quinta-feira, novembro 30, 2006

MINHAS PREFERIDAS- RETALHOS DE CETIM


Esta é mais uma do baú do meu amigo de pré adolescência Ivan. Ele tinha vários LPs, do carioca, mas que fez carreira em São Paulo, Benito de Paula. Pianista refinado, com uma estética de cantor de sinfonias, Benito foram uma campeão de vendagens nos anos 70. Marcou um estilo intitulado de Brega Chique, com inúmeros sambas canções e até boleros. Suas músicas, figuravam sempre nos Hits Parades, e tocavam ser cessar nas rádios. Era freqüentador assíduo de programas de televisão popular, porem tinha o respeito da nata da MPB. Tanto é que em seu primeiro trabalho em 1971, gravou sucessos de Chico Buarque (Apesar de Você), Taiguara, Vinicius de Moraes e outros.

Seu nome de batismo é Uday Veloso, mas adotou o artístico Benito De Paula.

Retalhos de Cetim, uma samba sobre uma casal em crise, usa a alegoria de um desfile de escola de samba. Esta música embalou por anos, as calçadas e festinhas que realizávamos em minha juventude. Fácil de cantar e com uma letra também fácil para decorar.

A canção esta no disco “Um novo Samba”, de 1973 e vendeu 150mil cópias um record para a época. Alem disto Retalhos teve varias regravações por outros artistas, entre eles o maestro Francês Paul Mauriat e recentemente o cantor Paulinho Moska. No LP ainda tem clássicos Se não for Amor, Sandália de Couro e que Beleza.


quarta-feira, novembro 29, 2006

MINHAS PREFERIDAS- O MAR SERENOU


Em meados dos anos 70, conheci Clara Nunes. Um amigo de escola o Ivan, me convidava para após as peladas de futebol, ouvir os bolachões de seu pai e seu irmão em sua casa. Foi lá que pude ter contato pela primeira vez, com artistas do quilate de David Bowie, ouvir Angie dos Stones, saber que Michel Jackson e seus irmãos formavam o ótimo Jackson Five, alem é claro de Benito de Paula e a mineira Clara.

Fui me encantando, primeiro com a beleza daquela mulher, muito linda. Depois com o explendor de sua voz forte e sensual em qualquer ritmo. Clara apresentava o samba com os dois pés no terreiro, com uma mistura de culturas rítmicas mineiras. As canções tinham cara de Oxum, Iemenjá, com sabor de tutu de feijão e pão de queijo. Começou a cantar em uma igreja cristã, passou por vários concursos musicais e Festivais de MPB.

Vestia-se como uma entidade do candomblé, vivendo intensamente a crença. Suas canções eram a ela escritas, considerando esta sua característica de fé. Foi casada com o compositor Paulo César Pinheiro que juntamente com João Nogueira, fizeram “Mineira”, uma homenagem a Clara. Dois compositores inclusive que lhe deram varias músicas que se consagraram em sua voz.

O Mar Serenou tem letra e música do Portelense Candeias, como a própria clara. A canção é do disco claridade de 1975, e junto com o Canto das Três Raças de 1976, são meus discos favoritos. Mar Serenou teve no primeiro disco de Marisa Monte, uma gravação sublime e recentemente Luciana Mello gravou este clássico do Samba Afro Brasileiro.

terça-feira, novembro 28, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XXV

As eleições de 1992, foram marcadas em todo o País pela crise gerada pelos escândalos de corrupção gerados pelo esquema PC/Collor, culminando na cassação do segundo. Embora a mobilização tenha sido importante, pois após vários anos não se via um movimento de massa tão intenso e numeroso como foi o Fora Collor, a temática ficou mais na discussão da Ética na política e ainda de forma moralista, do que um questionamento ao modelo econômico, sócio e político em curso. Fernando Collor alem de corrupto, seguiu a risca os ditames do FMI e do Banco Mundial. O Neo Liberalismo, foi adotado pelo Governo Brasileiro e com ele crescia vertiginosamente a miséria, a fome e o desemprego. O Governo collorido foi o primeiro a propagar que a onda privatizante era a forma de enxugar o Estado, moraliza-lo e com isto fazer o Brasil crescer e entrar no rool dos Paises do quilate do Primeiro Mundo. O espírito privatizante de Collor, iniciou-se com a venda CSN de Volta Redonda e o total sucateamento e posterior entrega da Mafersa de São Paulo ao Capital Internacional.

Apesar da sanha liberal imperialista, os movimentos que fizeram o Impchement, não aperceberam ou não quiseram ter como bandeira a critica ao modelo econômico. O discurso da moral foi o contagiante no decorrer de todo aquele ano. A motivação das campanhas para as Prefeituras, não foram diferentes. Em Limeira, quase todos os candidatos, apoderaram-se do patrimônio da ética e cada qual em sua visão política, elaborou sua estratégia de ataques e programa de governo.

Neste ínterim é que surge a candidatura de Pedro Teodoro Kulh. Ex Presidente da Associação Comercial e Industrial, membro das Lojas Maçônicas, Pedrinho, toma para si o pequeno PSDC, traz para o Partido vários empresários do ramo metalúrgico, de construção e comércio. Com voz bem de municípios do interior, trabalhou um eixo de campanha que consistia em dizer que não era político e sim um administrador de empresas e como tal, comandaria a Prefeitura. Extremamente corporativo, dizia que o povo Limeirense precisava livrar-se das influencias dos que não amavam a cidade, ou pelo fato de que aqui não nasceram ou por interesses particulares. Pouco atacava os adversários. Buscava ser propositivo e usou e abusou do discurso moralista com leve caída, ao ideário de saneador das finanças publicas e caçador de marajás. Sua campanha em vista das de Paixão e Pejon, foi pobre, mas fazia o diferencial. O que a população não enxergou, é que Pedrinho Kulh, representava grande parte do empresariado da cidade, que sempre esteve no poder e que agora buscava se desvencilhar-se, dos dois grupos que revezam-se no poder há mais de vinte anos.

O PT era o único que buscou diferenciar-se, do discurso ético, colando o comportamento moral do político, a sua concepção econômica. A campanha de Wilson Cerqueira foi repleta de denuncias ao Projeto Neo Liberal em curso no País. Houve até um certo exagero, pois em alguns momentos, esqueceu-se das temáticas locais.

Mas o processo eleitoral estava definido. No País, o PT venceu em capitais importantes como o segundo mandato em Porto Alegre e o primeiro em Goiânia. Mas Maluf vence Suplicy no segundo turno e a continuação do governo Petista em São Paulo foi interrompida. Em Campinas a candidatura de reconstrução do PT, após o desastre da administração de Jacó Bittar, não surtiu efeitos do ponto de vista numérico. Mas apontou com a candidatura de Renato Simões, para um divisor de águas ético e de princípios. Magalhães Teixeira volta ao poder, com quase 70% dos votos.

