sexta-feira, setembro 29, 2006

MEU VOTO PARA DEPUTADO ESTADUAL

Conheço o Ex Vereador Wilson Cerqueira, há mais de 20 anos. Nos conhecemos, primeiro nas Pastorais Populares da Igreja Católica. Lembro de meu primeiro encontro com o magrão. Foi meados de 1994, na comunidade de São João Evangelista, no JD. Novo Horizonte. Organizamos lá um retiro para refletir sobre a realidade de nosso País. O Cerqueira, era um dos palestrantes, para falar sobre o engajamento do Cristão na luta social. Ele e mais 23 metalúrgicos, tinham alguns meses antes, ousado, construir um Oposição á diretoria do Sindicato da Categoria, encastelada na entidade, há mais de 20 anos. Era o novo Sindicalismo, propondo a derrubada de uma pratica sindical, de atrelamento aos patrões e a governos. Wilson um Homem de comunidades, era operário da Maquinas Invicta e foi na Santa Madre Igreja, que despertou para a militância. A Oposição venceu as eleições em Junho ou Julho, não lembro bem a data. Porem ao tomar posse foi violentamente expulsa do Sindicato, por Policiais Militares, que carregavam uma ordem judicial, anulando o ato de posse. Este fato, fez com que o grupo de Oposição e os Trabalhadores Metalúrgicos, amargassem 02 anos de Intervenção em seu Sindicato. Muitos dos membros daquele grupo sofreram perseguições políticas nas fabricas onde trabalhavam custando-lhes, o emprego.

Foi neste contexto, que conheci Wilson Cerqueira, pai de uma de minhas melhores amigas, a Viviane. Fui trabalhar com ele em 1986, quando da vitória definitiva da Oposição no Sindicato. Fiquei três anos, pude constatar, a Honestidade e Fé em um Deus vivo do Cerqueira. As vezes sua fé era tanta que incomodava a nós meninos, pois ele era um dos mais velhos, que estávamos abandonando a Igreja e dedicando-se exclusivamente a luta sindical e mais tarde Partidária. Em 1989, fui embora de Limeira e só voltei em 2002. Porem mesmo longe, pude acompanhar a trajetória do Wilson. Sua personalidade, sempre foi de um homem calmo, centrado e que no coletivo funcionava como um pacificador, um administrador de conflitos. As vezes acho que exagera nesta postura e ao invés de solucionar, coloca panos quentes no conflito. Mas no geral, seu papel contribuí enormemente para manter a unidade interna do Coletivo. Fui por duas oportunidades, coordenador de sua Campanha, em 1992 e 2004, as duas para Prefeito. Cerqueira é muito bom de campanha. Gosta de tudo discutir, exagera um pouco neste quesito. Erra quando quer abraçar o muito e esconder suas fraquezas e medos. Procura ser o protetor de todos e aí as vezes peca.

Violeiro e cantador, dos melhores que já presenciei. Tenho uma parceria com ele, em uma canção que vai disputar um Festival de Música.

Sei de seu compromisso com os pobres, com os excluídos e deserdados. Cerqueira, não perdeu o que muitos militantes e dirigentes já não tem mais: Sensibilidade com os que sofrem. Isto é uma das virtudes que mais admiro no Sindicalista Wilson Cerqueira. Penso que precisa reciclar-se, estudar um pouco os clássicos do Marxismo e da Esquerda. Ter uma visão mais ampla da luta do povo e diminuir seu senso de misericórdia, pois alguns não a merecem. Porem sua fidelidade a luta dos trabalhadores, é invejável.

Demorei para definir meu voto. E o que pesou em minha decisão, foi a História construída juntos e muita coisa em comum. As pendengas, magoas, um dia a gente resolve, não são maiores do que um projeto de construção do Socialismo e da Amizade, vivida com muito sacrifício, mas muitas alegrias.

Tenho a convicção de que Wilson Cerqueira, jamais se curvara as hostes do poder ou se encantará com as sereias.

quinta-feira, setembro 28, 2006

MEU VOTO PARA DEPUTADO FEDERAL


Estava decidido deste o inicio da campanha, votar em Orlando Fantasini do PSOL. Não o conhecia, fui ter o prazer recentemente em uma atividade em Limeira. Meu voto não tinha nada de compromisso Histórico ou Ideológico. Prezo enormemente este fator de trajetória política juntos e no coletivo. Tinha dito em votar no Orlando por me sentir magoado com o tratamento da corrente Fórum Socialista á um militante de velha data que decidiu tomar posições que naquele momento contrariaram os interesses da tendência. Senti uma certa exclusão, que não escondi e não escondo de ninguém. Já não era e não sou convidado para mais nada. Parece que é preciso ser amigo do Rei ou com ele concordar para ter participação na vida Política. Sou de esquerda e independente de estar no PT ou não, minha referencia de militância e caminhada, ainda é com aqueles companheiros. Não fiz campanha para o Orlando e para ninguém de forma orgânica. Mas por tabela e por consciência ajudei na Campanha do Renato Simões e do Wilson Cerqueira.

Vou votar no Renato para Deputado Federal. Por varias razões. Pessoalmente, acho o Renato, um militante comprometido com as causas do povo pobre, incansável na defesa dos Direitos Humanos. Sua aparente antipatia, nunca me incomodou. Seu comportamento centralizador sim. Porem o gordo, como o chamamos, carinhosamente, é uma das maiores inteligências, que já pude conhecer. Sua capacidade de raciocínio, é rápida, ágil e eficiência. Renato foi e é responsável por manter na luta pelo Socialismo e de ter na organização popular o caminho para isto, centenas de militantes, espalhados por vários segmentos e movimentos. Durante os doze anos na Assembléia Legislativa, nunca houve uma denuncia sequer que macula-se ou mancha-se seu currículo e História. Sempre avesso a negociatas e esquemas tão “normais” e “naturais”, no interior do PT nos dias de hoje. Sua combatividade frente á descaracterização Partidária dos últimos 15 anos, foi fundamental para a reflexão do Partido que queremos construir. Para a cidade de Limeira e seus movimentos sociais, Renato Simões nunca desamparou quando aqui chamado ou mesmo sem ter sido. Intermediou greves, ocupações, denunciou torturas á crianças e á adolescentes. Defendeu propostas como a Implantação do Núcleo de Atendimento Integrado e outras.

O Congresso Nacional, precisa de uma voz de esquerda, com ligação estreita com movimentos populares. A câmara federal, precisa de uma voz, que denuncie o balcão de negócios que é aquela casa e que levante a bandeira da ética. O PT precisa do mandato a Deputado Federal de Renato Simões, para combater e limpar os mensaleiros, depositários de dólares na cueca, trapalhões e malandros, que tomaram de assalto o maior Partido da América Latina.

Meu voto, é por um projeto de construção do Socialismo. Neste momento me identifico com Renato Simões, pois entendo pela História construída juntos que ele cumpre este papel.

