ESQUERDA PETISTA E O PSOL
O pequeno êxodo de petistas para o Partido do Socialismo e da Liberdade, não me surpreende. Ao contrario de muitos, inclusive de parte da mídia, sempre afirmei que o Partido de Heloisa Helena, não atraí militantes de esquerda a juntarem a suas fileiras. Digo isto por algumas razões às quais elenco:
1. O PSOL foi criado para ser um guarda chuva para Heloisa Helena e outros militantes, não surgi como alternativa viável e nova ao PT;
2. O PSOL permanece tencionando as bases petistas, com um discurso muito parecido com as correntes Trotskistas, abrigadas no PSTU, de que o PT capitulou-se (admito que não mais espaço aos socialistas. Daí ser um Partido do Capital?);
3. Sua estrutura interna não aponta nenhum avanço em relação ao exercício da democracia e do pluralismo;
4. O coro que o PSOL, faz com o PFL e o PSDB, irrita até mesmos os mais radicalizados em abandonar o PT;
5. A luta pelo Socialismo, esta escondida no discurso de seus dirigentes. Não há vejo;
Mas como se explica então a ida de petistas para o Partido do sol?.
A esquerda petista, até hoje não conseguiu elaborar um projeto que se aponta caminhos rumo à construção do Socialismo, como táticas e metas definidas, que pudessem orientar a militância no que fazer em momentos de crise como o que estamos atrassevando.
A dicotomia organizar para fazer luta interna e buscar espaços na maquina partidária e na institucionalidade, prenderam a esquerda ao cotidiano e a distanciaram do propósito de pensar a estratégia histórica. Tal procedimento aliado aos perigos de burocratização e acomodação em máquinas políticas, reflexo da crise ideológica que assola as esquerdas no mundo todo após a queda do Socialismo real, configurou a falta de um projeto de maior envergadura.
Esta encruzilhada e o esgotamento de políticas libertárias no PT, fizeram (e continuaram a fazer) que parte da esquerda do Partido, adentra-se no PSOL, como uma via para disputar a institucionalidade (eleições/2006) e alguns como um espaço necessário para poder falar da luta socialista no País.
As duas razões, não as vejo como fundamentais para recomeçar um projeto socialista. Penso que o momento é de reflexão e um retorno às lutas sociais. Muitos dirigentes (me incluo), abandonaram as organizações populares e incorreram no erro de priorizar apenas a institucionalidade, sequer fazendo liga com as ações diretas.
Aliado a este retorno militante, se faz necessário um programa de educação política que possa apontar formulações táticas e estratégias para atingir uma sociedade socialista. Em linhas gerais acredito que a melhor pedida não é a ida para nenhuma agremiação partidária. Pelo menos neste momento.