Em Limeira, acontece o que estava escrito nas estrelas. Paixão teve mais que 50% dos votos da soma de todos os demais candidatos e com isto a era do populismo autoritário voltava ao poder. Pedro Kulh surpreendentemente foi o segundo colocado e o candidato de D’Andréia em terceiro, encerrando a epopéia deste grupo político na cidade.

Wilson Cerqueira, teve um pouco mais de seis mil votos. Pouco, embora as condições em que fizemos a campanha, sem dinheiro, apenas com força militância e sem unidade Partidária, justifica este resultado. Até porque era nossa primeira grande aventura eleitoral, faltava experiência. A baixa por conta de uma tática eleitoral equivocada foi a não eleição de nenhum Vereador da Tendência Fórum do Interior. O Vereador pelo PT foi Luis Carlos Pierre com o Sindicalista José Carlos Pinto de Oliveira na primeira suplência.

CONTINUA.....................................

segunda-feira, novembro 27, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XXIV

Seu estilo sempre foi pomposo. Tudo fazia para ser notada, roubava a festa dos outros. Odiada pela maioria dos políticos, exercia com seu populismo, uma influencia sobre os mais pobres, certeza de suas eleições. Elza Sofhia Tank Moya, entrou no largo da Catedral rodeada de auxiliares, que como súditos a agradavam. O público presente no ato do Impchement de Collor era majoritariamente, levado pelos Petistas e militantes dos movimentos sociais. A então Presidente da câmara dos Vereadores, sabia que ali não era sua praia, nem era apreciada. Ela empunhava a bandeira do Brasil e fazia questão de fazer barulho.

Confesso que não a conhecia bem. Passei todo os anos 80, ouvindo falar dela e poucas vezes conversei ou tive contato mais direto com ela. O primeiro em que pude observar seu comportamento, foi naquele 30 de setembro de 1992. Já naquele instante, soube que se tratava de um ser político, que tinha no populismo sua principal arma de convencimento e no autoritarismo seu estado de espírito. Ela chegou para usar o microfone, e desenvolver seu discurso com tons teatrais. Elza lembra muito Evita Perón, em especial na capacidade de chocar ou emocionar o ouvinte. Não age conforme a platéia. Não fala o que a pessoa quer ouvir, embora o populista sabe ser dissimulado. Elza consegue ser transparente, cria personagens sim, mas não consegue esconder seus defeitos e personalidade.

Ela falou na Kombi de som do Sindicato dos Metalúrgicos. Elogiou mais o Dr. Jurandir Paixão, do que fez discurso pela cassação de Fernando Collor. Falou mais de si, até porque era candidata a reeleição no legislativo, do que da situação de corrupção em que se encontrava o País. Ela roubou a cena, como um Macunaíma de Mario de Andrade, Elza aparece como o Anti Herói, que a Burguesia tolera mas odeia, as esquerdas a desprezam, mas o lupezinato a adora.

O ato terminou minutos depois da saída da Presidente da câmara municipal. Em Brasília a sessão do Congresso Nacional, já atingia seu objetivo. Assim os manifestantes, começam a enrolar suas bandeiras e faixas, para dirigir-se as suas casas. O comando do Ato fazia um balanço positivo, desde a paralisação de algumas fabricas e do comercio, até a realização da manifestação. O que precisava colocar em avaliação era a repercussão na campanha a Prefeito do Wilson Cerqueira. Mas isto é assunto para o próximo capitulo.

CONTINUA..............................

quinta-feira, novembro 23, 2006

CURTAS CULTURAL



* As fotos do 2º FESTAFRO/Limeira, estão disponíveis no site http://www.obaladeiro.com.br/ . Os artistas que se apresentaram estão todos lá. Beto Santos, a banda Som da Terra, Ito Moreno, Os Cirandeiros, enfim. Mas o dono deste blog, autor da letra “Quilombo, Quilombola”, mas nem uma fotinha. Mas tudo bem da próxima a gente sobe no palco, para ser fotografado.
* O vencedor do FESTAFRO, Beto Santos esta lançando seu primeiro CD solo. Vejam que ironia. O primeiro de uma carreira de trinta anos na estrada. Só neste País mesmo, que artista do quilate de Beto, levam décadas para ter seu trabalho em disco, reconhecimento então?. Só se pagar jabá, cantar sertanojo, axé ou bonde do tigrão. Maiores informações sobre Beto Santos, acessem seu site na rede: http://www.betosantos.com.br/ .
* Comprei o CD do Beto Santos, quinze reais e esta a venda no site do cantor/compositor. O disco é extraordinário. Como o conheci em apresentação no palco, ao ouvir o CD, caímos na viagem de vê-lo, incorporando personagens e se requebrando todo tal qual Ney Matogrosso e Serguei. Tem de tudo na mídia: Blues, Bolero, Pop Rock, Rock, batidas de Jazz e por aí afora. Destaco de cara duas canções, “Sagrado e Profano”, apresentada este ano no Festival Canta Limeira e que da titulo ao CD e “Alma de Mulher”.
* Ainda falando do mês da Consciência Negra, vale a pena prestigiar a exposição “Recontando a nossa História”, do Cartunista, Escritor, Roteirista e Publicitário, Mauricio Pestana. O cara faz trabalhos em sua maioria para movimentos sociais e populares. A exposição esta montada na câmara municipal é vai do dia 22 á 28 de Novembro. Vale a pena conferir, trabalhos fantásticos que denunciam o racismo de classe. Para quem quiser conhecer mais sobre o artista, acesse o site: http://www.mauriciopestana.com.br/ .
* A Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo em conjunto com a Fundação Escola de Sociologia Política, estarão promovendo em Maio de 2007, o Festival de Curtas Metragens “Entre Todos”, cuja temática é sobre Direitos Humanos. Eles estão com um site bacaninha na rede com todas as informações: http://www.entretodos.com.br/ .

terça-feira, novembro 21, 2006

FESTAFRO: COMO UM QUILOMBO


No post abaixo, disse do prazer de fazer a letra de “Quilombo, Quilombola”, e de te-la inscrito no 2º FESTAFRO. Pude sentir com maior intensidade nos três dias de Festival. Foi sem dúvida alguma uma de minhas maiores emoções. E olha que vive muitas. Em minha trajetória como ativista político, pude sentir enormes sensações, alegrias e tristezas. Muitas delas com tensão e até estresse. Mas a música e a poesia sempre foram um campo de divertimento e paz. Sofro pra escrever, mas supero os momentos de busca desenfreada pela frase certa, a rima adequada e o conto com novidade. Isto me dá tesão. Foi com este espírito que me preparei para o Festival. Sabia das feras musicais que lá estariam e ao ouvi-las e vê-las tive a certeza de que a canção da Brasileira é especialíssima e de boa qualidade. Sem medo de errar: A MPB é a melhor do mundo.

