quarta-feira, março 29, 2006

TELÊ

A final do campeonato paulista de 1992. O Palmeiras meu time, estava a 17 anos na fila, não vencia nem torneio de futebol de botão. Porém naquele ano, estreava a parceria com a Parmalat e alguns jogadores de peso tinham sido contratados: César Sampaio, Zinho e Evair, por exemplo, a base que formaria o time vencedor dos dois anos seguintes. Estava esperançoso, afinal há muito tempo não disputávamos nenhuma final.

O calendário do futebol Brasileiro, sempre foi problema, desorganizado e esquisito. Naquele ano o Campeonato Nacional, antes disputado no segundo semestre, desenrolou nos primeiros seis meses do ano, cabendo o restante para os campeonatos regionais. Fizemos um belo campeonato. Mas encaramos o São Paulo pela frente.

O time pó de arroz tinha sido campeão Brasileiro um ano antes, derrotando o bom Bragantino na final. Bragantino que tinha, Carlos Alberto Parreira como técnico e que revelou jogadores, como Mauro Silva, Mazinho e Biro Biro. O time do Morumbi, iniciava o ano de 1992, com uma prioridade, vencer a Libertadores da América e disputar o mundial de Tóquio.

O São Paulo, tinha no comando técnico, o velho Telê Santana. O técnico pé frio e que descuidava da defesa, só pensava em atacar. Esta era a fama, do técnico que não venceu a Itália no Mundial de 1982, com aquele maravilhoso time, porque não quis retrancar a equipe para segurar o empate. Esta era a fama. Mas o tricolor, teve um ano fantástico.

Venceu a Libertadores, derrotando o Newell's Old Boys da Argentina, nos pênaltis e com muito sacrifício. È bom lembrar que o São Paulo, tinha sido rebaixado para a serie B do campeonato Paulista um ano antes. Pois o primeiro semestre, termina e o segundo o São Paulo vencia a serie B que naquele ano o campeão, disputava a serie A, uma segunda fase, coisa de cartola Brasileiro, que entende muito de esquemas e pouco de futebol.

Pois bem o time de Telê que até então tinha poucos títulos no currículo, disputava o Paulista, mas estava de olho no Mundial, no final do ano no Japão. O time campeão brasileiro e das Américas, estava pronto para enfrentar o Barcelona da Espanha, que tinha no ataque Stoichkov e Laudrup, o Búlgaro amigo de Romário e o Dinamarquês respectivamente. Mas o São Paulo de Zetti, Cafu, Raí, Muller e Palhinha, mostrou que era fenomenal e papou aquele mundial.

Pois bem era este time que voltava do oriente que o meu Palmeiras ainda em formação, enfrentaria na final do Paulista. Perdemos é claro. Mas pude ver uma geração de craques encantarem o País.

Telê o pé frio foi o responsável por esta geração de jogadores vencedores. Bem narrar este episódio futebolístico e a forma que encontrei de homenagear, o melhor técnico do Brasil em todos os tempos em minha opinião. Telê Santana.

terça-feira, março 28, 2006

A GAROTADA FICA MAIS VELHA

Tive que lutar até agora (14h30minh), para decidir o tema deste post. Estava em comentar a caída de Antonio Pallocci do Ministério da Fazenda ou prestar uma singela homenagem há quatro jovens, aos quais aprendi a gostar. O chefe da república de Ribeirão Preto deixo para falar em outro texto.

Tem gente demais comentando o assunto. Acredito muito na juventude, mesmo nesta geração nascida nos anos 80, sob o signo de Xuxa e dos menudos. Tenho a convicção de que são os jovens capazes de promoverem mudanças na sociedade, revolucionárias, também ou não, mas mudanças que podem incidir em novas eras e tempo.

Foi assim com varias gerações. A do inicio do século passado, que fez a Revolução Bolchevique, a semana de Arte Moderna no Brasil, mostrando ao mundo, Oswald e Mario de Andrade, Tarsila do Amaral e outros. A geração que lutou na guerra civil espanhola, que morreu pela república e pelo Socialismo, ou a geração que nas artes denunciou o Nazismo, como Bertold Brecht, Chaplin, Sartre e Simone e tantos outros. Geração como a dos anos 60, que fez as barricadas de Paris, que fez a luta armada no Brasil, que revolucionou na cultura e no comportamento. Por último a Geração dos 70, que enfrentou e derrubou ditaduras, e criou o PT.

Esta a nascida nos 80, ainda não emplacou, mas acredito que irá apresentar novidades que enterraram as drogas, os interesses em ganhar dinheiro, tão em moda no mundo globalizado. Mas estes quatro amigos jovens tem algo em comum: Ousadia e amam a vida. Veja o Ronei Costa Martins, nosso Libertador do Riso, (Fez niver Domingo 26/03). Sua sensibilidade e alegria contagiam a todos. Ele mesmo diz que tem aprendido muito com a política, e acredita que a fé em um Deus vivo e a pratica política, é a combinação certa para um mundo justo e fraterno. Tenho um respeito enorme, por este meninão, um pouco afoito, mas cheio de vida. Nosso Guevara Cristão.

