segunda-feira, outubro 31, 2005

MEUS VINÍS VI


SEDUZIR

ARTISTA: DJAVAN

ANO: 1981

PRODUÇÃO:
DJAVAN E MAYRTON BAHIA

MÚSICOS (DESTAQUES): BANDA SURURU CAPOTE (Luiz Avelar, Sizão, Teo Lima, Café, Zé Nogueira, Marquinhos e Moisés); Chico Batera (Timbales e Reco-Reco) na faixa “Nvula”.

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: GILBERTO GIL (Cedido pela WEA), na faixa “Nvula”

GRAVADORA:
EMI ODEON

MÚSICAS


LADO 1


PEDRO BRASIL- (Música e Letra de Djavan)

SEDUZIR- (Música e Letra de Djavan)

MORENA DE ENDOIDECER- (Música de Djavan, Letra de Djavan e Cacaso)

JOGRAL- (Música de Filó e Netão, Letra de Djavan)

A ILHA- (Música e Letra de Djavan)


LADO 2

FALTANDO UM PEDAÇO- (Música e Letra de Djavan)

ÊXTASE- (Música de Djavan e Letra de Aldir Blanc)

LUANDA- (Música e Letra de Djavan)

TOTAL ABANDONO- (Música e Letra de Djavan)

NVULA- (Música e Letra de Filipe Mukenga, Adaptação de Djavan )

COMENTÁRIOS

Segundo colocado no Festival Abertura da TV Globo em 1974, com Fato Consumado, abriu as portas para o Alagoano Djavan na MPB e ao sucesso. Este LP vem no encalço do anterior que consagrou um dos maiores sucessos de Djavan, a bela “Meu Bem Querer”. Esta obra ainda mantinha o estilo que combinava o romântico com o engajado e com as raízes nordestinas e Afro. Faixas como Pedro Brasil ilustram aquele momento de protesto e de luta por um Brasil melhor. Jogral, Luanda e Nvula, passeiam pelo Nordeste Afro de Djavan. Mas é o Amor que se destaca no disco, com as faixas “Seduzir” e “Faltando um pedaço”, grande sucesso de Dja. Nos ritmos o samba, o romântico, misturam-se com o baião e o afro, o eletrônico que predomina em seus trabalho nos dias de hoje, ainda não tinha presença .




domingo, outubro 30, 2005

MEUS VINÍS V


TEMPORADA DE VERÃO

ARTISTA: CAETANO VELOSO, GAL COSTA E GILBERTO GIL

ANO: 1974

PRODUÇÃO: GUILHERME ARAÚJO E PERINHO ALBUQUERQUE

MÚSICOS (DESTAQUES):CHIQUINHO AZEVEDO (Percussão na Banda de Gil e Arranjos das músicas “Quem Nasceu”, “Acontece”, “O Conteúdo”, “Felicidade”), DOMINGUINHOS (Acordeon na Banda da Gal), PERINHO ALBUQUERQUE (Guitarra e Viola na Banda de Caetano).

DESTAQUE: O disco foi gravado ao vivo no teatro Vila Velha em Salvador no período de 10 de Janeiro a 22 de Fevereiro de 1974, Show integrante do projeto Temporada de Verão.

GRAVADORA: PHILIPS

MÚSICAS

LADO 1

QUEM NASCEU- (Péricles R. Cavalcanti) Interprete: GAL COSTA

DE NOITE NA CAMA- (CAETANO VELOSO) Interprete: CAETANO VELOSO

O CONTEÚDO- (CAETANO VELOSO) Interprete: CAETANO VELOSO
TERREMOTO- (João Donato e Paulo César Pinheiro) Interprete: Gilberto Gil

LADO 2

O RELÓGIO QUEBROU- (Jorge Mautner) Interprete: GILBERTO GIL

O SONHO ACABOU- (Gilberto Gil) Interprete: GILBERTO GIL

CANTIGA DO SAPO- (Jackson do Pandeiro e Buco do Pandeiro) Interprete: GILBERTO GIL

ACONTECE- (Cartola) Interprete: GAL COSTA

FELICIDADE “Felicidade foi embora”- (Lupicínio Rodrigues) Interprete: Caetano Veloso

COMENTÁRIOS

O Projeto Temporada de Verão, existente até hoje, apresentou um inédito encontro até então. Os 3 tropicalistas não cantavam juntos desde os anos 60. Este Show gravado ao vivo, foi o primeiro após a volta de Caetano e Gil do exílio. O Bolacha apresenta gravações Históricas. Caetano Veloso cantando “Felicidade Foi se Embora” do gaúcho rei da dor de cotovelo Lupicínio Rodrigues, consistiu-se em um grande sucesso. Fantástica interpretação de Caetano, que popularizou esta canção. O disco traz ainda Cartola “Acontece” na voz de Gal, antes do mangueirense gravar seu primeiro LP em 1975. Outro destaque é para o “O Sonho Acabou”, em que Gil traça um panorama do movimento Hipiee e de formas alternativas de vida, propagandeadas nos anos 60 e naqueles inicio de 70.



MINHAS PREFERIDAS- DIVINO MARAVILHOSO

Maria da Graça, este o nome de batismo de Gal Costa, com este nome, a Baianinha se apresentou no III Festival de MPB da TV Record em 1967, interpretou a canção DADÁ MARIA do então desconhecido Renato Teixeira.
Na Oportunidade Gracinha, como era conhecida defendeu a música ao lado do cantor e compositor Silvio César. A apresentação lhe deu o passaporte para o primeiro disco: DOMINGO (1967) em conjunto com Caetano Veloso, que também estreava em Disco. È deste LP o clássico de Caetano, interpretado por Gal “Coração Vagabundo”. Divino Maravilhoso é uma das canções que para mim mais representam o período da chamada primeira metade da Ditadura Militar.
Composição de Caetano Veloso e Gilberto Gil, a música foi apresentada no IV Festival da Música Popular Brasileira da TV Record em entre Novembro e Dezembro de 1968, com a final 4 dias antes da edição do Ato Institucional nº 5, que instituí a censura, proíbe o Hábeas Corpus, intensifica a Lei de Segurança Nacional e com ele inicia-se a segunda fase do Regime. Fase de Terror e Morte.
Divino é um Rock in Rool, que em sua letra forte e vibrante, traça um panorama daqueles dias de muita mobilização popular, principalmente de estudantes, operários e intelectuais. O refrão dá conta disto: “È preciso estar atento e forte não temos tempo de temer a morte”.
A canção que teve a magistral interpretação de Gal, que neste Festival consolida-se como uma das representantes do movimento Tropicalista, fica em 3º Lugar pelo Júri especial. Gal vai gravar “Divino Maravilhoso” em seu primeiro LP solo pela gravadora Philips em 1969.

sábado, outubro 29, 2005

MEUS VINÍS IV


DE VOLTA AO COMEÇO

ARTISTA: LUIZ GONZAGA JR.- GONZAGUINHA

ANO: 1979

PRODUÇÃO: MARIOZINHO ROCHA E EDUARDO SOUTO NETO

MÚSICOS (DESTAQUES): ARY PIASSAROLLO (Guitarra), JOTA MORAES (Arranjo, Regência e Piano).

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: MARILIA MEDALHA (voz) em “Achados e Perdidos”, MPB4 (Vozes) em “Pequena Memória para um Tempo sem Memória”, LUIZ GONZAGA- GONZAGÃO (Voz) em “ Da Vida”, FRENÉTICAS (Vozes) em “A Marcha do Povo Doido”, MILTON NASCIMENTO (Voz), em “Libertad Mariposa”

GRAVADORA: EMI ODEON

MÚSICAS

LADO 1

QUESTÃO DE FË- (LUIZ GONZAGA JR.)- Citação: Nada será como antes “ Milton Nascimento e Ronaldo Bastos”

PONTO DE INTERROGAÇÃO- (LUIZ GONZAGA JR.)

A MARCHA DO POVO DOIDO- (LUIZ GONZAGA JR.)

LIBERTAD MARIPOSA- (LUIZ GONZAGA JR.)

E VAMOS A LUTA- (LUIZ GONZAGA JR.)

PAIXÃO- (LUIZ GONZAGA JR.)

GRITO DE ALERTA- (LUIZ GONZAGA JR.)

LADO 2

SANGRANDO- (LUIZ GONZAGA JR.) Citação: Começaria Tudo outra vez- “LUIZ GONZAGA JR.”

AMANHÃ OU DEPOIS- (LUIZ GONZAGA JR.)

ACHADOS OU PERDIDOS- (LUIZ GONZAGA JR.)

PEQUENA MEMÖRIA PARA UM TEMPO SEM MEMÖRIA- (LUIZ GONZAGA JR.)

A CIDADE CONTRA O CRIME- (LUIZ GONZAGA JR.)

BIÉ BIÉ BRAZIL- (LUIZ GONZAGA JR.)

MULHER E DAÍ (Apenas Mulher)- (LUIZ GONZAGA JR.)

DE VOLTA AO COMEÇO- (LUIZ GONZAGA JR.)- Citação: Pessoa “LUIZ GONZAGA JR.”

DA VIDA- (LUIZ GONZAGA JR.)