Adentrei no Teatro Vitória na primeira Semi-Final, não apenas como espectador, mas como um concorrente. Tremi e transpirei desde o primeiro momento. Vi subir ao palco, nomes do cenário musical, que não tocam nas rádios, nem se apresentam no Faustão. Artistas como Beto Santos vencedor do Festival, estão há trinta anos na estrada. Alias Beto esta lançando seu primeiro CD solo este ano. E como alternativo, como todos os participantes, lá estavam a Banda Som da Terra, que defenderia “O Quilombo”.

Na sexta, presenciei, o nervosismo, bem como o virtuosismo da maioria dos artistas. Esperava mais da música de Tom Zé, defendida por Tiago Augusto, mas não gostei da interpretação. Fiquei literalmente emocionado, com a apresentação de José Carlos Company, para a canção de Tavinho Lima, uma verdadeira oração a mãe África. Saí do primeiro dia com a certeza de que o nível do evento era alto, mas quem entra na chuva é pra se molhar, como diz o ditado popular.

O sábado chegou. As pessoas que convidamos lá estavam. O show apesar do pé d’agua, que caiu minutos antes do horário, começou. Fomos os últimos a se apresentar. Antes um desfile de talentos. A canção caipira falando do Samba Paulistano Teleu e Sanvita, dois reggaes de primeira qualidade e...Beto Santos. O cara cantou antes de nós. Sua entrada no palco, é coisa de cinema, maravilha das maravilhas. Sua performance, é um misto de Ney Mato-Grosso com o também alternativo Serguei. Fiquei boquiaberto com ele, disparado o melhor do Festival, por isso venceu. Mas o Som da Terra, entra e acontece o que não prevíamos e não queríamos. Problemas técnicos na mesa de som deixaram por vários momentos alguns instrumentos sem som e a voz da Raquel saiu baixinho e distorcida. Estes problemas tinham acontecido com maior freqüência na noite anterior, onde a dupla, Claudia Romano e Leila Dias, tiveram que esperar dez minutos para começar a cantar. Esta situação deixou o grupo apreensivo e chateado, pois nesta eliminatória só conosco tinha ocorrido estes problemas. Mas classificamos entramos de vez no reino da magia da Música Brasileira.

No domingo nos enchemos novamente de energia positiva. Fizemos um ultimo ensaio e decidimos que o importante era a diversão e o carpem die, viver intensamente aquele momento, único na vida da maioria dos integrantes da Banda.
Foi a noite das noites. Ninguém das bandas que iam se apresentando ousava errar. Era um Show atrás do outro. O público que na noite anterior enfrentou a chuva, agora teve que passar por um verdadeiro vendaval, para chegar ao Teatro. Nossa hora estava para chegar. Eu como sempre uma pilha. Nadir tentou me segurar, acalmar e nada. Mas a banda parecia que tinha tomado um balde de erva cidreira. Calminhos. Com muito cuidado e sem pressa, o Wilson Cerqueira comandou no centro do Palco, a passagem do som de cada instrumento e de cada microfone. Enquanto não teve certeza, de que tudo estivesse nos conforme, não teve inicio a apresentação. Ela foi maravilhosa. Só tem um jeito de descreve-la: O Baião transformou o Teatro Vitória, em uma grande dança do Quilombo. Gente cantando, pessoas dançando ao som da música. Tive uma sensação de missão cumprida, nos divertimos e proporcionamos a outros que o fizessem.

Fechamos a finalissima e abrimos para o sertanejo das minas de Guimarães Rosa, Pena Branca, desfilar os maiores clássicos da música caipira e regional do Brasil. Um garoto, o Pedrinho neto do Ex Deputado Heitor de Oliveira, de 16 anos, cantou todas as musicas do começo ao fim do negro Pena. Só para se ter uma idéia do que estava sendo aquela noite, o corredor do meio do Teatro foi tomado por Jovens, Crianças e Adultos, que cantaram e dançaram, as perolas: Cuitelinho, Moreninha Linda, Cio da Terra e outras. O Show especial de Pena Branca durou 1hora. Foi um elixir para nós e uma forma de relaxamento e preparação para o momento do anuncio dos Vencedores.

E o momento chegou. Levei uns cinco minutos para levantar da poltrona onde estava sentado, porque as pessoas não paravam de me cumprimentar. Foram dezenas de beijos, abraços e choros. Só fui ter a dimensão da importância do premio de Consagração Popular, uns quinze minutos depois que o Secretário de Cultura Farid Zaine anunciou a premiação. E aí o ritual da dança quilombola começou. As pessoas não se continham de felicidade. Eu parecia um menino de dezoito anos que tentava ganhar a vida com musica. Saí do Teatro sonhando e estou até agora em um sono profundo. Sei que ao acordar concluirei que não é sonho, é real e a diversão foi atingida.

O FESTAFRO, brilhante projeto do Farid, proporcionou uma emoção que há muito não sentia. E como em um Quilombo, negros, brancos, indígenas e até japoneses (ali havia alguns), juntaram seu canto contra o preconceito de raças e pela LIBERDADE E PAZ. Só a musica e as artes são capazes destes milagres, nem que seja por alguns minutos.

sexta-feira, novembro 17, 2006

TODO MUNDO NO FESTAFRO


Hoje inicia-se o 2º FESTAFRO. Nossa canção “QUILOMBO, QUILOMBOLA”, esta redondinha. Ontem realizamos um dos últimos ensaios, com a banda toda. Acertamos os detalhes do arranjo, da coreografia e dos medos que com certeza teremos. Para mim, só o fato de conseguir compor a musica em parceria com meu amigo e companheiro de inúmeras lutas políticas Wilson Cerqueira, já é uma vitória.

Participar de um Festival, onde estaremos concorrendo com grandes compositores, já é demais. Alem disto é uma honra, participar de um evento, que tem Tom Zé como letrista. Já tive em minha vida enormes emoções, mas a de concorrer neste Festival, com certeza, entrará com uma de minhas principais emoções.

To ansioso e feliz. O resultado não interessa muito, o importante é poder mostrar as pessoas um pouco de nossa visão de mundo.

Quero agradecer ao Cerqueira, que no meio de uma campanha eleitoral dificílima, topou o desafio de compor uma melodia fantástica para minha letra, que vai levantar a platéia. Aos músicos, Zito (Percussão), Sr. Moacir (Acordeom), Ricardo (Contrabaixo), Everton (Bateria), as minhas lindas garotas Raquel e Èrica, vozes que vão arassar no palco do Teatro Vitória. A minha mulher que com paciência, esteve desde o primeiro momento acompanhando o desenvolvimento da música. A minha filha que com suas sugestões e criticas, foram valiosíssimas para a música. Aos meus amigos e companheiros na política o meu muito obrigado, pelo “saco” que tiveram para ouvir minhas conversas, a música, ler os e-mails e assim em diante.