Conheci o Ronald Gonçales (Niver segunda 27/03), no Legislativo aqui em Limeira. Trabalhamos junto, hoje nos vemos muito pouco, nossa comunicação tem sido pela rede, mas com pouca freqüência. Ronald é um dos melhores atores de minha cidade. Pude vi em ação representando um texto meu sobre Paz. Sensível como o Ronei, Ronald escreve poemas sobre o prazer de viver que sempre me emocionou. Torço para que continue realizando o sonho de representar a vida nos palcos. Nosso Paulo Autram.

Rodrigo José Paixão, o Rodrigão. Nadir diz que o Rodrigo é meu filho e o considero assim. Um dia em Vinhedo, onde mora e eu trabalhava, chegou um garoto, mais alto que eu ainda com espinhas no rosto, dizendo que gostaria de militar na esquerda e contou toda a sua vida. Fiquei no inicio, pasmo, pois senti muita sinceridade naquele mineiro, que naquele momento era filiado no PMN, partido do tio. Após este dia, nos tornamos cúmplices, na política e na vida. Eram intermináveis nossas conversas sobre os clássicos da política. Rodrigo um apaixonado por MARX. Saí de Vinhedo, nos vemos pouco, mas minha amizade com este Gramsci dos tempos modernos solidificam a cada dia, o Niver do espigão é hoje (28/03).

Marcelinha Jones, nossa Mama ou Cabeção. A caçulinha do Coletivo da Juventude, esbanja energia. Lê muito nossa menina e gosta de Rock e MPB. Tentou uma PUCC, não deu, ta fazendo Unimep. Nossa guerrilheira, muda à idade no dia 30 de março.

Com os quatro tenho ligações das mais estreitas. Admiro esta garotada, depreendida de preconceitos e sonhos do mercado. Minha homenagem aos amantes da liberdade e da transformação. Beijos a todos e Feliz Niver.

segunda-feira, março 27, 2006

UM PASSO DO PARAÍSO

Antonio Pallocci pediu demissão do Ministério da Fazenda, há duas horas atrás (este post é das 19h30minh). O governo Lula, vê o último dos grandes chefes caírem.

Bem é trágico, ver o sonho, ser destruído, pelos chefes e suas visões de construção do poder. O governo Lula, distanciou a massa trabalhadora do Paraíso, de um paraíso onde os grandes problemas sociais poderiam ser resolvidos. Ao contrario, os grandes chefes, encaminharam o governo para o paraíso dos escândalos.

Enquanto isto, ainda vivo com as imagens do documentário de MV BIL. Assisti ao programa do Faustão, ontem. Vi o único sobrevivente dos 17 entrevistados pelo rapper e seu produtor Celso Atayde.

Deletei as baboseiras ufanicas e melosas do programa e cravei minhas atenções nos olhos do Fortalece, o garoto que disse que quer ser palhaço de circo.

Enquanto os chefes enterram aos poucos a esperança de um velho militante de esquerda socialista e pobre, o Fortalece ou Serginho, transmitiu naquele olhar toda tristeza acumulada de uma vida de perigos, onde para quem nela entra só tem três caminhos: morte, cadeia ou cadeira de rodas.

Os chefes alugam casas de prostituição para suas festinhas e negociatas com o dinheiro público. Fortalece segue acreditando que pode sobreviver.

Agora será que consegue?. O fortalece pode ser, pois sinto em MV BIL sinceridade e solidariedade. Mas e os milhões de fortalece, que estão servindo de falcões, a centenas de fieis?. Será que alçaram o Paraíso?. Com governos de Chefes ou Stalinistas ou Neo Liberais?. O que esta reservado para a imensa maioria dos nossos Jovens?.

Tou desolado e processado por falar e praticar a verdade.

sexta-feira, março 24, 2006

O POTE DE MANTEIGA E A JUSTIÇA

- dói, a barriga, doí.

- vai ver é diarréia. O que comeu ontem? Ovo frito, cebola?

- Nada, um cardo de fejão ralinho, ralinho,. Deixei o arroi pras crianças, mesmo assim uns grão. Pouquinho, pouquinho.

- Matou a fome dos menino?.

- Que nada. Drumiram de cansaço.

- e aí?

- Num sei.

- Dá vontade de robá

-Deus me livri, dá cadeia. Num posso dexá meus fios. O pai, tá nem aí. O negoço é bebe e ficá na boca, fumando e cherando.

- Mas vá deixa passa fomi? cês vão morre?.

Nisto maria, a filha mais velha acorda e diz:

- Mãe num tem leite?

- Não, num tem?

- Eu quero.

E o choro que era fraco, torna-se continuo, mas cada vez mais fraco. È a fome.