COMENTÁRIOS

Gonzaguinha destacava-se no cenário musical, naqueles anos 70, em seu final, como um dos artistas engajados na luta contra a ditadura militar e por liberdades democráticas. Desde o inicio esteve participando ativamente pelo movimento da Anistia aos presos e exilados políticos. Alem é claro de ser um dos fundadores da União Brasileira dos Músicos e da luta por direitos autorais no Brasil. Este LP é uma amostra daquele período, com canções de forte apelo de protesto e denuncia, utilizando de uma linguagem simbólica e metafórica para tratar dos assuntos. O ritmo é o samba caindo para a Bossa nova e as vezes para o bolero. O disco emplacou vários sucessos radiofônicos: o mega “Grito de Alerta”, imortalizado na voz de Maria Bethânia, “Sangrando”, “Ponto de Interrogação”, que a mesma Bethânia vai gravar um ano depois. O próprio titulo do LP “De volta ao Começo”, reflete o momento político e social em que foi gravada a obra. A abertura política com a anistia recém conquistada, o ressurgimento das greves operárias (ABCD), o retorno de militantes políticos ao Brasil, o reaquecimento dos movimentos populares e estudantil. Um disco para ouvir cantando e revendo ou conhecendo parte da História do Brasil. Um de meus favoritos.



UMA DICA, MUITO BOA

O amigo Paulo Corrêa, ta chegando perto da glorificação. Vai virar acadêmico, em breve. Cursando o último ano de Jornalismo no ISCA-Faculdades. Conheço Paulinho há um bom tempo e tenho acompanhado sua trajetória no campo da escrita.
Tenho notado, as habilidades com a modalidade reportagem, preciso nas informações e plural nos dados e opiniões relatadas. Tenho plena convicção de que ta pintando um belo profissional na arte de contar Histórias.
O PC enviou para mim um convite, ainda incompleto de sua defesa de tese na conclusão do curso. Incompleto, porque informou só a data, falta horário e local.
O tema do Livro Reportagem, como ele esta sendo designado é sobre a malfadada, imoral privatização do sistema de agua e esgoto em nossa cidade, ocorrida em 1994, que até hoje suscita dúvidas da legalidade do episódio.
Já disse a Paulinho que estarei prestigiando seu trabalho, até porque interessa acho que a todos o relato de parte de nossa História contemporanêa.

sexta-feira, outubro 28, 2005

UMA MULHER

Escrevo pensando na mulher ideal
Concluo sem lugar ou senso comum
Esta mulher é a minha
Não se trata de média
Ou hipocrisia
A minha mulher
é a ideal, não só porque a Amo.
e é a mãe de minha filha
Mas porque me ajuda a sonhar
E acreditar no imponderável
e Impossível
Não com palavras, mas com gestos
e ações
Não com promessas, mas com mão
Estendida para o outro
Minha mulher é a ideal
Porque me faz acreditar em DEUS
Só quem solta pra fora o individual
é capaz de alcançar a dimensão divina
Minha mulher é mais que a Ideal
È mais porque rompe rótulos e modelos
fonográficos ou propagandisticos
Sua beleza mostra-se na sensualidade
com que ama
Sua beleza transcende o comum, pela gostosura
não só da pele, mas da ternura com os
de baixo
Minha mulher é ideal
Porque enxerga possibilidades
de feliz vida, a quem não tem
ou nunca tem
Minha mulher não precisa
de ibope ou glamour
ela já o tem
quando distribuí esperança
do renascimento de vidas
Ideal para mim é AMAR esta Mulher

COMPREI UM CLÁSSICO DA MPB

Por R$17.90, comprei ontem no sebão, da rua Santa Cruz, um dos maiores clássicos da Música Popular Brasileira de todos os tempos.

O CD duplo "Clube da Esquina 2" de Milton Nascimento, gravado em 1978, último trabalho do "Bituca", pela gravadora EMI-ODEON, onde lançou 8 Trabalhos, entre eles o primeiro que tem Travessia e Canção do Sal, imortalizada, antes por Elis Regina. Clube da Esquina segue o mesmo ritual do primeiro, gravado em 1970, ou seja, apresenta as misturas do Jazz, Samba e Rock, com todos os amigos de Milton.

Presença no CD Duplo, de Lô Borges e Marcio Borges, Toninho Horta, Novelli, Wagner Tiso, Beto Guedes, Fernando Brant, toda a turma de minas, alem de convidados super especiais, como Elis Regina na ótima "O que foi feito deverá", Chico Buarque em "Cancion por la unidad de Latino América".

O disco é uma das melhores obras de Milton e tem pérolas que influenciaram e ainda o fazem gerações, como, as duas já citadas, a fantástica "Nascente" de Flávio Venturini, com o próprio, "Mistérios" de Joyce e Mauricio Maestro, gravada dois anos depois, pelo vocal de Mauricio o Boca Livre, no disco homônimo, independente, além da regravação de "Maria, Maria". De quebra o disco, traz a participação do extinto grupo Azymuth na faixa "Reis e Rainhas do Maracatu".

terça-feira, outubro 25, 2005

LEMBRANÇAS DE UM TEMPO QUE INSISTE EM VOLTAR

Era 1º de maio de 1985, a Igreja Católica organizava, a missa do Trabalhador na paróquia de São Cristóvão. Templo lotado, mais de 2mil pessoas, que refletiam a luz da fé, a condição de explorados em que viviam.

Em outro local, mais precisamente na Praça Toledo de Barros, parte da classe trabalhadora, lotava a área de lazer para assistir dirigentes sindicais pelegos e o Prefeito da cidade "comemorarem" o dia do trabalho e não do trabalhador.

Era o encerramento do torneio das indústrias e ali seria feito a premiação aos campeões. No templo católico, concentrava-se lideranças dos movimentos populares em ascensão naquele instante, pastorais populares, sindicalistas ligados a oposição metalúrgica e militantes do PT.

A celebração termina e a multidão decide em fazer uma passeata pelas ruas da cidade, com termino na praça central, a Toledo de Barros.

Enquanto isto no palanque,um Prefeito autoritário e populista, preparava-se para um discurso de festa, tudo foi preparado para isto, ao seu lado a Presidente da Câmara Municipal da época Elza Sofhia Tank Moya.

Descendo a Rua Tiradentes, os manifestantes empunhavam faixas e bandeiras de protesto a política econômica vigente e com reivindicações como asfalto e melhorias no transporte coletivo.

A combinação de uma plataforma nacional com a local e a fé com combustível para a luta. No coreto improvisado como palco, Jurandir Paixão exercendo seu segundo mandato como prefeito do município, não imaginaria que teria que mudar seu discurso, pronto para enaltecer seu governo e tecer elogios aos sindicalistas da ordem e progresso que com ele dividiriam o microfone.

Entusiasmadas as mulheres eram maioria na passeata da fé, ao contrario dos que encontravam-se na praça. O encontro foi inevitável e o confronto impossível de evitar, em um tempo em que a tolerância ainda era coisa do passado e a ditadura fazia-se presente.

Paixão não tolerou as faixas e as palavras de ordem, que pediam melhores dias e não festa. Paixão não tolerou as vozes femininas que insistiam em ser mais fortes que as masculinas. Paixão não suportou os reclamos do povo que enxergava o mundo de outra forma, não um mundo de privilegiados e seus seguidores e sim de uma maioria excluída e cada vez mais pobre.

Paixão ataca, muda o conteúdo de sua oratória, não poupa os padres que cumpriam a missão delegada a eles por Cristo, a de pastores de ovelhas, tratar delas para que não passem fome, nem frio, os acusa de mentecaptos e outras perolas do vocábulo dos xingamentos.

Mas o ápice dos palavrões, foi contra as mulheres, ele não as poupou, mesmo tendo uma a seu lado. Elas, as mulheres, muitas jovens, mas varias senhoras, algumas idosas inclusive. Ele, Paixão disparou sem piedade e compaixão: "Vocês suas Histéricas (e Frenéticas) Menstruadas" e outros adjetivos. Ao seu lado uma mulher, que calada ouvia os impropérios e que mais tarde homologaria aquelas atitudes.

As mulheres afrontadas e ofendidas, seguiram seu caminho. Paixão não encontra-se mais no mundo dos vivos. Mas ontem pensei que estivesse entre nós.

HERZOG VIVE. VIVA HERZOG

Em 1975 esta terminando a 6ª série do antigo ginasial, hoje sexto ano do ensino fundamental. Estava com 13 anos, não tinha ainda a noção do que acontecia no País.

Meu universo, era a da escola, do futebol e da música (despertava para a MPB neste período). Embora gosta-se de ler, as leituras resumiam-se a gibis e livros didáticos, nada de jornal ainda.

Meus irmãos mais novos, também não tinham a mínima idéia de que um jornalista tinha sido assassinado e que este fato foi o responsável pelo inicio do fim do regime militar. Meus pais, talvez soubessem o que ocorria naquele momento, mas estava preocupados com nossa sobrevivência, embora a consciência social de minha mãe já estava aguçada a um bom tempo.

Em síntese, nós crianças vivíamos em nossas fantasias típicas da inocência infanto juvenil e meus pais na luta para alimentar suas crias.

Não sabíamos que o Jornalista da TV Cultura de São Paulo, na época mais conhecido como canal 2, tinha sido preso pelo Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), no bairro Paraíso, 1030, acusado de membro do Partidão, o Partido Comunista Brasileiro.