Mas quero ver todos amanhã, dia de nossa apresentação, anotem aí:

DATA: 18 de novembro

Horário: 20hs

Local: Teatro Vitória

OBS: Estaremos do lado esquerdo do palco.

terça-feira, novembro 14, 2006

NOTICIA BOA

MINO GANHA NA JUSTIÇA CONTRA MAINARDI E ABRIL

Paulo Henrique Amorim
A Justiça de São Paulo, Vara Cível de Pinheiros, condenou Diogo Mainardi e a Editora Abril por violação da honra e injúria contra o jornalista Mino Carta.
Numa coluna na revista Veja, Mainardi disse que Mino se submetia ao empresário Carlos Jereissati para fazer reportagens contra Daniel Dantas, na revista Carta Capital.
Mainardi também disse que Mino se equipararia aos “mensaleiros”.
Por isso, Mainardi e a Abril foram condenados e vão ter que pagar uma indenização a Mino Carta.
A Justiça não deu ganho de causa a Mino, quando Mainardi diz que, numa determinada edição da Carta Capital, havia mais anúncios do Governo do que da iniciativa privada. O que configuraria uma dependência da revista ao Governo.
A Juíza considerou o argumento de Mino, “subjetivo” e improcedente.
Mino vai recorrer dessa parte da sentença.
O advogado de Mino é Marco Antonio Rodrigues Barbosa.
FONTE: Portal IG

segunda-feira, novembro 13, 2006

QUILOMBO, QUILOMBOLA


Pessoal, abaixo a letra de Quilombo, Quilombola, minha parceria com o Wilson Cerqueira e que concorre no 2ª FESTAFRO. Nossa apresentação será na segunda Semifinal, dia 18, ás 20hs no Teatro Vitória. A entrada é 2reais. As letras das demais músicas foram publicadas no caderno de Lazer do Jornal Gazeta de Limeira de sábado, dia 11 de novembro.

QUILOMBO QUILOMBOLA

AUTOR DA LETRA: João Geraldo Lopes Gonçalves (Janjão)

AUTOR DA MÙSICA: Wilson Nunes Cerqueira


Quilombo, quilombola
Certeza de identidade
Sem macula, foi escola REFRÃO
De luta por liberdade

Neguinho não sabe o caminho
Percorrido por outros irmãos
Que em grupos ou sozinhos
Derrubaram cercas e mourões

Negro foge da corrente
Da senzala e do Sangue
Do pelourinho que o deixou doente
Da sujeira e do mangue

Lá não tinha senhor
Capataz ou patrão
Harmonia era motor
De uma vida sem humilhação

Tudo era só partilha
No reino da magia
O que valia era a alegria
E a dança acontecia

Lugar de esconde-esconde
Morada dos perseguidos
Refugio para os de longe
Utopia aos empobrecidos

Os fatos desta canção
Muita gente desconhece
Só se lembra a abolição
Dos quilombos se esquecem















sexta-feira, novembro 10, 2006

FESTAFRO


Classificados para disputar o 2º FESTAFRO, da Secretaria Municipal de Cultura, agora o lance é ensaiar para fazer um bom desempenho. Prêmios são conseqüência, ainda mais em um Festival que te feras, que já venceram inúmeros , tem discos gravados e nomes consagrados. Levei um susto quando o secretário de Cultura, informou que TOM ZÈ, meu ídolo, escreveu a letra de uma das finalistas. Sinto-me honrado em poder compartilhar do mesmo espaço, que artistas do quilate de Tom Zé. Alem é claro de poder conviver por três dias com talentos que estão na estrada há tanto tempo, como Zé Alexandre parceiro de Oswaldo Montenegro, Dimi Zunkê, Ito Moreno, Beto Santos, Cláudia Moreno e outros. Partilhar as mesmas angustias de marinheiro de primeira viagem, com gente nova, como o Cirandeiros e o Toc Percussivo. Mas estamos na parada.

Eu e o Wilson Cerqueira, há muito falávamos de fazer uma canção para disputar um Festival deste nível. Mas não somos artistas e nossa prioridade sempre foi a atuação política. Porem em meio a ultima campanha eleitoral, liguei pro Cerqueira fiz a proposta e ele disse: “Apesar da correria da Campanha, vamos encarar, essa”. Nossos contatos foram pela Internet e telefone. Até que a canção ficou pronta. O Wilson fez a música após as atividades da candidatura a Deputado Estadual. Chegava por volta de onze, meia noite, e até para desestressar, empunhava o violão e busca a melodia correta para a letra que fiz. Gravou em um aparelho de mão, trouxe para mim, ouvimos, fizemos as correções na letra, para o encaixe e buscamos formar a banda para o evento.

Montamos o mapa de palco, para depois pensar nos músicos. Alem do violão, um contrabaixo, uma Bateria ou tumbadora, um acordeon ou teclado e duas vozes femininas. Nestas ultimas tínhamos um tom agudo, da Raquel Cerqueira. Precisávamos de um grave para contrabalancear. Conversando com minha filha Ruani, ela sugeriu o nome da Jornalista do Sindicato dos Metalúrgicos, Èrica Caetano. A menina toca em uma banda de Newmetal. Fiquei um pensando, será que emplaca? Quilombo, Quilombola é uma embolada/baião. Mas não é que emplacou? A voz da garota é macia e forte, combinou já no primeiro ensaio com a Raquel. Aí o negócio foi gravar para o processo de seleção.

Para nós só o fato de fazer a canção e inscreve-la em um Festival deste naipe, já foi uma vitória. A classificação entre as 23, então foi a consagração. È bom ver o trabalho da gente sendo reconhecido e divulgado para que milhares de pessoas possam ouvir, tomar conhecimento. O ultimo passo foi escolher o nome do Grupo: SOM DA TERRA. Podíamos ter pensado um nome mais original, mas o tempo não permitiu.

Espero que todos e todas gostem da música. Nossa intenção ver todo mundo dançando o Baião e cantando a embolada. Abaixo as classificadas e a ordem de apresentação.