MEU PRIMEIRO PRÊMIO


Recebi como mostra a foto deste post, meu primeiro prêmio literário de minha vida. Ontem foi a noite de premiação do Concurso Cantos e Contos da Secretária Municipal de Cultura. Fui premiado com uma Menção Honrosa na Categoria Poesia, com o texto “NADA”. Estive entre os 15 primeiros, entre 65 inscrições. Foi bom, mas tremi na base. Não estou acostumado com Homenagens e prêmios. Minha vida toda sempre foi de tomar umas porradinhas, em função de minha opção política, pela militância de esquerda. Por outro lado, sou desengonçado e fico terrivelmente nervoso, nestas horas. Semana passada, no Seminário de Pessoas com Deficiência, recebi um certificado, por ter contribuído com a luta deste segmento. Quase morri de vergonha e dos nervos. Porem estou feliz por este Prêmio. Concorri com poetas que a muito tempo dedicam suas vidas a literatura, como Dona Eudóxia, Dona Zenaide, o Otacílio Monteiro, o Dr. Marcondes e Dr. Alciones, enfim pessoas que tem trabalhos publicados em livros, experiências em competição e assim por diante.

Alem destes o concurso reuniu, escritores jovens e novos e eu me incluo nesta categoria. Digo que não sou poeta. Escrevo de forma livre, o que penso e vivo, sem formalismo ou preso a conceitos pré concebidos. E assim inscrevi no concurso 2 contos: Seu nome é Jesus e o Papa não é Pop é da Opus Dei, e 02 Poemas: Nada e Via Crucis. Apostava minhas fichas que se fosse premiado, situação que não acreditava, o seria na categoria contos, com Seu Nome é Jesus, o qual considero um de meus melhores textos. Quando anunciou-se os vencedores na categoria, comentei com minha mulher, não ganhei nada. Mas não é que o Nada, venceu?. Dos dois trabalhos, em poesia, achei que Via Crucis, teria maior chance. Por isto minha surpresa demonstrada ao receber a Menção Honrosa.

Nada foi inscrita para este concurso. Já tinha definido os outros textos e entre minhas obras não conseguia, encontrar nenhum outro com um perfil menos político e de contestação social. Não queria, escrever sobre o Romantismo. Estava á alguns dias do prazo final, para as inscrições. Á frente do computador onde trabalho, matutava o que escrever. Não achava assunto ou tema. Até que perguntei a Keli, minha amiga e companheira de trabalho, uma sugestão. Sua resposta foi imediata, escreva sobre o NADA. Eu disse, Keli to falando sério. Ele repetiu, ora escreva sobre o NADA. Não sei se falou de brincadeira(ela jura que não), mas disse para mim mesmo: ta vamos ver o que saí. Saiu um texto de reflexão existencialista e de interior da mente humana.

Hoje posto aqui mesmo, neste o poema premiado. Mas em outros posto, os que concorreram. Agora quem quiser ler os vencedores do concurso, acessem: http://www.limeira.sp.gov.br/ . Em breve sairá um livro com todos os textos premiados, inclusive NADA.

O NADA
Escondeu-se entre o nada e o escuro
Não soube dizer o que viu
Talvez o nada ?
O segredo é mais forte

Garimpou na gaveta, atrás do infinito
Descobriu que para si
O inatingível é nada vezes nada
Um pedaço de nada.

Olhou para o céu, viu estrelas
Mas queria enxergar alem
Porem restou apenas
O nada, perdido no horizonte.

Saiu de casa, atrapalhado
Sem rumo e destino
Queria e precisava apalpar algo
Só conseguiu o nada.

Fugia da multidão, aglomeração
Não gostava de cheiro de gente
Faltava-lhe algo, buscava-o
Mas só encontrou com o nada.

Despertou um dia, decidido
Findado a angustia, as indefinições
Momento de assumir,
O nada, o nada............

quarta-feira, setembro 27, 2006

MEU SENADOR


Era um sábado, não me lembro o mês exato, acho que julho, finalzinho. Tínhamos ido a uma caminhada pelo calçadão da Rua Treze de Maio, em Campinas. O PT de lá, organizou e combinamos, encontrar com o Senador e de lá ir para a atividade em Pedreira. Na época morava e trabalhava na cidade dos bibelôs de porcelana. Era o Presidente do Partido e coordenador da campanha do advogado José Antonio Cremasco, para Prefeito. Seria a primeira vez que o município, receberia figura tão importante para a História do País. Até então, apenas a direita tinha presenteado (presente de grego), com visitas inóspitas, como a de Maluf e Quércia.

Não era a primeira vez que estive com Eduardo Matarazzo Suplicy. Há dez anos antes, em 1986, quando de sua candidatura ao Governo do Estado, pude conhece-lo em um comício na Praça Toledo de Barros. Mas esta que relato, não me saiu da mente. Após a caminhada, nos dirigimos a comitiva que acompanhava Eduardo (ele prefere que o chame assim). Nos apresentamos e perguntamos se podíamos ir. Ele nos disse: Temos tempo para um sanduíche?. Imediatamente nos olhamos, a perguntar? Onde?. Ele avistou um boteco, destes de final de linha ou de noite, e disse: pode ser aqui mesmo. Ali tive um contato, com uma de minhas principais referencias, pude constatar sua simplicidade e singeleza, no trato com as pessoas. Dirigia-se a nós, como companheiros ou amigos. Ao longo do trajeto, Supla, como acostumamos a chama-lo, pouco falou, até porque era nítido seu cansaço por conta da campanha em todo o Estado para as Prefeituras Municipais. Alem disto, quis um RX da cidade de Pedreira, principais problemas sociais, como estava indo a campanha e o que ele falaria aos presentes na atividade.

Sua postura humilde continuou, por todo o caminho e ao chegar ao comitê de campanha do PT, as 100 pessoas que o aguardavam vieram á loucura. Suplicy, é um homem desengonçado fisicamente, embora bonito que atraí, desde as mais jovens, as mais idosas. Tem dificuldade ao falar, gagueja um pouco e divaga demais nos pensamentos em voz alta. Mas seu comportamento, faz as pessoas se identificarem com ele. Foi inesquecível meu encontro com o autor do Renda Mínima, que colocou pela primeira vez na História do País, a discussão do combate á fome.

Mais tarde, revi o Senador no último encontro do Partido que participei, foi em Serra Negra, em um dos hotéis fazendas, local típico dos tempos de Delubio Soares e Silvio Pereira. Na oportunidade Supla, estava sofrendo um bombardeio da corrente majoritária do Partido, porque ousou disputar as prévias para Presidente da República, com Lula. Onde já se viu, indagavam algumas lideranças. Isto é uma afronta. Neste Encontro Suplicy fez uma pesquisa, perguntando se ele teria ou não direito de disputar as prévias. Votei no direito, pois a atitude da maioria Partidária era de cercear a democracia, o debate das diferenças. Mais uma vez, o Senador, marcou pontos no conceito democrático. A ultima vez que nos deparamos, foi em 2005, em uma Plenária de Avaliação do Mandato do Deputado Renato Simões. Estávamos no meio da crise do mensalão. Antes dele João Paulo Cunha, um mensaleiro, discursou justificando que inocência e que havia uma conspiração com o PT e o governo Lula. Suplicy, que não tem nada haver, com dinheiro em cuecas, mensalões, sanguessugas e outras m…, discursou falando de ética, direitos humanos, solidariedade entre companheiros. Desfilou seu carinho pela militância Petista e mais uma vez fez um golaço, contra a hipocrisia e o cinismo, que antes dele tinha ocupado os microfones.