Não tínhamos a mínima idéia que morria em 25 de outubro e que a primeira versão era de suicídio. Idéia nenhuma não tínhamos de que tempos depois Audalio Dantas então presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, procuraria o arcebispo da capital Dom Paulo Evaristo Arns para dizer: Vladimir Herzog não cometeu suicídio, ele foi assassinado.

Deste encontro nascia uma das maiores manifestações contrárias a ditadura militar, que reuniu em um ato ecumênico 8mil pessoas na catedral da Sé, totalmente cercada pelo exercito.

Herzog judeu e militante da liberdade, um símbolo da retomada das lutas pela democracia e pelo fim do autoritarismo e a repressão. O Brasil até então vivia em uma completa sombra, onde a maioria da população, nada sabia do que ocorria nos porões da ditadura. Nesta maioria incluo minha família.

A partir deste momento as mobilizações pela democracia não cessaram mais: luta pelo alto custo de vida, retomada das greves operárias e estudantis; movimento pela anistia aos presos e exilados políticos.

O restante da História a gente conta outra hora. Para saber mais sobre o assunto: www.noblat.com.br; www.museudapessoa.com.br; www.fundacaoperseuabramo.com.br .

segunda-feira, outubro 24, 2005

MEUS VINÍS III

MM- MARISA MONTE

ARTISTA: MARISA MONTE

ANO: 1989

PRODUÇÃO: NELSON MOTTA

MÚSICOS (DESTAQUES): MARCOS SUZANO (Percussão), EDUARDO SOUTO NETO (Teclados em “Bem que se quis” e Piano em “Speak Low”), THE MARILYNS (Backin Vocais em “Chocolate”)

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: PAULO MOURA (Clarineta em “ Negro Gato”) e NOUVELLE CUISINE (Voz, Clarineta, Guitarra, Vibrafone, Contrabaixo em “Bess You Is My Woman Now)

GRAVADORA: EMI

MÚSICAS

LADO 1

1. COMIDA- (Arnaldo Antunes/Marcelo Fromer/Sergio Brito)

2. BEM QUE SE QUIS- (Pino Daniele e Nelson Motta)

3. CHOCOLATE- (Tim Maia)

4. ANDO MEIO DESLIGADO- (Arnaldo Baptista/Sergio Baptista/Rita Lee)

5. PRECISO ME ENCONTRAR- (CANDEIA)

6. O XOTE DAS MENINAS- (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)

LADO 2

1. NEGRO GATO- (Getulio Cortes)

2. LENDA DAS SEREIAS, RAINHAS DO MAR- (Vicente/Dionel/Veloso)

3. SOUTH AMERICAN WAY- (Al Dubin/Jimmy McHugh)

4. BESS YOU IS MY WOMAN NOW - (George e Ira Gerhmin/Du Bose Heymond)

5. SPEAK LOW- (Ogden Nash/Kurt Weill)

COMENTÁRIOS

Este é o primeiro disco de Marisa Monte, mais uma das descobertas do produtor multimídia Nelson Motta. Marisa apareceu para o grande público, através da televisão. Foi na extinta TV Manchete, com Show produzido pelo próprio Nelsinho. Com um repertório eclético e com músicos de primeira grandeza, entre eles Marcos Suzano, Marisa inicia com este Bolachão a ocupar espaço junto as divas da MPB. De cara o LP, destaca “Bem que se quis”, uma versão de canção italiana, feita pelo padrinho Nelson Motta. A música foi o primeiro mega sucesso da carioca e portelense. Mas alem desta tem interpretações mágicas, entre elas destaco: Chocolate, Xote das Meninas e Lenda das Sereias.

A TELEFONIA CELULAR É MALÉFICA A SAÚDE?

Sim a telefonia celular traz danos á saúde do ser humano. O engenheiro elétrico e doutor em física Professor Vitor Baranaukas, afirmou a frase anterior na abertura de sua palestra proferida no último sábado, dia 22 de outubro na sede da OAB/Limeira, em evento promovido pelo Vereador José Carlos Pinto.

O Professor que tem uma obra sobre o assunto " o Celular e seus Riscos", fundamentou sua tese definindo a radioatividade e o que ela produz. Dr. Vitor salientou que é possível as empresas operarem seu sistema á distancia do perímetro urbano e do ser humano. Transcrevo algumas afirmações da Palestra, a qual será melhor detalhada no site do Vereador José Carlos www.vereadorjosecarlospinto.com :

* Cada torre tem em seu corpo varias antenas da telefonia que abastecem comunicação para no máximo 25 aparelhos;

* Em vários países Europeus, as torres são instaladas fora da cidade em distancias de mais de 10km da entrada da cidade;

* È possível proteger a população da radiação, isolando as torres com telas de galinheiro;

* Em uma revista das empresas de telefonia, o editor anunciava aos executivos que tinha duas noticias: uma ruim e outra boa. A ruim é de que descobriu-se que um tumor derivado da radiação. A boa é a de que o Tumor era benigno. Ora não há tumor bom, apenas a doença desenvolve de forma lenta ou acelerada. Porem câncer é câncer;

* Foi realizado experiências com um rato, baratas e formigas em um micro ondas doméstico. O rato morreu na hora por insuficiência respiratória. As formigas morreram queimadas em função do aquecimento do aparelho e as baratas só faleceram ao serem torradas;

ACABOU O REFERENDO. E...O NÃO VENCEU. PORQUE?

Tive problemas técnicos ontem e assim não pude postar nada no fim de semana. Compenso hoje com vários textos.

A vitória prevista da Frente do Não no referendo do Desarmamento, no dia de ontem, suscita e pede uma reflexão sobre os motivos da derrota do SIM. Comparo a vitória do Não, a uma partida de futebol, onde o time que jogou melhor perdeu porque não soube finalizar, ou desenvolveu uma tática errada e equivocada.

O referendo do Desarmamento, (e aí tenho que concordar com os armamentistas), não teve um papel de debater as raízes da violência e as soluções para acabar com ela. As duas frentes centralizaram suas argumentações, na eficácia ou não das armas no combate ao crime e na proteção á população.

Foi durante 3meses uma batalha de números, nem sempre confiáveis e verídicos. Criticou-se o Estado por sua incompetência (muito mais a frente do Não), mas não se interpelou este mesmo Estado de estar durante séculos aplicando ou deixando de aplicar políticas que só beneficiam o crime.

Ouvimos muito pouco sobre a função do crime organizado na disseminação da violência e sua relação com políticos, empresários, artistas e etc. As raízes não foram aprofundadas, facilitando muito a desinformação e a assimilação de uma enxurrada de discursos apologéticos e segregacionistas (Frente do Não), alem de vender a ilusão de que ter arma é um direito e não se deve tirar. Ora desde quando um instrumento que leva a morte pode ser considerado um direito?. Os armamentistas acertaram em trabalhar esta idéia, bem como a de que querem desarmar o homem de bem e não o bandido. Do ponto de vista tático, acertou-se no discurso, embora falso e covarde.

Agora a Frente do SIM, perdeu porque não soube fazer campanha, achou que o positivismo por si só levaria a vitória. Alem de não aprofundar a questão, acreditou que artistas e um programa alegrinho, poderiam dar resultado.

Segundo, as principais lideranças políticas e sociais, não se engajaram na campanha como deveriam. A igreja Católica, ainda tentou, mas era tarde. Sindicalistas, entidades de defesa dos direitos humanos, partidos de esquerda, tiveram performances tímidas e insignificantes. Parte da grande mídia foi muito mais incisiva do que lideranças políticas.

Terceiro fator, a crise do Governo Lula ocupou a maioria dos defensores do SIM, diminuindo a importância do referendo, que alias, só foi ter peso nos últimos dias.

A frente do SIM, cometeu outros erros, como o de permitir que aliados do Não tentassem descaracterizar o referendo, como inútil e caro, sem ao menos responder estas acusações, que tiveram como objetivo, desprestigiar a participação popular.

Por último a legislação embora não fosse determinante, freou um pouco o debate. O fato de permitir que as campanhas fossem feitas institucionalmente apenas por frente parlamentares, inibiu a sociedade civil de engajar-se.

Bem o País perdeu a oportunidade de iniciar com a proibição do comércio de armas, o debate sobre a criminalidade e os direitos humanos, o Estado e sua responsabilidade na proteção e defesa dos DHs e sociais.

Perdeu-se a oportunidade de realizar um balanço dos 505 anos em que as armas serviram governos e grupos na repressão às lutas populares, na perseguição a negros, homossexuais, mulheres, velhos e crianças pobres.

Perdeu-se a oportunidade de esclarecer ao povo a quem interesse o comércio de armas legais ou não, a quem interessa a concepção que dissemina medo, terror e individualismo, a Lei da Barbárie.

Mas como bom militante da PAZ, continuemos na luta.

domingo, outubro 23, 2005

HOJE VOTE2. VOTE SIM

Daqui a pouco vou votar no referendo do desarmamento. Acho que o não vencerá, infelizmente. A concepção de desacreditar o Estado e a capacidade da população em mobilizar-se para cobrar deste próprio Estado suas responsabilidades, são fortes demais.
A apologia a violência e o sensacionalismo exarcebado, tambem fizeram a diferença. Alio a isto, o pouco empenho de Partidos Políticos e instituições com a Igreja Católica, que deveriam ter feito mais durante esta campanha. Mas como a esperança é a última que morre...quem sabe teremos surpresa. Mas vou votar no 2, pela PAZ e contra o desmantelamento do Estado.

sexta-feira, outubro 21, 2005

DESARMAR È PRECISO IV

Estava ouvindo pelo radio o último dia de propaganda do referendo do desarmamento e chamou minha atenção a expressão utilizada pela frente do Não, cidadãos de Bem.