1ª Semifinal
17/11/2006

1- Nome da Música: Chão da Liberdade
Autor da Letra: Marcos Lima
Autor da Música: Dalvo Vinco
Intérprete: Banda “Toc Percussivo”
Cidade / UF: Limeira - SP

2- Nome da Música: Valei-me Deus, Nossa Senhora
Autor da Letra: Beethoven Netto
Autor da Música: Beethoven Netto
Intérprete: Beethoven Netto
Cidade / UF: Belo Horizonte - MG

3- Nome da Música: Legado de Um Negro
Autor da Letra: Marinho San
Autor da Música: Marinho San
Intérprete: Marinho San
Cidade / UF: Belo Horizonte – MG

4- Nome da Música: Canto pra Oxum
Autor da Letra: Leilah Dias e Claudya Romano
Autor da Música: Leilah Dias e Claudya Romano
Intérprete: Leilah Dias e Claudya Romano
Cidade / UF: São Paulo - SP

5- Nome da Música: Rei do Kongo
Autor da Letra: Helberth de Souza Gomes – Kasumbe / Dadá de Moraes
Autor da Música: Helberth de Souza Gomes – Kasumbe / Dadá de Moraes
Intérprete: Grupo Kukina Dia Jindanji /Valdir Pereira de Souza / Liliana de Souza Gomes
Cidade / UF: Hortolândia - SP

6- Nome da Música: Congada
Autor da Letra: Mauro Mendes
Autor da Música: Carlim de Almeida
Intérprete: Regina Dias
Cidade / UF: São Carlos / SP

7- Nome da Música: Bumbo de Bamba (A Nova Abolição)
Autor da Letra: Dirceu C. Vinco
Autor da Música: Dirceu C. Vinco
Intérprete: Grupo Último Hora
Cidade / UF: Limeira - SP

8- Nome da Música: Uma Coisa Só
Autor da Letra: Carlos Gomes
Autor da Música: Carlos Gomes
Intérprete: Ivânia Catarina e Carlos Gomes
Cidade / UF: São Paulo - SP

9- Nome da Música: Útero
Autor da Letra: Tom Zé / Elifas Andreatto
Autor da Música: Sérgio Augusto
Intérprete: Thiago Augusto
Cidade / UF: Caraguatatuba - SP

10- Nome da Música: É Dia
Autor da Letra: Dimi Zumquê
Autor da Música: Dimi Zumquê
Intérprete: Dimi Zumquê
Cidade / UF: Ribeirão Preto - SP

11- Nome da Música: Cabeça, Tronco e Negros
Autor da Letra: Tavinho Limma
Autor da Música: Tavinho Limma
Intérprete: José Carlos Company
Cidade / UF: Ilha Solteira - SP

12- Nome da Música: Miscigenação
Autor da Letra: Luth Peixoto
Autor da Música: Luth Peixoto
Intérprete: Paulo Monarco
Cidade / UF: Cuiabá - MT

13- Nome da Música: De Todas as Eras
Autor da Letra: Otacílio César Monteiro
Autor da Música: Max Vieira
Intérprete: Grupo Ciclo Brasil
Cidade / UF: Limeira - SP

2ª Semifinal
18/11/2006

1- Nome da Música: Liberdade É Sonho Real
Autor da Letra: Silvano
Autor da Música: Fran Venâncio
Intérprete: Grupo Liberdade
Cidade / UF: Limeira - SP

2- Nome da Música: Canção Avulsa do Menestrel das Raças Livres
Autor da Letra: Rosemberg Oliveira
Autor da Música: Rosemberg Oliveira
Intérprete: Rosemberg Oliveira
Cidade / UF: São Mateus - ES

3- Nome da Música: Terra de Santa Cruz
Autor da Letra: Pedro Antônio
Autor da Música: Pedro Antônio
Intérprete: Pedro Antônio
Cidade / UF: São Paulo - SP

4- Nome da Música: Arte Popular
Autor da Letra: Teleu e Sanvita
Autor da Música: Teleu e Sanvita
Intérprete: Teleu e Sanvita
Cidade / UF: São Paulo - SP

5- Nome da Música: Poprépolis
Autor da Letra: Dom Max / Márcio Coelho
Autor da Música: Dom Max / Márcio Coelho
Intérprete: Márcio Coelho / Ana Favaretto
Cidade / UF: Bonfim Paulista - SP

6- Nome da Música: Mãe Negra
Autor da Letra: Diorgem Ramos
Autor da Música: Diorgem Ramos
Intérprete: Diorgem Ramos
Cidade / UF: Governador Valadares - MG

7- Nome da Música: Panela de Barro
Autor da Letra: Ciranda Ferrari
Autor da Música: Ciranda Ferrari
Intérprete: Grupo Cirandeiros
Cidade / UF: Limeira - SP

8- Nome da Música: Um Negro
Autor da Letra: Zé Alexandre / Luciano Dellarth
Autor da Música: Zé Alexandre / Luciano Dellarth
Intérprete: Biré
Cidade / UF: Rio de Janeiro - RJ

9- Nome da Música: A Cor da Pele
Autor da Letra: Chico Nô
Autor da Música: Chico Nô
Intérprete: Chico Nô
Cidade / UF: São Luis - MA

10- Nome da Música: Mãe Terra
Autor da Letra: Maurício Carambola
Autor da Música: Maurício Carambola
Intérprete: Maurício Carambola
Cidade / UF: Belo Horizonte - MG

11- Nome da Música: Doente do Pé
Autor da Letra: Léo Nogueira
Autor da Música: Ito Moreno
Intérprete: Ito Moreno
Cidade / UF: São Paulo - SP

12- Nome da Música: Moçambique
Autor da Letra: Beto Santos / Diná Nascimento
Autor da Música: Beto Santos / Diná Nascimento
Intérprete: Beto Santos & Banda Kiona
Cidade / UF: Guarulhos - SP

13 – Nome da Música: Quilombo Quilombola
Autor da Letra: João Geraldo Lopes Gonçalves - Janjão
Autor da Música: Wilson Nunes Cerqueira
Intérprete: Grupo Som da Terra
Cidade / UF: Limeira - SP





quarta-feira, novembro 08, 2006

A PEQUENA NICA


No Sindicato dos Metalúrgicos em Limeira, até a pouco tempo havia um quadro com a foto de uma mulher, amamentando uma criança e nos ombros carregava uma metralhadora. O titulo do quadro: “Pequena Nica”. Não sei se o quadro ainda existe. Mas sua imagem foi a das mais marcantes de minha geração. Marcou mais que a lendária foto do Che Guevara, fotografado por jornalista europeu. Ou mais forte, que a pintura “Os Trabalhadores” de Candido Portinari.

Quando a Revolução Sandinista que derrubou, Anastásio Somoza em 1979, pouco sabia sobre a Nicarágua vê seu povo. Fui conhecer em detalhes, ao longo da década de 1980. Li coisas de poetas como Ernesto Cardenal, o padre que como quase toda a igreja Católica apoiou a Revolução e trabalhou durante os dez anos de governo da Frente Sandinista de Libertação Nacional. Vi os esforços de um povo, tentando se livrar do jugo imperialista e Capitalista, que destruiu uma nação, jogando-a na miséria e na fome. Presenciei uma campanha massiva de alfabetização, para erradicar de um mal social que assolava mais de 80% da população. Mais que isto, pude conhecer a História de Augusto César Sandino, o primeiro mártir da campanha pela derrocada da ditadura Somoza. Ouvi muita música produzida por compositores nicaragüenses e por outros, falando da Revolução e da população. A poesia sempre foi o marco de um povo, que não sabia escrever, mas que faz versos, de sua própria História. A Nicarágua tem uma das melhores Constituições do mundo, democrática, plural e de opção pelos pobres.

