrotar Lula.

O candidato do PT, desde a queda de Collor, liderava com folga todas as pesquisas de opinião. Nenhum candidato conseguia, emplacar para ter condições de enfrentar Lula. A Burguesia, entrava em um buraco, muito parecido com 1989, quando decidiu-se por Collor de Mello, apenas no segundo turno da campanha. Era preciso ter um candidato confiável, as suas pretensões, de continuar em curso o processo de diminuição do poder do Estado, privatizando e sucateando o patrimônio publico, ao mesmo tempo, flexibilizando direitos trabalhistas, e por aí afora. Por outro lado, havia necessidade de adotar medidas, do agrado popular. Até então o governo Itamar, não tinha emplacado, nada substancial.

Aquela altura do campeonato, a inflação ainda era problema. Sua instabilidade, era enorme. A cultura inflacionária no Brasil, detonou um sentimento de terror na população. Com a inflação os preços vão pra hora da morte. Os pacotes econômicos anteriores, tinham fracassado em seu intento. Ainda era fresco na memória popular, o roubo nas poupanças, feitos no primeiro dia do governo Collor ou o engodo dos Planos Cruzados I e II. Nenhum conteve a onda inflacionária, nem tão pouco os salários conseguiam recuperar seu poder de compra. Alias a principal bandeira do Sindicalismo Brasileiro, em toda a década de 80 e naquele inicio da de 90, era exatamente a recuperação de perdas salariais, em virtude da inflação. Vários movimentos grevistas, foram deflagrados, em milhares de categorias, tendo como carro chefe, a recuperação.
FHC, era uma incógnita. O que faria como ministro da fazenda?. Seria ele a alternativa, tanto almejada pela Burguesia para derrotar o sapo barbudo e dar seqüência em seu projeto de acumulação de renda?.

Eis que surge o Plano Real. Não seria um pacote econômico qualquer. Nem poderia ter apenas fôlego curto, para cumprir interesses eleitorais. Teria que ser mais que isto. Deveria não só conter a inflação, mas estabiliza-la, por muito tempo. O Plano seria o carro chefe, de um projeto de perpetuação no poder da Burguesia, afastando as esquerdas e um outro oportunista e aventureiro, como foi o ex Presidente Alagoano.

A conjuntura internacional, apontava para desafios enormes para as classes dominantes. O enxugamento da maquina estatal, a desregulamentação do estado e a diminuição de seu poder sobre a economia, eram pontos chaves, para o Capitalismo resolver seu problema de acumulação. Os perfis de mando no mundo, eram de lideranças de direita, conservadores, mas que proliferam um discurso, da pós modernidade. Privatizar e sucatear o estado, era sinônimo de moderno.

A Burguesia não queria correr o risco de novo fracasso no Brasil. FHC e o Plano Real eram a bola da vez.

terça-feira, janeiro 08, 2008

EU MINHA HISTÓRIA ELEITORAL-XXXII


Os anos de 1993 e 1994, foram ao meu ver, o final de ciclo, para as esquerdas Brasileiras, originárias do final do regime militar. Esgotado esta o período, da ação pragmática ideológica, como gosta de avaliar os anos 80 o educador popular Luis Carlos Scapi. O período de lutas por reivindicações imediatas e propagação de um novo modo de vida partidária, personificado na CUT e no PT, respectivamente. Este modelo mostrava-se naquele momento esgotado. Vários movimentos e articulações vinham sendo feitos desde o final da década anterior. O III CONCUT (1988), de Belo Horizonte e o I Congresso do PT(1991), já indicavam que as correntes majoritárias tanto da central, como do Partido, estavam em franca mudança de rumos em sua política interna. Saí o discurso de enfrentamento de classes e entra o de ampliação de alianças, inclusive com setores médios da sociedade. Nunca se entendeu muito bem, o que vinha a ser estes setores médios. Ações e propostas, como câmaras setoriais, onde na mesma mesa sentariam, patrões, governo e trabalhadores, anunciava, intenções de cortes em direitos e mais concentração de renda. A Central vivia naqueles anos, as seqüelas do IV Congresso de 1991, onde as esquerdas venceram e não levaram. Consistindo em um horroroso roubo na votação da proporcionalidade qualificada para os cargos da direção nacional. Começava ir para o espaço, a democracia interna, a concepção de luta de classes. Em alguns lugares, esta política, já fazia efeito. Nos Metalúrgicos do ABC, choveu acordos de demissão voluntária, flexibilização de direitos trabalhistas, todos frutos dos fóruns com os empresários e o governo. No PT, um ano antes a antiga Convergência Socialista, hoje PSTU e a Causa Operaria, são expulsos do Partido. Inicia a degola dos que pensam diferente. Ia por terra, o Partido da Pluralidade e do respeito a diversidade.