Não sei o que os que defendem justiça pelas próprias mãos e o fim do Estado como regulador da sociedade querem com este discurso. Vejo nesta premissa, um que de preconceito e mais uma segregacionismo.

Podemos extrair de tudo com esta expressão, até que quem comete um delito apenas, como roubar um perfume no supermercado, deixa de ser do Bem. Ou que Malufs e Nicolaus passam a ser do Bem porque são ricos e famosos?.

Antes dos escândalos de personagens envolvidas em corrupção, o senso comum costuma apontar personalidades como do Bem, mesmo que existam evidências que comprovam o contrario.

Esta expressão, me lembra o Tio George Busch, quando resolve invadir a vida alheia, justifica os massacres da luta do Bem contra o mal. È preciso relativizar esta expressão.

A frente do Não esta repleta de ex torturadores, policiais, jornalistas do sensacionalismo e da apologia a violência e até xenófobos. Pergunto: Da pra chamar este povo de cidadãos do Bem?.

DIA 23, VOTE 2, VOTE SIM.

quinta-feira, outubro 20, 2005

DESARMAR È PRECISO III

Nova pesquisa foi anunciada hoje, dando conta de que a frente do NÃO está á 18% pontos percentuais de vantagem do SIM.

Ainda acredito que o bom senso do Brasileiro, vá prevalecer e poderemos ter a decisão sabia de desarmar a população para podermos ter condições de cobrar do Estado sua responsabilidade em combater o crime organizado e promover reformas sociais que tragam a PAZ e acabem com a violência urbana.

Não da para acreditar que a população, cairá na conversa mole de quem defende o instituto da comercialização de armas. Argumentos como se o bandido souber que nas residências não há armas ele cometerá o crime, é o fim. O cometimento de crimes no Brasil, não se intimida com nada.

Recentemente uma quadrilha, roubou milhões de reais de uma agencia do Banco Central, driblando e violando todos os sistemas de segurança do banco. È impossível ao ser abordado em um assalto a vitima defender-se em se ferir. Arma não intimida o criminoso. O que intimida o crime são as combinações da repressão ao crime executado pelas polícias e políticas sociais que gerem empregos e renda, melhorando a qualidade de vida de nosso povo.

O discurso de que este referendo em nada muda, seja qual for o resultado é falso. È claro que o desarmamento não trará mudanças imediatas, mas criará conceitos na população, que servirão como comportamentos para a diminuição da violência. Conceitos como:

1. Papel de combate ao crime é do Estado e seus instrumentos de repressão;
2. Cabe a sociedade cobrar deste mesmo Estado programas de combate à miséria e a fome, como forma de diminuir a violência urbana;
3. A cultura da PAZ não será mais peça de retórica ou discurso elitizado que procura segregacionar pobres e raças ao invés de unir e por fim as discriminações. Esta cultura passa a fazer parte do cotidiano dos Brasileiros, onde até a forma de expressar-se será a do respeito e da candura;
4. O sensacionalismo e a exploração das desgraças alheias serão automaticamente censuradas não por legislação, mas por opção das pessoas;
5. A cultura de exigir a punição dos crimes de colarinho branco e as quadrilhas organizadas, será freqüente entre os Brasileiros, a impunidade deixa de existir.

Com estas concepções e com governos comprometidos com a PAZ e a qualidade de vida, penso ser perfeitamente possível uma País melhor para se viver. Mas para isto, temos que votar 2 no dia 23, SIM pelo desarmamento.

quarta-feira, outubro 19, 2005

MINHAS PREFERIDAS- PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

Para mim, o hino nacional de minha geração. Dificilmente em atividades políticas e até religiosas, deixavamos de cantar, era o Hino oficial Brasileiro.

A música de Geraldo Vandré, esta era rara não ser cantada. E mais todos tinham a canção de cor e salteada na cabeça. Bastava aparecer um violão e os três acordes que introduziam já eram executados.

Pra não dizer ou Caminhando, foi censurada no Brasil pelos militares durante dez anos. A canção reaparece em 1978, em um Show da cantora Simone, gravado ao vivo do Canecão no Rio de Janeiro.

Mas independente da proibição do regime militar, a música do Paraibano, era cantada em todas as passeatas, assembléias operárias e estudantis e muitas e variadas lutas e atividades das esquerdas e dos movimentos sociais.

Na cadeia os presos políticos enchiam-se de esperanças, ao cantar a canção, que propunha ao invés de armas, flores.

Pra não dizer foi apresentada pela primeira vez, na fase Nacional do III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Era 1968, a resistência ao regime crescia nas ruas, praças e avenidas de todo o País e a repressão não conseguia conter o ímpeto de estudantes e militantes de esquerda.

Dois momentos agitaram aqueles dias: a morte pelas mãos dos militares do estudante Edson Luís e a passeata do cem mil no Rio de Janeiro.

Estes episódios cutucaram a onça com a vara curta, como se diz o ditado popular. O Festival da Globo, foi palco para as manifestações das forças contrarias ao regime.

Ainda na fase preliminar do evento, Caetano Veloso foi vaiado por agentes do CCC-Comando de caça aos Comunistas, ao apresentar a canção È Proibido Proibir. Caminhando foi apresentada nas fases eliminatórias, com Vandré acompanhado pelo Quarteto Livre, um time fantástico de artistas: Nana Vasconcelos (tumbadora), Franklin (flauta), Nelson Ângelo (violão) e Geraldo Azevedo (violão e viola).

A música era preferida do público e todos davam como certo sua vitória. A grande finalissima, com maracananzinho, lotado mostrava que Vandré era o favorito. Mas deu zebra, como ficaria famosa a expressão nos anos 70.

Venceu Sabía, linda canção que em minha avaliação, prenunciava o que ocorreria meses depois, com a saída para o exílio de centenas de Brasileiros. Chico Buarque e Tom Jobim, ao lado Cinira e Cybele interpretes de Sabia, foram vaiados pelo Maracananzinho lotado. Vandré ao ser anunciado como o segundo lugar, proferiu o discurso que passou para a História, cuja frase memorável: “A vida não se resume em Festivais”.

A lenda conta que Geraldo Vandré recebeu ordem de prisão antes de receber o prêmio da segunda colocação. Outra noticia, delegada a lenda é de que o Júri do Festival, obrigado foi a dar a vitória a Sabia.

terça-feira, outubro 18, 2005

DESARMAR È PRECISO II

A frente do Não e seus seguidores de última hora, têm desenvolvido teses as quais além de não concordar, são maléficas no sentido da educação política e cidadã.

Escrevi ontem sobre o que pensam (o Não), sobre a responsabilidade e papel do Estado, no combate a criminalidade e a violência.

Hoje quero abordar, a questão da importância do Referendo. Os ideólogos e defensores das armas, estão pregando, com a ajuda sempre hábil de alguns órgãos de comunicação, entre eles a Revista Veja, de que o Referendo é desnecessário, perda de tempo pois não acabará a violência, seja qual for o resultado e que se esta gastando milhões de reais, em um instituto inútil do ponto de vista dos resultados práticos.

Os do Não defendem ainda, como argumento para inutilidade do Referendo, o fator de que primeiro necessita-se discutir um programa de segurança pública, onde a questão do desarmamento seria uma conseqüência. Olha quem não conhece, compra a argumentação como lógica e correta. Vamos por parte como diria o Jack.

Vários Países desenvolvidos ou não, utilizam-se de instrumentos de consulta e de deliberação popular, como o Referendo e o Plebiscito. Nos sistemas republicanos presidencialistas ou parlamentaristas, a centralização das decisões é sempre uma constante.

Após a segunda guerra mundial e baseada nas experiências de governos Socialistas e Sociais Democratas, estabeleceu-se nas em vários Países nas constituições federais, o instituto de participação popular. Na Europa durante a década de 90 do século XX, tivemos pelo menos três referendos populares de relevante significação, que mudaram e alteraram a vida da população.

O Primeiro foi em 1990, na Alemanha após a queda do muro de Berlim, quando os Alemães foram às urnas, para votar pela Unificação das duas Alemanhas (Oriental e Ocidental), separadas por 45 anos. O segundo referendo foi realizado em meados da década de 90, quando Europeus de mais de 20 Países, votaram pela criação da Comunidade Econômica Européia. O terceiro referendo de importância Histórica, foi o que estabeleceu o EURO como moeda única, dos Países membros da CEE. Recentemente Venezuela e França, foram para as Urnas em referendo. A primeira, para discutir a continuação ou não do Mandato do Presidente Hugo Chaves e a segunda para decidir sobre a privatização ou não do sistema de previdência social.

No Brasil estes mecanismos de consulta foram garantidos na Constituição a partir de 1988, sendo muito pouco utilizados. Esta é a segunda vez que o dispositivo é utilizado. A primeira foi em 1993, quando os Brasileiros foram às urnas em um plebiscito que decidiu o sistema e forma de governo, onde a República e o Presidencialismo venceram.