Mãe, vê a cena, desespera-se e saí.

Penso que foi esta situação acima, que motivou a doméstica Angélica Aparecida de Souza Teodoro, a ir até um supermercado e furtar um pote de manteiga.

A fome é indecifrável e incompreensiva. Quando se tem fome é impossível, pedir bom senso e remeter a valores ditos morais da sociedade.

Com a fome, senso de civilidade, da sociedade capitalista e de consumo, não tem a menor importância. Quem com fome fica, só tem um pensamento, matar a sua e a de seus familiares que morrem de fome.

Pensar em aplicar a lei, a casos com de Angélica, beira as rais do absurdo. Preso deveria estar Paulo Maluf, Mensaleiros e tantos outros do colarinho branco.

A justiça não pode valer-se de regras antigas e superadas, para supostamente fazer justiça.

Justiça deve ser a que protege os pobres das injustiças cometidas pelos Ricos. Não se pode aplicar leis que não foram feitas para proteger os fracos.

Justiça deve prevalecer para levar comida á quem não tem e punir os que tiram a comida da boca da maioria.

Um pote de manteiga, separou por vários meses uma mãe de seus rebentos, que desamparados continuaram a passar fome.

Um pote de manteiga....

quinta-feira, março 23, 2006

O OUTRO MUNDO DA CRIANÇA

O documentário "Falcão: Os Meninos do Trafico", parece que chocou parte da intelectualidade e a classe média. Vi o depoimento da autora de telenovelas Gloria Perez sobre o filme. Simplesmente elitista e partenalista. Precisamos fazer alguma coisa, disse ela. Sim precisamos.

Mas primeiro é urgente reconhecer nossos erros, entre eles ignorar a realidade mostrada por MV BILL em sua obra. Disse no post de ontem, que nós cidadãos urbanos, desconhecíamos o mundo dos morros, favelas e bairros de periferia.

Lá a cidadania nunca chegou, ela sequer foi tirada, como em momentos da História Brasileira, a "chocada" classe média, viu seus direitos serem cortados ou tomados, por ditaduras e governos impopulares. No centro do trafico de drogas, reina outra cultura, baseada na defesa da "firma" e dos dividendos do negócio.

Para aqueles garotos relatados no doc. de Bill, a "firma", não pode cair, pois ela garante a sobrevivência e proteção da família dos "Falcões". A linguagem é um mixto de gírias produzidas na comunidade com um português ruim. Apesar de nós "entendidos", não compreender o que falam, a comunicação entre eles é direta e cheia de recados e simbolismos.

O "fiel" é o traficante que introduz o menino na vida do crime. È o professor, o pai. Delega ao "aluno", pequenas tarefas, como esconder armas ou levar "bagulhos", em troca o "fiel", cuida da família do iniciado e lhe ensina o que sabe. È o fim, para nós que temos acesso a direitos, não para eles, que não tem casa para morar, onde os pais não tem emprego decente e com bons salários. È o fim, para nós que temos luz elétrica nas ruas e residências, não para eles que falta tudo para uma vida digna e decente.

O Estado não cumpre sua parte. O trafico substituí o Estado, não levando cidadania e sim evitando que morram de fome. Em troca, a comunidade vê seus filhos e filhas serem soldados do crime organizado.

A classe média ta chocada. Ela deveria pedir perdão. Perdão por omitir-se diante da exclusão social. Perdão por ser tão corporativa e ao mesmo tempo assistencialista e centralizadora. Não adianta chocar-se. È preciso despreender-se dos preconceitos. Ta na hora de recuperarmos os falcões e não continuar abate-los.

quarta-feira, março 22, 2006

FUTURO DO BRASIL?

PERSPECTIVAS:

- Você tem medo de morrer?

- Se eu morrer vou descansar.

O garoto deste dialogo com o Rapper MV Bill que produziu o documentário "Falcão: Os Meninos do Trafico", deve ter no máximo uns 12 anos.

Ele diz mais:

- Não fico triste com nada. Vivo me drogando.

SONHOS:

" Meu sonho é conhecer o circo"

"Quando eu sair da Boca quero ser palhaço".

Depoimento de um "Falcão"= Sentinela da Boca= do mesmo documentário.

FUTURO:

" No trafico só se tem 3 caminhos: Cadeira de rodas, cadeia ou Morte".

Fala de um traficante que ficou paraplégico, na guerra das gangues, ao Rapper.

LINHA DE MONTAGEM:

" Se eu morrer nasce outro, que nem eu ou pior".

Depoimento do Documentário.