Eu apenas questionava e não entendia o porque, as elites que sempre se beneficiaram do poder na época do Ditador Somoza, ainda manteve na Revolução, os bens conquistados as custas do suor e sangue do povo Nicaragüense. Isto me inquietava. A Revolução Sandinista, foi tão Democrática, que não cassou Partidos Políticos de Direita e pró Americanos, permitiu que órgãos de imprensa francamente oposicionistas, funcionassem como linha editorial de ataques ao novo regime. Os Sandinistas não fecharam as instituições, acreditaram que podiam muda-las através do aumento da consciência política do povo e do convencimento dos setores organizados da sociedade .

Mas o que a Revolução não previu, foi a violenta campanha ideológica e física, patrocinada pelos Estados Unidos. Os contra Revolucionários, Somozistas, contrataram mercenários, que armados, provocaram uma guerra civil, que começou no dia seguinte a tomada do poder pelos Sandinistas. As TVs a cabo Americanas, vendiam campanhas anti revolucionárias e espalhavam terror por todos os cantos do País. A Guerra assolou a nação por dez anos. O governo se viu privado de investir em políticas sociais, para defender sua gente e sua terra.

Em 1990, fui passar o carnaval, na Praia Grande, na Baixada Santista. Junto comigo o casal Ivete e Carlão, sindicalistas de Campinas e outras pessoas. Combinamos que durante os quatro dias de folia, sol e cerveja, nossas mentes estariam desligadas para qualquer assunto que envolve-se política. E assim foi até o terceiro dia, quando o encarregado de comprar o pão e fazer o café, foi este que vos escreve. A padaria na Praia Grande era á alguns metros do Apartamento onde estávamos. Ao lado dela uma banca de Jornais. Ao passar em frente, não pude conter a curiosidade, ao passar os olhos pelas manchetes: SANDINISTAS PERDEM NA NICARAGUA. Não acreditei. Chorei. Resisti comprar o jornal. Acabei comprando, mas não sabia se informava ou não, meus companheiros de férias. Cheguei ao Apartamento, tentei esconder a tragédia. Mas, não quis deixar meus amigos na ignorância da informação. Luto total. Ninguém conseguia entender. Violeta Chamorro, dona do maior órgão de imprensa oposicionista, aliada numero um dos Estados Unidos, derrotava a Revolução nas Urnas.

A FSLN, cumpriu sua tradição democrática, realizou eleições, mesmo tendo motivos de sobra para não faze-la: a guerra e a fome que ela trazia. Os Sandinistas não perceberam que o povo, ainda não conseguia compreender o sentido da Revolução. Preferiu a PAZ sem Guerras, mas com miséria, do que derramamento de sangue e com sacrifícios para construir um País dos Trabalhadores.

Chamorro e os Americanos, destruíram todas as conquistas da Revolução. Afundaram ainda mais o País na fome e na morte social. A poesia deu lugar, ao canto fúnebre. Foram dezesseis anos, de atrelamento ao imperialismo Norte Americano. Mas o povo não perdeu sua fé e sua esperança. Se em 79, precisou derramar sangue para poder ter vida, agora usou da paciência e esperou o momento certo para reconduzir ao poder os seus representantes. A Frente Sandinista, esta de volta e com ela o renascimento da esperança.

terça-feira, novembro 07, 2006

ESTAMOS NO FESTAFRO


Fiz uma canção para o 2º Festival de Música Popular Brasileira da Secretaria Municipal de Cultura, cujo tema diz respeito a História e Cultura dos Negros do País. È o FESTAFRO. Escrevi a letra e o Wilson Cerqueira a melodia. O titulo é “Quilombo, Quilombola”. Conto a importância da experiência dos Quilombos no Brasil. O ritmo é uma embolada no refrão e nas estrofes transforma-se em um baião. Passamos da fase de seleção. Estamos entre as 23 classificadas, de todo o País. O evento vai acontecer nos dias 17 e 18, as Semi-finais e a Final no dia 19 de Novembro no Teatro Vitória. Estamos ainda montando a banda. Assim que completarmos o time, informo quem é quem. Por ora postei abaixo, algumas mensagens que recebi nos parabenizando pela classificação. Em breve postarei a letra e outras informações.
Obrigado a todos e a todas pelas palavras de apoio.
JANJÃO

oi, tudo bem?desde já meus parabéns, agora responde uma dúvida: quem vai cantar a música pra vcs?com certeza estarei lá, e desde já boa sorte.
abraços
milady- Negra linda e cantora Gospel

Legal. PARABÉNS !!!!!!!!!!!!!!.........
Sebastiana Pinto- Mulher do meu patrão, o Vereador José Carlos Pinto de Oliveira

Que bom, tava torcendo pra sua classificação. farei o possível pra estar lá.
bjs
Téo- Jornalista e parceira de longa data.

Janjão, eu vou, porém vou estar torcendo para aminha grande sobrinha de 10 anos, que também estará lá. Rsrs.........
Grande abraço,
Coxa- Ex Gerente do INSS

parabéns e sucesso
marco- Marcos Pareja, Engenheiro e Ambientalista

Fico muito contente por isso estar acontecendo, pois vc é uma pessoa muito atenciosa com seu próximo e merece.
Um abraço,
Ivana- Estudante do Serviço Social

Aí Janjão, tá mandando bem hein? Parabéns! Se um dia vc ficar famoso, eu vou querer autógrafo!
Andréa Crot- Jornalista

segunda-feira, novembro 06, 2006

SÉRIE INTOLÊRANCIA: EM TEMPOS DE ARAPONGAGEM


ESPIAR A VIDA ALHEIA, DESDE OS TEMPOS DO HOLOCAUSTO
Esposa: Onde está Klaus? Klaus! Onde é que se meteu esse menino?

Esposo: Por que você está tão nervosa? Só porque o menino saiu?

Esposa: Eu não estou nervosa. Você é que está nervoso. Anda tão descontrolado...

Esposo: Estou o que sempre fui, mas o que tem isso a ver com a saída do menino?

Esposa: Você sabe como são crianças. Ficam ouvindo tudo.

Esposo: e daí? Que é que tem?

Esposa: Que é que tem? E se ele contar? Você sabe que na Juventude Hitlerista eles tem que contar tudo. O estranho é que ele saiu de mansinho.

Esposo: Ora, que bobagem!

Esposa: O que é que ele teria ouvido da nossa conversa?

Esposo: Ele não dirá nada. Ele sabe o que acontece aos que são denunciados.

Esposa: E que é que tem isso? O filho do vizinho não delatou o próprio pai? Ele ainda não saiu do campo de concentração.