Suplicy não é um Socialista. É um humanista, destes que querem um mundo melhor, sem entender muito de luta de classes. Vejo nele o Homem que abomina a miséria, o preconceito, a fome. De todas as lideranças nacionais, o Senador Eduardo, passou ileso pelo mar de lama e nojo que invadiu o PT. Nunca foi um homem de corrente interna, sempre esteve acima delas. Sua prioridade é o Partido, os movimentos populares, os pobres. Ele é meu eterno Senador.

terça-feira, setembro 26, 2006

MEU VOTO PARA GOVERNADOR


Este voto pode ser encarado pelo amigo ou amiga, como incoerente em relação á declaração de voto em Lula e não em Heloisa Helena, como seria natural a um Ex Petista que saí do Partido, dizendo que muito pouco o encantou neste governo e que vota em Lula, por total ausência de alternativas e pela militância aguerrida do PT. Militância esta que não comunga dos esquemas de corrupção montados para manter o poder a todo e qualquer custo. Decidi não votar em Heloisa, por não enxergar nenhuma novidade e enormes contradições, entre o discurso e a prática da Senadora e de seu Partido.

Mas vou digitar o numero de Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL, ao governo de São Paulo. Voto no velho militante Socialista, exatamente, porque apresenta o novo ou melhor resgata, o que de bom se construiu em mais de 20 anos pela esquerda Brasileira. Plínio ta pouco se lixando, se vai ter 50 votos, 500 ou 5mil. Como um missionário, um discípulo, um velho andarilho, o Economista, cristão, tem ido a todos os cantos de Estado, propondo fazer um balanço da História recente do País e da esquerda. Um balanço que passa longe dos Ufanismos de Petistas da corrente majoritária e a léguas do sectarismo do PSTU, PCO e até de lideranças de seu novo Partido. Um balanço que chama á atenção para os erros cometidos por esta mesma esquerda, que abandonou a luta de classes, como o caminho para a construção do Socialismo. Erros como o da institucionalização, a perda de referencia da luta de massas e da organização do Povo.

Plínio derrapa as vezes, em discussões setoriais e em temas que implicam em conceitos morais, como o Aborto e a união civil entre Homossexuais. Por ser católico praticante, traz a concepção da moral de Roma ainda em seu ideário. Mas ninguém é perfeito, e quem quer uma sociedade igualitária, mas que conviva com a diferença, releva algumas posições. Plínio é humanista, defensor ardoroso dos Direitos Humanos, apoiador de primeira hora do MST e da luta pela Reforma Agrária. Plínio sempre teve na coerência, sua principal arma de conduta ética. Sempre admirei este lutador dos DH. Ele foi uma de minhas influências e referencias no inicio de minha militância. Li tudo dele e ainda continuo a Ler.

Plínio Arruda, cumpre um papel, que gostaria que a esquerda do PT, cumprisse neste processo eleitoral. Ele tem falado, para os militantes que estão desanimados, decepcionados, na beira da estrada a espera de uma luz, de saídas para esta crise de identidade, em que se enfiou o movimento dos Trabalhadores. Plínio tem dito, que ainda é possível sonhar com um País daqueles que constroem as riquezas. Ainda é possível viver sem miséria e sem fome.

Vou votar em Plínio, pois acredito que o caminho para superar a crise das esquerdas é o recomeço e o resgate de valores perdidos, por conta das ilusões do Poder.

segunda-feira, setembro 25, 2006

MEU VOTO PARA PRESIDENTE


Minha saída do PT, não foi porque o Lula, declarou que nada sabia do escândalo do mensalão e das estripulias do Zé Dirceu. Deixei o PT, pelo conjunto da obra, dos últimos dez anos do Partido. Durante este tempo, produziu-se no interior Partidário, a cultura de disputar o poder e manter-se nele a todo e qualquer custo. Presenciei golpes de um companheiro a outro, com o único intento de se chegar ou beneficiar-se da máquina, seja pública ou seja ela sindical ou de movimentos populares. Vi parte do PT, abandonar as lutas e os movimentos de massa e como homens a procura de sereias, caminharem rumo a seus cantos. O vale tudo, é o lema no PT.

Por isto não me surpreende, dólares na cueca, mensalão, compra de dossiês e outras mazelas cometidas no Governo Lula, por figuras a ele ligadas, algumas desde os tempos das greves do ABC, outras que aproximaram-se por conta do poder. O PT não é mais o Partido que conduziria os pobres e excluídos, para a tomada do poder e a construção do Socialismo. Nem tão pouco, é o único patrimônio da Ética e da Moral política. No máximo o PT da luta de classes, transformou-se em um Partido reformista meia boca, que faz do discurso e da dubiedade, sua força matriz para viver. Populista? Sim, mas que recorre ao FMI e não provoca mudanças profundas, como a que liquidaria com o latifúndio, como a Reforma Agrária, ou uma política econômica de crescimento econômico a despeito de pagar juros da divida externa.

È este populismo e o medo da população na da miserabilidade total e ausência de perspectiva dos Tucanos é que vai levar Lula a reeleição e a possível vitória no segundo Turno. As políticas paliativas, como o bolsa família, aliada a não privatização do patrimônio público, a transparência nas investigações de corrupção pela Policia Federal e outros paliativos, é que estão fazendo a diferença. O povo ta bravo com o PT, chateado com Lula que fez promessas e não cumpriu, mas não tem memória curta. Tucanos são de triste lembrança. Isto tudo somado a inoperância eleitoral de Alckmin, Lula vence .

VOU VOTAR em Lula. Não pelas razões acima. Pois só elas já bastavam para meus argumentos. Meu voto em Lula, inicia com a total ausência de uma candidatura com perspectivas classista e socialista. Não vejo isto no PSOL e em Heloisa Helena, principalmente nela. Seu discurso não condiz, com o que penso para meu País e para a luta Socialista. Vejo nela, os meus ideais eleitorais e institucionalizados, que vejo com maior transparência no PT. Para quem saiu criticando a institucionalização do PT, não poderia continuar arcando com discursos que prometem o céu, que só serão realizados, caso a mesma chegue ao poder. Esperava de HH, uma plataforma de levantar a moral dos militantes de esquerda e socialistas, apontando que ainda é possível sonhar acordado. Esperava dela, menos ataque aos Petistas, (não os mensaleiros, estes tem que ser punidos), e mais um programa que pudesse atrair os bons militantes do PT, para a construção de um novo instrumento da classe trabalhadora. Ela não foi capaz de cumprir este papel. Seu discurso se confundiu enormemente com Tucanos e Pefelistas. Heloisa Helena era a única que alem de Lula pensei em votar.

A segunda razão, talvez a principal, é a militância do PT. Não estou falando daqueles Petistas, envolvidos nos escândalos da compra de dossiê. Supostos agentes políticos, que ao chegar ao poder ocupando cargos que deveriam ser de Petistas, que enfrentaram e enfrentam o capital diariamente, vivem tentando agradar os chefes com trapalhadas ilícitas como dólares na cueca e outras encrencas. A militância, a enorme militância, engajada nos movimentos populares, que de sol a sol, organiza greves, organiza o povo por terra e moradia, luta em defesa dos Direitos Humanos. È por esta militância e minha relação com ela o segundo motivo para votar em Lula. Só ela é capaz de pressionar o governo a fazer mudanças estruturais no País. Só ela é capaz de recolocar o PT nos trilhos da ética e de classe. Aposto nisto.