Taxar o referendo ou outra forma de participação popular como inútil e ineficiente é considerar que o povo não deve ter oportunidade para decidir sobre seu próprio destino, restando a ele apenas as eleições para seu representante, delegando a estes o direito de tomar decisões. E aí as conseqüências nem sempre são benéficas ao povo.

Sou favorável à participação popular. Entendo que o Brasil, deva utiliza-se mais e mais de referendos, plebiscitos e outras formas de mobilização popular que levem e estimulem a participação. Quando a população participa, ela se sente responsável pela decisão tomada e zela por seu cumprimento. Amanhã comento os demais argumentos.

DIA 23- PELA VIDA, VOTE 2, VOTE SIM.

segunda-feira, outubro 17, 2005

DESARMAR È PRECISO

No debate sobre o referendo do Desarmamento, realizado pelo Jornal de Limeira, na última sexta-feira (14/10), ouvi como argumento dos defensores da não proibição do comércio de armas de fogo, que o governo não combate o crime e assim o cidadão de "bem", deve defender-se por conta própria.

Perplexo perguntei para as pessoas com quem conversava, sobre o papel de combate a criminalidade, a quem compete?. Todos responderam que ao Estado compete esta função.

Fiz segunda pergunta: Então porque armar a população?. Resposta: Porque o Estado é incompetente.

Aí não entendi e concluí que no mínimo os que defendiam esta tese estavam sendo contraditórios. Assim propus aos defensores do NÃO, que fizéssemos uma outra campanha.

Ninguém paga mais impostos, pois se o pagamento dos tributos são para que o Estado faça investimentos para ofertar a população qualidade de vida e o mesmo não o faz, então abaixo o governo, em todos os níveis: municipal, estadual e nacional.

Creio que ao fazermos isto estará instalado no País o Salve-se quem puder.

Quem puder contratar seguranças armados até os dentes, para proteger seu patrimônio e sua família que o faça, o Estado não terá mais condições. Quem puder morar em condomínios fechados, ilhas paradisíacas e bem distantes do mundo urbano, que o faça, porque o Estado não terá recursos para oferecer segurança as nossas moradias. Quem puder comprar armamentos dos mais sofisticados e de última geração, faça, porque o Estado não terá dinheiro, para organizar policiamento para oferecer segurança á população.

E mais quem puder entre para uma organização criminosa, pois talvez sendo parte de uma, o cidadão será mais bem protegido, pois o Estado estará falido e sem condições de oferecer proteção a ninguém.

Alias as únicas instituições que terão vida neste contexto, serão a Igreja, porque precisaremos rezar muito para viver e o crime organizado. A Barbárie estará instalada neste Brasil Varonil. Por isto é que vou votar 2, SIM para não correr o risco de chegarmos a este ponto.

domingo, outubro 16, 2005

MEUS VINÍS II


SUSPEITO

ARTISTA: ARRIGO BARNABÉ

ANO: 1989

PRODUÇÃO: DINO VICENTE

MÚSICOS (DESTAQUES): MARIO MANGA (Premeditando o Breque), EDUARDO GUDIM (Arranjo de cordas e violão na faixa “Já deu pra sentir” e VANIA BASTOS E TÊTE ESPÍNDOLA nos vocais

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: ITAMAR ASSUMPÇÃO nos vocais das faixas “Já deu pra sentir” e “Dedo de Deus”, além de arranjo na primeira

GRAVADORA: CONTINENTAL (Selo GEL)

MÚSICAS

LADO 1

ÊXTASE- (Arrigo Barnabé e Hermelino Neder)

AMOR PERVERSO- (Arrigo Barnabé e Hermelino Neder)

SUSPEITO- (Arrigo Barnabé e Hermelino Neder)

A SERPENTE- (Arrigo Barnabé e Riberti)

MR. WALKER E A GAROTA FANTASMA- (Arrigo Barnabé)

LADO 2

UGA UGA- (Arrigo Barnabé-Dino Vicente-Hermelino Neder)

DIABO NO CORPO- (Arrigo Barnabé e Riberti)

DEDO DE DEUS- (Arrigo Barnabé e Mario Manga)

SO COOL- (Arrigo Barnabé e Carlos Rennó)

JÁ DEU PRA SENTIR- (Itamar Assumpção)

TCHAU TROUXA- (Arrigo Barnabé-Dino Vicente-Hermelino Neder)


COMENTÁRIOS

Suspeito é o único disco que tenho de Arrigo Barnabé. Considerado o LP mais comercial do compositor paulista, Suspeito tocou como nunca nas rádios Brasileiras no fim dos anos 80 e no inicio dos 90. Arrigo é um dos precursores do chamado grupo movimento Vanguarda Paulista ou Lira Paulistana, formada por ele, Itamar Assumpção, Tête Spindola, Vânia Bastos e outros. Duas foram às características do movimento surgido no final da década de 70 e que explodiu com a canção Sabor de Veneno de Arrigo, que tirou melhor arranjo no Festival de Música Popular da extinta TV Tupi: o fato das experimentações musicais, misturando o erudito com o popular e com performances teatrais, alem é claro das apresentações do grupo/movimento serem no teatro Lira Paulistana. A faixa titulo deste bolachão foi a de maior sucesso. Mas destaco as duas faixas com participação de Itamar Assumpção (Dedo de Deus e Já deu pra sentir) e Êxtase e Amor Perverso.
PS: No post de ontem esqueci de mencionar a faixa 6 do lado 2 do LP UNS- "Coisa Mais Linda" de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes

sábado, outubro 15, 2005

MEUS VINÍS

A partir de hoje postarei nos finais de semana e feriados, fichas técnicas e comentários, sobre bolachões que ainda me restam. É uma oportunidade de divulgar meus elepes e trocar por CDs. Os interessados entrar em contato pelo email: revupoeta@yahoo.com.br
UNS

ARTISTA: CAETANO VELOSO

ANO:
1983

PRODUÇÃO: CAETANO VELOSO

MÚSICOS: A OUTRA BANDA DA TERRA

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: MARIA BETHANIA nas faixas “Salva a Vida” e “É Hoje”

GRAVADORA: POLYGRAM (PHILIPS)

MÚSICAS

LADO 1

UNS- (Caetano Veloso)

MUSICAL- (Péricles Cavalcanti)

ECLIPSE OCULTO- (Caetano Veloso)

PETER GAST- (Caetano Veloso)

QUERO IR A CUBA- (Caetano Veloso)

LADO 2

VOCÊ É LINDA- (Caetano Veloso)

BOBAGENS, MEU FILHO, BOBAGENS- (Marina Lima e Antonio Cícero)

A OUTRA BANDA DA TERRA- (Caetano Veloso)

SALVA VIDA- (Caetano Veloso)

É HOJE- (Didi e Mestrinho)

COMENTÁRIOS

A capa e a contra capa do bolacha é uma homenagem de Caetano a sua família. A capa traz uma foto em que Cae esta ao lado dos irmãos Roberto e Rodrigo, provavelmente tirada no inicio dos anos 60, ambos usam terninhos típicos daquele período. Na contra capa abraçados o compositor, sua mulher na época Dedé Gadelha, seu pai e sua mãe Dona Cano. O disco segue o estilo tropicalista de Caetano, com misturas de ritmos e sons, mas com uma tendência a disco. É deste LP o mega sucesso “Você é Linda”, a esfuziante “Eclipse Oculto” e o samba enredo em duo com a mana Bethânia “É Hoje”. O disco traz ainda a participação de Vinicius Cantuária (Ex Terço) e lider do grupo "A outra Banda da Terra", que acompanhava Caetano desde meados dos anos 70.

MINHAS PREFERIDAS- DIVINO MARAVILHOSO

Maria da Graça, este o nome de batismo de Gal Costa, com este nome, a Baianinha se apresentou no III Festival de MPB da TV Record em 1967, interpretou a canção DADÁ MARIA do então desconhecido Renato Teixeira.
Na Oportunidade Gracinha, como era conhecida defendeu a música ao lado do cantor e compositor Silvio César. A apresentação lhe deu o passaporte para o primeiro disco: DOMINGO (1967) em conjunto com Caetano Veloso, que também estreava em Disco. È deste LP o clássico de Caetano, interpretado por Gal “Coração Vagabundo”.
Divino Maravilhoso é uma das canções que para mim mais representam o período da chamada primeira metade da Ditadura Militar.
Composição de Caetano Veloso e Gilberto Gil, a música foi apresentada no IV Festival da Música Popular Brasileira da TV Record em entre Novembro e Dezembro de 1968, com a final 4 dias antes da edição do Ato Institucional nº 5, que instituí a censura, proíbe o Hábeas Corpus, intensifica a Lei de Segurança Nacional e com ele inicia-se a segunda fase do Regime.
Fase de Terror e Morte. Divino é um Rock in Rool, que em sua letra forte e vibrante, traça um panorama daqueles dias de muita mobilização popular, principalmente de estudantes, operários e intelectuais. O refrão dá conta disto: “È preciso estar atento e forte não temos tempo de temer a morte”.
A canção que teve a magistral interpretação de Gal, que neste Festival consolida-se como uma das representantes do movimento Tropicalista, fica em 3º Lugar pelo Júri especial. Gal vai gravar “Divino Maravilhoso” em seu primeiro LP solo pela gravadora Philips em 1969.

sexta-feira, outubro 14, 2005

O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA

Filme de Luis Bunuel de 1972, retrata as hipocrisias de uma Burguesia arrogante e dominante. A película premiadíssima, foi utilizada naqueles anos 70 para criticas duras da esquerda aos dominantes.