Comentários meus: Do ponto de vista da informação, o depoimento vai além da denúncia, apresenta um mundo que nós do asfalto e com acesso a cidadania, não conhecemos, pensamos que temos conhecimento. Um mundo onde a perspectiva de vida é curta e só tem um futuro, o aqui e agora. Para as comunidades relatadas no documentário, o futuro é muito presente, pois o trafico de drogas é a única solução á crianças e adolescentes dos morros e favelas deste País. Um mundo onde o maior ídolo de um garoto de 12 anos é o traficante, que cuida dele e de sua família. MV Bill e a Central popular de favelas, estão dando um bela contribuição para que reflitamos sobre as conseqüências do crime organizado nas vidas dos pobres e excluídos.

terça-feira, março 21, 2006

VIOLÊNCIA

Todos os dias ouço pela manhã o programa de radio AM, Bom dia Mix do meu amigo Ivan Junior. Dos programas que focalizam assuntos como política e polícia é o único que gosto de acompanhar, pelo jeito simples de condução dos assuntos pelo ancora do programa. Simples e como muita habilidade, embora às vezes não concorde com algumas opiniões ou comentários.

Mas o que mais chama minha atenção é o noticiário das ocorrências policiais. Estou chocado com a quantidade de atos de violência cometidos contra mulheres e crianças.

O índice é maior que assassinatos em função de roubo ou trafico. Às vezes chega a ser de cada cinco ocorrências nos plantões policiais, três é referente a espancamento, morte ou estupro de uma mulher ou criança. Outro dado, a maioria das vitimas são pobres e sofrem violência ou do marido, namorado, pai ou mãe.

Uma noticia em particular chamou a atenção: Um homem trafegava pela Avenida Lauro Corrêa, em uma moto. Na garupa da motocicleta, uma mulher. Esta mulher caí da moto, o homem parece que não percebe nada, sequer para o veiculo de duas rodas, não dá socorro.

Populares então socorrem a mulher, que no hospital revela ser o condutor da moto seu esposo. Perguntas que não querem calar: Descuido do marido? Estava embriagado? ou foi de propósito?. Tenho ouvido varias Histórias de maridos planejarem a morte de suas esposas.

Os motivos de tamanha brutalidade e estupidez, são os mais variados: desde dinheiro e posses, até traições e demonstrações de poder. Vejo que é preciso buscar soluções que combinem políticas públicas com repressão à violência premeditada e organizada pelo crime.

QUE PAÍS È ESSE?

Chega ao STJ pedido de liberdade para doméstica que roubou pote de manteiga

Globo Online

RIO - Presa desde novembro do ano passado por furtar um pote de manteiga de R$ 3,20, a doméstica Angélica Aparecida de Souza Teodoro tem pedido de hábeas-corpus apresentado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esse já é o segundo pedido em defesa da doméstica desempregada. O primeiro foi apresentado dia 17 e ambos foram distribuídos ao ministro Paulo Gallotti, da Sexta Turma.

Angélica tem 18 anos, um filho de dois anos e, desde novembro, está recolhida ao "cadeião de Pinheiros", em São Paulo (SP). O advogado alega que, "ao ver o filho chorando de fome", ela decidiu ir ao supermercado e escondeu o pote de manteiga no boné.

A defesa afirma também que não houve violência, "apenas a intenção de resolver o problema da fome que havia em sua casa". Ainda de acordo com a defesa, ela teria sido agredida pelo proprietário do supermercado.

Sem antecedentes criminais, a empregada, ainda segundo a defesa, está sendo mantida em local ocupado por presas condenadas por crimes hediondos.Pedido de hábeas-corpus semelhante foi denegado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que concluiu não haver elementos para detectar prontamente a ilegalidade da prisão.

Por isso o pedido chegou ao STJ, no qual se pede sejam observados dois aspectos: o excesso de prazo para a formação da culpa e o princípio da isonomia; pois, "em um país onde políticos acusados de burlar os princípios reitores da administração pública e até mesmo da atividade estatal conseguem por inúmeros recursos procrastinar o julgamento e a conseqüente execução de suas condenações, o estado-juiz mantém presa uma mulher que rouba o equivalente a R$ 3,20 para matar a fome de seus entes".

A defesa entende que a acusação de roubo é equivocada, deveria estar sendo acusada pr furto (artigo 155 do Código Penal). "O 'furto/roubo famélico" se amolda quando o 'é praticado por quem, em estado de extrema penúria, é impelido pela fome, pela inadiável necessidade de se alimentar'", explica.

Assim, observando-se essas peculiaridades, a seu ver, seria injusto o apenamento de uma pessoa mesmo que haja previsão legal. "Para esta conclusão nos baseamos em uma concepção humanitária", diz.

As informações são do site do STJ.

sexta-feira, março 17, 2006

SAUDADES DA PONTE DO SUSPIRO

A famosa ponte com armação de ferro e aço, com assoalhos de madeira, fez parte de minha infância e adolescência. Meu avo paterno Waldomiro Gonçalves viveu vários anos na Rua: Boa Vista, no bairro homônimo. O último governo Jurandir Paixão (1992), destruiu um dos patrimônio histórico de nossa cidade. Posto abaixo texto de meu amigo Paulo Corrêa, que fez pesquisa sobre o assunto. A matéria foi postada em seu blog http://www.pautalivri.blogger.com.br/.