MEU VOTO EM 1º DE OUTUBRO


No inicio da Campanha eleitoral, expus aqui no Blog, que declararia em quem vou votar, no pleito de domingo. Não tenho nada que esconder de ninguém. Aliás, tenho raiva das posições escondidas, que ficam o tempo todo, atacando candidatos e partidos os quais não gostam, e não assumem publicamente seu voto e sua posição. Minha índole e formação política, sempre foi a de agir na transparência, na maior tranqüilidade e com muita sinceridade.

De hoje até domingo, vou deixar expresso aqui, na chapa que vou digitar na urna eletrônica. Não tenho nenhuma pretensão de influenciar ou fazer disputas políticas, seja com a direita ou com a esquerda, que lê este blog. Sei de meu papel na política e minhas responsabilidades. Por isto, tenho a plena convicção de que revelar o voto é ser honesto e coerente, com minha posição no mundo político. Hoje escrevo, meu voto a Presidente, amanhã para Governador, quarta, para o Senado, Quinta, para Deputado Federal e Sexta, para Estadual.

sexta-feira, setembro 22, 2006

MAIS UM POEMA


INTERROGAÇÕES

Morte ? Que é isto?
Para onde vamos,
ao adentrar no caixão?

Paraíso? Reencarnação?
para o Limbo?
ou é The End?

Qual a dimensão da Morte?
e qual a extensão?
em que forma teremos?
Interrogações. A Morte
tem explicações?.

quarta-feira, setembro 20, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XVIII


Desde que terminou as eleições de 1989, setores da esquerda e da mídia, aventavam um esquema de trafico de influencias e caixa de campanha, liderado pelo tesoureiro de Collor de Mello, um até então obscuro empresário de nome Paulo César Farias, o PC Farias. Alagoano, como o Presidente, as denuncias davam conta de que o mesmo arrecadava dinheiro em troca de benesses e facilidades para empresas, em concorrências públicas e compras do Governo Federal. O primeiro que se não me recordo, foi o ex Deputado Federal e Ex Vice-Prefeito de São Paulo, o Jurista Hélio Bicudo, ninguém deu a menor importância, para o que disse o Homem que desmantelou o esquadrão da morte nos anos 70.

Passado quase três anos do processo eleitoral, o governo Collor apesar do confisco da poupança, de uma política econômica desastrosa que só fazia aumentar a recessão e o arrocho salarial, vivia em lua de mel com a Burguesia, embora setores dela, dormiam de olhos abertos com o Presidente. Collor fazia de cada aparição pública um Show de pirotecnia e populismo. A cada domingo, o Presidente Atleta, aparecia com uma novidade, ora Jet Ski, ora Cooper pelas ruas de Brasília, ora asa delta ou bicicleta. Sempre acompanhado de um astro da música, da TV ou do Cinema. As classes burguesas não tinham nada a reclamar dele, pois mantinha os lucros concentrados, principalmente com os Banqueiros. O projeto de desmonte do Estado principia com o governo Collorido, promovendo privatizações, como a USIMINAS, propondo a desregulamentação de direitos trabalhistas e discursando de que a máquina pública esta inchada e que servidor publico é marajá. Do que reclamaria a Burguesia?.

Ela reclamava sim, não em público, mas nos bastidores do poder. Collor era um típico playboy, filho do coronealismo nordestino, acostumado a viver as custas do suor dos trabalhadores. Gostava de pompa, de muito conforto e de ostentar riqueza. Por outro lado seus principais assessores visíveis e invisíveis, eram ou completos desconhecidos ou com um passado ilícito. A República de Alagoas carecia de credibilidade moral. Mas não seria ela (Burguesia), que promoveria uma mudança ética no já conhecido como o Fernandinho do Pó, por sua predileção pela droga branca.

Dizem que a História de Caim e Abel, filhos de Adão e Eva, repete-se a toda hora a todo o momento. O irmão que por inveja, ambição e cobiça, assassina o outro, serve como exemplo para a Família Collor. Pedro Afonso de Collor Mello, irmão mais novo de Fernando Collor, era na época Empresário e dirigia a Organização Arnon de Mello de Comunicações em Alagoas. Começa a ficar conhecido no Brasil, quando ao ser entrevistado pela Revista Veja, onde denuncia um esquema de corrupção no Governo Brasileiro, que teve como principal articulador, “A Lepra Ambulante”, era um dos xingamentos e a forma de como Pedro Collor se dirigia a PC Farias.

Caia por terra, o discurso do Homem que iria moralizar a máquina pública e derrotar os marajás do serviço público. O Abel, agora transforma-se em Lúcifer, o Deus da Luxuria e das malvadezas. Irmão traí irmão, mas por quais motivos?.

Pedro estaria mesmo preocupado com a Ética na Política?. Estaria mesmo interessado em varrer da coisa pública, predadores e ladrões? Ou seu afastamento das empresas da família por Fernando, com o auxilio de PC, foi a razão? Ou ao saber que o irmão Fernando teria flertado com a linda Teresa Collor sua esposa e mais tarde musa do Fora Collor? As razões e motivos não interessaram na época e também não faz a mínima diferença para esta nossa serie.

Na verdade a denuncia de um Collor contra o outro, desencadeou uma das maiores manifestações populares de rua que o País já viu em toda a sua História, que teve um motorista e uma secretária como protagonistas e dois políticos: O Senador Eduardo Suplicy e o Deputado Federal José Dirceu. No campo popular, a juventude em especial os Estudantes, foram fundamentais, e tiveram como figura de ponta o então Presidente da UNE, Linderberg Farias.

Tudo isto e algo mais, no próximo texto.

CONTINUA....................

terça-feira, setembro 19, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XVII

Inicio o ano de bem com a vida. Meu romance com a Nadir, finalmente se consolida e a gente após varias experiências, redescobrimos que nos amávamos. Este amor era naquela época um dos motivos que me ligavam a Limeira e que com isto aumentava minha vontade de ficar mais próximo, aos amigos, companheiros de velhas batalhas nos anos 80. Minha relação com a Nadir sempre teve uma ligação estreita e marcante com a militância. A conheci na igreja, lá juntos nos formamos para uma consciência de engajamento social e de transformação da sociedade. Meu reencontro com ela após mais de hum sem se ver, não podia deixar de acontecer no terreno da militância política.

Era um domingo, e no Brasil inteiro estava ocorrendo as prévias e os encontros municipais do Partido dos Trabalhadores, fóruns definidores das candidaturas á Prefeito e Vereadores, para a disputa á Prefeitura e a Câmara municipal em outubro daquele ano de 2002. Estava em casa de minha mãe, e tinha me esquecido completamente das eleições internas. Por volta das quatro da tarde, alguns companheiros, me tiraram da cama, pois dormia após maravilhosa comida de Dona Rita, para votar e festejar a vitória de Wilson Cerqueira nas prévias para Prefeito e do então Fórum do Interior para o Diretório Municipal. Ao chegar na sede do PT, na época na Senador Vergueiro em frente a escola Einstein, me deparo com a Nadir, linda e radiante e nossa História que tinha iniciado lá nas Pastorais da Igreja Católica, recomeçava.