Uso o titulo para ilustrar um comentário sobre o polemico discurso do Presidente Lula condenando os fazendeiros e latifundiários pela epidemia nos campos brasileiros da febre aftosa. Na verdade quero tecer um pequeno comentário, sobre pronunciamento de um dirigente da fascista UDR-União "Democrática" Ruralista-.

O cara deu entrevista na radio CBN hoje pela manhã. Não lembro o nome dele, mas recordo o jeito truculento em que se dirigia ao Presidente. Minha mãe dizia que quando aperta o calo às pessoas reagem. A Burguesia é igualzinha.

O que os caras tão ganhando com a atual política econômica são um absurdo. Aí quando o atual governo resolve cumprir seu papel de cobrar das elites suas responsabilidades, os caras chiam?.

quinta-feira, outubro 13, 2005

NAVEGAR È PRECISO

O dia 12 de outubro comemora-se três datas de relevante importância: Dia da Padroeira do Brasil, Dia das Crianças e o Dia em que Cristóvão Colombo, financiado por comerciantes e banqueiros de Veneza e Genova, e com a benção dos Reis da Espanha Isabel de Castela e Fernando de Aragão, os nobres cruéis, tarados e sedentos de poder e riqueza, aportou-se com suas Caravelas, a Pinta, a Nina e a Santa Maria, na ilha de Santo Domingos no Caribe.

Por ocasião da data, lembrei-me de um Livro que li várias vezes e que o adquiri no inicio da década de 90 do século passado.

Trata-se da obra "Cães do Paraíso", do Argentino Abel Posse, cuja primeira edição foi lançada em 1983. Com 214 páginas, Abel utiliza um estilo ficcional casado com dados de pesquisas sobre os fatos Históricos.

È uma obra de ficção com personagens reais onde fatos verídicos são incrementados com a imaginação do autor, sem descaracterizar a História e as infinitas interpretações dela. Fiquei fascinado com o conteúdo do livro. Pude receber informações das quais não conhecia.

Como o fato de Colombo ser Judeu e os Jovens Reis da Espanha ter sido os percursores de um movimento de perseguição aos Judeus e Mulçumanos, do qual tinha milícias intituladas as SS, idênticas as que Adolf Hitler iria utilizar 500 anos depois como símbolo do Nazismo. Além são claro que os ideais dos príncipes de Castela e Aragão, não diferiam dos de Hitler.

A luxúria e a violência são aspectos abordados na obra, em que a nobreza usava e abusava destes, digamos comportamentos.

O livro apresenta as expectativas, com as descobertas de novos mundos pelos Europeus, bem como uma dúvida: Os que no continente viviam, sabiam ou não da vinda dos Europeus?. O livro dá como certa esta dúvida. Incas e Maias, Tupis Guaranis e outras tribos e nações, sabiam que um ser branco viria em uma nave e que traria as boas novas dos Deuses.

Outro aspecto tratado no livro e a vida de Cristóvão Colombo, vida esta que a historiografia oficial não expõe. A infância e juventude. Suas mulheres e casamentos (Colombo casou-se 2 vezes e teve um filho) e principalmente sua obsessão pelo Paraíso Terrestre.

Cristóvão acreditava que os Jardins do Éden existiam em algum lugar do Planeta e ao chegar às Américas, acreditou ser aqui o local de origem da criação do mundo. Bom livro.

"Cães do Paraíso" de Abel Posse. A edição que tenho foi publicada por Casa Maria Editorial-1983.

quarta-feira, outubro 12, 2005

GUEVARA VIVE. VIVA O CHE II

O NASCEDOR

Por que será que o CHE

Tem este perigoso costume

De seguir sempre
Renascendo?

Quanto mais o insultam,

O manipulam

O atraiçoam

Mais renasce.

Ele é o mais renascedor
de Todos!

Não será porque o CHE

Dizia o que pensava,

E fazia o que dizia?

Não será por isso

Que segue sendo

Tão extraordinário,

Num mundo em que

As palavras e os fatos

Raramente se encontram?

E quando se encontram

Raramente se saúdam

Por que não se reconhecem?

EDUARDO GALEANO

terça-feira, outubro 11, 2005

CONVITE

Camarada e irmão de lutas Rodrigo Paixão enviou este convite á qual repasso á todos e a todas:Nesta sexta-feira, dia 14 de outubro, na sede do Sindicato dos Quimicos Unificados, pontualmente as 20:00 iremos assistir e em seguida debater o filme:

"A revolução não será televisionada"

(The revolution will not be televised) Documentário. 2003. Irlanda.

O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo.

Ficha Técnica:

Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O’Briain

Produção: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda

Edição: Angel H. Zoido

Produtor Executivo: Rod Stonemann

Produzido por: David Power

Irlanda, 2003.

Duração:74 minutos, legendas em português.

ULTIMAS ANTES DO FERIADO

Muitos assuntos merecem estar postados. Então optei por curtos comentários:

* Tem Vereador que não consegue ser oposição nunca. Não é seu metier, vive do Governo e às vezes consegue ser mais governista que o próprio executivo. Vi isto na sessão da câmara de ontem à noite. O Vereador Eliseu Daniel (PSC), tem se superado nesta categoria, embora afirmasse certa vez que tem posicionamentos de centro. O Ex Tucano ao defender o Prefeito Silvio Félix, o fez com tanta emoção que parecia, que são do mesmo Partido e que o Vereador apoiou o pedetista na Eleição do ano passado. Eliseu não só apoiou outro candidato, como fez criticas ao atual Prefeito, na oportunidade candidato. Mas como a História é dialética e trabalha com as contradições, não me surpreende o governismo do Vereador;

* O Movimento dos Trabalhadores Sem Casa, até o presente momento em que escrevo este texto, estão ocupando os jardins da Prefeitura Municipal. A ação foi tomada, em função do Prefeito Silvio Félix, até o momento não ter comprado gleba de terra para a implantação de lotes urbanizados. Já aconteceu de tudo por lá: bombas sendo jogadas do lado de fora para dentro; disparo de sirenes policiais para intimidação e agora pouco, menos de 2horas atrás, um guarda municipal teria apontado uma arma para um dos manifestantes. O clima é tenso e quente;

* E por falar em Sem Casa, durante anos tem presenciado a imprensa Limeirense e Brasileira, utilizar a expressão, invadir para uma ação seja dos Sem Casa, seja dos Sem Casa. Em contra partida os movimentos defendem o verbo ocupar, como o correto para suas ações. A explicação ideológica para ambos é de que ao entrar em área de propriedade privada e mesmo pública, sem ser chamado ou autorizado para tanto, isto consiste em uma invasão. Defesa clara da propriedade privada e concentrada. No caso da expressão ocupação, os movimentos defendem (e concordo), que a terra é um direito de todos e não pode estar nas mãos de poucos. È preciso distribuir e acabar com a propriedade privada, substituindo-a pela coletiva e de todos;

* Cito esta pequena reflexão, a qual voltarei em um post mais profundo, em função da cobertura dada pelo Jornal de Limeira, á ocupação da sede do executivo municipal. Pela primeira vez, o órgão trocou a palavra invasão por ocupação. O episódio ganhou manchete de primeira página no dia de hoje com o titulo: "Sem Casa Ocupam Prefeitura". Chamou minha atenção e fico feliz pela opção do veiculo por esta expressão, que para nós é mais que uma palavra é uma questão de concepção. Quem quiser saber mais da ocupação, leia o diário www.jornaldelimeira.com;

* E falando em governistas, o outro jornal diário Gazeta de Limeira, não deu uma linha sequer á ocupação dos Sem Casa. Por que será?

* Sexta-Feira no auditório do Jornal de Limeira, ocorrerá o debate sobre o Referendo da proibição das armas. O Jornal que organiza o evento convidou para defender a posição do SIM, o Vereador José Carlos Pinto de Oliveira do PT e o Padre Reinaldo Ferreira de Melo da igreja de Nossa Senhora Aparecida. Defenderão a posição de manter a comercialização de armas de fogo, os promotores públicos, Bevilaqua e Cleber Masson. O evento será ás 09h30min da manhã no próximo dia 15. Mais uma bela iniciativa do JL;

segunda-feira, outubro 10, 2005

GUEVARA VIVE. VIVA O CHE

Sábado dia 08, completou-se 38 anos que um dos maiores Revolucionários de Esquerda de todo o mundo, foi assassinado.

Ernesto Guevara, o Che, morria nas mãos da ditadura boliviana, uma das muitas daquela América Latina, dos anos 60.

Li em três dias o livro que foi base para a adaptação ao cinema do filme do Walter Salles "Diários da Motocicleta". O livro intitulado, "Diários de Viagem", conta a História da aventura de Che e seu amigo Alberto Granado, por varias cidades de Cinco paises (Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela).

Guevara tinha 24 anos era estudante de medicina, e vinha especializando-se em leprologia. O diário escrito pelo Che, mostra um Ernesto com traços do militante sensibilizado com a questão social e com os pobres. Outro detalhe é a luta constante de Che com sua Asma, a qual lhe dá trabalho durante toda a viagem.