Mas as esquerdas resistiam, em varias partes do País. Mas também demonstravam que não tinham apercebido, que o ciclo tinha terminado. O discurso estava longe da pratica. Mesmo condenando as tentativas de abandono das lutas populares e dos pactos sociais disfarçados de outros nomes, as lideranças não conseguiam convencer as massas de que era preciso combater as mudanças preteridas pelas correntes majoritárias. Na pratica, o eleitorismo também afeta os grupos de esquerda, que consumiam seu tempo, nas disputas por cargos públicos, mesmo com intervenções políticas diferentes da Articulação. No quesito organização de base, as esquerdas continuaram defendendo a nucleação, mas nada fizeram, para evitar que os núcleos de base fossem se acabando gradativamente. O mesmo se diz respeito a organização nos locais de trabalho. As esquerda reagiram naquele instante, de forma perplexa e as vezes emocionada, propondo uma volta ao passado, não conseguindo, entender, que transformações tecnológicas, estavam afetando o chão de fabrica, que o desemprego, tornava-se estrutural.

Na agenda política, um fato comprovaria que o pragmatismo, estava em voga. A constituição de 1988, determinou que naquele ano de 1993, ocorreria o plebiscito, para definir, o sistema de governo e o regime. Em disputa, o Presidencialismo X Parlamentarismo, Republica X Monarquia. Alguns analistas e lideranças do PT, chegaram a ensaiar que isto poderia ser um golpe, nas esquerdas, pois a vitória de Lula nas eleições do ano seguinte, eram favas contadas. E assim a vitória do Parlamentarismo esvaziaria os poderes presidencial. Nunca acreditei nesta tese, sempre achei que a Burguesia tem táticas e planos muito mais eficazes e inteligentes, que este. Até porque, o Brasil só teve dois tipos de cultura, o totalitarismo, através da colônia, depois o império e as ditaduras, e o Presidencialismo. O Parlamentarismo, ainda era algo muito distante, do imaginário popular.

No PT, o pau quebrou. Em varias teses e discursos, varias personalidades, como Zé Dirceu, Genoino, Tarso Genro e outros, foram adeptos do sistema Europeu. Mas o que prevalecia, no interior do Partido, era o Presidencialismo. Não como o ideal, para a sociedade, mas como necessário naquele momento. O Pragmatismo, começa a fazer efeito. Lula dirigiu pessoalmente a campanha. O Partido dividiu-se nesta matéria, sendo necessário uma prévia, interna. Só para efeito de registro, os Parlamentaristas, tinham os melhores quadros. Imagine, lado a lado, Fernando Henrique Cardoso e José Genoino.

Em Limeira, o Presidencialismo, era a preferência. Pouquíssimos se arriscaram, na defesa do Parlamentarismo. Aqui tivemos, até o Prefeito da época Jurandir Paixão na defesa do Presidencialismo. PT e Paixão, juntos, quem diria.

Venceu de lavada o Presidencialismo e a Republica, tanto nas previas petistas, como no Plebiscito oficial.

As esquerdas davam mostra de que o imediato e oportuno, era o melhor negocio.


OBS: Retomo esta serie, após um pedido muito especial, do companheiro Flanklin, do PCdoB

segunda-feira, janeiro 07, 2008

UM POEMA INÉDITO


VIDA

Chegou os dias terríveis
Antecedem a limpeza
São eternamente sofríveis
Mas espera o fim desta dureza

Transforma-se o humor
Uma fadiga incomoda
Pensa em beber um licor
Hobby que esta em moda

Sabe que é chato
Não há como evitar
é preciso ter tato
para não brigar

Uns dizem que é doença
Outros afirmam é natureza
Alguns explicam pela ciência
Elas sem exceção acham não é fineza

E o ciclo da vida
Se expande até a meia idade
E esta toada consolida
A esperada fertilidade.




sexta-feira, janeiro 04, 2008

FRACASSO

Há vários tipos de políticos. Há aquele que dedica suas ações na defesa dos interesses do povo, é ético, mas o faz sem o povo. Temos um outro estilo, que faz e tem todas as posturas do primeiro exemplo, com uma diferença caminha lado a lado com o povo. Alem destes temos um tipo clássico Brasileiro e que insiste em persistir em nossa política. É o do agente publico, que promete o céu, as estrelas e até um lugarzinho de destaque ao lado do todo poderoso e não cumpre nada ou quase nada, do que proferiu em palanque. À ia me esquecendo do total corrupto. Mas não vou falar deste neste post. Atentarei ao penúltimo exemplo, para analisar os três anos de governo Silvio Feliz em Limeira.