Alem do clima de recomeço no Amor, senti que recomeçava minha História Política com a cidade. Pude rever naquele encontro velhos camaradas de imensas lutas, como o próprio Cerqueira, Osmar Lopes, Silvaninha, grande incentivadora de meu romance com a Nadir, Roldão, o velho tripa e outros. A disputa encerrava um ciclo de poder da Articulação na direção do PT Limeira. Ciclo este iniciado na fundação do Partido em 1980. A Articulação disputou o processo, com Pierri nas prévias, que ao saber que seria derrotado, retirou sua candidatura, para o segundo turno, aja vista que o quorum de votantes não foi atingido, pois a própria corrente até então majoritária, manobrou, impedindo que seus eleitores votassem. Pratica escrota, que marcaria as disputas internas por toda a década de 90. Já o Fórum do Interior, planejou uma estratégia, que teve inicio dois anos antes. Consistia basicamente em apostar na nucleação e na filiação de militante e lideranças de movimentos populares e sindicais, ampliando o que se chamava de núcleo de metalúrgicos, para se consolidar em uma corrente Partidária.

Organizou na época mais de 20 núcleos de base do PT, espalhados por toda a cidade, resgatando a proposta de organização Partidária da Fundação. Alem disso, o discurso embora não tão bem elaborado, era classista e socialista. A disciplina e a coerência entre o discurso e a pratica imperava entre os militantes do FI. A realidade do Partido na cidade era gritante. A Articulação não conseguia dar organicidade ao Partido, muito menos buscar Unidade, para construir um projeto de poder no município. A estrutura interna muito precária, tinha sido fechada, pela Articulação. Sede não havia mais, os dois Vereadores eleitos em 1988, Marcel e Pierre, não contribuíam mais financeiramente com o Partido e nem discutiam mais seus mandatos com o coletivo da militância. O Partido ficou refém da inoperância e da letargia política. O FI assume meses antes das prévias eleitorais o Partido, até para preparar a militância para o processo eleitoral. O PT Limeira afastado das bases desde o final da década de 80, começa a renovar-se, e a voltar-se para princípios norteadores que fundaram o Partido.

A festa da vitória, foi regada a muita cachaça, muito forró e MPB, dois estilos predominantes naquela militância, oriunda das pastorais da Igreja, das lutas populares e da convivência com os pobres. Saí da direção, um orientação elitista e voltada para a classe média e iniciava-se um ciclo com maior preocupação com a luta direta, do que com a institucionalidade. Saí o bancário Pierre e entra o Metalúrgico Cristão e cantador Wilson Cerqueira. Sindicalista de primeira hora, Cerqueira começa naquele momento a abandonar uma concepção Anarco-Sindicalista, para pensar um projeto de Partido, muito mais amplo que a direção de um Sindicato.

Eu embora não tivesse naquele dia sido convidado para a Campanha e este projeto, me sentia parte daquela vitória e daquele recomeço. Recomeço que enfrentaria muitas batalhas, entre elas o caso PC-Collor.

CONTINUA...............

segunda-feira, setembro 18, 2006

UM POEMA


SENHORA GIRASSOL

Radiante estavas, naquele dia, pronta
Para a viagem rumo ao infinito.
Radiante estavas, todos os dias
Desde seu nascimento, que como a flor
Nasceste de uma semente.

Guerreira e resistente, como a flor
Firme como se tivesse a terra fincado pé.
Não temia barreiras, e a elas vencia,
Radiante e solidária.

Há pensamentos solidários tomam
Conta, dos minutos e das horas.
Eram práticos, decididos, sem nenhuma
Pesquisa acadêmica, só espírito generoso.

Juízo não fazia, do outrem
A DEUS pertence a sentença.
Como sua origem nominal Hebréia,seu Juiz
È o magnífico, Senhor de todas as coisas.

Alegria, alegria, como no titulo
De um certo compositor Baiano,
Seu lema, elixir de vida,
Condição de subsistência.

Das origens African, transborda,
Luz do final de túnel.
Motivo para reerguer, os decaídos
E desesperados desta terra.

Danuwa, a se todos soubesse
E tu também o significado, deste
Titulo vindo dos ancestrais,
Todos e tu entenderiam, porque
És como um Girassol.

Radiantes, estavas naquele dia,
De uma Primavera, ainda não
Tinha se apresentado, mas
Que não demoraria a aparecer.

Como a estação do Sol,
Sua luz irradiou corações,
Que na saudade, lembrarão,
Do Girassol da Amizade.

(HOMENAGEM Á MINHA AMIGA DANUZA, SENHORA GIRASSOL)

sexta-feira, setembro 15, 2006



UM TREM PARA LIMEIRA
Apito longo, em dó maior, entrava pelos ouvidos como uma sinfonia de Mozart. Chamava á atenção de que em alguns minutos, cenários e episódios seriam deixados para trás. Uma vida inteira, ou um inicio de vivência. Sacrifícios muitos, mas saudades ficarão. Porém a vida, esta precisa continuar, buscar melhores dias.
O carro sobre os trilhos chega a terra de uma fruta que se tem aos borbotões. Chegam muitos, centenas, de todos os cantos, recantos. Malas seguras, ainda é tempo da volta. Na Plataforma, olhando em direção ao local de saída, a imaginação faz sonhar com este lugar.
Desafio, esta é a palavra. Expectativa, este é o sentimento. O que esperar desta Lima?. De sua gente?. Apega-se na esperança, e como um poema de Drummond, sem o ponto de interrogação: È agora Joões e Josés. Na Terra do Morro Azul, o pé fincará e a eternidade buscará.

(Uma Homenagem aos Limeirenses de outros lugares)
Foto: Èrica Jakarta

O POST ACIMA

O texto acima com a respectiva foto, foi publicado hoje no diario Jornal de Limeira. A crónica, faz parte de um caderno especial do Jornal, sobre o aniversário de Limeira. Várias personalidades, de setores diversos da economia, escolhiam um local do qual mais identifica-se com o munícipio.
Eu escolhí a Estação Ferrovíaria. O objetivo foi trabalhar, a migração ocorrida nos anos 60 e 70 do século passado, para Limeira, cujo meio de transporte era o Trem. A foto é de autoria da minha amiga Èrica Jakarta, estudante de Jornalismo e estágiaria no Sindicato dos Metalúrgicos.
Peço desculpas a Èrica, do fato da matéria no JL ter saído sem os créditos para ela da foto. Já enviei ao Jornal um pedido para divulgar os créditos, em uma próxima edição. Gostei da brincadeira e vou inaugurar aqui mais uma seção, de textos e crónicas sobre lugares, intitulada "A IMAGEM E A ESCRITA.

quarta-feira, setembro 13, 2006

MINHA MÙSICA PREFERIDA- TARDES DE ITAPOÃ


Estive em Salvador Bahia, no inicio dos anos 90. Fiquei na residência de um amigo, o sociólogo Afonso, o qual fazia mestrado na UNICAMP, em Campinas e com ele dividia apartamento quando morava na cidade das andorinhas. Convidado a passar férias, em terras baianas, saí daqui disposto a conhecer tudo da boa terra. Do pelourinho ao Mercado modelo, passando pelo elevador Lacerda, com os seus mais de 30metros de altura, as escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim. Das Praias tinha curiosidade de uma só: A de Itapoá, cantada em verso e prosa, por compositores como Caymmy e Vinicius de Moraes. Esta predileção sempre me chamou a atenção por conta da música Tardes em Itapoã de Vinicius e Toquinho. Queria exatamente passar uma tarde nas areias e ondas da famosa Praia. E fui, sozinho. Planejava ter ido com um Amor, que a época já era minha negra favorita, Nadir.