UM ARCO ENFERRUJADO CERCADO PELO ESQUECIMENTO E PELO MATAGAL


Ali no fim da rua Senador Vergueiro, onde a tristeza é cinza e a beleza é nenhuma. Lá onde o Ribeirão Tatu corre morto em seu leito, onde a vida é dura para as mulheres de vida fácil, uma armação de metal enferrujada é única lembrança que sobrou do tradicional pontilhão chamado de Ponte dos Suspiros. (...)

Um arco enferrujado cercado pelo esquecimento e pelo matagal. Foi o que sobrou da tradicional Ponte. O Pontilhão ligou por quase 50 anos o bairro da Boa Vista ao centro da cidade.
(...) É tarde, quase noite. De cima da moderna passarela dá pra ver o sol se esconder baianamente lá pelas bandas do Morro Azul. Lá pra trás dos edifícios que parecem ser bem maiores visto da margem do rio.

Na beirada da estrada de ferro, todo dia havia gente subindo e descendo suas enormes escadarias. Por exatos 49 anos a Ponte do Suspiro ligou o centro da cidade ao bairro da boa vista. Quem vencia o último degrau tomavam fôlego e suspiravam para seguir o trajeto, daí vem o nome de "Ponte dos Suspiros". Quem batizou a estrutura foi o ex-prefeito José Marciliano da Costa. Há registros históricos que Marciliano dizia "quem sobe pela ponte chega lá cansado. E, suspira".

Da ponte só restou uma carcomida armação de madeira e ferro, alguns recortes de jornal e muita saudades daqueles que viram o pontilhão em tardes como aquela. Ali, onde a tristeza é cinza e a beleza é nenhuma, onde as mulheres pintam o rosto com cores fortes como se quisessem esconder algo. Ali, onde uma leve brisa se encarrega de espalhar a podridão vinda das entranhas do rio que se funde com perfume barato das prostitutas.

Só o trem parece estar vivo ao deslizar cansado sobre os trilhos da Fepasa, outrora Companhia Paulista. A máquina faz estremecer o pedaço de ferro que poderia ser um patrimônio para a memória da cidade se não fosse o descaso com a história.

quinta-feira, março 16, 2006

LINGUAGEM E ORGANIZAÇÃO II

Dando seqüência ao tema postado no dia de ontem, penso que o pragmatismo político eleitoral leva ao esquecimento de uma linguagem voltada ao trabalho de base, junto as massas trabalhadoras e pobres.

A imagem passa a ser mais importante que o intitulado por nós militantes como o trabalho de formiguinha, que consiste em através de debates, informações, trocas de experiências com e em pequenos grupos, formar consciências de classe e de transformação da sociedade. A mídia passa a ser mais interessante do que a reunião no bairro, a visita a um militante ou morador.

Aparecer diante milhares de tele, leitores, ouvintes, é muito mais vantajoso, do que conversar sobre como organizar uma associação de moradores, uma oposição sindical ou um grêmio estudantil. E olha que não é preciso ter trabalho organizado, basta dizer que tem intenções de fazer ou que em um passado (não precisa revelar distante) o fez, para dialogar com a mídia.

A propaganda é a arma da imagem, que pode na cabeça de alguns, trazer votos e influências para a candidatura X ou Y. A forma de linguagem na mídia é outro, mais refinado, cheio de metáforas e palavras de ordem, sem conteúdo de mobilização ou formativo. Nossos fóruns de relação com a massa, a cada ano que passa, tem ficado esvaziados e sem representatividade. Exemplos são inúmeros.

Mas fico apenas com um: As assembléias sindicais, são um horror. E mesmo nestes espaços a linguagem do dirigente é elitizada e cheia de chavões. Acho que devamos repensar nosso convívio com a população.

Tratarei em outro texto sobre a necessidade e importância de uma nova forma de linguagem para a esquerda brasileira.

quarta-feira, março 15, 2006

LINGUAGEM E ORGANIZAÇÃO

Certa vez meu irmão Paulo Sérgio dizia que hoje em dia o marketing é as vezes muito mais eficaz do que ações organizadas. Um camarada constroe uma imagem que na pratica não existe, é fictícia, peça de retórica, falava o mano.

Como a mídia exerce sobre o ser humano, uma influência enorme, a propaganda termina sendo superior ao trabalho organizativo. Na política isto ocorre com certa freqüência. Aparecer na telinha, nas ondas do radio, nas paginas de jornais e revistas, dá muito mais ibope, do que ações de conscientização e organização junto a população.

Da esquerda á direita, com raras exceções, o que mais predomina é a imagem, é tudo como afirma um comercial publicitário. Na maioria das vezes o personagem que aparece nos meios de comunicação vendendo idéias e comportamentos, não é nada do que se apresenta.