Foram Oito meses pelos caminhos da América, visitando mineiros no Chile, populações descendentes dos Incas no Peru, trabalhadores rurais na Colômbia, Indígenas na Selva Amazônica e populações de Leprosos na Venezuela.

O Che da Revolução Cubana ainda estava em gestação, mas seu olhar critico, analítico e conclusivo de anos após a viagem são notados na obra. A amizade e a solidariedade são dois valores fortes na viagem, principalmente com Alberto e os pobres. Duas paixões de Che são apontadas no Diário: Futebol e Mulheres. Duas motivações inclusive para a viagem. Che Guevara não faz nenhuma revolução nesta viagem.

Nenhum País é liberto do imperialismo, mas a aventura na moto, a qual quebra na metade, obrigando-os a seguir viagem de carona é importantíssima para que Guevara viesse a entender a América a qual sonhou ser liberta do Capitalismo.

sábado, outubro 08, 2005

HOMENAGEM AO MILITANTE

Flávio Carvalho Molina, morreu aos 24 anos, em 1971 em São Paulo. Suas ossadas foram identificadas no último dia 02 de Setembro, após 15 anos em que a vala onde foi enterrado no cemitério de Perús foi aberta.
Flávio era militante do MOLIPO (Movimento de Libertação Popular), organização de esquerda e de luta contra a ditadura militar.
Morto foi enterrado e dado como indigente no famoso cemitério da grande São Paulo, onde dezenas de militantes que foram assassinados pelo regime militar estavam enterrados.
Graças a Deputada Federal (PSB), na época prefeita da Capital Luiza Erundina, foi possível descobrir mais uma das violências praticas nos anos de chumbo, bem como mais uma de Paulo Maluf, que a época da ditadura era governador biônico do Estado de São Paulo.
As ossadas de Flávio foram transportadas para o Rio de Janeiro, seu Estado natal, onde será enterrado com todas as honras que um revolucionário merece. As informações e o poema abaixo, foram enviadas pelo Jornalista Alipio Freire, o qual post como minha homenagem:
BALADA PARA ALGUÉM DISTANTE
Flavio Molina
Por que alguém, mais dia menos dia, Fica ausente?
Brincando com o coração da gente
Tirando a nossa alegria...
Por que alguém, mais dia menos dia, Deixa tudo?
Deixando também um coração mudo De tanta melancolia...
Por que alguém, mais dia menos dia, Parte para um lugar distante?
Causando uma dor talhante, Que ninguém mais avalia...
" Minha presença A dor que te devora Muitos a tem agora.
Reage! Luta contra ela, pois senão te dilacera
E ainda mais vais sofrer, Pois continuará a doer.
Estou aqui. Aqui, bem junto a ti.
Posso não estar presente
Mas por mais que me ausente
Sempre estarei aqui.
Flávio 12/02/69

MINHAS PREFERIDAS-TRAVESSIA


Esta canção fui conhece-la em minha adolescência, na pastoral da juventude da Igreja Católica. Travessia era e até hoje ainda é parte de toda roda de música, principalmente entre os jovens. Milton Nascimento ainda não era conhecido dos Brasileiros quando inscreveu esta canção no II Festival Internacional da Canção, da Rede Globo.
Apesar de ter tido um ano antes (1966), uma música sua gravada (Canção do Sal) pela já consagrada Elis Regina, o carioca, mas mineiro por opção, entra em definitivo para o rol da MPB, em 1967 com Travessia.
Neste Festival Milton concorre com três composições: Travessia em parceria com o eterno parceiro Fernando Brant, Maria Minha Fé, em parceria com um grande amigo também mineiro Marcio Borges e Morro Velho de autoria solo.
Milton cantava em um conjunto de baile do Rio de Janeiro intitulado Sambacana, com o qual gravou um LP pela primeira vez em 1965. Travessia arrancou o Segundo Lugar no FIC e Milton ficou com o prêmio de melhor Interprete na fase Nacional, que foi vencida por Margarida de Gutemberg Guarabira, o Guarabira da dupla com Sá.
Travessia relata metaforicamente a estória do migrante em busca de melhores condições, bem como do Artista que nas estradas e com sua voz vence batalhas e muda o mundo.



sexta-feira, outubro 07, 2005

DESABAFO

Prometi que hoje falaria dos que apóiam a campanha do SIM. Acontece que estou PUTO, sim esta é a única expressão possível para caracterizar meu estado de espírito.

Estou cansado de carregar piano, servir de para raios para as irresponsabilidades de outros, principalmente quando os mesmos não merecem a mínima confiança. Alguns não são dignos dela.

Aprendi que como na vida pessoal, na política é preciso ter uma relação pautada na confiança e no respeito, alem é claro da convicção ideológica e do espírito coletivo e solidário.

Não posso admitir estrelismo e pessoas utilizarem-se das outras como escada para seus propósitos. Principalmente quando as mesmas utilizam-se de um vale tudo, prejudicando inclusive as vidas pessoais.

E o que mais irrita-me é o fato de pessoas que tem o poder de decisão e do bom senso, fazem vistas grossas, deixando na impunidade, o ser que desrespeita e cria situações de embaraço, desconforto e comprometimento a outras.

Nunca fui do Eu faço ou Eu fiz. Sempre pautei minha vida militante no Nós fazemos, Nós fizemos. Mesmo que a realidade diga outra coisa, pois é comum na política os sangues sugas, os chupa prego, os aproveitadores.

Pois bem, Hoje to com o saco estourando.

quinta-feira, outubro 06, 2005

VEJA QUEM VOTA NÃO NO REFERENDO

Alberto Fraga, deputado federal do Distrito Federal pelo PFL, o Coronel da Policia Militar é um dos mais entusiastas defensores da continuidade da venda de armas de fogo no Brasil. O Deputado foi o parlamentar que agrediu verbalmente a também deputada Luci Choinaski do PT de Santa Catarina, com palavras que expressam machismo e discriminação as mulheres. A vida toda serviu na corporação militar.

Jair Bolsonaro Foi oficial do exército, onde terminou carreira como Capitão da corporação. È acusado por vários militantes de esquerda de agir na ditadura militar como torturador. Zé Dirceu o acusa de te-lo torturado. Bolsonaro é tido como defensor de ideologias como o fascismo e o Nazismo. Atualmente deputado federal pelo PP, esta em seu quarto mandato. Lidera constantemente campanhas de aumento de salários para militares e recentemente promoveu no congresso nacional sessão solene em homenagem aos "militares", mortos e que combateram as esquerdas na guerrilha do Araguaia.

Luiz Antonio Fleury Filho, foi procurador do ministério público de São Paulo e professor de direito. Secretário de Segurança Pública no Governo de Orestes Quércia de 1987 a 1990. Em sua gestão como Secretário caracterizou-se por manter uma polícia de repressão ao movimentos populares, bem como emaranhada em corrupção. Mas o Ápice de sua carreira, foi como Governador do Estado, em que com sua benção a PM Paulista chacinou no Carandiru 111 presos. Fato até hoje impune. È deputado federal pelo PTB.

Conte Lopes é Deputado Estadual em São Paulo e é uma das figuras que mais combate os Direitos Humanos e seus defensores. O faz afirmando que DH é defender direito de bandido. Tenente afastado da PM Conte Lopes, serviu na temida ROTA, polícia criada por Paulo Maluf quando governador de São Paulo, durante o regime militar e que foi denunciada pelo Jornalista Caco Barcelos no Livro ROTA 66, a policia que mata. È filiado ao PP de Maluf.

Estes são alguns dos apoiadores da campanha pelo não no referendo. Todos com intima ligação com órgãos de repressão e de armas. Amanhã postarei alguns apoiadores do SIM.

VOTE 2- VOTE PELA VIDA, VOTE SIM.

MULHERES PELO DESARMAMENTO

No Brasil - e mundialmente - são os homens os que mais matam e mais morrem por armas de fogo. No entanto, as mulheres são também afetadas, direta e indiretamente, por este tipo de violência:

Nas capitais brasileiras, 44,4% das mulheres vítimas de homicídios em 2002 foram mortas com armas de fogo (ISER, 2005: com dados do Datasus, 2002).
Em 2004, 2.130 mulheres foram internadas por ferimentos com armas de fogo no Rio de Janeiro (ISER, 2005: com dados do Datasus).

As mulheres também são as principais responsáveis pela prestação de cuidados a pessoas feridas com armas de fogo, incluindo apoio psicológico e econômico em famílias e comunidades devastadas pela violência. Embora o número de mulheres que ficam viúvas como conseqüência dessa violência cresça todo ano, mulheres brasileiras ganham, em média, 58,6% do salário recebido pelos homens (IBGE, 2003).

Os dados comprovam: Armas não te protegem!
Armas exacerbam problemas como a violência contra mulheres:
Mundialmente, 40 a 70% dos homicídios de mulheres são cometidos pelos seus parceiros íntimos (Dahlburg and Krug, 2002).

Em homicídios e tentativas de homicídios com arma de fogo, mais da metade das mulheres vítimas (53%) conheciam seu agressor – para homens, essa porcentagem cai para 18%. E mais de um terço (37%) dessas mulheres tinham uma relação amorosa com seu agressor. (ISER, 2005: com dados das Delegacias Legais do Rio de Janeiro entre 2001 e 2005).