Pude constatar no passeio no fim de tarde, com um calção de banho como indica a canção, as belezas naturais do lugar. Foi como se os versos de Vinicius e a melodia do samba de Toquinho, estivesse sendo tocado, pelas caixas de som invisíveis, do lugar. Tudo era exatamente como o lindo poema, a homenagem de um carioca e um paulista, a mais um monumento Histórico deste País. Pude sentir a brisa do mar, e as folhas de coqueiro, balanço naquele final de tarde.

Tardes de Itapoã é mais uma destas canções, preferidas dos cantores de Barzinho. Cantei muito no meio fio e no chuveiro. Amei e amo ao som dela. Inesquecível viagem, a qual pretendo fazer ao lado de minha mulher.

Tardes, foi lançada no LP, “Como Dizia o Poeta”, de 1971, em um disco que alem da dupla famosa, trazia a bela voz de Marilia Medalha. Neste disco com muita influencia afro, será prenuncio do Samba Jóia, que aliava, um ritmo alegre e dançante, com letras de otimismo e humor. Uma outra gravação importante de Tardes em Itapoá, é do mesmo ano de 1971, em um disco gravado ao vivo em Buenos Aires e que tem a participação de Maria Bethânia. Aliás esta era uma tradição de Vinicius e Toquinho, o de convidar para cantar, mulheres, tinha sido assim com Maria Creusa, Marilia Medalha, Bethânia e Quarteto em Cy, Clara Nunes e Miucha, entre outras.

terça-feira, setembro 12, 2006

INTOLERÂNCIA, A SÉRIE. ESCRACHE NO SETE DE SETEMBRO

A cena foi mais ou menos assim: Jovens com as bocas amordaçadas, com inscrições na camisa, Vereadores, e atrás um jovem que segurava uma corda, esta amarrada no pelotão de frente. O rapaz carregava a inscrição Prefeito. Este Happening (do Inglês acontecimento) digno da geração dos anos 60 e 70 do século passado, que é uma forma de expressão teatral, foi apresentado pela Juventude da Igreja Católica, no último sete de Setembro. Como integrantes do Grito dos Excluídos, os moços e moças, demonstraram através desta performance, uma relação comum, porem anti ética na política Brasileira: A subserviência de um poder ao outro. Nem sempre esta “cultura”, limita-se a poderes públicos. Instituições da Sociedade Civil, reproduzem este comportamento, ou como controladores ou controlados.

A ala que fez alem desta encenação, ainda mostrou seu descontentamento com o tratamento oferecido a criança e ao adolescente em nossa cidade. Este ato, como não poderia deixar de ser, chocou autoridades e lideranças, que embora não se manifestaram publicamente, tiveram porta vozes nos meios de comunicação que expressaram este incomodo.

Em meados dos anos 70, com a reorganização dos movimentos populares, sindicais e sociais, as artes foram fundamentais, para expressar sentimentos de revolta a ditadura militar. Com a repressão era dura, e a censura implacável, as formas adotadas, eram em forma de metáforas e simbologias, que faziam as pessoas refletirem sobre sua realidade e a necessidade de reação a um regime totalitário, opressor e assassino. O caso de Zuzu Angel, é ilustrativo, deste período. Estilista famosa internacionalmente, Zuzu, teve seu filho morto pelos órgãos de repressão da Ditadura. Impossibilitada de denunciar internamente as atrocidades dos militares, Zuzu o fez no exterior. Porem um dos atos institucionais do Regime, proibiam que se fala-se mal do País em terras estrangeiras, correndo-se o risco de deportação e prisão. Assim a estilista com muita criatividade, expressava sua indignação, em sua obra, como por exemplo, vestindo suas modelos de preto e envoltas em correntes, que as prendiam ao longo de toda a passarela.

O manifesto dos jovens Católicos, pode ser encarado como ESCRACHE. Muito utilizado na Argentina e em outras partes da América Latina, o escrache é uma forma de expressão política que consiste em uma desmoralização pública, dos que violam e desrespeitam os Direitos Humanos. Ele pode funcionar como um Boicote: não compre produtos da empresa X, ela emprega mão de obra infantil e escrava ou como forma de denuncia mesmo. O escrache pode ser difundido através de cartas, telefonemas, cartazes, mensagens, bem como manifestações de rua. Seus objetivos é o de uma forma bem humorada e ousada, de resgatar valores éticos de humanismo, solidariedade, de defesa de direitos e da Cidadania. Um exemplo de escrache, é o de crianças pobres faveladas e população de rua, em visita á um Shopping Center de Luxo, ou uma passeata de moradores de rua por bairros de classe média da Capital.

Criar situações que possam chocar a opinião publica, para realidades geradas por um sistema que promove a fome e a miséria, não tem nada de agressivo e sim educativo e eleva a consciência de classe e cidadã das pessoas. Enquanto as classes dominantes agridem com guerras, com planos econômicos de arrocho e recessão, com posturas autoritárias, os povos pobres e excluídos passam seu recado, com instrumentos que possam promover a paz e a defesa dos Direitos Humanos. Ao contrario do que disse um certo radialista, esta semana, o Grito dos Excluídos levou para a avenida, a situação de miserabilidade em que vive nosso povo e o comprometimento de parte da classe política com um projeto de exclusão social.

segunda-feira, setembro 11, 2006

EU E A HISTÓRIA ELEITORAL XVI


Todo o ano de 1991, parecia que prometia uma unanimidade em torno da República de Alagoas como convencionou-se chamar o grupo de Collor de Mello, no poder. No plano econômico, apesar da chiadeira da Classe média, de alguns economistas e da Esquerda, o plano de estabilização, capitaneado pela Ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, a Zélia namorada do Ministro da Justiça Bernardo Cabral, cumpria a risca as determinações do Fundo Monetário e do Banco Mundial. Fernando Collor desfilava, imponente com muita perfeição a política Neo Liberal, não assumida por Sarney. O Arrocho, a recessão e a entrega do patrimônio público a iniciativa privada, consistia no ideário da corte collorida.

Na política, Collor detinha maioria para aprovar o que quisesse, embora fisiológica e entreguista. O discurso do chefe da Republica, continuava populista, e quase sempre agressivo, aliado com uma pratica de um playboy, que andava de Jet Ski e Harley Davisson, mas fazia jantares e almoços com duplas de musicas sertanejas, artistas globais e modelos, á procura do estrelato. Collor arrasou com o cinema nacional, fechando a Embrafilmes, bem como deu fim a lei de incentivos a produtos culturais. Foi o período de maior fracasso em termos de produção cultural, por pura ausência de apoio.