Durante a campanha de 2004, o então administrador de empresas, falou para toda a cidade, que resolveria todos os problemas crônicos do município. Problemas estes que perduravam (e perduram) a décadas. Vamos analisar se cumpriu ou não suas promessas:

Industrialização: Silvio prometeu que traria a industrialização para a cidade. Cometia já no processo eleitoral seu primeiro erro. A cidade já era industrializada. Nossa economia gira em torno, da industria de folheados, metalúrgica, da construção civil e por aí vai. Iniciou o mandato prometendo, construir distritos industriais que atrairiam grandes empresas para cá. Segundo erro. Industrias não é sinônimo de desenvolvimento, pelo menos não é o único. Alem do mais, distritos industriais, podem virar sem um mínimo de planejamento estratégico, verdadeiros elefantes brancos. Só a especulação imobiliária ganha com isto. A pendenga com o MST, só coloca a nu, a incapacidade deste governo em elaborar um plano de desenvolvimento, que possa gerar emprego e renda.

Transportes Coletivos: O alcaide municipal faz questão de afirmar que deste assunto ele entende, pois foi na gestão dele como secretario municipal de transportes que aconteceu a primeira e única licitação do sistema. Tem demonstrado que não entende patavinas. Apesar de ter um inicio bom, anulando um sistema de integração torto e que beneficiava mais uma vez as concessionárias, o restante de sua atuação no setor não passou de pífia e desastrosa. Demorou para iniciar o processo licitatório, que não ocorre no sistema todo há mais de 30 anos e mesmo assim já adiou e cancelou por duas vezes. Foi incapaz de evitar as sucessivas greves dos trabalhadores e seu tratamento a mesma foi de repressão ao movimento e suas reivindicações legitimas. O sistema é um lixo e caro ao bolso do usuário e aos cofres públicos.

Rodoviária, malha viária: Outro engodo eleitoral. As obras para um novo sistema viário, são insuficientes e sem um mínimo de planejamento, capaz de interligar, centro, bairro, rodovias. O transito na cidade é caótico e provocador de graves acidentes. A megalomania, de duplicar o anel viário, como a única salvação da lavoura, mostra-se caro e inviável tecnicamente. Alem deste disto, perdeu uma disputa com as empresas de cargas, ao proibir de forma autoritária, o trafego de caminhões pelo anel viário. Agora a Rodoviária, bem continua sendo peça de reposição.

Segurança: Este é um item, que durante muito tempo no mandato, parecia ser sua menina dos olhos. Optou em transformar a Guarda Municipal, em uma esquadria de repressão, quando sua função constitucional, é ser guardião do patrimônio publico e não policia. Mesmo assim, a violência urbana cresce a cada dia, é só ver as ocorrências policiais, nos jornais locais. Não há nenhum projeto que possa através de políticas publicas, sem contendor dos crimes. Nem tão pouco, cobra dos governos estaduais e federal, a responsabilidade no combate ao crime e em especial o organizado. Ao contrario disto, faz trapalhadas, como a de despejar o quarto distrito policial de imóvel no bairro da CECAP. Por ultimo, os próprios públicos, são depredados e violados todos os dias, principalmente escolas, creches e centros comunitários.

Saúde, Educação e Assistência Social: Três setores, que recebem os maiores orçamentos do município. No entanto, sobram filas de espera, para consultas, exames, vaga em creches, transporte escolar para a zona rural e uma política social de muito corte nas emergências e muito discurso populista. Alem do mais os titulares da pasta, já foram ou estão sendo acusados de participação em supostos escândalos de corrupção.

Sociedade Civil Organizada: O Prefeito Municipal é adepito, a linha do: Concorda comigo, tens a redenção eterna. Discordas, tens o fogo do inferno. Não dialoga com os que ele considera inimigos e muito menos com os amigos. Estes a política é do faça o que eu mando. Nos conflitos, se atrapalha todo, desinforma e cria cizânia. No episódio da ocupação da área do Horto Florestal pelo MST, passou dos limites. Alem de ser cúmplice da repressão covarde e violenta, ainda tenta jogar parte da sociedade civil, contra um movimento legitimo e justo, sendo responsável, por permitir o discurso preconceituoso, proferido por parte da mídia e por algumas lideranças políticas e empresariais, pois nada faz para impedir tal situação, pelo contrario, em suas notas oficiais, alimenta o bairrismo e o xenofobismo. O Prefeito tem dificuldade em conviver com a democracia. E isto é grave.