Collor em 1989, dizia-se caçador de marajás, no entanto mostrou-se um corrupto e incentivador de marajás. Maluf sempre portou-se com o salvador da pátria e de almas. Até preso já esteve, por corrupção.

Poderia continuar com os exemplos, temos milhares no meio político. Mas quero analisar um email que recebi hoje do meu amigo Luciano Garcia:

Foi com grande entusiasmo que o povo brasileiro recebeu a decisão Judicial que prevê a reabertura das ações contrárias à privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Agora há uma possibilidade concreta de anulação da venda da CVRD. A privatização da Vale, foi uma das mais emblemáticas do Programa Nacional de Desestatização, levado a cabo pelo governo FHC.

A privatização foi levada a ferro e fogo pelo governo e a Vale foi vendida pelo irrisório valor de R$ 3,3 bilhões, quando especialistas calculavam o patrimônio da empresa em pelo menos R$100 bilhões.

Por representar uma empresa estratégica para o país e motivo de orgulho para os brasileiros é que voltamos a nos organizar para que seja revisto o processo lesivo de privatização da Vale do Rio Doce. Nosso movimento se soma à luta dos povos do continente pelo resgate do controle das riquezas naturais como base para o estabelecimento da soberania nacional.

Participe desse movimento você também!

O texto o qual concordo numero, gênero e grau, com o conteúdo que conclama para a organização e luta, traz uma peça de marketing. A primeira frase, não condiz com a realidade.

Infelizmente nosso povo ficou alheio ao processo criminoso de privatizações ocorrido durante o governo FHC, bem como esta agora á margem desta possibilidade de revisão.

Este ufanismo demonstrado no texto, no caso do menino Luciano não foi de propósito, é cultural. As esquerdas acostumaram-se ao longo dos anos, principalmente nas crises de perspectivas ideológicas, viverem da logística da imprensa, cometendo graves erros.

Não adianta carregar na publicidade é preciso ter organização. A publicidade é necessária, mas não deve ser estratégica e sim um apoio a ação pretendida. Pressupor que o povo esta feliz com a revisão da venda da Vale do Rio Doce, é enganar a nós mesmos, pois sequer o povo sabe deste fato.

É preciso repensarmos nossas táticas de mobilizações. Só o marketing é muito pouco para quem quer derrubar o Capitalismo e construir o Socialismo.

terça-feira, março 14, 2006

EM TEMPOS DE ARAPONGAS: QUE TAL LEMBRAR DO BANESER?

Em tempos de aparelhos de escuta em carro oficial da câmara municipal, de supostos informantes de um grupo político ou outro, de sumiço de documentos, lembro de um passado não tão distante.

Em 1992, coordenei pela primeira vez uma campanha eleitoral. O candidato do Partido dos Trabalhadores, foi o companheiro Wilson Cerqueira, que disputava pela primeira vez a Prefeitura da cidade. Ao todo foram seis os concorrentes ao edifício Ouro Verde, então sede do Governo Municipal.

O então deputado federal Jurandir Paixão, era o favorito, em uma eleição em que Paulo D`Andréia, então Prefeito Municipal, era o alvo das criticas e bombardeios dos demais candidatos. Para registro de quem não conhece nossa História recente ou não se recorda, foi a primeira disputa do Ex Prefeito Pedro Kulh, que terminou a disputa em um surpreendente segundo lugar, a frente de José Carlos Pejon, então candidato da situação. Os outros candidatos, eram Silvio Félix, nosso atual Prefeito e Ademar Teztner.

O PT já na época tinha a fama do Partido da denúncia e de não ter nenhum receio em denunciar, quem quer que seja. O governo do Estado era comandado pelo PMDB há 10 anos, e este era seu último mandato. O atual deputado Federal, Luís Antonio Fleury, dirigia São Paulo, com os mesmos métodos de Orestes Quércia, seu até então protetor. Fleury ainda não tinha dado as ordens para a chacina do Carandiru, mas atolava a administração estadual, em escândalos de corrupção e cabide de empregos. Um destes famosos cabides, foi o BANESER.

Criado para contratar vigilantes para o banco BANESPA, o BANESER transformou-se em um dos maiores instrumentos de empreguismo político do País. Em 1994, quando Mario Covas, venceu as eleições para o governo do Estado, a estatal tinha mais de 20mil funcionários, a maioria fantasmas ou desenvolvendo funções das quais não tinha sido contratada. Boa parte destes "Trabalhadores", eram cabos eleitorais do governador e do PMDB em São Paulo.

Em Limeira uma vasta lista chegou até as mãos dos Petistas, trazendo nomes de figuras conhecidíssimas na cidade, entre estas ex Vereadores, Ex secretários municipais, e dezenas de outros. Além desta lista, outros documentos foram entregues ao PT, por ex aliados dos Peemedebistas.