Alguns políticos já neste ínterim assumem de vez, o governo Collor. Antonio Carlos Magalhães e seu Pefele, Maluf, parte do PMDB e outros. Até Leonel Brizola, então Governador do Rio de Janeiro, vai fazer coro com o governo. Brizola faria um acordo com Collor, de o mesmo assumir os CIESP, os centros de educação, cultura e lazer, para crianças e jovens. Em Limeira, o Prefeito de então Paulo D’Andréia e o Deputado Federal Dr. Heitor Franco, que ingressaram no pequeno e obscuro Partido do Presidente, o PRN- Partido da Renovação Nacional- com objetivos claros de obter ajuda e benesses do Planalto Central. Para nossa cidade, rendeu a construção do CAIC, a versão Collorida dos CIESP Brizolistas. Versão no discurso e não na pratica, haja visto, que o CAIC, serve para posto de saúde e centro comunitário, e não um projeto educacional de período integral. Como D’Andréia, centenas de outros políticos no País aderiram a onda Collorida.

No PT, o ano prometia, pois a direção tinha marcado a realização do I Congresso do Partido, para este ano. Crescia a esperança interna de um balanço profundo e firme das eleições de 89, suas conseqüências para o Partido. As esquerdas Partidárias, prometiam mexer nas feridas, para cicatrização, exceto a Causa Operária e a Convergência Socialista. Partidos da IV Internacional Comunista, de cunho Trotskistas, estes dois grupos vinham anunciando sua saída do PT, há anos ou melhor trabalhavam para sua expulsão. Ambos tinham claro que o ciclo de crescimento de suas legendas no Partido dos Trabalhadores, tinha terminado. Porem taticamente era necessário sair como mocinhos e não vilões. O esquema Stalinista, já se fazia notar no interior Partidário e em especial na corrente majoritária. O interesse em limpar a Causa e a CS, eram enormes, no seio da Articulação. Manobras regimentais, estatutárias e resolutivas, fizeram do 1º Congresso o ultimo destas correntes Trotskistas. Outras tiveram que se reciclar, como o caso do Trabalho e da Democracia Socialista, buscando configurar-se como uma tendência do PT e não no PT.
Além destas expulsões denunciadas com arbitrarias pelas esquerdas do Partido, o Congresso, pouco avançou em relação a um balanço critico da atuação Partidária. No campo da formulação sobre o Socialismo Petista, ratificou-se a formulação do 7º Encontro Nacional, com uma ou outra variante. Em relação a Collor, os Congressistas decidem ser um governo Neo Liberal e com fortes traços de Corrupção. È aprovado um plano de lutas que vai demonstrar ineficaz, meses depois, pois já se notava a burocratização e institucionalização do PT. No campo da Construção Partidária, nota-se alguns avanços, entre eles a proporcionalidade qualificada para Executiva, 30% de cotas no mínimo de participação das mulheres na instancias de Direção. Congresso no frigir dos ovos, não avançou em um projeto Classista e Socialista para o Brasil, mas apontou os problemas que fariam agravar a crise interna.

No meu caso, morando em Campinas priorizava a vida Sindical, me dividindo, entre as assessorias ao Sindicato da Construção Civil e ao então Departamento Nacional do setor. Mas minha alma, meu coração, ainda pulsava por Limeira. Preparava então minha volta, pelo menos para coordenar uma Eleição.

CONTINUA............................

sexta-feira, setembro 08, 2006

MINHA MÙSICA PREFERIDA-EU SÓ QUERO UM XODÒ


Mais uma de minha infância e juventude. Sucesso absoluto, este forróck, embalou, casais de namorados, serenatas, e cantorias nas beiradas de calçadas. Fiz muitas, com os grupos de jovens da Igreja Católica e mais tarde em dueto com o atual Presidente do PT Limeira Wilson Cerqueira. Eu só quero um Xodó, fez Dominguinhos e Anastácia, aparecerem no cenário da MPB. Até então forrazeiros e tocadores de Baião, só se conhecia um Luiz Gonzaga, o Rei. Dominguinhos, que intitula-se afilhado de Gonzagão, introduziu na musica popular, o Baião mais sofisticado, que as classes médias do sul e sudeste puderam assimilar.

Gilberto Gil, é quem com uma visão futurista e tropicalista, grava esta canção de amor, de ternura, de chamego mesmo, com um arranjo pop rock forró e faz o Brasil inteiro tomar gosto, pelo sanfoneiro Pernambucano, que depois desta estréia na voz do bom Baiano, teve varias canções suas gravadas por grandes estrelas da MPB: De volta pro aconchego (Elba Ramalho), Quem me levará sou eu (Fagner), Abri a porta (A Cor do Som), Tenho sede e Lamento Sertanejo(Gilberto Gil).

Dominguinhos, influenciou outros sanfoneiros, entre eles Oswaldinho do Acordeom,Renato Borghetti, Sivuca, alem é claro de das bandas do forró universitário. Xodó foi lançado pela primeira vez em 1973, no disco ao vivo de Gilberto Gil “Cidade do Salvador”. Mas já teve regravações memoráveis, como de Paula Toller em seu único disco solo de 1997, e o próprio Gil em dueto com Rita Lee, no disco dos dois Refestança de 1978.

Todo som de Barzinho, toca Eu só Quero um Xodó, clássico da musica brasileira e uma de minhas preferidas.

terça-feira, setembro 05, 2006

SENHORA COERÊNCIA

Ontem escrevi um post sobre compromisso com a construção de lutas para mudar o mundo. Nada utópico e sim pratico, para quem acredita ser possível transformar a sociedade sem classes e sem miséria. Hoje quero falar de coerência e prestar uma homenagem. Alias ainda sobre o texto de ontem, a pessoa homenageada aqui, me inspirou a escrever sobre o oposto dela, pois a mesma é um exemplo de compromisso com os pobres e excluídos.

Dona Cidinha, uma senhora de seus sessenta e poucos, mãe, avó, viúva de um Palmeirense porreta, é a personificação de uma heroína. Destas anônimas, as quais incluo minha mãe e minha vizinha Dona Zélia, a qual falarei em outro escrito. Nunca soube que uma ação desta vovó, serviu para alça-la ao estrelato rumo a busca de interesses pessoais. Há conheci no inicio dos anos 90, quando fui viver com a Nadir. Naquele tempo, ela já se dedicava aos seus meninos, como ela faz questão de frisar a todo momento.

Na Pastoral da Criança, exercitava a dimensão do Cristo humano, face daqueles que sofrem, por conta de um sistema de concentração de renda e saber. Tomou gosto pela realidade daquelas crianças e muitas vezes as assumiu como se fossem suas, tivessem saído de seu útero. Foi a primeira Educadora do CEDECA, o Centro de Defesa criado por militantes Cristãos e de Esquerda. Foi lá na entidade, que teve um contato, com o mundo que usa adolescentes para aumentar os lucros dos ricos. Sofreu e sofre até hoje com isto, as vezes se sente com as mãos atadas por não poder modificar este estado de coisas de uma vez. Paciente e muito franca. Já vi Dona Cidinha, proferir palavras, que há muito queríamos dizer, mas faltava coragem para tanto. Ela com sua simplicidade, dizia mais do que muitos com titulo acadêmico na mão.

Bem eu disse que este texto era uma homenagem, bem como falaria sobre coerência. O Internauta deve estar perguntando, cadê a coerência? Promete e não cumpre?.