Os autores de estupro não são, em muitos casos, estranhos. No Estado do Rio de Janeiro, segundo dados recolhidos entre 2001 e 2003, 48,8% dos autores de estupro eram conhecidos da vítima (CeSEC, 2005).

Armas causam acidentes, particularmente com crianças em casa:

A cada dia, três crianças (0-14 anos) são internadas em hospitais com lesões por armas de fogo, duas por motivo acidental e uma devido a agressão (ISER, 2005: com dados do Datasus, 2002).

Dentre jovens de 15 a 24 anos – o maior grupo de risco da violência armada no Brasil – quase um terço (31%) de hospitalizações por lesões com armas de fogo foi devido a acidentes (ISER, 2005: com dados de Datasus, 2002).

O desarmamento aumenta a segurança, particularmente das mulheres

Controle de armas contribui para diminuir os riscos para toda a sociedade – mas a redução no número de mulheres mortas é o primeiro e mais significativo dos resultados:

No Canadá, entre 1995 e 2003, a taxa de homicídios por arma de fogo caiu 15%. Os homicídios de mulheres por arma de fogo diminuíram em 40% (Canadian Department of Justice, 2004).

Na Austrália, cinco anos depois da aprovação lei de 1996, que praticamente proibiu a venda de armas de fogo, a taxa de homicídios por arma de fogo caiu em 50% na população geral. Entre as mulheres, a diminuição foi de 57% (Australian Institute of Criminology, 2003).

Segundo o TSE, mulheres são mais da metade dos que votam no Brasil.
Agora não é só com os políticos – a decisão está nas mãos das mulheres!

Dia 23 de outubro digam sim para a vida, sim ao referendo do desarmamento! (vote 2)

Fonte: Viva Rio

quarta-feira, outubro 05, 2005

A BALA E A VIDA I- VOTE 2 NO REFERENDO

Preguinho herdou este apelido de seu Pai, o Pregão. Desde menino era afeito a estripulias, brigas na rua, pequenos furtos, na vizinhança.

Família pobre desestrutura rápido e aliado às péssimas condições sócio econômicas do País, é difícil segurar um garoto, que fica encantado com as coisas do mundo. Já cedo, aos 12 ou 13 anos, Preguinho , fumava maconha o dia inteiro. Enchia a cara de cachaça. Para drogas pesadas foi um pulo. Trabalho, só de vender erva e pó.

A primeira arma foi comprada com dois cigarrinhos de maconha e com ela fez o primeiro grande assalto: uma loja de sapatos queria um tênis de marca. A primeira prisão teve como responsável meio saco de pó, umas 30 gramas. Viu o céu nascer quadrado, apanhou feito gente grande e só tinha 14 anos.

A segunda arma já era mais sofisticada e custou mais, teve que pagar carregando 2kilos de pó até o litoral. Com ela assaltou dois bancos e feriu sua primeira vitima. Estava com 14 anos e meio. Teve que ficar escondido por uns 3meses em Santa Catarina. Lá fez sexo pela primeira vez, com uma garota de 16 anos, linda, branca como leite, mas que quase foi à overdose, ingerindo na veia.

Voltou do sul e virou chefe do pedaço. Não era mais mula, nem recebia merreca, ou era escalado para ações pequenas. Conheceu o chefe do PCC, da cidade. Começou a esquematizar esquemas, mais pesados e com a alta sociedade.

Ganhou de presente uma automática, sua terceira e última arma. Foi no dia do 15º aniversário. Preguinho não via o pai à quase hum ano, desde que resolveu dedicar-se a profissão de traficante. Antes da tragédia, parece que ele estava prevendo tal coisa, quis ver Pai e Mãe.

Mas não pode, eles não estavam mais lá. Pregão tinha subido aos céus, após um derrame, precedido de um enfarto, dias depois que serrotinho escapoliu com o crime.

A Mãe, desgostosa, vendeu a casa e foi viver em um asilo, já que os outros filhos não mais a queriam. Parece que o destino estava para acertar as contas com o neguinho do barulho. O lance era mais que um assalto. O pacote todo era matar um figurão, que chefiada a venda de armas na cidade e surrupiar milhões em metrancas e notas. Mas deu tudo errado. Era uma cilada.
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O tal chefão armou pro Prego. Ao chegar ao local, não deu tempo pra nada. Os "soldados" que o acompanhavam disseram: Vá chupar prego no inferno. Preguinho morreu grudado com sua automática e assim foi enterrado. Ele tinha 15 anos e algumas horas.

terça-feira, outubro 04, 2005

PORQUE SIM À NÃO COMERCIALIZAÇÂO DE ARMAS?

Primeiro porque sou da PAZ e tenho plena certeza e convicção de que o papel de combater o crime e a violência dele gerada é do Estado, em todos os seus níveis de governo. Ao invés da Polícia Militar preocupar-se com manifestações de trabalhadores, por condições melhores de trabalho, salário e vida, deveria estar tratando de perseguir bandidos e o crime organizado.

Semana passada, os 500 trabalhadores da metalúrgica Invicta em Limeira, paralisaram suas atividades, por entre outras questões reivindicavam maior segurança no local de trabalho, aja vista que dezenas de operários têm perdido, dedos, mãos e até pernas, por conta do descaso da fabrica em melhorar as condições de trabalho.

A greve pacifica, ocorreu até que a PM, sem mais nem menos resolveu proteger o patrimônio do patrão (diga-se de passagem, apropriado indevidamente através da acumulação da + valia) e dá lhe repressão física, com dois trabalhadores presos e vários feridos por conta das agressões dos policiais.

Mas o que chamou a atenção, foi o fato de que na empresa, encontrava-se às 5 horas da tarde, 8 camburões, com 4 policiais em seu interior. Somando, o restante da cidade, ficou desprotegida, pois 32 PMs que deveriam estar cumprindo seu papel de proteger a população, inclusive os operários em greve, estavam simplesmente garantindo os direitos da empresa. Inversões de papel e de concepção.

Sou cidadão que paga impostos, que deveriam estar sendo revertidos em benefícios para toda a população, inclusive a segurança pública. No entanto, lá esta parte de meu dinheiro, sendo investido onde não devia e do qual sequer fui informado desta operação de defesa patrimonial da empresa.

Este é um exemplo de que o estado deve ser cobrado e dele exigir-se que cumpra o papel de combate ao crime organizado e não a repressão às manifestações democráticas.

Segunda razão é de que tenho plena certeza de que quem defende a comercialização e a possibilidade de armar o cidadão comum, não só é amante da barbárie, como lucra com esta concepção. Quem são os interessados que a população ande armada?.

As indústrias e lojas de armas e munição, pois ganham muito dinheiro com as vendas, sem falar no mercado ilegal de comercialização. Políticos conservadores e ligados à indústria da repressão. Sua intenção é alimentar uma idéia na população de que Direitos Humanos, são perniciosos ao ser humano, pois DH são direitos de bandido. Esta forma ideológica tem como objetivo estimular o abandono de valores, como a solidariedade e a tolerância, pilares da construção da paz.

Um terceiro grupo é de jornalistas que vivem da indústria da morte e através do sensacionalismo, obtém ibope fazendo apologia à violência e a barbárie. Em Limeira temos vários que invadem nossos lares, com imagens e sons, que exalam sangue, tristeza e truculência. Falo mais deste assunto amanhã.

segunda-feira, outubro 03, 2005

A CAMPANHA PELAS ARMAS È UMA ABERRAÇÃO

Iniciou sábado (dia 1/10), a campanha do referendo das armas no radio e na televisão. Duas frentes parlamentares foram formadas e só elas podem encaminhar as campanhas.

O SIM o qual na urna eletrônica o eleitor deve digitar o numero 2, é pela proibição do comércio de armas de fogo e munição. O NÃO é pela continuidade da venda de armas para os civis. Sou pelo SIM, o qual falarei em post de amanhã.

Hoje quero reportar o absurdo dos argumentos de quem defende o NÃO. A campanha na mídia apresenta um tom sombrio e que parece que o fim do mundo esta prestes a chegar caso a proibição vença o plebiscito de 23 de outubro.

O hino nacional com o arranjo feito, mais parece uma marcha fúnebre ou militar (se bem que, faz sentido, pois uma frente que tem um torturador-Jair Bolsonaro- como um dos articuladores...). Agora o mote principal é de doer o cabo da viola.

Dizer que estão tirando o direito da população em escolher, se tem ou não uma arma, é o fim. Comparar este suposto direito, com o direito de votar, consagrado no movimento das diretas já de 1984, é uma heresia, que vivos Ulisses Guimarães, Florestan Fernandes, Miguel Arraes e Brizola, ficaram indignados como eu. Ora que direito é esse? O de proporcionar a possibilidade de um ser humano tirar a vida do outro?.

De acordo com as estatísticas, a maioria das pessoas vitimas de armas de fogo foram atingidas em brigas domésticas ou de rua, por familiares ou amigos. Outro dado, boa parte das armas em mãos do crime organizado, foi comprada de um civil e não em loja.

Faz me rir estes argumentos de que já que o estado não combate o crime a população o tem que fazer. Agora o direito á escola, saúde e transporte de boa qualidade, estes parlamentares que defendem a venda de armas, não me consta que um dia o fizeram. To pra ver.

PS: Fiquei final de semana, sem escrever nada. Inicio de uma tendinite. Dói pra caramba.