Esposo: Deixa disso. Você está se alarmando á toa.

Esposa: Você disse que os jornais mentem. Você falou sobre o Quartel General. Não devia ter falado. Klaus é tão nacionalista.

Esposo: Mas o que foi que eu disse, precisamente?

Esposa: já se esqueceu? Você falou certas sujeiras lá dentro.

Esposo: Bem, isso não pode ser interpretado como um ataque. Eu disse que nem tudo lá dentro é limpo. Não, fui até mais moderado, eu disse que nem tudo é completamente limpo lá dentro. Isso faz diferença. Eu disse: pode ser que nem tudo seja completamente limpo, lá. O completamente suaviza a palavra limpo. Foi assim que eu formulei: pode ser. Não quer dizer que seja.

Esposa: Você não precisa me dar todas essas satisfações.

Esposo: Eu gostaria de não ter que dar. Mas sei lá o que você é capaz de transmitir por aí do que se conversa aqui em casa. Não estou acusando você de nada e nem acho que o menino é um delator. Mas....

Esposa: Você quer parar com isso? Você esta dizendo que não se pode viver na Alemanha de Hitler.
Esposo: Eu não disse isso!

Esposa: Você age como se eu fosse a Gestapo! O que me aflige é o que Klaus possa ter ouvido.

Esposo: A expressão Alemanha de Hitler não está no meu vocabulário.

Esposa: Essas afirmações só podem prejudicar um espírito infantil. E o Fuhrer não se cansa de dizer: “O futuro da Alemanha está na sua Juventude”. O meu filho não é um delator!

Esposo:
Mas é vingativo.

Esposa: Mas, agorinha mesmo eu dei vinte centavos a ele. Eu lhe dou tudo o que me pede...

Esposo: Isso é suborno.

Esposa: Como suborno?.

Esposo: Se houver qualquer coisa vão dizer que tentamos suborna-lo para ele não dizer nada.

Esposa: O que você acha que eles podem fazer contra você?

Esposo: Oh, tudo! Não há limite para o que eles possam fazer.

Esposa: Mas não há nada contra você!

Esposo: Há sempre alguma coisa contra todo mundo.

Esposa: Karl, não perca a coragem. Você deve ser forte, como o Fuhrer sempre...

Esposo: Não posso ficar tranqüilo quando...
(Um toque de telefone. Eles se abraçam, aterrorizados, e ficam olhando para o ponto de onde veio o som. Dois toques; três. Esposa faz um movimento.)

Esposa: Atendo?

Esposo: Não sei. Espere.
(Eles aguardam. Um quarto toque.)

Esposo: Se tocar de novo, nós atendemos.
(Silencio. Depois de um tempo, esposo fala.)

Esposo: Isso não é vida.

Esposa: Karl.

Esposo: Você me gerou um Judas. Senta á mesa do jantar e ouve. Toma a sopa e ouve. O delator!.

Esposa: Você acha que devemos nos preparar?

Esposo: Você acha que eles vem agora?.

Esposa: Tudo é possível.

Esposo: Ponho a Cruz de Ferro?.

Esposa: Claro, claro. E botamos o retrato de Hitler em cima da escrivaninha, não é melhor?

Esposo: Sim. (Esposa começa a executar a ação, quando esposo a interrompe.)- Espere! Se o menino disser que o retrato não estava aí antes, é uma agravante. Será apontado como consciência de culpa. (Um ruído.) – Que barulho foi esse? A porta?

Esposa: Não ouvi nada. (Agora um rumor bem nítido.)

Esposo: Ouviu?

Esposa: (aterrada, abraçando-o) Karl!

Esposo: Não vamos perder a cabeça. Vá lá.
(Esposa sai. Esposo fica sozinho no centro da arena, aguardando. Ouve-se a voz da esposa.)

Esposa: Onde é que você se meteu?! Responda, Klaus! (Uma pausa. Ela muda nitidamente de tom e depois pergunta de novo, com a voz melíflua.) – Onde você andou até agora, meu filhinho?

Esposa: Ele disse...que foi comprar Chocolate. (Eles se olham e começam a sorrir. Correm um para o outro e se abraçam. Aliviados. Aí a expressão dos dois começa novamente a mudar e o esposo, afastando-se da esposa, pergunta.)

Esposo: Será verdade?

EM TEMPO: Trecho da peça de Bertolt Brecht “Terror e Miséria do III Reich”.

sábado, novembro 04, 2006

TEXTO DOS AMIGOS



O FETICHE DAS CÂMERAS


Alex Marques Rosa
Arquiteto e urbanista, presidente do IAB – Núcleo de Limeira
alexmrosa@terra.com.br- http://www.ideias-em-retalhos,blogspot.com/

“Sorria, você está sendo filmado”: mais uma vez, este chavão popular à minha frente. Sob os olhares dissimulados das câmeras, perdi a naturalidade. Mesmo que não oferecesse risco algum, dali em diante meus gestos ficaram marcados. Passei inevitavelmente a medi-los. Afinal, estando vigiado, o simples fato de colocar as mãos no bolso de meu casaco poderia despertar alguma situação de alerta.

É tão comum, quanto impressionante, hoje em dia vermos gente defendendo a instalação de câmeras de vigilância pelas ruas da cidade. Não mais restritas aos espaços privados, querem a todo custo espalhá-las pelos espaços públicos, como sendo a solução mágica dos problemas de segurança urbana.

Nos noticiários vemos que os valores para instalação de toda esta parafernália tecnológica são altos, mas até agora ninguém questionou qual seria o “preço social” da perda da espontaneidade dos cidadãos, prontos para serem transformados em atores neste imenso cenário no qual a cidade pretende se converter.

O vulto de dinheiro despendido com um sistema destes poderia ser mais útil e eficaz para a segurança pública se investido corretamente na educação, em programas para redução da miséria e das diferenças sociais, na construção de espaços públicos de lazer, a fim de ocupar criativamente o tempo ocioso das pessoas mais vulneráveis a entrar para o crime.

Este fetiche tecnológico da sociedade contemporânea, aliado à segurança ostensiva, está fazendo a cidade perder seus encantos, perder as estribeiras. Assustada com a violência generalizada, fruto de nossas profundas desigualdades sociais, a população poderá acordar tarde para o fato de que a violência das câmeras pode ser ainda mais profunda. Deixar-se vigiar, deixar-se monitorar, é alimentar um outro fetiche: o fetiche do poder, da sociedade mantida sob controle nas mãos de sei-lá-quem, sabe-se lá com quais propósitos.