Os documentos davam conta de um esquema de arapongagem, pago com nomeações do BANESER. Vários militantes foram vitimas deste esquema de espionagem e perseguição capitaneada pelo grupo de Paixão. No calhamaço entregue ao comando Petista, constatamos relatórios dando conta das vidas pessoais de muitos de nós, registrada em fotos e relato dos arapongas. O PT ao longo da campanha eleitoral, denunciou este esquema, bem como o BANESER.

O hoje tenho plena certeza o quanto estes esquemas de fustigar a vida política e privada, com métodos rasteiros e clandestinos, destroem com as pessoas, as colocando em situações de humilhações e embaraços.

Infelizmente parece que este passado, esta insistindo em retornar.

quinta-feira, março 09, 2006

UM POEMA PARA MULHERES DE NERUDA

Recebí mensagem de meu amigo de Vinhedo, Rodrigo Paixão. È uma poesia em homenagen as mulheres, do poeta chileno Plano Neruda:

Mulheres

Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se contra injustiças.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.

Pablo Neruda

quarta-feira, março 08, 2006

PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR

As vezes me pergunto: Porque o ser humano perde o senso de solidariedade, companheirismo, quando o assunto é dinheiro e vantagens pessoais?.

Será que o ditado, pagando que mal tem, valendo sacanear, trair, amizades e relacionamentos é politicamente correto?. Pergunto se em nome de posições ou cargos, vale a pena mentir, chantagear?.

Pergunto cá com meus botões, se uma amizade de décadas, pode acabar-se em função de interesses pessoais?.

O que vem primeiro a minha sobrevivência ou o respeito ao semelhante?.

Será que a dignidade se vende e tem preço?

Então mais vale um tostão na mão, do que dois amigos partilhando?.

segunda-feira, março 06, 2006

NOSSO MUNDO NÃO TEM PREÇO: TEM VALORES

08 DE MARÇO: È PRECISO PROMOVER POLÍTICAS PÚBLICAS

A data do 8 de março passou a ser comemorado em todos os países em 1922, relembrando as operárias têxteis de Nova York que foram assassinadas durante uma greve em 1847 e também em homenagem às mulheres russas que se organizaram no dia 8 de março, inaugurando a revolução de 1917.

No Brasil, foi na década de 70 e 80 que o movimento feminista e o movimento de mulheres ganhou as ruas e também passou a se organizar pautando temas e discussões que eram até então consideradas tabus em nosso país.

Por exemplo, a autonomia das mulheres sobre seu corpo e sua sexualidade, a livre orientação sexual, a busca da igualdade nas relações de trabalho, a luta por salários iguais em função iguais, a luta por creche, a luta pelo atendimento integral à saúde da mulher, o combate à violência sexual e doméstica, o acesso a todos métodos contraceptivos como um direito e uma responsabilidade do Estado.

A Marcha Mundial de Mulheres, movimento iniciado em 2000 na cidade de Quebec/Canadá, recolocou o movimento de mulheres no cenário mundial, articulando as questões feministas com as econômicas, possibilitando assim um salto qualitativo da luta das mulheres.

O movimento avança sua organização trazendo também propostas para a implementação de políticas públicas voltadas para as mulheres, assim como constituir mecanismos para que o Estado pudesse desenvolver tal tarefa.

É nesse período que surgem as propostas de conselhos em defesa dos direitos das mulheres e na seqüência as coordenadorias / secretarias de políticas públicas para mulheres.

O Programa Nacional de Políticas para as Mulheres, Elaborado, após a 1a. Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, organizado pelo Governo Lula, serve como referência para que possamos estabelecer parâmetros e exigir a implementação e fortalecimento das ações e políticas para as mulheres em nossos municípios.

A Política Municipal deve apontar diretrizes e princípios para as ações governamentais, visando à inserção construtiva e afirmativa das mulheres nas ações do Estado, promovendo políticas concretas que efetivem a igualdade e eqüidade de gênero, raça e etnia, considerando as mulheres como sujeito e não apenas como apêndice da família ou como recurso poupador de investimentos públicos

Também é importante destacar a necessidade de criar o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, e demais mecanismos de democratização da gestão, contemplando as mulheres negras, lésbicas, jovens, deficientes e toda a diversidade presente na sociedade.

Ao Governo Municipal cabe ter um olhar responsável e ações afirmativas e não duvidosas que levem a mulher se sentir amparada pelos órgãos públicos, pois dados apresentados pela DDM local indicam que em média são registradas duas ocorrências de violência praticada contra a mulher por dia em Limeira. Então é urgente que se tome medidas como:

•Implantação de Centros de Referência e Apoio à Mulher vítima de violência doméstica;
•Criação da Casa Abrigo;
•Implantação da Rede Municipal de Cuidado e Assistência às vítimas de violência doméstica e sexual;
•Realização de Campanhas Municipais de Combate à Violência Doméstica e Sexual contra a Mulher em parceria com o CMDM
•Realizar campanhas municipais contra o assédio moral e sexual;
•Realizar campanhas a favor da Defensoria Pública do Estado
•Trabalhar o combate a todo e qualquer tipo de discriminação contra a mulher, em especial a discriminação racial e por orientação sexual
•Acompanhamento das campanhas publicitárias do governo para controle e fiscalização quanto aos preconceitos de gênero, raça e etnia

Este texto (síntese e adaptação), foi uma contribuição de Rosangela Rigo, ao 1º seminário de políticas Públicas para as mulheres de Limeira, realizado em 2005.