Dona Cida é a coerência. Vou tomar a liberdade neste texto e chama-la de Senhora Coerência. Enquanto muitos ao longo dos anos 90, desistiam de lutar, foram enfurnar-se em suas salas assistir a novela das oito, Senhora Coerência, estava lá no CEDECA, sem ganhar um tostão, amparando, protegendo, meninos e meninas do crime, da falta de oportunidades. Enquanto muitos sossegaram seus traseiros em cadeiras atrás de mesas de sindicatos, gabinetes, Dona Cidinha, estava lá denunciando os maus tratos que a Policias, as autoridades, faziam e fazem a nossas crianças e jovens.

Foi por isto que ela foi eleita em 2003, para o Conselho Tutelar, com a maior votação daquele processo e agora reeleita no mesmo Conselho. Senhora Coerência, ta pouco se lixando com o salário que ganha ou vai ganhar. Para ela isto é apenas para que ela possa ter maior tranqüilidade para enfrentar os que insistem em abusar do poder para explorar e excluir os pobres. Ao contrario de muitos, que disputam processos eleitorais de olho no numerário, Dona Cida ficou durante anos, a frente do CEDECA sem ganhar um níquel sequer.

Prezo a coerência, pois ela é irmã gêmea do compromisso e prima em primeiro grau da Ética. Vejo todos estes valores em Dona Cidinha Campos. Fico entristecido quando ouço ou presencio ações que denigram a conduta política de pessoas como Dona Cidinha.

A Coerência é fundamental para um projeto de mudanças profundas na sociedade. Guevara em seu Homem novo, trabalha a substituição de valores e a destruição de nocivos valores do Capitalismo, como o preconceito, levar vantagem em tudo, o individualismo e assim por diante.

Em tempos de crise profunda das esquerdas, onde o desbunde, a falta de compromisso, o tirar vantagem da coisa pública, o fazer carreira as custas do movimento, é um elixir de morango, poder contar com uma guerreira e lutadora como Dona Cidinha, a Senhora Coerência.

segunda-feira, setembro 04, 2006

COMPROMISSO DE QUE? COM QUEM?

Nos dias de hoje é difícil encontrarmos seres humanos que dedicam suas vidas inteiras aos outros e a causa destes. Tem sido quase raro, escasso até, ver, presenciar, pessoas compromissadas com a luta por mudanças na sociedade. O que mais enxergamos, a olho nu mesmo, é o discurso do “pagando bem, que mal tem?”. O vale tudo, por um cargo, um dinheirinho a mais, uma vantagem a mais que os outros. Miséria? Isto não é problema meu, porque não estudou?.

A indiferença e o descaso é total na sociedade, cada vez mais Capitalista e egoísta. Olha se tiver vaga na minha agenda, vou lá n reunião discutir Direitos Humanos, ou isto agora não tem importância, importante é a Revolução, e eu tenho que tomar a minha cerveja, depois a gente fala disto.

Cada vez mais as pessoas se afastam de assumir compromissos, com as mudanças, com a transformação. Conheço casos engraçadissímos e ao mesmo tempo que me irritam. Tem sujeito que se faz de bobo, de ignorante, para não realizar tarefas e ações que lhe são atribuídas. Como o passar do tempo o coletivo acaba achando que ele é bobo mesmo, e esquece dele, não lhe cobra mais nada. Porem o cara continua, usufruindo das benesses do movimento ou da instituição á qual pertence. Outro caso de faz me rir, é o: hoje não posso to com a mãe do doente, o filho com prisão de ventre e a mulher com dor de dente. Amanhã também não posso, velório de papai que morrerá de desgosto, pela doença de mamãe, pela falta de gases do netinho, e pelo dente careado de esposa.

Desculpas para não assumir compromissos são muitas. Na luta interna dentro das esquerdas, já se acostumou, a vivenciar, agendamento de tarefas prioritárias, quando um grupo é majoritário em uma posição. O perdedor nunca assume as responsabilidades, enquanto o “vencedor”, se acha no direito de fazer, refazer e desfazer. Interesses particulares e de grupos, são comuns para que não se assuma compromissos de coletivo.

Agora quem não gosta de assumir compromissos, não gosta de ser cobrado. A cobrança quando fraterna e construtiva, só faz avançar um coletivo, uma organização. Não ser cobrado é negar a avaliação e a prestação de contas é fazer o que bem entende a da na telha. Descortina e desmobiliza, quando não há compromisso com a critica e com a analise.

Bem todo este discurso conceitual do que penso a respeito do assunto, é para dizer o quanto estou preocupado com a crise das esquerdas. Parece que não tem fim, como este texto, que começou descompromissado e que agora pede para ter uma conclusão. Mas como sei que não serei cobrado, farei o que quiser.

sexta-feira, setembro 01, 2006

MINHA MÙSICA PREFERIDA- SECOS&MOLHADOS


Um sucesso meteórico. Como meteórico foi a existência da banda, menos de quatro anos. Secos&Molhados eram João Ricardo, Gerson Conrad e claro ele Ney Mato-Grosso. O Brasil não demorou para assimilar, aquele som psicodélico, com ritmos que iam do Rock In Rool, passando pelo bolero e deslizando pelo samba. Um som que tinha o poder de letras de poetas como Vinicius de Moraes, Solano Trindade, Cassiano Ricardo e Manuel Bandeira, só para citar os do primeiro disco de 1973. João Ricardo era o autor da maioria das melodias, bem como dos arranjos.

Mas estávamos na era de aquários, de soltar o ar reprimido, apesar da Ditadura Militar, sapecar o proibido, cantar a todos os pulmões que é Proibido Proibir, que dizemos Não ao Não. Aqueles três Homens, vestidos com roupas, coloridas, com rostos pintados, mais pareciam, seres que desciam de naves espaciais, vindos de outros mundos. Não se sabia se eram Feminino ou Masculino ou talvez os dois. As posturas no palco, desnudavam preconceitos e tabus. Nei abria a voz, a qual saltava uma Carmem Miranda em mistura com Mick Jagger, no andar, no rebolado. A magia estava solta, comandada por este ex Hippie, morador em comunidades, viajante no mundo dos lisérgicos. Explodiram nas paradas de sucesso das rádios e dos programas de TV, os populares e os elitizados.

A androginia muito típica naquela época, lançada por David Bowie, fez uma polemica entre Ney Mato Grosso e Gene Simons do Kiss. Os Americanos juram que são os pioneiros em pintar mascaras nos rostos e vestir-se com roupas colantes. Ney dispara dizendo, que os roqueiros não poderiam ser donos deste feito, pois surgiram depois dos Secos.

A canção que considero uma de minhas favoritas, é do primeiro disco e traz características de quase toda a obra do grupo. Letras fortes de temas polêmicos ou líricos, de duração curta, como as musicas dos Ramones, que surgiram depois. Outro aspecto é que as histórias fazem referencias a Histórias em quadrinhos, desenhos animados e filmes. Quase acústico típico da época em Sangue Latino, o violão e a viola de 12 cordas só perdem espaço para a flauta. Estilo bem latino, Sangue mantem uma letra de apelo comum na época, a contestação, que neste caso mistura a política com a revolução dos costumes.

Esta musica é das minhas preferidas, que alem de saber toda letra, em tempos de banda da Igreja lá no final dos anos 70, inicio dos 80, garantia em nosso repertório.