Uma coisa é certa: as boas soluções nunca surgem das idéias mais óbvias. No quesito segurança, é preciso usar a inteligência para não submeter toda uma cidade à paranóia da vigilância. Precisamos de ações menos impactantes, mais inteligentes, de modo a superar as pressões do medo e recuperar a espontaneidade da vida urbana. Caso contrário, diante das câmeras e seus avisos, restarão – estáticos - apenas olhares profundos e sorrisos amarelos.

sexta-feira, novembro 03, 2006

EM LIMEIRA: “OS POBRES VOTARAM EM LULA”


Nossa cidade é Historicamente conhecida, como o voto conservador e de direita. Lula venceu em Limeira, somente uma duas vezes: foi em 2002, nos dois turnos. Em todos os outros processos, malufistas e quercistas dividiam a hegemonia nos anos 80 e nos 90, os tucanos, bicaram a fatia maior. Até o ano de sua primeira vitória, Luis Inácio, não passava de 30% dos votos, a baixo da média nacional. A explicação que as esquerdas, apresentavam para as não vitórias, eram a ausência de um processo de lutas contra o capital, que acumula-se consciência política e organizativa de nosso povo. Alem disto, as elites dominantes, que permanecem hoje, com a mesma concepção, tratam a cidade, como casa grande e senzala. Não apostam no desenvolvimento econômico, sócio e político, preferem o povo na santa ignorância ideológica. Jogar as fichas contra o desenvolvimento, é um legado que mostrou em 30 anos de vida política, o atraso em todas as áreas de nosso município. Desde o fato de não haver investimentos na infra estrutura urbana e rural, até na produtiva e intelectual. Tudo isto influi na cultura político eleitoral de nosso povo. Entendo também que a crise de perspectivas em que as esquerdas mergulharam desde a década de 90, foi outro fator de desaceleração do enfrentamento de classes e povo sem cultura de luta de classes, não obtém conquistas, muito menos uma sociedade sem explorados e exploradores.

Mas em 2002, o eleitor Limeirense, votou em Lula nos dois turnos, com a mesma votação da média nacional, 53% mais ou menos. Naquela oportunidade avaliou-se vários os motivos da virada: 1- O péssimo governo de FHC, que gerou mais de 50 milhões de pessoas na miserabilidade; 2- O acumulo de lutas dos movimentos sociais, que embora em crise, ainda tinham gordura para queimar; 3- A onda Lula que contagiou a todos;. Porem estas razões não eram sólidas, pelo fato da consciência política da população resumir-se ao sufrágio eleitoral, e esperar quatro anos, para exercita-lo novamente. A população ainda não entendeu a necessidade e importância da participação ativa e efetiva nos rumos do País. Votar e apenas rezar, torcer ou esperar, que os representantes eleitos executam promessas e enxerguem as necessidades da nação, é muito pouco. A Democracia representativa, tem dado mostras de seu esgotamento. O jargão de que ao povo resta apenas a arma do voto, é insuficiente e um equivoco Histórico. O voto aponta esperanças, não posso negar, mas não é garantia de mudanças profundas nas estruturas da sociedade. É preciso apostar na organização e participação popular, nas decisões e condução dos destinos nacionais.

Penso que o principal erro do Governo Lula, neste primeiro mandato, foi governar sem a participação social. Embora não ocorreu nenhuma repressão mais dura aos movimentos populares, Lula não agilizou canais de dialogo, que chegassem com rapidez as reformas tão necessárias para a distribuição de renda no País. Modelos como o orçamento participativo, assembléias populares, conselhos de representantes, são alguns dos caminhos testados e aprovados, por 27 anos, porem utilizado muito pouco pelos governos das varias partes do Brasil.

Mas Lula, não venceu em Limeira. Perdeu em 2006 nos dois turnos. No primeiro ficou com a marca de 37.78, dez a menos que a marca nacional. O Picolé de Chuchu, representante máximo da OPUS DEI, em nosso País, arrebatou 52.01%. A cara do conservadorismo, do atraso, do freio no desenvolvimento, da ausência de acumulo de lutas, voltava ao cenário da ex terra da laranja. Serra teve quase 60% e candidatos de direita tanto da cidade, como de outras localidades foram os campeões de voto. O que salvou as esquerdas foi o desempenho da dupla Wilson Cerqueira e Renato Simões. Resultado ruim para os movimentos sociais.

Porem o segundo turno, apesar da derrota de Lula, por míseros 200 votos, conferindo o quadro eleitoral, a cidade dividiu-se ao meio: temos duas zonas eleitorais. A Primeira e mais antiga a 66ª, compreende no aspecto social, um perfil de eleitores de Classe média e alta e da Burguesia. Nesta área votam pobres, mas não representam maioria. Alckmin, venceu nesta zona eleitoral, com pequena margem de votos. A segunda e com menos de 15 anos de existência, a 399ª, compreende regiões de periferia, onde concentram-se os pobres e a classe média baixa e remedida. Lula venceu nesta área.

Os Pobres escolheram o companheiro....Inicio de mudanças?

quinta-feira, novembro 02, 2006

UM MANIFESTO



MANIFESTO EM SOLIDARIEDADE A EMIR SADER

A sentença do juiz Rodrigo César Muller Valente, da 11ª Vara Criminal de São Paulo, que condena o professor Emir Sader por injúria no processo movido pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), é um despropósito: transforma o agressor em vítima e o defensor dos agredidos em réu.
O senador moveu processo judicial por injúria, calúnia e difamação em virtude de artigo publicado no site Carta Maior:
(http://cartamaior.uol.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=2171), no qual Emir Sader reagiu às declarações em que Bornhausen se referiu ao PT como uma "raça que deve ficar extinta por 30 anos". Na sua sentença, o juiz condena o sociólogo "à pena de um ano de detenção, em regime inicial aberto, substituída (...) por pena restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, pelo mesmo prazo de um ano, em jornadas semanais não inferiores a oito horas, a ser individualizada em posterior fase de execução". O juiz ainda determina: "(...) considerando que o querelante valeu-se da condição de professor de universidade pública deste Estado para praticar o crime, como expressamente faz constar no texto publicado, inequivocamente violou dever para com a Administração Pública, motivo pelo qual aplico como efeito secundário da sentença a perda do cargo ou função pública e determino a comunicação ao respectivo órgão público em que estiver lotado e condenado, ao trânsito em julgado".

Numa total inversão de valores, o que se quer com uma condenação como essa é impedir o direito de livre-expressão, numa ação que visa intimidar e criminalizar o pensamento crítico. É também uma ameaça à autonomia universitária que assegura que essa instituição é um espaço público de livre pensamento. Ao impor a pena de prisão e a perda do emprego conquistado por concurso público, é um recado a todos os que não se silenciam diante das injustiças.

Nós, abaixo-assinados, manifestamos nosso mais veemente repúdio. (Os que desejarem assinar, favor enviar e-mail para solidariedadeaemirsader@hotmail.com)

Primeiros signatários:
Antonio Candido
Flávio Aguiar
Francisco Alambert
Sandra Guardini Vasconcelos
Nelson Schapochnik
Gilberto Maringoni
Ivana Jinkings