Nadir de Souza Gonçalves- Movimento Pró ONG de Direitos Humanos “Doroty Stang” Limeira

SEMANA DA MULHER

Posto acima texto de minha mulher companheira, amada amante, revolucionária, Nadir de Souza Gonçalves. Expert no assunto.

domingo, março 05, 2006

MAQUIAVÉL SEMPRE ATUAL

DE QUE MODO ESCAPAR AOS ADULADORES

NICOLAU MAQUIAVEL
1. Há um assunto importante que não quero omitir; é preciso que mencione um erro que os príncipes terão dificuldade em evitar se não forem prudentes ou se não escolherem bem. Quero referir-me aos aduladores de que as cortes estão cheias. Os Homens tem tanto prazer e se iludem tanto com o que lhes diz respeito que só com dificuldade escapam a tal praga. Querendo dela se defender, correm o risco de se tornarem desprezíveis. De fato, não há outra forma de se defender contra a adulação do que fazer as pessoas compreenderem que não há ofensa ao falar a verdade, mas quando todos podem falar a verdade a alguém, perdem-lhe o respeito.

2. O príncipe prudente adotará, portanto, um terceiro caminho, escolhendo como conselheiros homens sábios, e dando-lhes inteira liberdade para falar a verdade, mas só quando interrogados, e apenas sobre o que lhes for perguntado. O príncipe solicitará seu parecer sobre tudo, deliberando depois sozinho, do seu próprio modo. O príncipe se conduzirá diante das assembléias de conselheiros, e com cada um deles, em particular, de modo tal que todos vejam que quanto maior a liberdade com que falarem, maior aceitação terão. Afora estes, o príncipe não ouvirá ninguém mais; agirá com deliberação, mantendo com firmeza suas decisões. Quem fizer outra coisa, ou agirá precipidamente, devido aos aduladores, ou mudará muitas vezes de posição, por causa da variedade das opiniões ouvidas- e em qualquer caso provocara a falta de respeito.



AOS QUE GOSTAM DE ADULAÇÃO...

Sempre acreditei que em todas as relações sejam na política e na vida pessoal, a franqueza e transparência é a melhor forma de convivência.

Base-ar relacionamentos, esperando deles somente elogios ou aquilo que gostaria de ouvir, é falso, perigoso e não constroem amizades ou desenvolve relações políticas.

Falar a verdade sempre foi o caminho correto. Na política tenho presenciado seja na esquerda ou na direita, comportamentos que escondem a verdade e que insistem em viver de aparências. Dizer o que pensa sobre determinado tema ou assunto, para alguns soa como perigo a pretensões eleitorais e de poder.

Uma tática muito utilizada tem sido os dos para raios, exercidos por assessores ou secretários. Estes é que aparam as arestas e proclamam as decisões e posições, preservando o titular de possíveis desgastes. Não que não concorde em partes com isto, pois eu mesmo em minha profissão tenho plena convicção de que presto este papel. Mas em minha particularidade não para escamotear ou fazer teatro, para garantir a integridade da liderança a qual trabalho ou defendo e sim para dar tranqüilidade para que o mesmo possa desenvolver suas ações.

Agora não dizer o que pensa, planejar esquemas e golpes e ter um punhado de aduladores, tem sido freqüente na política brasileira. As vezes o político até fala o que pensa mas para ir de encontro o que a população ou seu eleitorado almeja ou defende, é a política da conveniência e oportunismo. E nestes casos uma carralhada de puxa sacos, apresentam-se para inúmeros elogios.

O colunismo social no Brasil é o exemplo desta adulação sem precedentes. Alem destes que tecem borbulhões de purpurina nas elites, tem os jabazeiros da mídia especializada no meio político, que escancara no cinismo, ao servir de escudo e lança foguetes para seus colaboradores financeiros.

Posto acima trecho do livro “O Príncipe”, escrito no século XVI, por um dos mais cultuados escritores tanto pelas esquerdas quanto pela direita, Nicolau MAQUIAVEL, que de interpretações quase nunca fiéis ao seu conteúdo, foi cunhado a expressão “Maquiavélica ou Maquiavélico”, para identificar uma sujeira ou golpe.

Discordo destas interpretações. Mas em outro texto específico discorro sobre a obra do escritor Florentino. Neste acima Maquiavel orienta “Os príncipes”, como agirem diante os aduladores. Tenho concordância em partes com o texto, mas o mesmo serve para ilustrar o que se desenvolve até os dias de hoje.