Acusações de Corrupção: Não me recordo, na historia recente, de que outro Prefeito, tenha tido tantas denuncias de irregularidades em sua administração. É certo que até agora nada provou sua responsabilidade, mas o mesmo também não conseguiu convencer ninguém sobre sua inocência. Alem disto, evita a todo custo, que os Vereadores cumpram sua função constitucional, a de fiscalizar e investigar o executivo.

Bem, o Governo Silvio, fracassou em suas promessas.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

MINISTÉRIO PÚBLICO ADVERTE TV JORNAL

Em primeiro de maio de 2006, o ex Apresentador do programa sensacionalista “A Hora da Verdade”, veiculado pela TV Jornal, canal 39 de Limeira, Geraldo Luis, constrangeu e humilhou, um deficiente auditivo, que cometeu uma infração. Por puro desconhecimento ou por má fé, o referido Jornalista, agrediu com palavras chulas e de baixo calão, demonstrando que não conhecia a linguagem dos surdos. As cenas levadas ao ar, em horário em que a família, esta reunida em torno da sala, chocou vários expectadores, que levaram sua indignação até a comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal á época, presidida pelo Vereador José Carlos Pinto de Oliveira.

O Vereador Petista, tomando ciência deste fato, imediatamente acatou a denuncia e a encaminhou uma representação ao Promotor Dr. Cleber Masson da Vara da Cidadania. O Promotor muito solicito, formalizou a denuncia, para o Ministério Público Federal, por entender ser a matéria de competência da esfera maior do MP, bem como o assunto diz respeito a emissora concessionária da União.

Na semana passada, recebemos um oficio do MPF, assinado pelo procurador da República Dr. Fausto Kozo Kosana, que enviou cópia de uma Recomendação expedida a Fundação Orlando José Zovico, proprietário da TV Jornal e vice Prefeito da Cidade.

A recomendação, tem caráter judicial e caso a empresa não cumpra o despacho, a mesma esta sujeita a penalidades.

A TV Jornal, foi fundada em 1992. Sua concessão é de uma emissora Educativa, portanto enquadrada em procedimentos, bem diferenciados de uma mídia comercial. O Procurador da republica cita em seu despacho o art. 28 do decreto Presidencial de 1963 que diz o seguinte: “são obrigadas as concessionárias a subordinar os programas de informação, divertimento, propaganda publicidade as finalidades educativas e culturais inerentes á radiodifusão e a não transmitir programas contra o sentimento publico, expondo pessoas a situações que de, alguma forma, redundem em constrangimento, ainda que seu objetivo seja jornalístico”.

Analisando o comportamento da TV Jornal, o Procurador escreve o que segue: “ O programa diário Hora da Verdade, apresentou imagens de tratamento degradante e humilhante contra ´pessoas portadoras de deficiência; quadro denominado As popuzudas do A Hora, convocando adolescentes para participar do concurso, com forte apelo sexual; apresentou quadros sobre coberturas policiais, expondo pessoas detidas, de forma desrespeitosa de desonrosa, inclusive transmitindo imagens de crianças e adolescentes nessas condições; nas transmissões realizadas é freqüente o uso de expressões e palavras de baixo calão, levando ao constrangimento dos entrevistados, com forte conotação depreciativa em face das pessoas que tem suas imagens divulgadas, violando os bons costumes, a imagem, a honra e a moral das pessoas e da família”. No parágrafo seguinte, afirma ainda que o referido programa apresenta vinhetas comerciais de varias empresas.

Tal definição ou constatação levou o Procurador a concluir que não só o Programa Hora da Verdade, mas vários outros da grade de programação da emissora não estão compatíveis com uma mídia exclusivamente educativa.

O MPF, determinou um prazo de 30 dias para a TV Jornal adaptar sua programação as exigências legais e transformar-se em uma emissora educativa, razão pela qual conseguiu a concessão.

Para nós defensores dos Direitos Humanos, a Ética é uma virtude que deve ser estendida e praticada por todos os setores da sociedade. Junto a ela o respeito a pessoa humana é de um significado deveras importante. A fabricação de lixos na programação, tem sido uma constante da televisão brasileira. A disseminação da violência através de programas sensacionalistas, devem ser contidos pela sociedade brasileira. Não somos favoráveis a censura. Lutamos contra ela no regime militar. Mas entendemos que o ser humano deva ser privado, de humilhações e discursos que beiram ao fascismo, que ao invés de informar e combater a violência, desinformam e criam consciências de carrascos e não de cidadãos.